The Words escrita por Sunrise


Capítulo 9
Outtake 8


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Não acredito que a reta final chegou...



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“E então? Qual o veredicto?” Perguntou Jane ao sentar-se no sofá ao lado de Teresa.

“Não foi tão ruim quanto imaginava.”

“Ora, ora. Teresa Lisbon se rendendo ao lado negro da força.”

A morena revirou os olhos para o marido. “Vai começar?”

“Admita, você passou uma tarde muito agradável, sorrindo na companhia de suas amigas e celebrando a futura chegada do nosso filho, se empanturrando de doces e sendo mimada por todas que estavam presentes.”

“Jane.”

“Teresa, é um rito de passagem. E você sobreviveu bravamente.” Ele se virou para vê-la melhor. “Vejo um sorriso se formando nos seus lábios. Conta a verdade?”

“OK. Foi ótimo. Acabei me divertindo muito mais do que imaginava. Pronto, está satisfeito?” Teresa tentou sustentar uma fisionomia de chateada, mas foi impossível.

A tarde tinha sido espetacular. O chá de bebê Jane aconteceu na cabana. E muitos convidados que ela não esperava compareceram. É claro que a equipe do FBI estava presente. Bem, a equipe feminina para falar a verdade.

Apesar de não gostar da ideia inicialmente, Teresa foi vencida pela agente Alison O’Connor, a quem lhe auxiliou sempre que possível nos relatórios de despesas e transcrições de julgamentos. As duas sempre almoçavam juntas quando Jane estava em campo ou trabalhando na cabana.

As surpresas da tarde não foram apenas os presentes que o bebê ganhou, mas algumas convidadas que Teresa mais esperava. Sua família estava em peso. Karen, Lucy e as duas sobrinhas de Lisbon estavam presentes. Van Pelt também apareceu e mais duas agentes conhecidas da CBI foram convidadas.

Algumas lágrimas surgiram na face da agente, que se sentiu acolhida e mais amada por ter tantas pessoas que estavam lá por ela. Por ela e pelo bebê que chegaria em menos de um mês.

Não era só culpa dos hormônios, mas a morena estava ainda superando seu desligamento temporário da agência, uma vez que sua médica achou melhor ela passar o último mês de gestação em casa.

Seu último dia no FBI foi marcado por uma pequena comemoração e uma festa de “até breve” (já que Jane deu um jeito de encontrar uma faixa que substituísse a palavra “partida”). Até seu antigo chefe e cupido Dennis Abbott ligou para lhe desejar tudo de bom e muita paciência para aguentar Jane nos próximos meses.

“Fico feliz que tenha desfrutado desta tarde como se deve. Você tem sorte de ter boas amigas que estão felizes pelo que conquistou.”

“Você não está falando de você mesmo, hum?”

“Claro que não. Apesar de que, eu sei que sou um ótimo partido e...” Teresa bateu levemente no peito dele. “...e estou feliz que tenha escolhido dividir este novo caminho comigo. Mas este é seu momento, Teresa. Algo que nós homens jamais saberemos por concreto.”

“Certo. E nem querem saber.”

“Não necessariamente.” Jane inclinou a cabeça para trás, apoiando-se no sofá.

A morena olhou para ele que parecia cansado, mas sorria calmamente para ela. “E você? O que fez a tarde toda com os meninos?”

“Digamos que finalmente entendi que os Lisbons são seres muito competitivos.” O mentalista respirou fundo.

“Pebolim?”

Ele balançou a cabeça em concordância. “Você criou bem seus irmãos, a ponto de estar arrependido de ter levado a nosso bar favorito.”

“Oh Patrick!”

“Se Karen e Lucy ligarem amanhã, não estarei em casa.” Teresa riu e encostou a cabeça no ombro do marido. “Está com fome?”

“Por favor, não me faça uma pergunta dessa agora. A Sra. Rodriguez e Grace me empanturraram de comida. Vai levar um milênio para eu digerir todos os cupcakes e docinhos da festa.”

O consultor sorriu e beijou a testa dela. “Ok. Que tal descansar um pouco? Pode deixar que termino por aqui.”

Teresa deu um beijo rápido nele e seguiu para o quarto. Na sala de estar, Patrick Jane se deparou com muitas caixas de presentes e sacolas comemorativas, até de alguns balões e cestas. Coçando a cabeça por um instante, ele suspirou.

“Por onde começo?”

~*~*~*~*~*~*~

Flashback

O encontro com Marcus Pike na sede do FBI foi desagradável. Mas Jane tinha sido honesto quando falou que Teresa e ele saberiam o que seria bom para eles. Não havia motivos para ter um plano agora, a não ser seguir com suas vidas e desfrutar a companhia um do outro.

O sorriso dela era o termômetro que ele tinha para saber que tudo ia bem. Não havia motivo para apressar. Eles estavam se conhecendo de forma mais íntima, permitindo-se desfrutar de uma nova conotação ao termo parceira.

E Jane continuava admirado por Lisbon ser quem é. Não só seu lado apaixonado, mas o que a faz única e tão verdadeira. A começar pelo sorriso que ela lhe dava, quando acordava ao seu lado.

“Tem certeza que não nos perdemos?”

“Claro que não.” Jane falou sucinto. “Mas precisávamos de algumas provisões para o que tenho em mente.”

“Por Deus, o que está planejando?”

“Algo maravilhoso só para nós dois.” Ele segurou a mão de Teresa quando finalmente pegou a rodovia Jollyville em direção ao sul. Quando chegou a bifurcação da Mopac Boulevard, ele tomou a faixa da esquerda e seguiu mais alguns minutos até a segunda bifurcação, tomando a via Northland Dr.

Teresa pareceu não se importar. O vento em seus cabelos a fazia sorrir e o calor de Austin era bem-vindo neste final de tarde no Texas.

Jane sorriu a ver a placa do Parque Covert, entrando rapidamente até encontrar o estacionamento.

“Então este é seu plano? Um piquenique no parque?” Perguntou jocosamente ao descer do carro.

“Está subestimando meus poderes de lhe impressionar, Teresa? Depois destes anos juntos?”

“Trabalhando juntos.”

“Ok, trabalhando juntos?”

“Este é meu medo. Saiba que não vou cometer mais um crime federal agora que estamos no FBI.”

“Teremos tempo para isso.” Disse o mentalista pegando a cesta e andando para perto dela.

Estendendo sua mão, Teresa a tomou e ambos sorriram timidamente seguindo para um caminho de pedras. Os dois caminhavam de mãos dadas pela trilha próximo ao rio, poucas pessoas circulavam por ali. Havia algumas famílias na área de piqueniques, mas boa parte delas estava se preparando para ir embora.

Jane praticamente apresentou o parque a ela. Avessa à natureza, a morena sorria enquanto ele falava sobre a vegetação e clima da região texana. Em algum momento, para surpresa de Teresa, Patrick falou um pouco mais de sua vida nômade, sobre os parques e campings que viveu quando jovem.

Eles estavam dividindo mais sobre quem foram. E assim, ela se sentiu confortável em falar mais sobre sua vida quando saiu de casa para a faculdade. O consultor ouvia e muitas vezes sorria em dizer que ela parecia ter sido moldada para ser uma agente da lei.

Os dois sentaram em um momento para lanchar, observando o por do sol. Havia um mirante para observar o rio e a cidade ao fundo. O Monte Bonnell era um ponto turístico famoso em Austin, por sorte eles teriam esta vista maravilhosa só para eles.

Assim, Jane colocou a cesta com sanduiches e suco ao lado do cobertor estendido ao chão, após escolherem um local tranquilo para degustarem os quitutes.

Começava a esfriar quando o por do sol encerrou o dia, fazendo Teresa se aproximar de Jane a procura de calor.

“Como a tarde passou rápida.”

“Quando se tem uma ótima companhia é assim.” Respondeu ao lado dela.

Nesses últimos dias, os beijos eram mais demorados e suas mãos exploravam mais e mais cada um. A intimidade finalmente dando vazão a paixão refreada por tanto tempo.

Teresa sabia que a cada dia se apaixonava ainda mais por aquele homem. Que apareceu como o símbolo de problema, mas passou a ser seu maior aliado e amigo. O mentalista continuava certo, eles eram iguais, eram parceiros. O que a fazia temer em se perder neste sentimento por ele.

Deus sabe o quanto ela errou com Marcus. Com Jane, tudo parecia ter um novo sentido. A perspectiva de ter um relacionamento era muito mais sério agora, mais forte, mais intenso e intimista que já teve com outro homem.

“Posso sentir seus pensamentos rolando dentro da sua cabeça.” Falou sorrindo, enquanto suas mãos acariciavam seus ombros.

“Depois fala que não lê pensamentos.” Brincou Teresa.

“Não mesmo. Mas com você, não sei, o tempo lhe deixou um pouco obtusa para mim.”

“Obtusa?” Teresa se virou, fazendo Jane ajeitar suas pernas para acomodá-la melhor. “Como assim?”

“Desde que voltei da America do Sul, notei que havia mudado. Não a culpo por isso, dois anos é tempo suficiente para enterrar coisas, mudar de opinião ou até mesmo seguir em frente.”

Ele parou um instante, olhando para frente, mas continuou conversando com ela. “Até pensei muito sobre isso na Venezuela, sobre seguir adiante. Mas precisava saber se você e a equipe ficariam bem. Por isso, Peter me mantinha informado. Sabia que se entrasse em contato, eles chegariam a mim muito mais rápido. Só levou dois anos para eles descobrirem onde eu estava. Maldito, Abbott.”

Teresa sorriu. “É, ele sempre foi muito coercitivo sobre achar você.”

“E a Kim apareceu, lembrando-me que podia ser diferente.”

“Você se atraiu por ela?” A pergunta soou fraca por baixo da curiosidade dela.

“Sim e não.” Ele olhou sério para Lisbon. “Fazia tempo que não falava em inglês com outra pessoa e, francamente, meu espanhol tinha melhorado, mas ainda era capenga. Mas eu continuava solitário. Daí, ela surgiu e de alguma forma, por um dia, fui apenas uma sombra da pessoa que fazia tempo que não existia.”

“Oh Jane.”

“Eu sentia falta de Sacramento. Da caçada.” A mão dele tocou o queixo dela. “E de ter você ao meu lado.”

Os dois se beijaram por um tempo, até que Teresa tocou os cabelos dele. “Eu também.”

“Viver próximo ao mar sempre me deu um sentido. Um esconderijo mágico.” Disse sorrindo. “O lugar que fiquei era lindo, mas não havia mais ninguém com quem dividir. Então resolvi descrevê-lo nas cartas.”

Teresa sorriu, lembrando-se o quanto ele falava das praias e arrecifes. Da cor do mar e da água sempre quente, mesmo no inverno.

“Escrever para você me deu foco, Lisbon. Não sei se meu exílio continuaria por todos aqueles meses se eu não tivesse pedido ao Peter para enviá-las.”

“Obrigada por dividir aquele lugar comigo. Eu sempre imaginei que apesar de está livre do fardo que era Red John, você merecia um lugar que lhe trouxesse paz. Apenas lamento que você tenha sido enganado a voltar para cá.”

“Não diga isso. Lá era o paraíso, mas estava longe de ideal.” Jane fechou os olhos. “Eu queria voltar. Só não tinha encontrado a oportunidade até Abbott aparecer.”

“Sempre um filho da mãe esperto.” Os dois sorriram.

Os dois se abraçaram por um bom tempo. A tarde estava chegando ao fim e o frio começava a indicar que era hora para ir. Mas por alguns minutos, o mundo particular daquele casal se resumia aos braços um do outro.

Amanhã seria outro dia. Mais um dia compartilhando a calma e a completude de dividir a rotina sem mentiras e temor. Aguardando apenas que o fim da tarde chegasse e eles pudessem continuar se conhecendo e cultivando essa nova faceta de seu relacionamento.

~*~*~*~*~*~*~

Algumas semanas depois, Teresa sorriu quando Jane entrou na cozinha com uma embalagem de pizza. “Ele tem seu nariz.”

“Não acredito que você ainda está olhando este ultrassom.” O consultor sorriu ao beijar a cabeça de Lisbon e colocar a pizza sob a mesa. “Pobre criança.”

“Até parece que você está reclamando. Fisher me ligou.” Disse a morena sorrindo. “Disse que você mostra o ultrassom a todos, ninguém aguenta mais.”

Jane sorriu e se dirigiu a chaleira. “O que posso fazer? Sou um pai orgulhoso.”

“E babão.” Disse ela se levantando e colocando a foto do exame na porta da geladeira. “Mais uma semana e ele estará aqui.”

“Como se sente hoje?” Ele a puxou para um abraço.

“Cansada. Não vejo a hora de ele chegar.” Teresa se encostou-se a ele.

“Já decidiu qual nome vamos usar?”

“Ah, Patrick. Você tem sua lista e eu tenho a minha. Vamos decidir quando o momento certo chegar.” Ela se separou e caminhou para a sala. “Vou tomar um banho.”

“A pizza vai esfriar.” Ele ouviu um murmúrio dela e a chaleira começou a apitar. Pegando sua xícara favorita, ele colocou o saquinho do chá e derramou a água quente propícia para a infusão. Poucos minutos depois, ele estava de pé sorvendo a bebida revigorante.

Sua esposa apareceu um pouco aflita no roupão, Jane estava no meio de um gole quando ela parou na porta.

“Minha...minha bolsa rompeu!”

Olhando para ela, o mentalista bebeu o líquido e colocou a xícara no pires tranquilamente. “É hora do show, babe!”


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Notas finais do capítulo

É isso. Mais um capítulo e esta fic cumpre o seu prometido. Pois é, em breve, bebê Jane chegará! Já imaginando como estes pais serão... Algumas considerações. Alison O'Connor é um personagem que criei e ela será chave para alguns futuros episódios. Ainda não posso adiantar muita coisa, mas estou planejando algumas histórias para uma mini-temporada fictícia depois de The Words. A intenção é trazer mais casos e continuar a história dos Janes. Como eu disse mais um capítulo e a fic termina, talvez eu emende um epílogo para finalizar como se deve, mas não passará disso. As fofurices e o romance vão continuar, mas não será tão explorado como foi nesta fic, que teve a finalidade de focar no relacionamento de Jisbon. Mas teremos doçura e pimentas o suficiente deste mundinho. Feedback é sempre importante. E um recadinho sempre me motiva a continuar. Sobre o último capítulo, deve sair logo. Estou terminando uns retoques para liberar para vocês. Até lá.



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