W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 10
Conversas


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal como vai? Adoro vocês por aqui! Me digam o que estão achando, pode ser por mensagens ou nos comentários! Aguardo vocês!



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—E aí o que achou? - Dean perguntou ao entrar no quarto.

—Aparentemente o cara que assumiu a prefeitura após a morte de Jeremy era um amigo íntimo, da mulher de dele. Ele e a mulher de Jeremy tiveram um caso anos atrás – respondi olhando para os dois.

 

Sem os casacos e jeans batido ficavam até que apresentáveis.

 

—E? - Dean se sentou ao meu lado na beirada da cama.

—E Petter – achei o ato estranho – Foi perdoado quando começou a ajudar Jeremy com a candidatura a prefeito.

—Não havia nada de anormal no corpo, o coração estava no lugar, não havia marca de dentes – Sam se sentou em minha frente.

—Realmente é um caso nosso? - perguntei fechando a tampa do notebook, e levantando, estava incomodada com os dois tão perto de mim.

—Iremos amanhã na empresa de segurança da casa de Jeremy, ver as gravações da noite da morte – Sam pareceu perceber.

—E se não for isso? - senti um arrepio quando Dean estralou os dedos

—Não é um caso nosso – Sam pensou – Eu acho.

—Pois é – Dean se deitou na cama – Quer saber? Vou dar uma volta.

 

Ele disse aquilo, mas não saiu da cama. Eu e Sam ficamos olhando para ele.

 

—Daqui a pouco eu vou – ele fechou os olhos.

—Claro – Sam riu – Quer dar uma volta? - perguntou me olhando.

—Pode ser – peguei o casaco e caminhei para porta. Sam me esperava com ela aberta.

 

Caminhamos pela rua em silêncio. Parecíamos dois desconhecidos andando lado a lado até eu puxar assunto.

 

—Vamos onde? - perguntei.

—Vamos tomar algo – ele sugeriu – Você bebe cerveja?

—Claro – não tinha tanta certeza se bebia.

 

Um bar pareceu interessante do outro lado da rua e antes de atravessarmos um rapaz trombou em mim na calçada.

 

—Que idiota! - reclamei me agarrando no braço de Sam para não cair.

—Ele podia ter machucado você – Sam olhou o cara que não parou para pedir desculpas.

—Tudo bem – ajeitei o casaco.

 

Atravessamos a rua e entramos em um bar. A decoração antiga fazia o ambiente ser agradável, haviam muitos casais e grupos de amigos lá. Pensei nos meus amigos que saiam quase todos os finais de semana juntos para fazer exatamente isso, mas eu nunca podia ir.

 

—Duas cervejas por favor – Sam pediu quando um garçom veio nos atender.

—Dean está tranquilo sobre me levar? - perguntei – Me sinto uma criança nas mãos de vocês – ri.

—Nós temos que levar você, você cozinha muito bem – ele brincou – Eu já me senti uma criança nas mãos de Dean.

—Então o problema é ele – nós rimos.

—Ele é super protetor demais – Sam falou pensativo.

—Isso não é ruim, é bom ter alguém por você – saiu automaticamente.

—Eu sinto muito pela sua mãe – ele me olhou.

—Já passou – sorri pra ele – Tenho costume de me desapegar rápido das pessoas, e isso não é insensibilidade, é defesa.

—Eu sei como é, acho que passo por isso também – ele tomou um gole de cerveja.

 

Nós continuamos a beber e eu parei quando as coisas que no começo eram uma começaram a se tornar duas. Sam continuou bebendo e os papos mudavam de uma hora para outra com assuntos aleatórios sobre brinquedos antigos, ou futebol que eu não entendia nada, muito menos Sam parecia entender.

 

—Soube que estudava lá na cidade que morava – Sam falou depois de algum tempo de silêncio.

—Sim, fiz dois anos de faculdade – meus pensamentos foram para longe.

—Quando tudo isso acabar, eu quero terminar a minha – ele mantinha um sorriso fofo nos lábios.

—Direito certo? - perguntei.

—Certo – ele fechou o sorriso e se ajeitou na cadeira.

—Sabe quando tudo isso acaba? - debrucei sobre a mesa e fechei os olhos por alguns minutos.

—Não faço a mínima ideia – senti a mão de Sam tocar meu rosto e tirar um fio de cabelo.

—Vai acabar – abri os olhos – E quando acabar você vai poder fazer tudo o que achar que deve – meu sorriso era encorajador, dizia isso para mim mesma todos os dias.

—Eu levo você ou você me leva? - Sam perguntou apertando os olhos.

—A gente se leva, mas eu preciso escolher em qual das duas calçadas vou andar.

 

Em pé eu sabia que não estava tão alta assim, mesmo porque há algumas cervejas de Sam atrás eu já havia parado. Ele riu do meu comentário sobre ver duas calçadas e me disse que não deveria ter bebido se teria que trabalhar no outro dia.

 

—E eu durmo onde? - olhei ele tirando os sapatos. Dean tomava conta de uma cama inteira.

—Então – Sam coçou a cabeça – A intenção era usar a pedra, papel, tesoura – ele falou com naturalidade.

—Se me explicar, vai fazer mais sentido.

—Você não sabe o que é pedra, papel, tesoura? - ele estava incrédulo.

—Sou filha única – levantei os ombros.

—Preciso ensinar isso a você – ele ainda não acreditava – Se importa de dormir comigo? Dean não vai sair daí… eu não vou tocar em você.

—No bunker tem um quarto só pra mim? - perguntei rindo nervosa.

—Hm, claro – ele também parecia nervoso.

 

Não tinha o que fazer se não concordar. Era cruel pôr Sam para dormir com Dean que tomava conta da cama inteira. Nós escolhemos os lugares e arrumamos os cobertores.

 

—Se eu ficar muito folgado me acorde – Sam falou baixo quando já estávamos deitado.

—Digo o mesmo.

 

Por mais que a cama fosse um solteiro maior que o convencional, sentia o corpo quente de Sam do meu lado.

 

—Você não tinha ninguém lá? - sua voz era baixa e suave.

—Não entendi – minha capacidade de entender as coisas às vezes era baixa demais.

—Você não tinha amigos, ou namorado.

—Amigos – respondi – Alguns via nas aulas, alguns fora dela – me virei para onde Sam estava.

—Não é da minha conta – Sam agora estava frente a mim – Mas vi o seu celular tocar algumas vezes, era um cara, Kellan, achei que fosse seu namorado – ele pareceu rir.

—É um amigo – lembrei do sorriso de Kellan – Só um amigo.

—Entendo – Sam respondeu e não falou mais nada.

 

Fechei meus olhos e não me lembro de ter pensado em algo antes de dormir. Acordei uma vez na noite e Sam estava com o rosto próximo ao meu, sentia sua respiração quente e calma, enquanto Dean roncava baixo na cama ao lado. Não me sentia mal, mas não me sentia bem, estava com medo de tudo o qu e poderia vir depois daquilo.


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