Príncipe mestiço. Veela escrita por Dyryet


Capítulo 1
Imperdoável.


Notas iniciais do capítulo

(Esta ova é uma parte de 3 que se divide entre antes da escola depois e durante. Mas não tem que ler todas para entender sendo esta 3 de 3 com as regras do desafio feito no grupo e com o tema veela. Isto é ela só é do mesmo universo de: “Segredos de Hogsmeade” que se passa no passado e futuramente “Polissuco” que vai se passar durante).



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/701505/chapter/1

Despertei sonolenta.

Os lençóis macios de seda, cobertores deliciosos como o mais bem cuidado pelo de animal e aquele cheiro puro de perfume amadeirado com um toque especial indecifrável.

Estagnei ao perceber que não era o meu próprio dormitório e que ao meu lado se encontrava uma figura masculina; e este não era Ron... Me neguei a investigar quem poderia ser, logo percebendo que me encontrava completamente nua e com aquela sensação única entre minhas pernas que só poderia indicar uma missão muito bem cumprida.

Mas como fui parar ali? O que estava acontecendo?

 

Mas isso foi coisa de momento. Sabe aqueles três segundos em que você acaba de acordar e nem lembra o próprio nome? Sim tive toda esta crise neste meio segundo.


Levantei um pouco mais aliviada olhando com atenção para a pessoa desacordada a meu lado.

Os cabelos dourados tão claros que eu podia encontrar fios de prata dentre eles; era algo tão característicos que o reconheceria de longe. O corpo sempre coberto por vestes grosas, opulentas e bem comportadas agora estava completamente exposto.              Apenas para mim.
Apenas para o meu deleite.

Fico o admirando um pouco.

Parecia uma pintura em tela, uma beleza rara. Um príncipe; com toda certeza um príncipe encantado e com tudo o que este titulo pode levar; status, beleza, riqueza, servos e ate mesmo alguns pesares. Era o meu próprio príncipe encantado.            O engraçado é que tinha sido eu, a pequena camponesa a salva-lo.

Seus olhos não tardam a abrir.

Aquele par de olhos de um azul tão puro que se assemelhava a um lago congelado, frios e belos chegando a hipnotizar e te fazer se perder dentro deles. Era a minha boneca de porcelana; frágil de certa forma. Por que não?                            Todo homem tem seus fragmentos e eu tinha acabado de juntar seus cacos. e iria cuidar muito bem dele.
   

Ele encara como se não pudesse me ver ali, como se estivesse cego, mas ao mesmo tempo encarava; parecia ainda dormir.

—--- Não posso... ---- sua voz soa fraca como que se suas cordas vocais ainda não tivessem despertado completamente e seus lábios um pouco colados ainda de desprendem ao som da primeira palavra. ---- ...Sei o que me responderia. Sei como me olharia... o que pensa de mim. O quanto me odeia e despreza. ---- posso sentir suas mãos acariciarem calmamente meu rosto tirando uma mecha de meu cabelo e o enrolando em um dos dedos enquanto me acariciava tão tenro. ----- Não posso... eu já sei a resposta... Não preciso da certeza.

Ele ainda estava dormindo?

Do que estava falando?

Ri um pouco por dentro, mas aqueles olhinhos tristes me olhando apertava o coração.          Não acreditava que eu era real? Que eu realmente podia estar ali?

Faz sentido...

Me aproximei e o beijei. Seus lábios ainda estavam frios como quando o encontrei com um fio de vida.

Ele me correspondeu de leve; ainda não despertara completamente. Estava exausto e atordoado, a noite anterior tinha sido mesmo confusa.

Mas assim que ele volta a acarinhar a minha face e percebe a marca em seu braço direito ele se assusta, espantando o sono e se erguendo com velocidade. ---- Como? ---- creio que em seus “sonhos” ele não tinha a marca negra.

Não evito rir quando ele cai da própria cama com o susto e esbarra em uma mesa, mas sem querer derruba uma peça que muito frágil quebra ao bater em sua cabeça.

—--- Draco! ---- desço da cama preocupada sem me importar pelo fato de ainda estar despida tirando os cacos que tinha ficado em seus ombros. ---- Esta ferido?

—--- Eu não... ---- ele balança a cabeça como se quisesse acordar e posso ver os fragmentos caírem por entre os fios dourados trazendo um brilho como se ele fosse um ser mágico, uma reluzente fada. Ri novamente com a imagem. ---- Hermione...? Quero dizer G-Granger?

—--- Hermione esta bom.

O abraço e aos poucos ele vai despertando e eu posso o contar tudo o que aconteceu.

—--~*---^*---~*---^*---~*---^*---~*---^*---~*

—--~*---^*---~*---^*---~*---^*---~*

*---~*---^*---~*---^*---~*

—--- Sua... Sujeitoinha de sangue ruim.

Cruel.

Raivoso.



Ele sempre foi um homem de poucas palavras, entretanto possuía uma língua ferina e ultimamente meus olhos não saiam de cima dele.

Só que...

Eu já tinha alguém na minha vida.

—---- Bom dia Hermy! ---- o ruivo se aproxima de mim como em todas as manhas depois de nosso primeiro beijo; carinhoso e afetuoso e tenta me dar um beijo no rosto como um cumprimento, mas como por instinto me esquivo de seu ato.

Já era a quarta vez que isso acontecia.

Ele não me diz nada, só olha espantado faz uma carinha de: “cachorrinho que caiu da mudança e esta chovendo” que me parte o coração e se senta pegando o café da manha.

—--- O que eu fiz de errado agora Harry? ---- eu não era surda. Podia o ouvir cochichar com aquele timbre fanho de preocupação e culpa.

Não era culpa dele.

Ele não tinha feito nada de errado.

Eu só não queria que ele me tocasse.

Eu não sabia por que, mas não queria.

 Não estava irritada, não estava magoada e nada do gênero. Só era muito estranho.       Sentia como se fosse... o Harry ou qualquer outro amigo, não tinha vontade de beijá-lo nem nada do gênero. E quando ficávamos sozinhos era ainda pior.

A primeira vez que ele me tocou foi incrível.

Foi como se eu pudesse ver todo o cosmos e as constelações, mas agora não sentia mais nada; era como se a chama tivesse apagado de uma vez com um grande balde de água fria. Eu só não sei quem foi que jogou.

Me sentia muito mal.

Não queria nada daquilo; queria continuar feliz junto do meu namorado que lutou a meu lado contra o lorde das trevas e salvou minha vida, queria continuar sendo feliz junto com ele, entretanto eu não estava; realmente não estava. Teria sido tudo coisa de momento? Eu não podia acreditar que tudo o que senti foi por conta do que estava acontecendo e sempre acontecia, nos três juntos contra tantas adversidades. Mas agora... agora que acabou éramos apenas três amigos repetentes que tinham que terminar os estudos.

 

 

—---- Deixa ele em paz Malfoy!

O local estava lotado e bem barulhento, entretanto pude ouvir a voz de Neville soar tão firme e contra alguém que ele nunca conseguiu ter êxito em peitar e isso me chamou a minha atenção.

Me levantei e fui ver o que estava acontecendo.

Fiquei de longe observando calmamente Neville confrontar o slytherin que mesmo depois de tudo mantinha aquela aura superior e de nobreza. Ele sorria um tom de deboche como sempre fez... mas tinha algo de errado com seu sorriso; tinha algo bem diferente ali.

Os cabelos tinham voltado a serem penteados com maestria, nem um único fio fora do lugar, o mesmo vale para os trajes, tudo impecável como fora outrora; um príncipe; a serpente mais venenosa da casa de sonserina havia retomado seu vigor e força, e isso me trazia sentimentos que não pude descrever.

Por meio segundo parecia que o louro tinha olhado para mim.

Percebi em seus olhos um brilho frio. Como um vidro fino tivesse se partido ali e eu pudesse ver o brilho de seus cacos. E de repente...

—--- Malfoy!!!

Todos em volta não souberam como reagir ou o que fazer.

Sem motivos ele foi ao chão.

Caiu desacordado e se não fosse por um de seus comparsas teria batido a cabeça com tudo nas escadas.

—--- O que ouve aqui? ---- cheguei junto de um dos monitores e logo os professores se aproximaram, mandando que o levassem a enfermaria.

—--- Você fez uma azaração nele! ----- um dos slytherin acusa Neville sem ter provas de nada já que o mesmo nem tocou em sua varinha.

Pude ver a enfermeira Papoula Pomfrey chegar apresada para analisar o caso.

Ninguém havia feito nada; ele simplesmente caiu sem motivos.

A meu ver o loiro sempre foi fresco e mimado, mas desta vez ele tinha mesmo apagado e do jeito que caiu podia ter se ferido gravemente; já que carregava com sigo utensílios afiados, pois iríamos direto para aula de poções e como ele era bom nestas aulas estava a ajudar os colegas e ensinar um ou dois truques de corte antes da mesma.

Peguei minhas coisas e a segui ate a enfermaria, entretanto não consegui muitas coisas; só pude ouvir um: ---- O pulso esta extremamente fraco, vamos logo com isso. ----- antes de eles fecharem a porta.

~*~*

A aula de poções ocorreu normalmente, mesmo com os murmúrios sobre o ocorrido no café da manha. Mas eu não me importei, pelo menos pensei não me importar.

 Durante o restante das aulas eu consegui me esquecer do fato; ate que ao anoitecer vamos tomar o café e posso ver no cantinho da mesa dos slytherin uma varinha caída. A recolho reconhecendo de imediato.

Como não havia visto nenhum dos comparsas do dono da varinha apenas dou de ombros a guardado para poder entregar assim que o visse. Já esperava receber alguma acusação de ladra ou coisa parecida e com isso armava uma boa resposta para a serpente ter que engolir torto, mas no dia seguinte nas aulas de defesa contra as arte das trevas que dividíamos; nada de ele aparecer.

—--- Onde esta o Malfoy? ---- posso ouvir aquela slytherin que vivia colada nele como uma vedete questionar toda aflita.

—--- Não sei. A enfermeira mandou ele ficar lá mais um pouco, mas eu não sei o que foi aquilo ontem.

—--- Com toda certeza foi o Longbotton! Esta todo macho agora.

Nada daquilo me interessava.

Pelo menos foi o que imaginei.

Eu só queria devolver o que não era meu...

...era o que me repetia a todo momento, até acreditar.


~*~*

—--- Aonde vai?

—--- Já perdi muitas aulas. ----- ele vestia o casaco com entalhe de serpente e marcas verdes enquanto penteava os cabelos, parecia realmente apressado e me detive em entrar e o devolver a varinha. ---- E todos devem estar falando disso, tenho que dar uma boa resposta logo.

—--- Então vai contar a seus amigos? ---- a saudosa Papoula Pomfrey sorriu alegre, mas o olhar gélido dele logo desfez seu sorriso. ---- Não é tão difícil quanto você acha. E só você...

—--- Não se meta. ---- ele é ríspido como sempre; vindo em direção à porta a passos largos e eu me escondo. ---- Não ouse se meter na minha visa. Se contar o que descobriu a alguém...

—--- Não tem de me ameaçar garoto. Mas você tem que saber que... sendo um veela... e negar isso significa a morte.

—--- A vida é minha. ---- ele abre aporta com ferocidade e acaba por esbarrar em mim e quase caímos os dois. Quase.

Já esperava por um esporro como: “saia da frente sua inútil” mas não. Ele apenas se espantou arregalando bem aquele par de olhos azuis cintilantes dando passos para traz quase que no automático. ---- Granger? ---- murmura fraco como se me temesse, logo olhando para trais e encarando a porta já fechada.

—--- Vim te devolver isso. Como não deu falta? Estava caída no chão. ----- expliquei rápido, não estava entendendo sua reação e por algum motivo me senti muito mal, quis ir embora o mais depressa possível de lá. ---- Eu não roubei se é o que imagina então porque você não pega logo e...

—--- Obrigado. ---- ele apenas pega da minha mão, se vira e sai.

...

.....

Obrigado?

Ele realmente me agradeceu?

Talvez tivesse o julgado mal.

E se ele realmente mudou depois de tudo?

Tire isso da cabeça Hermione! Por que diabos esta imaginando isso e por que isso te deixou tão feliz?

Segui de volta ate a aula de vidência a onde quase chego atrasada. Mas uma coisa não saia da minha cabeça; aquela palavra... Soou tão sentida, triste, quase chorosa; era como se ele quisesse me dizer muito além, mas as palavras prendiam em sua garganta e machucavam.
~*~*

—--- Por que esta chorando Hermione? ---- por um momento esqueço que estava na sala de Gina e me assusto em ver ela.

—--- Estava? 

—--- Ainda esta. ----- ela aponta curiosa e eu percebo uma lagrima fina em meu rosto. Por que eu estava tão triste?

O dia passou tão rápido que nem ao menos senti.               As vezes refletia tanto sobre o que sentia e tentava entender que agia por automático indo aos locais e frequentando as aulas. 

Minha cabeça rodava com o assunto do Ron e a ultima coisa que eu queria era voltar para a casa de grifinoria e ver aqueles olhinhos melosos que não sabiam o porquê de eu esta sendo tão fria. Também não queria voltar ao salão comunal...

 Porque me encontraria com ele em qualquer lugar?

 Dizem que não é bom namora alguém do trabalho por conta destas coisas, mas ninguém advertiu sobre alguém da mesma casa!!!

E se eu tivesse ficado com alguém de outra casa?

Quem Hermione? Tira isso da sua cabeça. Por que fica pensando nestas coisas?

Às vezes parecia que minha cabeça continha pensamentos e que algo me impedia de completar; sentimentos ilógicos, como se... Eu não possuísse mais as lembranças que os originaram.

Ridículo!

Hogwarts era um castelo... e um dos mais gigantescos que já estive. Espera! Já estive em algum outro? Sim... verdade a casa dos Malfoy, aquilo era um castelo também.            Mas porque me esqueci disso?

O tempo estava louco.

Quente e chuvoso.

O tipo de dia que eu gostava de ficar sozinha no...

—--- Malfoy? ---- não evito um espanto ao ver ele sentado em meu local de leitura favorito.

Era um ambiente vasto com uma ótima vista para a floresta e também o lago onde poucas pessoas trafegavam e eu podia ter um tempo só meu para pensar. Gostava de lá, pois era isolado. Poucos sabiam de sua existência e os que sabiam não o frequentavam, por que realmente não tinha nada lá, a não ser uma bela vista, um banco de madeira e paz.

Mas o louro não me dirige uma única palavra.

Me olha com o mesmo ar de espanto logo alterando para um bela carranca que eu sentia ser forçada.

Ele não possuía livros.

Nem mesmo um guarda-chuva...

—--- Toma. Vai se resfriar. Acabou de sair da enfermaria... ---- ofereci de bom grado e ele me olhou de um modo que não consigo descrever. Encarou meu pescoço e logo eu lembrei de que Ron havia me surpreendido há poucos minutos com um caloroso beijo nesta área então me cobri irritada por ele ter visto aquilo; unindo com a raiva que senti pelo ato de Ron.

Definitivamente eu não queria que ele me tocasse e isso só me trazia repudia e raiva. Mas por quê? Por que sentia tanto nojo do meu namorado? E por que meu peito ardia de raiva ao saber que o louro havia percebido a marca?

Só sei que ele se levanta e sai sem dizer uma única palavra, ignorando meu ato de emprestar o guarda-chuva e seguindo seu caminho a passos céleres.

Quando dei por mim senti respingar uma gota fria em meu busto.

Estava chorando novamente.

Mas por que?

OoOoOoOoOo

Eu sempre soube que a reencontraria em Hogwarts.

Sempre soube que ela não se lembraria e que isso iria doer.

Mas imaginei que não passasse de um amor de criança e que isso fosse passageiro e logo me afundaria entre os seios de uma tiete qualquer. Mas isso nunca aconteceu.

Sempre a via nas aulas em conjunto.

Todos os dias...

Lá do outro lado da sala junto do Potter e do Weasley.

Sempre a responder ate mesmo quando não era pedido. Sempre brilhante e forte como no dia que a conheci. Afinal não tinha por que ela mudar; ela seria sempre ela.

O tempo passou e segui calado.

Não a deixaria suspeitar de meus sentimentos, ninguém nunca saberia nem mesmo meus melhores amigos e principalmente minha família.        Meu pai já tinha deixado bem claro o que faria com ela e eu tinha uma cicatriz no rosto para provar e lembrar todos os dias.   Coisa mínima que podia cobrir com um pó qualquer ou passava completamente desapercebida mesmo; mas eu sabia que estava ali. Ele tinha feito de propósito.

Por isso nunca falei.

 Nunca demonstrei nada, mesmo que meu coração dançasse quando a via andar pelos corredores com aqueles lindos cachos ao vento, mesmo quando me faltava o ar toda vez que nos confrontávamos no corredor e aulas.

Sangue ruim.

Ainda me lembro do dia em que a chamei assim.

Ela estava mais linda do que nunca, brigava com a força do coração e eu perdia o foco olhando para seus lábios penando por nunca poder tomá-los para mim. Ela era inteligente e notara algo estranho então a repeli do pior jeito que pude me lembrar.             Uma vez meu pai contou que um amigo dele da época de escola amava uma sangue ruim e sem querer em um momento de raiva a chamou assim e ela nunca mais o perdoou.

Talvez sabendo que ela me odiava o sentimento que sentia sumisse junto com a tentação. Me odiando ela estaria segura...

Seus olhos se encheram de lagrimas em segundos. Quis me desculpar, quis fazer qualquer coisa para confortá-la, me explicar a abraçar e roubar um beijo, mas não pude.

Nunca pude.

O tempo passou e meus problemas se tornaram muito maiores que um amor proibido; e assim consegui tirar ela da minha mente e dei lugar a pesadelos indescritíveis.

Cada dia se tornada um passo no inferno; era jogado em um mundo tortuoso e não tinha mais meu pai para me proteger. Minha mãe era refém assim como minha própria vida e fui obrigado a coisas horrendas.

Se eles estava certos em odiar os trouxas e os sangue ruim por que eram tão...?

Sentia como se minha alma fosse ser partida. Eu a estava vendendo a um demônio que a destroçava nos dentes da serpente que tinha como mascote.

Desespero era uma doce saudade perto do que vivi aqueles dias.

Me lembro bem do dia em que fui chamado para reconhecer Harry Potter e a vi ali. Fiquei em duvidas sobre revelar o que sabia como meu pai claramente implorava. Se eu contasse o que iria acontecer? O lorde das trevas ganharia? O que faria?

É ridículo imaginar que não contei por causa dela?

Sim amá-la era um tormento mas um tormento bom perto do que vivia; não imaginava que a vitória do Lorde das trevas iria de alguma forma ser boa. Muito menos se neste novo mundo que ele criaria ele se livrasse de todo sangue ruim. E mesmo que não se livrasse, ela estava bem ali como inimiga. Depois de acabar com Potter o que fariam com ela?

Bellatrix

Aquele monstro a torturou e eu não pude fazer nada.

Ainda me culpo por minha submissão naquele momento. Os gritos dela ecoando pelas paredes de minha própria casa...
Parecia que ela estava torturando a mim.             Desejei isso. 

Quis-me por em seu lugar, mas seria ridículo; isso não a salvaria. Então em um momento de distração da criatura que usava a forma humana lancei um feitiço para que ela pudesse se sentir melhor, a recolhi do chão envolvendo-a com um tecido branco que não lembro ser das cortinas ou de outro móvel qualquer e logo o mesmo se tingiu com seu sangue; curei suas feridas fingindo ir a levar a cela junto dos outros e evitei a todo custo que ela despertasse e percebesse meus atos  e logo desapareceu junto do meu antigo elfo domestico.

 

Minha tia... por parte de mãe quis ensinar-me oclumencia, coisa que agora sei com plena exatidão. Mas em meio aos ensinamentos a psicótica descobriu o meu segredo, meu amor proibido pela moça que cheirava a livros velhos e era dona dos cachos mais rebeldes e lindos do mundo.        Foram horas de tortura por conta desta descoberta... A voz nem mais saia para que alguém pudesse saber o que se passava naquela sala. Fiquei preso em meu próprio corpo impossibilitado de nem mesmo expressar o que sentia, era como se cada fragmento dos meus ossos ardesse em chamas enquanto vários vermes famintos adentrassem toda minha carne e alguém arrancasse a minha pele vagarosamente. Não conseguia respirar.

—--- Aprendeu a lição sobrinho?

Foi só o que ouvi antes de ela reiniciar tudo só pelo prazer que sentia ao me ver retorcer em plena agonia.

Não preciso dizer que aprendi muito bem oclumencia e que ninguém nunca mais conseguiu ver o interior da mina mente. Muito menos meus segredos.


~*~*

Finalmente a guerra havia acabado.

Meu pai sempre foi e creio que sempre seria muito influente nos livrando de todas as penitencias com a sagacidade e habilidades admiráveis.

Então eu voltei à escola e a minha antiga vida.

Pelo menos tentei.

A primeira vez que os vi se beijarem senti como se Bellatrix estivesse a meu lado novamente, usando aquele maldito feitiço e fazendo com que eu sentisse milhares de pregos em brasa enfincarem no meu peito se retorcendo ate varar o meu corpo.

Beijavam-se tão apaixonados, tão entregues ao momento que eu definitivamente quis morrer.

E quem diria? Parece que alguém ouviu as minhas preces.

Meses depois quase no inicio do ano letivo minha mãe não aquentando mais minhas crises de desmaio entre outros problemas me levou a um medico da família que depois de vários exames, antes de dar seu diagnostico fechou a sala com um feitiço que impedia de todos os demais nos ouvirem; e logicamente minha mãe já ficou tensa.

—--- Senhora Malfoy. A senhora tem conhecimento do que seria uma Veela? ---- o homem uma fala mansa, entretanto minha mãe já entorna se levantando completamente enfurecida.

—--- Do que esta me acusando? Eu sou uma legitima Black sangue puro assim como meu marido. Não tem como isso ser uma opção.

—--- Por favor se acalme... Devo te contar uma coisa, já que creio que seu marido não contou.

—--- O que ele não me contou?

—--- Devido a muitos ocorridos e magias que usou na juventude seu marido Lucio Malfoy que é meu paciente há anos e estéreo e por tanto incapaz de ter filhos.

—--- Isso não pode ser verdade! Ele sempre foi um pai dedicado a Draco e...

—--- Seu marido estava ciente. Ele sempre quis ter uma criança mesmo sabendo que Draco não era seu filho legitimo não negou a criança por que te amava; assim como viu a chance de em fim ter o gosto de ser pai.

—--- Não pode ser... ---- minha mãe caiu em frangalhos, não sabia se brigava ou se chorava. Se ia e abraçava meu pai ou se mandava processar o medico por não ter contado tal fato. ---- Como isso pode ser possível. Meu filho é um puro sangue!

—--- Receio que não.

Estas palavras foram como um denso punhal para ela.

Fiquei apenas observando a tudo ate que minha mãe se acalmasse e nós partimos de volta para casa.

No caminho ela permaneceu completamente introspectiva.

Foi em apenas um momento rápido que ela me tomou nos braços me pondo contra deu tórax do mesmo modo que fazia quando eu era criança e chorava, e assim ela ficava a me acarinhar ate que eu me acalmasse. Mas desta vez era ela quem chorava amargamente.

—--- Sinto muito meu filho... sinto muito meu amor.

—--- Esta tudo bem mãe. ---- eu me segurava para não perguntar o que seria um Veela.

—--- Depois de tudo o que te ensinamos e tudo o que passou...

Ela não parava de chorar e assim que chegamos e meu pai a viu entrar soube na hora do que se tratava e ambos se traçaram em um cômodo aparte para conversarem.

 

Na mitologia eslava veelas (em inglês) são criaturas semelhantes a ninfas, que vivem em lagos e rios e possuem poderes e habilidades apenas durante tempestades. Elas podem ser os fantasmas de mulheres que se afogaram, especialmente aquelas que foram traídas por seus amantes. Elas geralmente aparecem como lindas e belas mulheres, mas são conhecidas por terem também a habilidade de se transformarem em cisnes, cobras, cavalos, ou lobos. Suas vozes e o seu canto mistico seduzem e hipnotizam todo e qualquer homem que o ouvisse. Curiosamente é dito que, se um unico fio do cabelo de uma Veela for arrancado, ela vai morrer ou ser forçada a se transformar em uma forma não-humana. Veelas são as principais personagens do folclore búlgaro e sérvio, um bom exemplo disso é a história de Marko Kraljevic e a Veela(em sérvio).
Uma das perguntas do Segundo Nível do W.O.M.B.A.T. pede ao examinado que identifique qual das cinco declarações dadas é falsa; uma delas afirma que Veelas puro-sangue do sexo masculino existem.
Veelas são semelhantes às sereias da mitologia grega. Elas são apresentadas no poema Odisséia(de Homero), como criaturas híbridas meio-pássaros, que moram nas altas montanhas de ilhas no mar, cujo canto hipnótico provoca o naufrágio dos barcos dos marinheiros. Nos dias atuais, elas também são retratadas na popular série de fantasia americana, Percy Jackson e os Olimpianos. Na série, elas são mostradas como uma das várias razões pelas quais pessoas desaparecem no Triângulo das Bermudas, lugar também conhecido como "o Mar de Monstros".

 

Li em um dos livros de nossa vasta biblioteca, me aprofundando em saber um pouco mais sobre tal assunto.  Haviam muitas coisas interessantes sobre este ser mas me atentei a um em especifico: o amor.        O amor desta espécie era eterno e tão poderoso que a mesma podia morrer caso não fosse recíproco. Desgosto talvez? Tristeza...? Possível...

—--- Filho? ---- minha mãe retira o livro de minhas mãos tão delicadamente que quase não o sinto sair. ---- Creio que te devo explicações. Você foi criado achando que era um sangue puro e agora descobre que...

—--- Sou mestiço. Esta tudo bem... ---- só conseguia me alegrar, agora nada impediria que eu pudesse me declarar a ela. ---- Pode deixar não deixarei que ninguém descubra. Será só mais um segredo de família. ---- sim a linagem sangue puro já tinha ido para o espaço, então eu poderia ficar junto da minha nascida trouxa.

—--- Você deve estar confuso. Eu e seu pai sempre...

—--- Namoram desde a sonserina eu sei bem. A vida é de vocês e eu definitivamente não quero saber. ---- me levanto querendo ir embora.

—--- Assim que nos casamos e eu soube o que seu pai era quis ir embora e realmente fui. ---- mas ela me segura apelando para minha curiosidade. ---- Eu o amava, mas não queria ficar com um comensal. Agora que paro para me lembrar, não consigo. Não sei o que fiz neste tempo só que voltei para seu pai por que não aguentei de saudades e afirmei que o apoiaria não importava o que fosse. E como só descobri a gravidez após isso sempre achei que fosse dele.  Ele nunca contou que não poderia ser.

—--- Ele não ficou bravo?

—--- Conversamos agora e ele confessou que ficou bastante enciumado, mas via que eu acreditava com todo coração que era dele e que com toda certeza não possuía mais as memórias do verdadeiro pai. E quando você finalmente nasceu.. tão loirinho quando ele, os mesmos olhos azuis acho que ate ele se esqueceu.

—--- São características de veela... ---- murmurei pensativo. ---- Eu posso me transformar em serpente?

—--- É isso que você se importa? ---- ela queria brigar com minha brincadeira, mas não iria, não agora.

—--- Esta tudo bem mãe. Esta explicado por que a Pansy Parkinson não me larga por nada. ---- brinco mais uma vez e desta vez ela ri. ---- Vou separar o material para voltar a escola. ---- lhe dou um beijo na testa e me afasto. ---- Quero terminar os estudos.

Na verdade eu planejava contar tudo a ela.

Tudo.

Me declarar de verdade!

Iria a luta agora que ninguém poderia fazer nada contra.

Mas...

Mas meus sonhos se espatifaram como um vidro temperado.

Assim que chegamos à estação e ela veio toda sorridente meu céu abriu como se ouvisse o coro de anjos, mas ela logo parou em frente a ele e segurou sua mão e o mesmo a correspondeu com um caloroso beijo; entretanto o pior foi quando ela me notou parado próximo os olhando e me desferiu um olhar de ódio e total desprezo.

Ela de fato me odiava.

Eu não tinha como a conquistar...

A historia que meu pai me contou sobre o amigo dele e a sangue ruim se repetia. Lilian se casou com outro e teve o Potter...

OoOoOoOoOo

Veela.

O que é um veela? Por que a enfermeira Papoula Pomfrey o chamou disso? E principalmente por que isso o mataria?

Tentava tira isso da minha mente. Não era da minha conta os assuntos do Malfoy, mas nada conseguia fazer com que eu o tirasse da minha mente; ele parecia sempre estar lá e quanto mais tentava me livrar de sua presença mais me apegava a ela.

A guerra havia acabado, todos os comensais estavam detidos e os envolvidos foram devidamente julgados; toda a escola estava como em um conto de fadas e logo é a própria sonserina indo contra tudo o que conheciamos e imaginavamos quem tem a idéia de um baile.

Sim deste jeito, do nada e sem motivos.

Pensei que isso me ajudaria a esquecer dos problemas do louro, que com toda a certeza não aceitaria a minha ajuda.

 Estavam todos felizes e queriam comemorar esta alegria e paz alcançada depois da guerra, e eu embrulhada em sentimentos que não compreendia. A coisa toma logo tal proporção que nem mesmo os professores conseguem se opor e a única coisa que fazem é ordenar que os próprios alunos que arcariam com tudo. O que não seria nada difícil, estávamos mesmo muito felizes e organizados.           E já que se tratava da própria sonserina... Creio mesmo era que eles almejavam era mudar a imagem pejorativa que acabaram pegando.

Porém tinha um sorriso faltando...

Passei todo este período distraída com outros assuntos e mal liguei para a festa, na verdade não queria ir e só fui por conta de muita insistência por parte de Gina. Queria ficar na biblioteca e pesquisar o que viria a ser um Veela, mas não encontrei nada com o termo no masculino apenas varias lendas de mulheres e muitas explicações diferentes assim como habilidades e pontos fracos; se pareciam com sereias, mas nada de machos.
Mas ainda tínhamos aulas juntos...

Vira e meche o via nas aulas, mas parecia que de alguma forma ele me evitava. Se eu olhasse através de um espelho ou por sobre ombros o pegava me encarando, mas sempre que o fitava ele estava a se concentrar em qualquer coisa no universo fosse esta a aula ou uma simples ave a repousar sobre a janela.
Era uma sensação estranha.

Toda a escola tinha o visto caminhar e ficar ao lado do lorde das trevas, assim como tinham presenciado ele ir contra o mesmo para ajudar Harry no confronto final; então as opiniões sobre o louro eram das mais diversas, e as vezes eu me pegava prestando atenção em uma ou outra conversa e sem querer ate me flagrava participando. ----- Ele não é tão mal quanto parece. Na verdade é um mistério o que se passa na cabeça dele, não da para confiar, mas também não podemos acusar.

Mas eu nunca o deixaria me pegar falando algo bom ao seu respeito.




Mas ainda tinha esta bendita festa...

Apesar do Harry e Ron estarem ali se divertindo e brincando eu me sentia um pouco só.

Claro que me divirto como todos, e ainda tinha aquele “assunto” a tratar com Ron. Como dizer a ele que não queria mais?

Rom sempre foi uma pessoa sensível e mais de uma vez demonstrou ter problemas com rejeições, principalmente trocas por conta de como era tratado por sua mãe que queria uma filha. Eu me sentia muito mal por pensar em troca-lo por... Por quem? Eu não estava pensando em ninguém por que imaginei troca-lo? Eu só não iria mais namora-lo não tinha ninguém em mente.                      Ou tinha?

A festa apesar de improvisada em um dia e feita assim no meio da semana estava ótima, mas há um momento que me distancio, não sei se foi para tomar um ar de toda a bagunça ou se foi para por a cabeça em ordem, mas segui ate uma sacada que estava vazia e me pus a fitar o céu límpido e azul.

—--- Que fantasia legal. ---- pensei estar sozinha e comento ao ver um jovem que se escondia de todos em um canto, ele apenas condiz com a cabeça e me cumprimenta.

Vestia um terno fino e de sua cabeça saiam chifres assim como uma longa calda preênsil e dois pares de asas. Usava uma mascara e encarava o luar com dor e desespero.

—--- O que você faria no ultimo dia de sua vida? ---- ele me pergunta ainda sem me olhar. Não soube se era comigo que ele falava ou com a lua.

—--- Acabaria com todos as minhas questões mal resolvidas. ---- respondo por instinto e ele me olha surpreso. Creio que não tinha me visto parada ali e estava mesmo perguntando para o luar.

—--- E se não for possível? ---- ele se ergue e vem em minha direção. Me assusto e me intimido, queria sacar minha varinha mas não achei necessário. ---- E se não puder resolver tudo? Se não der tempo. O que você prioriza? O amor talvez?

—--- Sim. Talvez... ---- seu modo de falar era sem sentimento algum e eu me arrepio ainda mais, tinha algo mórbido e terrível no jeito dele falar. E eu não pude deixar de me lembrar de Ron e como estávamos.

—--- Talvez? Não me confunda. O que você faria? ---- ele percebe que me assustava e logo se afasta. ---- Desculpe. Não quis te por medo. ---- se afasta e volta a se sentar na beirada do peitoral. ---- Amor... não é algo que eu posso resolver no meu ultimo dia. Tive varias chances sabe... passei o dia todo pensando nela. Ela não faz a mínima ideia do que eu sinto.

—--- E por que você não diz?

—--- E faz diferença? ---- ele volta a me fitar. ---- Ela não iria corresponder. Só iria doer mais... ---- ele volta a fitar a lua e desta vez tenho certeza que a pergunta era para ela. ---- O que faria no seu ultimo dia na terra?

Aquilo estava mórbido e sombrio, mas eu era uma jovem bruxa destemida.

 

Por que alguém estaria tão... fúnebre em um dia como aquele? Todos comemoravam e se entendiam.

—--- Se você fosse ela... me aceitaria?

—--- Eu não sei. Não te conheço.

—--- Ela também não.

—--- E você a conhece ?

—--- Muito...

—--- E por que ama tanto ela? ---- pergunto por pura curiosidade e posso ver um pequeno sorriso se formar por baixo de sua mascara e a forma de seus lábios e modo único de sorrir que me passa a impressão de o conhecer, mas logo ele retoma sua expressão fúnebre que teimava em manter.

—--- Ela é inteligente, forte, destemida, determinada. ---- ele pontua ainda a fitara lua desviando o olhar de mim como se evitasse a minha presença. ---- E ainda é dona de uma beleza... feroz.

—--- Como assim beleza feroz? ---- quis rir do momento poético.

—--- Assim que a vi... Bem... ela já me abalou. Não consegui mais tirar sua feição da minha mente, seus gestos estranhos e ate mesmo as vestes em um tipo de tecido que nunca vi. Me recordo como se fosse uma foto. ---- aquela figura estranha e sombria me trazia curiosidades, cogitei por um segundo ser Draco, mas nada confirmava minha suspeita ridícula. Nem sei por que o nome do louro me veio à mente. ---- A vontade de perder minha mão entre seus cachos indomados...

—--- Seria muito legal ser amada assim. ---- murmuro, pensando que ele não iria me ouvir.

—--- Mesmo? Não acharia doença admirar alguém a distancia sem fazer nada?

—--- Bem... Imagino que você tenha seus motivos para não se declarar. ---- comento envergonhada por ele ter me ouvido. ---- Ela pode já estar namorando.

—--- Não.

—--- Mas se ela é assim tão perfeita...

—--- Sua perfeição é tão ávida que intimida seus pretendentes.

—--- E você também foi intimidado então.

—--- De certa forma... Não creio que alguém como ela possa me amar. ---- ele respira fundo e prossegue. ---- Mas não foi isso que me impediu. Foram as regras.

—--- Regras?

—--- Da minha família. Nada de sangue ruim. ---- ele comenta e se ergue novamente vindo ate mim, juro que o nome do Malfoy voltou com tudo a minha mente. ---- O que sempre achei ridículo. Afinal... eu mesmo era mais do que isso... Um sangue podre se fosse dizer.

—--- Sangue podre ? Esta ofensa é nova. É para que? Mestiços com outras raças?

—--- Para mim.

—--- Mas acha mesmo que ela iria te repudiar? Não acha que mereça uma única chance? Não quer nem tentar ? ---- estava tão introspecta em meus pensamentos sobre o caso dele que não o vi se aproximar.

Quando levanto meu rosto já é tarde.

Ele estava tão próximo que poderia sentir sua respiração. Isso se ele estivesse respirando.

 

Tento me distanciar, e dou um leve passo para traz, porem a barra do vestido prende em algum canto e quase caio. Ele me segura e posso ver por baixo da mascara, olhos claros e azuis e um tom quase transparente brilhante como se tivesse sido enfeitiçado; o hálito gélido e um perfume perfeito, que imagino que somente um príncipe deva ter. Sinto sua mão firme segurando-me pela cintura e me impedir de cair erguendo-me novamente. Eu estava pronta para o agradecer a gentileza, se este não tivesse ousado de mais.

Sinto seus lábios frios sobre os meus, delicados como os de uma moça. E o empurro para longe.

—--- Viu como estava certo. ---- ele sorri melancólico. ---- Você sempre será esta guerreira.

Apenas o vejo caminhar em direção à porta e sumir entre os convidados.

O que tinha sido aquilo ?

OoOoOoOoOo

 

Perdi a noção.

E estava perdendo o controle.

Não podia ficar perto dela assim, o que estava imaginando? Que ela iria magicamente parar de me odiar? Correr para os meus braços por causa de meia dúzia de indiretas? Idiota.
A verdade é que todos estavam em festa, alegres e satisfeitos com suas vidas e só eu tinha que conseguir esquece-la.

Esquecer tudo...

Assim como ela fez.

Seguir em frente e reconstruir a minha vida.

Dizem que as fênix podem renascer das cinzas. Será que eu poderia imita-las? Esquecer que tudo o que fizera na vida tinha sido em vão... vazio ou indigno. Não. Também não tinha sido assim! Tudo o que fiz foi por amor e seguindo meus ideais no que pude.

Fiz o que fiz para salvar as duas mulheres que amo na vida. E não me arrependo disso.

Mesmo agora a vendo dançar junto dele...

O ruivo venceu e eu perdi, tenho que assumir isso.        Acabou.

É incrível como só em ver ela assim sorrindo para ele me fazia mal. O ar faltava e as pernas bambeavam, mas ainda era muito melhor do que seu olhar gélido de ódio.       Queria me afastar dela mas não conseguia, estava preso.

Já se sentiu idiota assim?

Me sentia o maior de todos os tolos da terra.

Ela estava ali feliz junto de outro e nem se importava com a minha existência e eu sofrendo como um tapado. Me contentando em olhar para ela durante as aulas, em a admirar de longe como sempre fiz; sem conseguir juntar forçar para lutar.        Eu sabia bem... o que ela iria me dizer. Com toda certeza me rejeitaria e no estado lastimável que estava... só comprovava que como Veela isso me mataria.                   Eu não podia arriscar. Só tinha que suportar ate que o ano acabasse.

Mas o ruim é que quando você esta assim tudo dentro da sua cabeça só piora, não importa quantas coisas boas aconteça sua mente só lembra das ruins. Não é verdade? No meu caso vinham as lembras boas junto dela... e isso era o que mais doía. O que poderíamos ter tido se...

—--- O que foi Hermy? ---- posso ouvir claramente a ruiva questiona-la ao perceber que ela parecia alterada.

—--- Um maluco me agarrou. Só isso... Agrr que nojo!

OoOoOoOoOo

Eu estava furiosa e muito confusa.

Ron não parava de ser atencioso e meigo, me tratar como uma namorada já que era o que nós éramos e isso me irritava.

Mas aquele beijo rápido mexeu comigo.

Foi algo inexplicavelmente familiar. Me irritei comigo mesma por o ter repelido daquela forma e depois me senti enojada por ter pensamentos tão impuros com um completo desconhecido se eu mesma já estava comprometida.

—--- Ron... tem um minuto?

Minhas palavras saem mordidas... e ele me olha já sabendo oque eu iria dizer. Harry fecha os olhos pesaroso deixando a mão recair sobre o ombro do amigo se virando para sair junto de Gina que já me encarava com raiva. O que eu estava prestes a fazer? Iria destruir nosso trio pra sempre... Nunca devia ter começado isso! Nunca devia ter me envolvido com Ron! Tentei por meses manter este relacionamento que se desgastou como uma fina folha raspada no asfalto quente.

Eu o amei muito.                Logo na primeira vista. 

Mas desde que voltamos à escola, desde a estação algo mudou. Vi algo ali que fez meu coração quebrar só não sei o que foi.

—--- Esta tudo bem. ---- ele só me diz isso afaga com carinho minha face e sai.           Pude ver uma lagrima fria escorrer, mas eu não tinha o menor direito de consola-lo.

O que iriamos dizer um ao outro?

Não havia mais nada ali, eu só o faria mal; ele me amava, mas eu não correspondia, não era mais capais disso.

Só sei que sai daquela festa.

Troquei para qualquer roupa e sai.

Não tinha mais por que ficar ali. Eu só queria ir embora para o mais longe possível! Finalmente poder correr para os braços de... De quem?                 Por que eu não conseguia me lembrar? Eu vou matar se alguém usou obliviarte em mim eu juro!

Eu nunca treinei voar em vassouras sabia. Na verdade eu odiava aquilo.

Então não é surpresa alguma que em meio a tantos pensamentos me atrapalhasse e...

—--- Malfoy? ---- travei envergonhada.

Eu estava saindo da escola a milhão na primeira vassoura que me atendeu sem rumo só querendo correr dali e sem querer acabei o encontrando.

—--- Voar não é pra qualquer um. Principalmente de cabeça quente. ---- ele me pontua frio como o vento cortante que estava a nossa volta. Mas me segurava firme enquanto descia em um pouso leve e eu buscava encontrar o destino da pobre vassoura que eu usava em vão.

—--- M-muito obrigada. ---- respondi envergonhada por estas sobre seu colo e entre seus braços, mas não o repeli pois ele tinha mesmo que me segurar desta forma.

Mas algo ali me acalmava, e logo todo o desespero de correr e fugir do mundo desaparecia e eu ate me esquecia dos motivos para tanto desespero.

Eu só olhava para ele.

Seu corpo estava frio como o de um cadáver; parecia que ele estava naquela ventania há horas; seus lábios finos estavam sê-me azulados de frio e secos quase colando um no outro, os cabelos finos e leves dançando conforme o vento nas poucas madeixas que escapavam, e aqueles mesmos olhos frios que sempre demonstrou um vazio e solidão.

—--- Não foi à festa? ---- perguntei sem motivos assim que chegamos ao solo.

—--- Por que eu iria a algo tão inútil? E pelo jeito que você corria de lá eu fiz bem. ---- comentou áspero como de costume esboçando um tristonho sorriso de deboche.

—--- Só sai assim por que briguei com o Ron. Bem... não brigamos só terminamos. É difícil explicar.

Eu não sei por que contei isso a ele.

Mas por algum motivo contei e a cada nova palavra me enrolava mais e logo percebi um leve sorriso sincero em seus lábios. E isso me alegrou. Senti meu peito se aquecer com aquele simples e modesto sorriso.
Eu queria o perguntar a quanto tempo ele sabia.

Como podia ser veela sendo homem e principalmente quem era a sua parceria.

 

Mas antes que eu pudesse trocar mais meia palavra uma chuva pesada caiu sobre nós e corremos para dentro.

—--- Malfoy. Você não anda bem de saúde não é mesmo? Por que esta... Malfoy? Malfoy!! Draco! Pelo amor acorda!

OoOoOoOoOo

Me senti fraco novamente.

A cada dia que se passava ali era uma tortura diferente e olha que eu entendia de torturas.

Passava as manhãs me concentrando na matéria e evitando ao máximo as aulas em conjunto com a casa de grifinoria entre outros locai que poderia encontra-la; conversava com meus amigos sobre muitas coisas e ate respondia aos curiosos como foi ficar cara a cara com o Lorde das trevas e ate como ele era pessoalmente e como pessoa. Todos pareciam muito curiosos com minha marca e a todo momento tinha alguém que me implorava para poder ver ela. Tinha gente que ate tentava suborno... Acredita?

A vida não estava tão ruim. Não mesmo.

Tinha voltado a minha antiga vida. Cercado de bajuladores e adoradores; a maioria só queria o meu dinheiro ou vantagens, mas idai? Eu também tinha amigos de verdade. Amigos que ate sabiam de minha paixonite; uma vez que acordei falando o nome dela sem querer e eles nunca nem comentaram o assunto.

Vivia minha vida muito bem, planejando um glorioso futuro.

Constantemente recebia cartas de minha mãe questionando sobre minha saúde e se eu tinha encontrado uma parceira. Claro tudo nos maiores requintes e codificado para que ninguém descobrisse o novo segredo da família Malfoy. Ela ate mesmo me ofereceu um casamento arranjado para não ter riscos, e de bom grado eu aceitei.

Se tratava de uma moça de mesma casa e de boa casta. Tudo limpo para o nome de minha família e eu nunca desobedeci um pedido de meus pais.

Mas a verdade é que no fundo eu sentia que não havia motivação para fazer nada.

Sorria por sorri e agia como esperavam que eu agisse; tudo por pura pratica.

Vivia por viver.

Um dia após o outro.

E a cada um deles me sentido mais e mais fraco.

As vezes nem ia a aula, apenas me fechava na biblioteca e ficava entre aqueles livros velhos e empoeirados que me davam tanta paz.

—--- Você não comeu nada hoje. ---- vejo ele por um prato na minha frente e o encaro por sobre ombros. ---- E na verdade não comeu nada ontem também.

—--- Meu estomago não anda bem. ---- era verdade. ---- Já comi mais cedo algo leve. ---- era mentira.

Ele se preocupava.

 Era meu amigo, mas eu realmente não estava conseguindo comer nada, tudo parecia serragem na minha boca.               Estava definhando e tinha completa noção disso. Mas o que mais eu podia fazer?

Cogitei contar a ela na festa, mas o medo voltou a me tomar, como uma velha amante.         Mas eu sabia bem que dela eu só conseguiria repudia, era isso que me feria; podia viver mil anos se não fossem seus olhares furiosos e recheados de desprezo; sempre que meu nome ou algo referente a mim surgia em seu meio, sua voz tomava um tom de ódio, mesmo que não vociferasse sua opinião e posição era mais do que nítida. E eu podia ouvir todas as vezes...

Pedi transferência, mas não era algo possível, já que além de estar no ultimo ano era repetente e nenhuma outra escola iria aceitar um ex comensal absolvido.

Tentei me concentrar em minha futura esposa. Conhece-la melhor, mas tudo o que vinha dela era tão modorrento que me pegava entre cochilos.


~*~*

—--- Só sai assim por que briguei com o Ron. Bem... não brigamos só terminamos. É difícil explicar.

Difícil era explicar o que senti.
Eu só podia estar sonhando.


Tinha deixado a festa e largado a maldita fantasia em um canto qualquer, ficando a voar com minha vassoura sem rumo. O dia estava frio era inicio de junho perto do meu aniversario e eu esta pronto para o que iria me acontecer, já tinha aceitado e só queria voar um pouco e imaginar como poderia ter sido.

Teríamos um menino ou uma menina?

Se fosse homem gostaria do nome Scorpions, sempre gostei deste nome; já se fosse uma garota me lembro de tela ouvido falar Rose... é mesmo um belo nome.           Como seriam? Espero que puxassem os belos e revoltos cachos da mãe que sempre me tiraram o folego; mas se fossem louros como todo Malfoy? Iam parecer anjinhos.

Mas neste segundo nãos sabia se era sonho ou realidade.

Já havia tido tantos devaneios em tela nos meus braços que a esta altura já confundia completamente a realidade.

Apesar da garoa fraca seu corpo estava quente.

Eu mal consegui sentir muitas coisas, o cabo da vassoura eu só sabia onde estava por habito, à força do vento já nem existia, o frio então... não me fazia a menor diferença, mas ela...? Podia sentir aquele odor único de seus cabelos, me embriagando antes de pousarmos. Um devaneio quase lucido... quase real. Como se ela estivesse mesmo ali comigo.
Falando comigo normalmente sem me desprezar.

Pousei e ela logo desceu dos meus braços olhou pra cima e tentou se cobrir de algo e assim notei que chovia. Minha alucinação parecia mais lucida que eu; bem... não seria a primeira vez. Ela me puxa para um local coberto e se vira sorridente.

Um lindo e saudoso sorriso para mim.

Só pra mim.

Pela primeira vez desde que usei o obriviarte nela há muito tempo.

Só mesmo em um devaneio para que ela sorrisse assim pra mim... Só em um momento de loucura minha que ela terminaria com o Weasley que sempre esteve ao lado dela e estaria comigo desta forma. Era apenas mais um devaneio louco no fim de tudo...

Podia ser uma mentira, mas pelo menos eu estava vendo seu sorriso uma ultima vez.

OoOoOoOoOo

 

Ele era o dono dos olhos azuis acinzentados que se assemelham a um lago congelado.

Belos porém perigosos.

—--- Draco pelo amor de deus acorda!

Ele desabou bem na frente dos meus olhos.

Chamei por socorro, mas com a chuva pesada e a festa ninguém me ouvia ou via meus disparos de luz.

Seu corpo estava gelado.

—--- Finite Incantatem. ---- as palavras saem de seus lábios tão fracas que quase não as ouço mas seu efeito não ocorre seja lá o que ele quisesse fazer.

A ponta de seus dedos começava a tomar um tom arroxado assim como seus braços mudavam aos poucos para um tom azul, seu corpo estava fraco e não respondia a nenhum estimulo sequer; cogitei sair e chamar por auxilio, mas do modo que ele estava desagasalhado, com aquela chuva pesada e todos os sintomas senti que se eu o fizesse assim que chegasse o encontraria falecido.

O segurei em meus braços e tentei aquece-lo; mas estava tão gelado e que me resfriava.

Ele era um veela... isso quer dizer que ele não seria um sangue puro como sempre ostentou. Teria ele preferido a morte a revelar tal segredo?          Ridículo. Uma veela morria de desgosto, tristeza na verdade; tudo pelo amor não correspondido.

Mas quem seria a não corresponde-lo?

Mesmo com o titulo de comensal metade da escola ainda soltava suspiros quando o louro estava por perto. E isso por que a outra metade eram garotos; e mesmo assim ainda via alguns rapazes dando umas esticadas de pescoço uma vez ou outra.         Então quem...?

Não tinha tempo para tentar descobrir quem seria e conciliá-los como uma linda cupidinha. E só a ideia de fazer isso já me trazia um rebuliço no meu estomago.

Ele estava se esvaindo nos meus braços.


Seus lábios estavam frios, quase congelados molhados pela chuva forte que invadia o toldo onde nos escondíamos. Imaginei que se ele se sentisse amado não importaria quem fosse, pelo menos enganar seus sentidos por um ou dois segundos.

—--- Reaja vamos! Sei que é coisa de espécie, mas você não pode se entregar a morte por tristeza! Já passou por tanta coisa pior que um fora! Para com esta frescura anda!

A respiração cada vez mais fraca acusava seus últimos momentos ali.

Legilimência nunca foi um ponto forte, mas como um grande amigo uma vez me disse não havia feitiço que eu não conseguisse dominar. Minha ideia era entrar em sua mente e o fazer acreditar que seu grande amor estava ali com ele, mas o desgraçado me bloqueava ate mesmo naquele momento.

—--- Desgraçado. ---- vociferei. ---- Você não pode morrer. Não sem lutar, sem nem tentar! ---- na hora eu não sabia o porquê estava tão furiosa. Não tinha como eu ter tanta certeza de que ele realmente não havia tentado. ---- Você é um fresco fujão! Sempre foi e prefere morrer sendo... eu te odeio seu idiota. ---- não sabia o porque estava tão triste eu só estava. ---- Prefere continuar mantendo sua pose e tudo a se declarar. A contar que...

Seus olhos abriram.

Pude ver que eu estava chorando, pois uma lagrima minha caiu em seu rosto. Por que eu estava chorando de novo?

Seus olhos ficam seme abertos me olhando e posso ver um nítido sorriso em seus lábios. Não entendi por que sorria. Sorria enquanto seus olhos iam aos poucos perdendo a pouca cor que continham.

Por meio segundo vi aquele olhar gélido se desfazer. O lago congelado havia derretido e em suas águas era refletido o brilho do sol. Um brilho lindo de alegria.                         E uma fina lagrima escorreu de seus olhos.

Voltei a beijar seus lábios frios o sentindo corresponder de leve; tão fraco que parecia que o beijo vinha somente da minha parte. Senti seus dedos gelados passarem pela minha cintura e eu mesma pus sua mão em minha nuca.                         Ele podia estar fraco e se esvaindo, podia ser nosso ultimo momento, mas era nosso primeiro beijo.

—--- Draco. ----- chamo assim que sua mão pende ao chão. Mas ele ainda me olhava com aqueles olhos profundos de sentimentos não ditos. ---- Sou eu? É de mim que você gosta? Por isso não disse nada...

Proibições?

Ideais?

Regras?

Medo...?

Seus olhos seme abertos pareciam que iriam se fechar a qualquer momento para nunca mais se abrirem e aquilo me doía.      Por que eu sentia isso? O amava? Porque amava Draco Malfoy?

OoOoOoOoOo

Um doce sonho.

Hermione a meu lado.

Se importando e dizendo que me amava.

Que coisa mais improvável já que tudo que recebia dela só fez provar seu ódio por mim, mas mesmo assim eu estava feliz com este sonho. Não iria questionar um sonho.

Senti algo encostar em minha boca.

Foi fraco, mas aos poucos consegui sentir o calor que vinha de seus lábios, com muito esforço pude abrir os olhos e testemunhar aquela visão perfeita. O rosto dela.

Era estranho.

O mundo estava se apagando aos poucos, mas conforme eu ia sentindo o calor dos lábios dela eu conseguia voltar a sentir as gotas de chuva, o vento e ate mesmo o som de seu choro.

Que sonho estranho.

Morrer era assim?

Depois de tantas torturas e tormentos imaginava que doeria mais, muito mais; entretanto quilo estava bom. Na verdade ia aos poucos sentido minhas forças recobrarem.

OoOoOoOoOo

Ele estava voltando.

 Voltando pra mim aos poucos e bem devagar mas estava.

—--- Eu não sei por que. Mas eu te amo. Sei que você usou obliviarte em mim... e você vai desfazer isso assim que melhorar para que eu possa me lembrar. Você pode apagar minhas memorias, mas não o que eu sinto!

A cada palavra parecia que sua respiração ficava mais e mais forte e ele voltava a abrir seus olhos, seu corpo ainda estava gélido mas agora sentia que eu conseguiria chamar por socorro.

—--- Eu sei o que fez aquele dia com Belatrex só nunca entendi o porquê, só agora... Idiota eu não sou um devaneio sou real!!!

Chamei por ajuda e logo eles vieram e o levaram.



—--- Fez muito bem senhorita Granger. ---- a enfermeira Papoula Pomfrey para a meu lado com um olhar tristonho. ---- Mas não vamos leva-lo a enfermaria vai chamar muito a atenção e ele me fez um pedido.Vou deixa-lo ter seus últimos momentos em paz em um quarto separado.

—--- Últimos momentos?

—--- Sim. ---- ela comenta pesarosa. ---- Em poucos dias é seu aniversario e ele nem sequer tem uma parceira. Se pode ver que já se entregou completamente a tristeza e a ultima coisa que me falta é esconder de todos o fato de ele ser uma veela. Em respeito é claro.

—--- Mas tem que ter um jeito de salva-lo.

—--- Sinto muito pequena. O único modo seria da parceira... bem... acasalar com ele mas o estado que ele esta... Sinto muito ninguém sabe quem seria sua parceria.

—--- Ele melhoraria perto dela? Digo se acreditasse que e a parceira? Não precisa ser realmente ela precisa?

—--- Oque esta pensando senhorita? Eu não posso permitir uma coisa destas dentro das paredes desta escola.

—--- Você é enfermeira. ---- eu estava tao irritada que não me importei em ser grosa; nem um pouco ---- Tem que zelar pela vida e estamos falando de uma situação especial.

—--- Entendo... Suas intenções são boas, mas você não pode enganar os instintos de uma veela. Elas... quero dizer ele no caso, reagiria ao cheiro do parceiro.

Dizendo isso ela se vai deixando claro sua ordem, mas eu tinha minha missão.

Ele só tinha que acordar e melhorar.

Eu não tinha de ir ate o fim.

Na verdade nunca cogitei esta ideia mas...


Ele estava deitado sobre o leito.

As douradas madeixas desalinhadas agora pareciam prateadas ao tom da luz, mesmo coberto por uma grosa coberta seu corpo estava gelado e a respiração falha.

Voltei a roubar-lhe mais um beijo com a esperança de ser sua parceira e que ele me reconhecesse. Mas nada.            Ele estava fraco de mais para me reconhecer.

Deitei sobre seu perito sentindo sua respiração ficar cada vez mais fraca ate se esvair.

—--- Draco... ?

Senti um hálito ente em meu pescoço.

Ele estava a cheirar meus cabelos.

—--- Draco...

Voltei a beija-lo e aos poucos ele foi me correspondendo e tomando meus lábios de uma forma sedenta. Suas mãos gélidas subiram pelas minhas cochas me fazendo arrepiar toda. Não demorou para que eu entendesse o porque diziam que esta espécie era afrodisíaca.

Um beijo forte de arrancar os sentidos mesmo sem o auxilio da língua, aquele beijo molhado e recheado de desejo que faz com que os cabelos grudassem no rosto e você não se importasse com este fato.

Seu corpo ainda estava gélido e seus movimentos fracos e lentos, mas tudo era tão intenso, parecia que estava sendo levada por uma tormenta.

—--~*---^*---~*---^*---~*---^*---~*---^*---~*

—--~*---^*---~*---^*---~*---^*---~*

*---~*---^*---~*---^*---~*

 

Ele ouviu sobre o que fizemos descrente de ter sido verdade.

Era nítido que ele achava ser algum tipo de sonho ou coisa parecida e seu rosto cora de um modo que nunca imaginei ser possível. Ri um pouco vendo sua pele tão alva quanto à neve tomar um tom avermelhando como morangos e ele abaixar o rosto se tocando de que tinha sido tudo real.

Demorou um pouco para a fixa dele cair mas quando caiu ele ficou muito sem reação e bem envergonhado.

—--- Você esta bem? ---- questionei ainda preocupada por ele ter derrubado o vaso. ---- Vaso reparo. ---- uso a varinha e logo os cacos tomam sua antiga forma.

—--- S-sim... ---- ele responde ainda a demonstrar bastante nervosismo ficando irritado por ter gaguejado logo cobrindo aquele corpo perfeito com um roupão. ---- Onde estamos? ---- ele olha a seu redor como se pudesse assim afastar o assunto da cabeça, mas logo volta a me encarar como se ainda não acreditasse em seus próprios olhos.

Eles cintilavam.

Não estavam mais frios e gélidos, agora cintilavam.

Logico que também me cobri envergonhada, mas assim que o fiz ele se aproximou e voltou a se sentar sobre a cama e segurou minha face com carinho; olhou bem fundo nos meus olhos como se assim fosse capaz de me dizer mil coisas e se explicar, e por incrível que parecesse eu entendi.

—--- Então você é um veela? Isso quer dizer que seus pais não vão poder encrencar não é? ---- comentei de leve ao passar a mão sobre sua face e sentir algo marcando aquela pele delicada e macia de um príncipe.

—--- Não... sou um mestiço. ---- as palavras saíram com um pouco de dor. Culpa talvez? Sempre se mostrou orgulhoso de ser sangue puro.

—--- Mestiço. ---- repeti para ver sua reação e ele me olhou fundo nos olhos com aquelas madeixas claras sobre a face, e eu voltei a acarinhar seu rosto pondo uma pequena mecha atrás de sua orelha e sem aviso ele veio e me roubou um beijo.



Papoula Pomfrey  se surpreendeu ao o ver deixar o leito, e me olhou com certa repreensão mas não fez nada. Morri de vergonha porque era claro que ela sabia o que tinhamos feito.

Mas ele ainda estava fraco; suas mãos tremiam para fazer coisas simples como pentear os cabelos e abotoar os trajes e eu me imaginava como ele seria estando em sua plena forma. Veelas são mesmo criaturas... impressionantes.

Mas impressionados mesmo foram os alunos.

Tanto os slytherin quanto os gryffindor não acreditaram quando naquela manha voltamos juntos e conversando ate o salão comunal para tomar o café. Eu o acompanhei ate sua mesa pois ainda dava leves trópicos por conta da fraqueza que sentia e tontura por falta de alimentação adequada e não estávamos fazendo nada de mais ate então... Entretanto desde quando o louro é santo? Desde quando ele fica quieto sem provocar alguém ou chamar a atenção?

Antes que eu pudesse sair ele me puxa para um beijo cálido na frente de todos que me faz perder a noção de espaço tempo ate que ele próprio cai sobre o banco, pois como disse anteriormente ele não tinha se recuperado completamente.

Todos naquele lugar olhavam para mim e eu sabia que estava mais vermelha que uma cereja e definitivamente eu não queria ver a reação dos meus amigos. Principalmente a de Ron.


Mas conforme o tempo passou seus sintomas foram passando e ele recobrou a saúde.

Voltou a sorrir e brincar junto dos amigos zombando como sempre fez. Entretanto seus olhos não tinham mais aquele ar frio, agora eram vividos e radiantes como o próprio sol.

Apesar de Harry entender e não querer se meter Ron não me perdoou e depois que terminamos a escola só o vi raras vezes em que nos encontramos em sua casa; Gina ficou bem furiosa mas com o tempo entendeu e ate me pediu desculpas. Afinal às vezes um relacionamento, mesmo que você o deseje por anos quando ele finalmente ocorre... por alguma razão e sem explicações não é como o imaginado e logo morre. Isso se chama paixão e não amor.

Como a própria Papoula Pomfrey me disse, o aniversario do louro estava próximo e logo tratei de dá-lo o mais lindo presente.          Não pense besteiras! Ele pode ser um veela, mas nossa relação ia muito além disso.

Como imaginei gostávamos das mesmas coisas e ele era um aluno tão esforçado quanto eu, tudo bem que não tinha tanto talento, mas era sim esforçado.

Eu o amava e mesmo não me lembrando como isso havia começado eu não me importava, podia me re apaixonar pelo louro novamente; a cada brincadeira, riso e momento juntos sejam eles nos amando ou debatendo sobre alguma aula. Draco me entendia.

OoOoOoOoOo

Realmente demorei a acreditar que tinha sido real.

Mas aquele perfume puro dela estava impregnado em mim.

Minhas pernas nem obedeciam e minhas mãos estavam tão tremulas que ela teve de me ajudar a me trocar, senti o rosto pegar fogo pela primeira vez na vida.

Nunca me envergonhei de meu corpo, muito menos de minha performance mas estava se tratando dela... e sejamos lógicos; eu não estava em meu melhor momento.

E em falar de momento ruim...

Voltei a me recordar do que havia me impedido desde o inicio.             Mas agora eu não era mais uma criança assustada e temente das regras de meus pais. O que eles sabiam sobre certo e errado afinal?  Eles não tinham o menor direito de falar ou fazer nada agora; não depois do que aprendi.

Definitivamente não concordava mais com seus ideais deturpados.

—--- Vocês estão namorando?

Um coro de perguntas cai sobre nos assim que nosso beijo é interrompido pela minha fraqueza momentânea.

Nunca a vi tão perdida e sem reação.

—--- Sim... eu sempre a amei.

Respondi a observa-la corar dos pés a cabeça e esconder o rosto entre os cachos que sempre admirei, puxando-a para que se juntasse a mim na mesa.

Claro que meus amigos a forraram de perguntas, e outros foram muito indiscretos. ---- Ela só quer o seu dinheiro se toca. ---- mas tem coisas que nem merecem ser levadas em consideração.

Mas em falar do meu dinheiro.

—--- Filho meu não se mistura com sangue ruim! ---- meu pai era a imagem da fúria, e eu não sei se o que sentia era medo ou respeito. ---- Você não vai macular esta família!

 ---- Do que esta falando? Eu nem sou um sangue puro. Esqueça esta idiotice, já era!

Mas novamente fui silenciado com um golpe certeiro de sua bengala e senti o gosto do sangue nos lábios.

—--- Você foi educado entre os puros sangues e sabe muito bem que a coisa mais perigosa de um sangue ruim é o pensamento trouxa que eles trazem com sua cultura nojenta. ---- meu pais estava fora de si. Era assustador, mas de uma vez por todas eu tinha que me impor.

—--- Não vou permitir que você a chame por este nome.

Foi a primeira e única vez que confrontei meus pais.

Que os desobedeci.

Nunca vou esquecer o olhar de ódio e repulsa e tristeza do meu pai ao se levantar do chão depois de um golpe dado por mim.        Sabia bem que ele nunca me perdoaria... que não esqueceria ou deixaria para lá.

Nunca fui seu filho, eu era mais uma fonte de orgulho e status e nada mais.
Nunca mais voltei a aquela casa.


Terminei a escola com louvor sendo o melhor de minha casa e ela com o titulo de melhor de toda a escola e das demais também. Não senti inveja, pelo contrario, me alegrava em ver seu brilho, era mais do que eu precisava.








—--- Os gêmeos são lindos. Parecem anjos! ---- uma senhora para a meu lado.

Uma trouxa que ali passava.

Scorpions e Rose correm pelo parque a brincar sem saberem sobre sua herança bruxa. Pelo menos por hora.

Ela sobe a cada dia dentro do ministério e logo não teremos mais de esconde-los da fúria de meu pai.

Foi difícil me adaptar a este mundo. Aprender seus costumes e me tornar uma pessoa útil nesta sociedade estranha, me infiltrar entre eles e ter um cargo de respeito sem que desconfiassem que tudo o que envolvia minha existência era forjado. Para eles eu nunca nasci; não tinha documentos trouxas ou nada.

Mas vaia a pela.




—--- Pai, mãe. Este é Draco Malfoy, meu namorado.

Foi o terceiro dia mais feliz da minha vida.

—--- S-sim! Eu aceito! M-mas... você fala serio? Vivermos aqui no mundo dos trouxas? Comigo?

O segundo.

—--- Que nome você quer dar a eles Draco?

—--- Sempre gostei de Rose. É meigo e forte...

—--- Eu gosto muito de Scorpions. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

( A parte que o Draco lê um livro não foi de minha autoria pois quis por algo realmente pesquisado sendo deste site ---->> http://pt-br.enciclopotterpedia.wikia.com/wiki/Veela )



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Príncipe mestiço. Veela" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.