Try Again escrita por Deh


Capítulo 16
Trying Not To Love


Notas iniciais do capítulo

POV Gibbs

OBS: capítulo editado em 22/07/2020!



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“Trying not to love you, only goes so far
Trying not to need you, is tearing me apart
Can't see the silver lining, down here on the floor
And I just keep on trying, but I don't know what for
Cause trying not to love you
Only makes me love you more”
Trying Not To Love - You Nickelback

—Por que você precisa que eu vá embora agora? –Hollis me questiona, enquanto tomamos café da manhã.

—Porque eu vou sair. –Respondo simplesmente.

—Não me importo de ir com você, ou você não quer que eu saia com você? –Ela me perguntou em um tom de voz não muito feliz.

Deus, por que mulheres tem que ser tão complicadas?

—Hollis não é isso. –Eu disse, tentando amenizar a situação, que diga-se de passagem ainda não entendi todo o drama.

—O que é então Jethro? –Ela questionou enquanto me olhava fixamente.

Suspirei e fui até o porão, se ela queria respostas...

Voltei com uma fotografia em mãos e entreguei para que ela olhasse. Fiquei em silêncio observando sua linguagem corporal, enquanto ela encarava a foto um tanto quanto surpresa.

Era uma foto de Jasper e Jessica no ano novo. Quando ela finalmente me olhou, eu disse simplesmente:

—São meus filhos. –Eu disse, mal sabendo ela que sabe mais do que minha última esposa.

—Duck não me falou deles. –Ela disse simplesmente.

Oh sim, ontem eu vi ela interrogando Duck, de alguma forma eu sabia que algo assim estava próximo de acontecer.

—A mãe deles é muito rígida quanto as visitas. –Eu disse colocando a culpa em Jenny, não que seja difícil culpar ela ultimamente.

Hollis assentiu, talvez um dia ela pudesse conhece-los, entretanto, quando se trata de apresentar meus filhos a outras pessoas eu sou tão cauteloso quanto Jenny.

Ela então sorriu fracamente e me entregou a foto.

—A mãe deles não seria Jen, seria? –Ela então me perguntou como se soubesse de algo que eu não havia dito.

Franzi o cenho sem entender, então ela completou:

—Você fala enquanto dorme Jethro, quase sempre chamando Jen.

Merda. Até dormindo Jenny Shepard me atormenta...

De fato eu não sabia sobre isso, não que eu saiba exatamente o que eu fale, enquanto durmo.

Hollis então pegou suas coisas e se dirigiu a porta, confesso que eu ainda estava tentando entender a situação, quando ela disse:

—Eu iria pedir para que você fosse para o Havaí comigo Jethro, mas não posso...

—Hollis... –Tentei dizer algo.

No entanto, ela me interrompeu:

—Você tem dois filhos Gibbs... e uma diretora que precisa de você.

Eu a encarei instantaneamente, então ela havia deduzido a verdade?

—Desejo boa sorte a você Gibbs. –Ela disse e em seus olhos eu vi que era verdade.

—É uma pena Hol, pois eu realmente gosto de você. –Eu me vi confessando, afinal de contas até mesmo cogitei apresenta-la aos meus filhos, por mais que isso viria a irritar a mãe deles e provavelmente causar uma longa discussão.

—Eu não duvido disso Jethro, mas você a ama. –Ela disse como se explicasse a uma criança quanto é dois mais dois. –E vocês tem uma família, uma bela família.

Eu realmente não sabia o que dizer, eu estava prestes a protestar, quando ela por fim disse:

—Adeus Gibbs.

E essa foi a última vez que vi Hollis Mann.

Após as primeiras horas da manhã serem mais turbulentas do que eu havia previsto que poderia ser, decido que preciso de ar fresco. Dessa forma, pego meu carro e dirijo em direção a casa de Jenny.

Não demora nem quinze minutos e eu já estou estacionando em frente a casa da diretora. Toco a campainha e em instantes Jenny abre a porta como de costume.

—Bom dia. –Ela diz mais seca do que de costume e dá espaço para que eu entre.

Eu respondo e entro, ela mal termina de fechar a porta e Jessica aparece e me dá um grande abraço.

—Bom dia papai, eu tava com saudade. –Ela diz e como sempre eu sinto meu coração apertar diante de sua confissão, a única coisa que eu não gostava muito nesse arranjo que tinha com Jenny, era o fato de não poder ver meus filhos todos os dias.

—Bom dia querida. Também senti sua falta sweet red. –Confessei.

Ainda em meu colo eu a vi sorrir e não sei se era alucinação minha, mas peguei um vislumbre de Jenny fazendo o mesmo.

Não demorou muito e logo Jasper também se juntou a nós.

—Vamos passar todo o fim de semana com você papai? –Jéssica perguntou ansiosa e eu fiz que sim, ela sorriu. Nesse ponto eu não pude ver a reação de Jenny, pois ela estava subindo as escadas.

Pergunto-me se ela estaria irritada comigo pela ligação de ontem à noite, já que embora ela não tenha falado abertamente, sei que ela não gostou de saber de Hollis.

Não muito tempo depois ela desceu as escadas com duas mochilas e um cão de pelúcia, o novo cão de pelúcia que eu havia dado a Jesse, para substituir Isi, que ela decidiu nomear de Paris. Ao que parece, Isi também se chamava Paris, mas na época ela não conseguia falar, ao menos foi isso o que ela me disse, na noite em que eu trouxe esse Saint Bernard de pelúcia.

—Planejou alguma coisa para hoje? –Jenny me perguntou casualmente. Será que tem alguém tentando levantar a bandeira branca? Não... provavelmente ela só está se certificando que será apenas nós três.

—Andei pensando em irmos ao zoológico. –Eu disse e instantaneamente um sorriso apareceu no rosto dos meus filhos.

Ela assentiu e nos acompanhou até o carro. Após eles entrarem e ela me ajudar a coloca-los nas cadeirinhas, ela me perguntou:

—É seguro?

—Eu já os levei ao zoológico antes Jenny, é tão tranquilo que até você poderia vir. –Eu disse sem pensar duas vezes, espera um minuto eu estava convidando ela? Ela deve ter percebido isso, já que ergueu a sobrancelha.

—Certo... estou apenas me preocupando demais. –Ela disse.

Sem saber ao certo o que dizer, apenas assenti antes de entrar.

Ela nos viu sair e deu tchau para as crianças.

O passeio no zoológico foi tranquilo, me deu tempo para respirar um ar mais fresco, ou pelo menos o mais fresco que se pode levando em consideração que estou cercado de jaulas com animais. No entanto, o sentimento de que algo ruim iria acontecer, que eu vinha sentido há alguns dias, não foi embora com o rompimento do meu namoro.

Chegamos em casa a tarde e as crianças estavam cansadas. Resolvi que era melhor começar a fazer o jantar logo, antes que eles acabassem dormindo em pé. Sendo assim fiz com que eles tomassem banho, enquanto eu pedia pizza. Provavelmente Jenny não aprovaria isso, mas fazer o que né, estamos no meu território agora.

Ouvi então a campainha, olhou o relógio e estava muito cedo para ser a pizza. Estranhei, mas abri a porta de qualquer forma e devo dizer que me surpreendi ao constatar em minha a presença de Jennifer Shepard, usando calça jeans e t-shirt, não é o visual que estou acostumado a ver ela usar, exceto claro os saltos, não importa onde ela esteja indo ela sempre usa saltos. Me pergunto se isso é algum complexo de tamanho.

Voltando a realidade e torcendo para não ter dado muito na cara a min há indiscrição, dei espaço para ela entrar, no entanto antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, somos interrompidos.

—Mamãe. –Jéssica chama logo que chega e a vê.

Jenny vai até ambas as crianças, ela dá um beijo nos cabelos escuros de Jasper e pega Jéssica no colo, antes de perguntar:

—Como foi o dia de vocês?

—Foi tão legal, nós vimos os leões e os tigres. Você tinha percebido que os tigres são ruivos como nós? –Jéssica respondeu entusiasmada, mas era perceptível que ela estava com sono, já que ela não estava falando tantas palavras por segundo.

Jenny riu, provavelmente ela tenha achado engraçado a comparação, não que não faça sentido, já que ela pode ser tão feroz e intimidadora como um tigre.

—Eles não são ruivos. –Jasper resmungou novamente, mas Jesse não deu atenção.

—Vocês já jantaram? –Ela perguntou e foi quando a campainha tocou novamente, dessa vez fomos pegos antecipadamente, não preciso dizer que a essa altura ela já me fuzilava com o olhar.

Voltei com a pizza e ela ergueu a sobrancelha, ambas as crianças se dirigiram a cozinha e ela os acompanhou. Coloquei quatro pratos na mesa, e instantaneamente ela protestou:

—Eu não...

—Tudo bem Jen, dá para todo mundo e é de Pepperoni. –Eu disse, sabendo muito bem que era o sabor preferido dela e das crianças, ela então se sentou e começou a servir pizza para as crianças. E assim tivemos um jantar em família, devo dizer que a sensação era ótima.

Claro, algumas vezes jantamos juntos durante o período em que eu estive sem memória, entretanto, estar aqui, em minha casa, um território, que ela evita ao máximo, junto aos três e muito bem consciente de quem eles são e de nossas lembranças, a sensação é totalmente outra. É reconfortante, aconchegante, é algo que não dá para descrever, apenas parece que é o certo.

Após jantarmos, fui colocar as crianças para dormir, enquanto ela, que tinha se oferecido, se encarregava de lavar a lousa.

Não demorou muito, já que eles estavam praticamente cochilando sentados, e logo cheguei na cozinha.

A observei em silêncio, enquanto ela terminava de secar os pratos. Quando ela terminou, enfim se virou, notando então a minha presença.

—Há quanto tempo você está aí? –Ela pergunta.

—Não muito. –Respondo.

—Eles já estão dormindo? –Ela perguntou um tanto quanto surpresa.

—Como uma pedra. –Eu disse.

Ela suspirou, o que só confirmou a minha suspeita de que essa visita tem segundas intensões.

—Porão? –Perguntei a ela, caso ela quisesse falar em um lugar mais privado.

—Está tentando dormir comigo novamente Jethro? –Ela perguntou erguendo sua sobrancelha.

—Não Jenny, o Bourbon fica lá embaixo. –Eu disse, me abstendo de qualquer outro comentário, começo a achar que fui meio rude.

Espera um minuto, desde quando me preocupo se os outros me acham rude?

Em resposta ela assentiu e me seguiu até lá.

Descemos até o porão e assim servi dois copos, entregando um a ela.

—Obrigada pelo jantar. –Ela disse antes de tomar o primeiro gole.

—O que há de errado? –Perguntei, já que nunca gostei de rodeios.

—Sempre direto. –Ela disse.

—Você me conhece. –Eu a lembrei.

Ela respirou fundo e então começou a dizer:

—Recebi uma notificação essa tarde, William Decker morreu. Ataque cardíaco.

—Você vai ao funeral? –Perguntei.

Ela então me dirigiu um daqueles seus olhares de diretora.

—Ele era nosso colega e eu sou a diretora, tenho que ir Jethro. –Ela explicou.

—Presumo que esse seja o pedido para que eu fique. –Deduzi o óbvio.

Em resposta ela assentiu.

—Você sabe que eu o conheci por mais tempo que você, não sabe? –Eu disse um pouco incomodado por ela não ter me incluído.

—E você adora esse tipo de evento não é? –Ela perguntou em um tom ligeiramente irritado, enquanto rolava os olhos, então prosseguiu –O funeral será amanhã, vou pegar um avião as dez levarei David e DiNozzo comigo. Você fica com as crianças, já que eu dei folga a senhora Martinez esse fim de semana.

Agora era a minha vez de virar o meu copo.

—Meus agentes Jenny? –Perguntei irritado.

Ela rolou os olhos e disse como se fosse óbvio:

—Você conhece as regras Jethro, apenas agentes de campo seniores podem me acompanhar e se eu não usasse os seus seria acusada de favoritismo.

Quanto favoritismo...

Ela então deixou o copo vazio em cima da mesa, pela sua postura eu percebi que ela estava prestes a ir embora e então ela falou:

—Jethro? Obrigada por me deixar ficar para o jantar, eu...

Devo dizer que suas palavras foram de fato surpreendentes, Jenny estaria se desculpando de alguma forma?

Fui obrigado a interrompê-la:

—Você é a diretora Jenny, mas sempre será a mãe daquelas crianças e minha parceira.

Mas que diabos? Eu estava me declarando? Mas isso não é o mais surpreendente, a surpresa nisto tudo foi ela se aproximar e me abraçar.

Ficamos abraçados por cerca de cinco minutos, quando ela começou a se afastar e eu abaixei meu olhar em direção ao seu rosto, ficando assim a centímetros de distância um do outro.

O cheiro de seu perfume francês, seus olhos verdes brilhantes, seus lábios ainda vermelhos de batom, tudo isso era um convite para a repetição dos eventos daquela noite. No entanto, um de nós tem que ser forte o suficiente para sair, e não é surpresa quando ela se afasta.

—Até segunda Jethro. –Ela diz e eu a observo subir as escadas.

Fico ali em pé, um pouco perdido na verdade, tendo involuntariamente as imagens daquela noite há semanas se repetindo em minha mente e tentando classificar o que aconteceu há pouco.

O que eu teria feito se ela não tivesse se afastado? Eu teria beijado ela?

Deus me ajude, mas eu não posso me apaixonar novamente por ela. Se é que algum dia eu parei.        


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Notas finais do capítulo

QUASE, que eles se beijaram. Quem sabe da próxima?
Tristes com a partida da Hollis? Pq eu não he he he
Será que Jenny vai sair ilesa dessa viagem?



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