Secrets escrita por K Valentine


Capítulo 4
Chapter III


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Capítulo novo no ar!
Espero que gostem!

Divirtam-se ♥



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Eu não consigo tirar da cabeça aqueles desenhos da Ivy desde que tive o prazer de vê-los. Eram impressionantes e magníficos demais para ficarem guardados no fundo daquela gaveta. Isso seria uma afronta contra a moda! Precisava agir para não deixar isso acontecer. Ela vai ficar com raiva de mim num primeiro momento, mas garanto que me agradecerá depois.

Eu sabia de toda a rotina diária dos Mayvic e me aproveitei disso para colocar meu plano em ação. Tomavam café da manhã de sete até sete e meia, horário em que Ivy ia para a academia. O Boss ficava lendo jornal até as oito, quando saía para trabalhar. Era o momento perfeito para conversar com ele. Eu já tinha planejado todo o assunto que trataríamos em mente. É irrecusável a minha proposta! Cheguei mais cedo do que o costume e fui direto ao quarto pegar os desenhos e desci para o escritório, local onde ele estava.

— Bom dia, Boss! – bati na porta, para chamar sua atenção e ele me olhou. - O senhor tem um minuto?

— Claro, Ludovico. – deixou o jornal em cima da mesa. – Por favor, sente-se. – apontou para a cadeira que ficava em frente à mesa que estava sentado. – Aconteceu alguma coisa com a Ivy que eu deva saber?

— Então, é dela mesmo que eu queria falar, por isso vim mais cedo... – respiro fundo. Por um momento fico receoso do que direi, mas tomo coragem. – Eu cumpro sempre com tudo que o senhor pede, principalmente nas atividades que tem a finalidade de entretê-la. Mas sinto que as vezes ela fica um pouco entediada, por mais que façamos coisas diferentes no dia...

— Mas vocês não fazem tudo que mulheres geralmente gostam? Compras e tal...

— Sim, mas a sua esposa é uma mulher diferente da maioria... Ela não liga para roupas de marca e nem nada do tipo, sua essência é simples e humilde até hoje, o senhor sabe.

— Sei bem... Já era de se esperar que depois de um tempo isso acontecesse. – ele olha para baixo, e fica pensativo.

— Tenho medo que ela entre em depressão, pois de uma hora para outra a vida dela mudou completamente, para melhor, é claro... Mas às vezes muitas pessoas não conseguem lidar com isso. E por causa do que estou lhe dizendo, que tive essa ideia que, se me permite, eu queria compartilhá-la com o senhor, Boss.

— Por favor, pode prosseguir. Faço tudo que estiver ao meu alcance para agradá-la.

— Outro dia, eu encontrei isso. – coloco o bloco de folhas sobre a mesa, com um croqui a mostra, para que ele veja. – São todos desenhos da Ivy.

— Eu não sabia que ela desenhava tão bem assim. – diz, folheando-o.

—Também não. Pois bem, com os meus conhecimentos do mundo da moda, posso afirmar com toda a certeza para o senhor que nunca vi nada parecido no ramo... Esses desenhos realmente me impressionaram muito. – faço uma pausa. - Por causa disso, eu tive uma ideia e queria sugerir para o senhor que monte uma empresa para ela poder confeccionar e vender as peças que cria.

— Criar outra empresa? – ele ergue as sobrancelhas, espantado com o que eu disse. - Eu não tenho tempo para gerenciar mais uma, ainda mais nesse ramo que não conheço, Ludovico. – me responde, sério.

Mas não seria o senhor que tomaria conta, e sim ela.

Adam me olha surpreso. Ele realmente não estava preparado para essa proposta um tanto quanto inusitada.

— Ivy não tem conhecimento nenhum de administração de uma empresa. – desdenha, argumentando. – Seria um fracasso, na certa.

— Sei que não, mas eu sim. Posso auxiliá-la no que for preciso, desde que tenhamos profissionais qualificados para dar base ao negócio, que será extremamente lucrativo. Pode ter certeza. – afirmo, mostrando confiança.

— Lucrativo? – ele ergue a sobrancelha, interessado.

— A indústria da moda é a que mais apresenta índices de crescimento com o passar dos anos, Boss. Pode pesquisar e comprovará isso que eu lhe digo.

— Não sei se seria uma boa ideia. Ela ficaria muito exposta e eu definitivamente não quero que isso aconteça.

— Exposição é facultativa. Conheço vários estilistas que são mais discretos, fogem dos holofotes a todo custo e são respeitados por isso. Apenas sabemos de quem se trata e ponto final. O que precisa ficar em completa exposição, serão as criações dela. Ivy tem um talento e tanto! Veja esses desenhos perfeitos! – aponto para o bloco. - Não dou um ano para a marca explodir de tanto sucesso, confie em mim! Além do mais, será uma excelente ocupação para ela, já que estará fazendo algo que realmente gosta. Garanto que não atrapalhará em nada nas coisas que o senhor não abre mão que ela faça. – respiro fundo, mais aliviado por conseguir falar tudo que queria.

No fundo, no fundo, eu sabia que o maior medo de Adam, era da esposa se tornar independente. Ele é possessivo, controlador e também ambicioso. É por isso que, acima de tudo, não havia como ele negar que era uma ótima ideia.

Boss folheou o bloco novamente e enquanto fazia isso, permaneceu calado, observando-o.

— Foi ela que teve essa ideia? – ele questiona.

— Não. Ela nem sabe que estou aqui lhe propondo isso. É tudo ideia minha.

— Eu preciso de tempo para pensar bem no assunto e depois que tiver uma posição definida, lhe informo. – disse, olhando no relógio.

— Como quiser, Boss!

— Já está na minha hora. Por enquanto isso fica comigo. – pega o bloco e coloca dentro de sua pasta e se levanta, saindo do escritório.

Assim que ele deixa o local, eu dou pulos, vibrando por essa conquista que já está ganha!

— É isso aí, Ludovico Bertollini. – digo para mim mesmo no reflexo do espelho, enquanto ajeito minha gravata borboleta.

Vou saltitando até a cozinha, comemorando e paro quando vejo que Kriss e Susy, que pararam o que faziam e me olham como se eu fosse um alien.

— Tá louco, é? – indaga a primeira.

— Estou feliz, queridjênhas. Este que vos fala consegue sempre tudo que quer!

— Aposto que ele ganhou um aumento. – comenta Kriss e Susy concorda.

— Nada disso! Vocês duas me julgam muito mal. – franzo a testa. – Mas logo, logo saberão do que se trata. Por enquanto é assunto confidencial.

Fiquei um tempo conversando com as duas na cozinha, enquanto esperava Ivy chegar. Preciso distraí-la hoje para que não perceba a ausência dos desenhos, caso contrário irá me matar! Mas quem apareceu, para minha infelicidade foi o rottweiler, mais conhecido como Giorgio.

— Chegou cego hoje hein, libélula? – disse, ao me ver.

— Só para você matar saudade do meu corpinho. – o provoco. Não sou obrigado, não mesmo!

— Sai fora. – faz careta. – Kriss, vem comigo um instante. – chama e ela vai.

— Os dois estão de rolo? – pergunto para Susy.

— Ele bem que tenta, mas acho que ela quer mesmo é fazer hora com a cara dele. – ela ri.

— Acho mais do que merecido!

Os dois voltam e eu, como gosto pouco de provocar, solto mais uma farpa.

— Você não acha que está atrasado para buscar a patroa?

— Agora você me dá ordens, libélula?

— Claro que não... Mas acho que o Boss não vai gostar nada, nada de saber que você se atrasou por causa que estava de papo furado.

Ele me olha furioso, sai bufando e pisando duro. Nós caímos na gargalhada.

***

Para manter Ivy ocupada, decidi ir ao zoológico de Los Angeles com ela. Ficamos andando praticamente o dia todo por lá. Pelo menos foi algo que ainda não havíamos feito e ela se divertiu bastante.

Me contou sobre a festa de gala da amFar e que conheceu um amigo muito simpático de Adam, que estava acompanhado de dois dos caras da banda que ele é empresário. Ela os descreveu para mim de uma forma que eu tive vontade de conhece-los, principalmente o “loiro extravagante”.

Já era quase cinco da tarde e voltamos para casa. Adam chegaria em trinta minutos e essa era a hora de contar para ela o que eu havia feito. Esperei ela terminar de tomar banho e sentamos no jardim interior da cas.

— Preciso te contar uma coisa. – comecei e ela me olhou estranho.

— Não me diga que você arrumou outro emprego, Ludovico. – diz, olhando para frente.

— Nada disso! Você sabe que eu jamais te deixaria.

— Assim espero. Caso contrário faço Adam criar um contrato que te obrigue a ficar aqui até o último dia de nossas vidas também. – ela ri e eu também acho graça.

Respiro fundo e solto, sem rodeios e de uma vez.

— Eu mostrei seus desenhos para ele e o pedi que abrisse uma empresa para que você possa confeccioná-los e vendê-los.

— O QUÊ? – ela me olha espantada. – Ludovico, eu não acredito nisso! Meu Deus, com que cara que eu vou olhar pro Adam hoje? Ele vai me dar um sermão daqueles, já estou até prevendo! Você não tinha esse direito! – levanta-se e aponta para mim.

— Me desculpe, mas eu não aguentei!

— Você só pode estar ficando louco! Eu entendo APENAS de costura e não de como administrar uma empresa!

— Eu sei, mas posso te ajudar se contarmos com profissionais qualificados.

— Meu Deus! Isso tudo é uma loucura! – ela passa a mão pelos cabelos, ainda sem acreditar no que eu disse. - E o que ele te respondeu?

— Disse que ia pensar sobre o assunto.

Ela me olhou pasma. Acho que não esperava que Adam reagisse dessa maneira.

— Você tá brincando?

— Não! Ele foi educado e calmo, tentou argumentar mas não teve como. Eu fui bastante persuasivo. Querendo ou não, essa é uma ideia maravilhosa! Você vai ocupar sua cabeça com algo que gosta...

— Ainda não sei se é uma boa ideia... E se a empresa fracassar?

— Com o talento que você tem, não fracassará, pode ter certeza!

Ela me olha, ainda desconfiada.

— Não sei, Ludo...

— Vai dar tudo certo, confia em mim. Seremos um sucesso.

***

Adam chegou e durante o jantar não tocou no assunto. Eu quis sacudir ele para saber da decisão, mas fiquei sem graça de perguntar. Como deu a hora de ir embora, fui para minha casa.

Após a refeição, ele foi para a sala de estar e Ivy ia subindo para o quarto, mas ele a chamou.

— Ivy, fica aqui comigo e me fazendo companhia.

Ele podia ser o que fosse, mas no fundo gostava realmente dela. Ivy estava no meio da escada e desceu, indo até onde ele estava no sofá, meio deitado. Adam abriu os braços e ela sentou-se do seu lado, deitando em seu peito. Ele a envolveu com os braços e começou a acariciar seus cabelos. Os dois permaneceram naquela posição.

— Ludo hoje veio falar comigo sobre...

— Sim, eu sei. – o corta. - Ele me contou sobre essa loucura depois que chegamos do zoológico.

— Loucura por quê, você não quer?

— Tenho medo de dar errado pela minha falta de experiência... – ela é sincera com ele.

— Acho que não. Andei analisando seus desenhos e conversei com pessoas que são entendidas no assunto. Se você realmente quiser colocar em prática essa ideia do Ludovico, dentro das minhas condições, terá sua própria grife de roupas, Ivy.


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Notas finais do capítulo

E então, onde vocês acham que isso vai dar?
Me contem tudo que estão achando nos comentários.
Para quem não sabe ou não lembra de onde veio a inspiração para a criação do Ludo, olhem só esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=NE2W8b67jHE hahahahahaha



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