O Dragão de Ferro escrita por Swooning


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora para postar, mas para compensar eu fiz um capitulo bem grande, passei o último mês cuidando do meu livro e escrevi esse capítulo em três dias, então desculpem os erros.
Quanto ao meu livro, preço aqui que aqueles que apreciam minha escrita possam ir ao site e se assim quiserem, comprarem, e uma versão online, não o bom e velho livro de papel, mas a Saraiva foi a única que realmente me deu a oportunidade.
E realmente dificil publicar um livro, varias editoras aceitaram publica-lo, mas o autor precisa contribuir com uma taxa da impressão, algumas cobram R$ 5 mil reais, e outra absurdos R$12 mil, e ainda somos obrigamos a vender nossos livros sozinhos com uma porcentagem de apenas 10% no valor de cada livro, ou seja, se eu gastei R$ 5 mil para a editora X publicar meu livro, eu preciso ficar vendendo ele sozinha e digamos que eu o venda a R$ 10,00 reais, eu recebo apenas 1 real enquanto a editora que nada fez recebe R$ 9 reais por algo que eu dediquei anos da minha vida.Fora que tem editoras cuja porcentagem por venda e apenas 2,5%.
No momento, tendo um filho pequeno e desempregada, eu não tenho como pagar o dinheiro para impressão e nem receber apenas 10%.Mas o que mais de deixou chateada e revoltada foi quando recebi um e-mail de uma editora, vamos chama-la de Editora Z, uma representante da editora Z me mandou um e-mail perguntando sobre o meu livro, estavam interessados e queriam publica-lo o quanto antes, e me perguntou sobre as minha fanfics, que eu havia colocado como experiencia literária, então respondi ao e-mail falando sobre a quantidade enorme de visualizações e os maravilhosos seguidores das fanfics, que não são poucos, disse serem pessoas que gostam de ler e gostam de ler o que eu escrevo.Recebo então outro e-mail perguntando se eu tinha algum canal no Youtube e quantos seguidores tinham e a media de visualizações, tambem quantos seguidores eu tinha no Instagram.Respondi então que não tinha canal e que meu Instagram tinha poucos seguidores, ela então subitamente perdeu o interesse no meu livro e disse que no momento a editora estava apenas publicando livros de youtubers.
Fiquei um caco, não posso usar termo melhor para descrever meu estado, pensei em desistir, realmente, então curiosa fui ao shopping perto da minha casa que tem uma enorme livraria e procurei os livros da Editora Z, 85% dos livros eram do youtubers, alguns tinham menos de dez anos, outros livros tinham menos de cem paginas, os que tinha mais a fonte era enorme e era cheio de imagens, não havia conteúdo nenhum.
Então irritada com a situação do mercado literario brasileiro, que dispensava uma boa historia pelo autor não fazer videos no Youtube, eu cheguei em casa, desenhei eu mesma a capa do livro e fiz o que não queria, vende-lo somente online.Mas agora vendo ali no site meu livro, com meu nome vi o quanto fui boba, e meu livro, eu o amo como a um filho e ele e incrivel, mesmo que não venda como os livros de youtubers ele e meu, e nenhuma editora pode falar que ele e ruim porque ele não é.Nenhuma editora pode dizer que os leitores da minha fanfic valem menos que os seguidores de um canal de Youtube porque não valem.São vocês que ate nos dias mais difíceis me fazem sorrir com seus elogios e refletir com suas criticas, e foi nas fanfics que eu testei meu talento de escritora.
Não posso dizer que não ligo se o livro não fizer sucesso, eu ligo sim, mas nessa minha cabeça existem tantas historias, tantos personagens que estão prontos para irem para o papel para serem amados ou odiados.



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O primeiro problema que tiveram na viagem apareceu com os dothraki, não foram brigas nem desentendimentos, simplesmente quase todos estavam passando mal com o balançar dos navios e todos os curandeiros precisaram se deslocar para os navios deles.Homens que nunca tiveram seus cabelos cortados e mataram bravos homens com as proprias mãos agora tinham a pele em tons de verde e passavam o dia vomitando, muitos agora dormia na proa do navio para facilitar o vômito durante a noite.Quando o navio de Daenerys passou ao lado de um deles, viu pelo menos meia-duzia de homens pendurados na borda do navio com aparencia morimbunda.Mas a surpresa foi que as crianças que aos olhos deles eram tão frageis não se abalaram com o balançar das ondas, elas passavam o dia brincando e correndo.
—Como eles estão?-Daenerys perguntou quando Tyrion entrou em sua luxuosa cabine
—Alguns melhoraram, outros estão piores que antes
—Acha que corremos o risco de perdermos alguem?
—Acho possivel, mas só se isso continuar por mais uma semana
Daenerys se levantou de sua escrivaninha, as vezes ela mesma sentia enjôos e tonturas, sonhava em chegar logo a Volantis para estar novamente em terra firme, mas no momento passavam proximos a antiga Valiria, onde nada existia e as águas eram tão quentes que os navios não aguentavam, não poderiam nem chegar muito proximos para não se arriscarem a perder navios ou danifica-los de tal modo que atrasassem a viagem.
Saiu de sua cabine e foi aquecida pelo sol da manhã, trazia na mão uma luneta dourada, a mesma que antes tanto usava diariemente a procura dos navios que aguardava que chegassem para ir para Westeros.Olhou pela luneta bem ao longe a terra negra de Valiria, de onde todos os Targaryen vieram, não conseguia imaginar o grande imperio valiriano, só via vulcões negros aos montes em uma paisagem da cor de carvão, ate podia ver a fumaça que subia das águas ferventes, mas não sabia se estavam mesmo ali ou eram só fruto de sua imaginação.
—Vossa Graça-chamou Tyrion
Dany tirou o olho da luneta e olhou para onde Tyrion olhava, Vento Negro, navio de Yara, estava a poucos metros de distancia, ela entregou a luneta e Tyrion e andou em passos apressados ate o lado esquerdo do navio.Os Greyjoy esperaram que os navios estivessem alinhados, sua tripulação ergue uma longa e larga tabua de madeira e a jogou para o lado de fora, ela bateu dura na borda Dragão Dourado, navio de Daenerys.Três tripulantes de seu navio seguraram a tabua e Dany ficou logo ao lado deles.
Com a habilidade de quem sempre fazia isso, Yara subiu na tabua, Theon vinha logo atras, sem a confiança da irmã que andou na prancha com firmeza e confiança, Theon um pouco mais lento, olhava para baixo analisando a altura da qual cairia caso pisasse em falso.Pulou no convés do navio estalando a madeira abaixo de seus pés, quando Theon tambem já estava firme no navio, a prancha foi novamente puxada para o Vento Negro.
—Minha rainha-disse Yara radiante
Diariamente olhavam uma para a outra, cada uma de seu navio, mas não se falavam haviam três dias, dês da última noite em que ficaram juntas.Dany andara ocupada cuidando do mal estar dos dothraki, mas naquela manhã enviou um corvo para Yara pedindo que ela e o irmão viessem a seu navio.
Como Allaw Sand havia prometido, os corvos eram espertos e sabiam enviar cartas e comunicados entre os navios com tanta maestria que ficava impressionada.
Ficaram proximas o suficiente para sussurarem no ouvido uma da outra, Dany havia ate se esquecido que estava enjoada pelo balançar do navio quando Yara alisou seus cabelos.
—Já iremos nos reunir-disse Tyrion ao ver como as duas se olhavam, decidiu falar algo antes que se beijasse na frente de todos-Estamos só esperando Allaw Sand
—Acho que já não e preciso esperar mais-disse Nestor Poppy
Outra prancha foi jogada na beirada do navio e Allaw Sand veio com a mesma maestria de Yara para atravessar de um navio para o outro, mas com sua perna machucada ele precisou de ajuda para descer e prontamente Verme Cinzento que estava ali proximo o ajudou, Allaw Sand mancava da perna esquerda e estava sempre tentando disfarçar, andando com as pernas sempre duras e esticadas, ele parecia ter vergonha de demonstrar quaisquer sinais de fraqueza ou velhice, mas uma vez em um amanhecer quando todos nos navios ainda dormiam, Dany olhava para os navios pela luneta e viu Allaw Sand em seu navio usando bengala e com as costas tão curvadas que havia perdido toda sua assustadora altura, fazendo Dany pensar em como ele se esforçava diariamente para manter-se ereto e suportar a dor da perna machucada e da coluna.
Todos entraram na cabine de Daenerys, lá dentro ela havia conseguido acomodar tudo o que tinha em Meereen, sua banheira de cobre estava atras do mesmo biombo e sua mesa de madeira com o mapa de Westeros logo perto da porta com cadeiras distribuidas ao seu redor.Uma nova cama menos suntuosa estava envolvida por um véu de seda que dava uma aparencia delicada e fantasiosa a cama.Todos se sentaram nas cadeiras em volta da mesa, curiosamente Dany se sentou no espaço a frente de Porto Real, Allaw Sand a ponta sul onde esta Dorne e Nestor Poppy logo ao sudoeste onde estava a Campina, Theon e Yara ficaram lado a lado onde ao oeste ficavam as Ilhas de Ferro, já Tyrion se sentou a direita da rainha, apoiando os cotovelos em cima do Vale de Arryn, Missandei estava em frente a Ponta Tempestade e Verme Cinzento colocou seu capacete pousado em cima do Norte.


Depois de horas de reunião, todos permaneceram na mesa para jantar, em meio ao mar tinham a opção de comerem todos os dias peixe fresco, e naquele dia haviam três opções de peixe, entre eles um delicioso peixe dourado muito raro que ao ser comido deixava a lingua dormente que estava acompanhado de pêssegos e castanhas, cada garfada era um arrepio que sentiam, para acompanhar tinha bolinho de bacalhau, tomates recheados com ervilha e arroz selvagem com cenoura, para a sobremesa tinham mirtilio com creme de ovos.Uma toalha de linho foi colocada na mesa pasa proteger os detalhes da madeira e ali mesmo onde antes estavam pergaminhos e miniaturas de cavalhos e navios para traçarem estrategias agora haviam taças e porcelanas.
Dany achava engraçado como as vezes uma faca deslizava pela mesa ou o vinho nas taças ondulava com a oscilação do navio.Era estranho estar jantando com seus aliados sendo que a alguns metros estava sua cama, tirava um pouco a privacidade que Dany conquistou nos últimos anos.
Quando terminaram o jantar, conversaram ainda por alguns minutos e se levantaram da mesa, primeiro Allaw Sand foi para o seu navio com o auxilio de um marinheiro, Nestor Poppy que sempre pareceu menor e mais fragil que o dornes saltou na prancha e com uma surpreendente desenvoltura foi para o seu proprio navio.Missadei desceu para seus aposentos assim como Tyrion, Verme Cinzento, que as vezes Dany duvidava que dormisse, permaneceu na próa.
Com ninguem alem de Verme Cinzento, Yara e Theon na proa, alem de alguns marinheiros, Dany se aproximou por trás de Yara e a abraçou pela cintura, a mulher de ferro segurou suas mãos e as acariciou com carinho enquanto Vento Negro se aproximava.
—Dês de Meereen você não passa a noite comigo-Dany disse com o rosto enterrado nas costas de Yara
—Que eu me lembre três noites atrás eu estava sim com você-disse baixinho
—Mas saiu no meio da noite, quero ficar com você ate de manhã
Sorrindo, Yara viu quando a prancha foi colocada, ligando o Dragão Dourado ao Vento Negro.
—Acho que vou ficar-disse a Theon
—Como quiser
As vezes Theon ficava incomodado com os flertes entre a irmã e a rainha, talvez fosse porque ele não se deitariam mais com uma mulher, mas só porque ele queria, ela tinha certeza que ele poderia sentir prazer com uma mulher novamente.
—Está tudo bem com ele?-Dany perguntou
—Está sim, só preciso dar uns tapas na cara dele para ele parar de sentir pena de si mesmo
Depois de Theon já estar no Vento Negro elas andaram de mãos dadas ate a cabine de Dany, a mesa já havia sido tirada, e novamente o mapa de Westeros estava exposto na mesa de madeira.
—Hoje passamos por Valiria-disse Dany enquanto servia rum para Yara e vinho para si
—Eu dei uma olhada-Yara pegou a taça oferecida por Dany-Só vi cinzas e fumaça
—Não e nada mais que isso-tomou um gole do vinho-Mas fico imaginando como era quinhentos anos atrás
Se sentou em sua cama, afastando o véu, uma curiosidade das camas de embarcações, elas eram pregadas no piso, assim como todos os móveis com exceção das cadeiras, todo o resto estava preso no piso de madeira.
—Era um lugar cheio de escravos e dragões-disse Yara enquanto se sentava ao lado de Dany-Tinham tantos escravos que o tempo todo capturavam mais e mais
—Acho que e por isso que os Deuses se vingaram acabando com Valiria.Quando ouço esse tipo de coisa não sei se devo me orgulhar por vim de um povo tão grandioso, ou sentir vergonha por vim de um povo tão escravagista
—Deve se orgulhar por querer ser diferente deles, e estar conseguindo mudar as coisas
Um leve balançar as atingiu, e Dany segurou no braço de Yara, ficando logo enjoada, a mulher de ferro riu, havia passado os primeiros dias de viagem vendo dothrakis vomitando as tripas na borda dos navios, os homens de ferro começaram a chama-los de Cavalos Verdes, por conta da coloração esverdeada em suas peles.Ela já havia dito para Dany, se os dothraki estavam tão enjoados deveriam ficar nos andares de baixo, e não na proa vendo o balançar das águas, mas eles preferiam ficar onde pudessem sentir a brisa do mar para acalma-los.
Dany tambem não estava muito confortavel com o balançar, mas Yara sentia saudades do piso de madeira oscilante abaixo de seus pés, e a rainha via isso, nunca a morena lhe pareceu tão confortavel e animada como em um navio em movimento.
—Acho que nunca vou me acostumar com isso-deu a taça de vinho para Yara e se deitou, respirou fundo
Yara sorrindo se levantou e abriu a janela da cabine, deixando o vento frio refrescar o ambiente, Dany se sentiu melhor assim.Bebeu o vinho de Dany em um gole e seu rum em dois, colocou as taças na mesinha, tirou as botas e se deitou ao lado dela.
Ficaram bons minutos assim, abraçadas na cama, estavam quase dormindo, se não fosse pela luz das velas estariam sim dormindo, mas nenhuma das duas conseguia fechar totalmente os olhos com o fogo iluminando o cômodo.
—Nunca imaginei realmente que iria para Westeros.Meu irmão sempre falava disso, mas eu mesma nunca pensei assim, pelo menos não depois de grande, quando criança eu realmente acreditava que iriamos reaver o trono, Viserys seria rei e eu sua esposa.Seriamos rei e rainha, assim como nossos pais, que era irmãos.Pode parecer estranho, mas eu realmente achava que me casaria com meu irmão
—Deve ter sido estranho quando precisou se casar com um Khal
—Tive medo, principalmente porque eu conhecia a fama de agressivos que eles tinham.No inicio foi dificil, tinha dias que eu só queria morrer, mas com o tempo aprendi a ama-lo
—Foi seu primeiro amor?
—Sim, o primeiro
Ainda se lembrava de como Drogo era lindo, o maior Khal de todos, se sentia segura nos seus braços e adorava alisar sua longa trança a noite quando tudo estava silêncioso e parecia só haver eles dois em todo mundo.
Sentia falta de como. sua pele dourada reluzia do suor, tanto de um dia enrolarado de andando a cavalo, como de uma longa noite de sexo em sua tenda.
Dany se levantou, Yara com um olho aberto e outro fechado a acompanhou, sempre em seu quarto, dês do dia em que Drogo morrera, ela mantinha a pele do hrakkar que ele havia caçado semanas antes de tudo acontecer, antes dela conhecer Mirri Maz Duur e confiar nela, quando ainda tinha Drogo e o filho deles ainda chutava sua barriga com tanta força que ela assim como as feiticeiras de Vaes Dothraki ela sentia estar carregando o garranhão que monta o mundo.Mas ele morreu ao nascer, e ela nunca o viu, apenas em uma visão da Casa dos Imortais e ela nem sabia se aquele era mesmo o rosto dele.
Apagou todas as velas da cabine menos uma que estava ao lado da cama, Dany se aconchegou com a pele do hrakkar ao lado de Yara.
—Foi o último presente que ele me deu, ele caçou nas planicies de Vaes Dothraki e voltou cheio de arranhões, mas nem mesmo um leão era paréo para Drogo
Não negava, estava sentindo ciumes do Khal, sentia ciumes da pele de leão branco que ela segurava, sentia ciumes de saber que Daenerys nunca falaria dela da maneira como fala do marido.Mas o que sentia por Daenerys?Nem ela sabia, só sabia que passava metade de seu dia pensando nela, e a outra metade tambem, subia no mastro do navio e olhava pela luneta todos os dias para ver a mãe dos dragões, e não descia dali ate que ela saisse de sua vista.
Se levantou e colocou a pele do hrakkar delicadamente na cadeira em frente a sua escrivaninha.Yara aproveitou para abrir um pouco a blusa e a calça, queria ficar mais confortavel, suas roupas de couro fervido eram desconfortaveis as vezes, não eram como o esvoaçante e fresco vestido de Daenerys usava.
—Que tirar a roupa?-perguntou ao ver a pele de Yara marcada pela roupa
—Se eu tirar a roupa será que você vai resistir?-provocou
—Mas eu não quero resistir
Sentou em cima do quadril de Yara, com uma perna de cada lado começou a abrir sua blusa.
—Deveria usar roupas mais frescar e leves-disse enquanto alisava seus seios
—Como seus vestidos?-brincou com uma fita dourada que marcava a cintura de Dany no vestido branco
—Exatamente
Quando Daenerys sorria com os olhos arregalados, Yara logo temia o que aquela cabecinha loira tinha inventado.Pulou da cama e abriu o báu de roupas que ficava perto do biombo.Olhou para trás onde Yara estava, na cama com a blusa aberta e um olhar desconfiado.
Procurou mais fundo e achou o que estava querendo, saltitou ate a cama e escitou no colo da morena um vestido azul escuro, a mesma cor dos olhos de Yara
—O que e isso?
—Vista
—O que?-perguntou em um misto de surpresa com divertimento
—Quero vê-la com um vestido.Não posso negar que já a imaginei assim algumas vezes
—Sua pevertida-disse brincando
—Diz isso porque não sabe o que mais eu penso
Deu um longo beijo no pescoço de Yara, que a puxou para deitar, mas Dany foi firme, insistiu que Yara colocasse o vestido e que se não o fizesse iria dormrir sem fazerem nada aquela noite
Sem escolha, pegou o vestido e foi atrás do biombo que cobria a banheira do bronze.Não se lembrava da última vez que usava o vestido, lembravasse de usar no inicio da adolescencia quando seu pai lhe apresentava a algum pretendente em potêncial, mas ela secretamente usava nem que fosse uma bermuda por baixo.
Tirou toda a roupa e colocou o vestido, ficou surpresa por se sentir leve ao invês de incômodada, ate rodopiou sentindo ele esvoaçar.
—Quero ver-pediu Dany
Reuniu toda a coragem e saiu de trás do biombo, Dany a olhou com surpresa, como se a estivesse vendo pela primeira vez.O vestido de Dany que tocava o chão agora estava entre suas canelas e os joelhos, e a marca da cintura estava três dedos acima de onde deveria estar, mas estava absolutamente linda.Esticou a mão sem dizer uma palavra, Yara segurou sua mão e se sentou ao seu lado.
Não era preciso ouvi-la dizer se estava ou não bonita, seu olhar dizia tudo, Dany alisou seu rosto, passou a mão em seus cabelose sentiu sua maciez.Yara estava tão corada que mesmo com apenas uma vela iluminando o cômodo Yara ainda assim irradiava toda sua vergonha.
—Vou tirar isso-se lenvantou bruscamente e falou enrolando as palavras
—Não!
Pegou seu braço antes que ela pudesse começar a tirar o vestido.Dany a olhou nos olhos e lhe deu um beijo no decote que exibiam as charmosas sardas que ela tem nos seios.Mantendo o contato visual, foi descendo lentamente, sempre com as mãos nas laterais do corpo de Yara, gostava de sentir sua pele contornada pela seda.
De joelhos Dany subiu seu vestido e deu um beijo entre as pernas dela, a sentiu tremer imediatamente, deu uma mordida em sua coxa enquanto abria delicadamente suas pernas para ter acesso a seu ponto mais sensivel.Yara deu uma risadinha quando Dany a colocou sentada em cima da cômoda.


Há muito tempo tudo o deixava desconfortavel, ficar junto a muitas pessoas o deixava desconfortavel, ficar sozinho tambem.Ao redor de muitas pessoas ele sentia que estavam falando dele, e algumas vezes estavam, e sozinho as lembranças do ano anterior, das correntes e canis.Quando fazia calor ele se lembrava da adaga afiada que Ramsay sempre andava e gostava de esquentar a ponta na lareira e lhe espetar com a ponta quente e afiada, no frio de como ele se divertia lhe jogando baldes de água enquanto ele estava acorrentado na neve.
Tinha muitas marcas, mas a pior era a que mais doia, doia o tempo todo, lembrava de como Myranda havia rido ao vê-lo nu depois que seu amante lhe cortara.A risada dela se foi depois que ele a jogou do alto de Winterfell, ele ainda conseguia sorrir e se deliciar ao lembrar dela caindo, e embora não tenha ouvido no momento, se lembrava do som do pescoço dela quebrando.
—Puta-disse para o canto vazio de sua cabine
Já havia chamado Myranda de puta uma vez, Ramsay riu, ela tentou esfaquear Theon, mas Ramsay lhe deu um tapa e a chamou de puta tambem, dizendo que ele era seu bichinho de estimação e que só ele poderia bater em Theon, e só quem poderia mata-lo seria ele.Naquela noite Theon havia dormido com os cachorros, mas para sua sorte eles haviam comido naquela manhã o gordo cozinheiro que serviu um pedaço de carne muito passado no almoço, e não sangrando como Roose e eu bastardo gostavam; então os cachorros estavam alimentados e não tentaram morder Theon, alguns ainda roiamos ossos dele.
Se levantou da cama e foi ate o espelho ao lado do báu de roupas e tirou o técido que o cobria, poderia contar nos dedos quantas vezes se viu nu, ate para se vestir ele olhava para cima ou para frente, mas nunca para baixo enquanto não tivesse colocado as calças.Mas ultimamente tem estado mais receptivo com sua nova imagem.Deixou o espelho descoberto e saiu de sua cabine, ficava no andar de baixo do navio e era confortavel e fresca, com duas janelas que ficavam na lateral esquerda do navio,quando o mar estava muito agitado as ondas batiam no vidro e respingavam na janela.
Subiu pela barulhenta escada ate a próa do navio. O ar estava frio, já estavam passando pela costa oeste das ruinas de Valiria e logo fariam a primeira parada em Volantis.
—Eu você!-chamou alguem-Venha aqui!
Theon reconheceu imediatamente a voz marota e arrastada, subiu ate onde ficava o leme, quem dirigia era o braço direito de Yara no comando do Vento Negro, Hunter Pyke.
Hunter era um rapaz musculoso e com a pele bronzeada por passar horas e horas pilotando o navio.Ele tinha no braço direito tatuado um conjunto de quadrados que enrolava seu braço e ondas do mar pouco abaixo do olho direito, algo feito quando estava bêbado em Braavos aos quinze anos, como já havia crescido muito dês de então os quadrados no braço estavam agora esticados e mais pareciam retangulos, e todas as tatuagens estavam debotadas, se antes eram pretas, agora tinha uma cor azul-acinzentada.
—Pensei que estivesse dormindo-ele disse
—Não estou com muito sono-foi ate o lado do leme e olhou para os outros barcos, todos pareciam desertos
Seu cabelo balançam conforme o vento lhe atingia levemente.Theon se lembrava pouco de Hunter na infância, só que ele era um menino alto e desengonçadoque costumava andar com Maron e Yara, mas que Rodrik não gostava muito dele.Um bastardo reconhecido de um Lorde miseravel do Tridente, que foi batizado com Pyke, sobrenome dos bastardos das Ilhas de Ferro, ao invês de Rivers que era dado aos bastardos das Terras Fluviais.Recentemente curioso havia perguntado o porque dele se chamar Pyke, ele respondeu que nem ele mesmo sabia, mas preferia ter o sobrenome daqueles que desbravam o mar perigoso e selvagem do que o sobrenome dos fracos que nadam nas águas doces ao lado de trutas saltitantes.
—Fique aqui comigo, tenho certeza que e mais divertido do que ficar a noite no quarto sozinho-Hunter estalou o pescoço, fazendo Theon lembrar do pescoço de Myranda-Então, o que está achando desta viagem?
—Longa-ainda se sentia enjoado as vezes, mas nada comparado a antes-Pode me chamar de nortenho, mas adoraria estar em terra firme
—As vezes eu tambem gostaria de estar em terra firme
—Sério?-perguntou espantado
—Claro, olhe em volta-indicou todos os navios com o braço-Nestes navios só tem homens, e as mulheres que tem são em sua maioria esposas e mães de dothrakis, e com elas não quero me envolver ou viro comida de cavalo
—Claro-suspirou
—Vamos-deu um tapa nas costas de Theon-Não seja tão depressivo, não e essa a atitude de um principe herdeiro.E esse o nome?Ou seria irmão herdeiro?Depois Yara decide-abanou a mão para deixar o assunto para depois
—O que quer dizer com isso?-disse desconfiado
Hunter o olhou incrêdulo, como se Theon tivesse estado fechado no quarto durante anos e tivesse perdido algo importante.
—Querendo ou não, você e o herdeiro dela
—Yara vai ter mais herdeiros-respondeu automaticamente
—Filhos, você que dizer.Não imagino ela tendo filhos.Mas talvez seja algo preciso, já que você não pode ter filhos
Theon achou que ficaria ofendido com aquilo, ate tentou, mas não ficou, Hunter não falou com essa intenção, apenas disse a verdade.
—Quando ela morrer tudo irá passar para você, mas não e muito mais novo que ela, talvez ate morra antes dela.E quando isso acontecer?Vamos voltar aquele esquema de 300 anos atrás?Virá outra guerra?
Estava certo, se com um herdeiro muitos nobres se envolviam em guerra por titulos e terras, imagine sem herdeiros, seria uma matança sem fim, principalmente agora com a independencia das Ilhas de Ferro, não era mais o titulo de 'Lord Preotetor das Ilhas de Ferro' e sim o titulo de 'Rei das Ilhas de Ferro'.Olhou para a direita mais a frente, onde o Dragão Dourado flutuava tranquilamente pelas águas escuras da madrugada.
—Não adianta-ele riu-Não importa o quanto aquelas duas tentem, nenhum pivete chorão vai sair dali.Mas se estivesse com qualquer uma das duas tentaria para sempre
Dês do dia em que voltou a Pyke a pedido de Robb para traçar uma aliança com o pai, Theon suspeitava que a irmã e Hunter tivessem tido algum tipo de envolvimento amoroso, agora a cada dia tinha mais certeza.
—Não me olhe assim, aposto que pelo menos uma vez já pensou no que elas fazem juntas
Se Hunter não fosse mais alto, mais forte, mais habilidoso e não estivesse armado, Theon poderia ter pensado em lhe dar um soco.


Acordou no dia seguinte ainda de vestido, Dany a proibiu de tira-lo, agora já de manhã, ele lhe apertava no peito e nas laterais do tronco.Esticou o braço para trás e desamarrou o vestido, sentindo um alivio imediato e voltou a dormir.
Segurou a risada ao vê-la acordar e logo então dormir novamente, percebeu que dês de que começaram a viagem maritima, Yara dormia melhor, agora era Dany que acordava primeiro para vê-la dormir serenamente, embalada pelo balançar das ondas como um bebê e embalado pelo colo da mãe.Essa definitivamente era outra mulher, ate seu andar em terra firme que Dany sempre apreciou de trás se encaixava com o agitar do navio.
Colocou a mão por dentro do vestido dela, alisando seu quadril e então sua maravilhosa bunda, deu uma leve mordida fazendo a morena gemer.
—Será que eu posso dormir em paz?-ela perguntou com a voz abafada pelo travesseiro
—Não se continuar nessa posição
Deitou nas costas de Yara, alisando seus cabelos.Dany estava nua, com os cabelos bagunçados e o corpo cheio de marcas dos beijos que havia recebido na noite anterior.
—Você fica tão bonita de vestido-colocou a mão esquerda dentro da roupa que ela havia acabado de dessamarar para dormir melhor
—Não me diga que agora quer que eu use vestidos diariamente
—Não, só eu posso ver você linda assim
Agradecia diariamente por ter aquela mulher ao seu lado, não saberia como iria suportar a viagem sem ela.A cada dia se aproximava mais de Westeros, e a cada dia estava mais nervosa.
—Vai ficar tudo bem-disse Yara
Poderia ser a convivência, ou qualquer outra coisa parecida, mas as vezes sabiam o que a outra estava sentindo.Não sabiam se era a expressão facial, o modo de falar ou a linguagem corporal, simplesmente sabiam.
—Nunca fui para uma guerra, e algo diferente de conflitos dothraki e a batalha contra os Mestres.Como e uma guerra?
—Tambem nunca fui a uma guerra-se virou e ficou cara a cara com Dany
—Mas você sempre lutou, como e lutar?
—Não pense muito, se você pensar vai acabar perdendo a coragem
—Quantos anos tinha quando matou alguem pela primeira vez?
—Dany-se sentou na cama-Essa a uma longa historia
—A primeira pessoa que matei foi meu marido-falou olhando para a pele de hrakkar-Ele era apenas um corpo que precisava de ajuda para andar, comer e beber água.O khalasaar havia se dividido e só haviam meia duzia de guerreiros, e centenas de mulheres, crianças e velhos.Não tinha como cuidar de mim, não poderia leva-lo, e duvido que conseguiria estar vivo ate hoje
Segurou a mão da loira com força, transmitindo tranquilidade.
—As vezes penso que seria mais seguro continuar em Meereen, muitos vão morrer no caminho, e se eu ficasse em Meereen ninguem precisaria morrer
Tocou delicadamente seu rosto e a fez olhar para si, estava cabisbaixa, ela não havia sido criada para governar, estava seguindo seus instintos, querendo reaver o que era de sua familia, mas estava com medo.
—Navios estão seguros no porto, mas não foi para isso que navios foram feitos.Westeros está em guerra, a rainha e uma louca, matou centenas de inocentes, suas consequências fizeram com que seu proprio filho se matasse.Ela está governando a poucos meses, imagine como sera se continuar assim.Você pode terminar com isso e salvar muitas pessoas
—Mas e se eu não conseguir?
—Você vai, e tem razão, muitos vão morrer, mas morrerão orgulhosos de morrerem para que você leve a paz a Westeros.Eu poderia morrer feliz de saber que foi para trazer a paz
—Não, você não vai morrer
Havia agora medo em seus olhos.
—Não-a beijou levemente nos lábios-Não vou


Estavam a menos de um dia de Volantis, antes do anoitecer do dia seguinte estariam em terra firme.Dany saiu de sua cabine sentindo o gostoso vento frio da madrugada, caminhando pelo navio vazio a não ser pelo piloto e um vigia no alto do mastro.A frente do navio, logo atrás do arriete de dragão ela admirou seus filhos voando.
A noite Rhaegal parecia brilhar, como se sua pele fosse feita de esmeraldas, ele voava metros a frente da frota e parecia seguir algo, sua cabeça estava baixa com os olhos fixos em qualquer coisa que estivesse na água.Então ligeiro como um gato ele mergulhou metade do corpo na água e dentre as ondas tirou uma baleia, Daenerys se assustou, o animal era enorme e deu um grito ensurdecedor.
Drogon e Viserion logo apareceram, e cada um mordeu um pedaço da baleia e a espetaram com suas garras o maximo de carne que conseguiriam, logo então a partindo em três pedaços, uma chuva de sangue e viceras caiu quando a baleira deu um último grito desesperado.Sem lugar para repousar e comer, eles usava as garras para segurar cada um seu pedaço enquanto comiam o que estava em suas bocas.
A água por onde passavam agora estava vermelha mesmo a noite, os pedaços do animal morto que agora flutuavam na água atraiam tubarões que abriam um rastro pela água com a barbatana pontuda e acinzentada.
Trazia consigo a luneta dourada que a algumas semanas começou a se tornar uma companheira indispensavel.A apontou para o norte, para onde estavam indo.Não sabia se via ou não a costa de Volantis, queria achar que sim, mas estava escuro e uma leve neblina impedia que visse qualquer coisa muito a frente.
—Não aguento mais esse navio balançando-Tyrion apareceu ao seu lado, esticando levemente as pernas para ver por cima da madeira dourada
—Logo terá um chão firme para ficar de pé
—Assim espero, tambem desejo uma mulher firme para me fazer ficar de pé
Dany riu do trocadilho, mas fingiu que não.
—O que está fazendo acordado a essa hora?Pensei que eu era a única aqui a ter insônia
—Acordei com o barulho de algum animal, pensei que algo tivesse acontecido
—Rhaegal matou uma baleia
—Garotinho feroz esse seu filho
—Não vai querer vê-lo feroz.Poderia queimar cem navios só por diversão
Deu meia-volta para voltar a sua cabine.
—Espero que consiga voltar a dormir-disse ela
—Dificilmente volto a dormir depois de ser acordado.Tambem espero que sua insônia passe-fechou o casaco quando o vento frio do mar lhe entrou pelo gola do pijama
—Ela tem aparecido dês do primeiro dia de viagem
—E sumido sempre que Vossa Graça tem companhia-brincou
Não poderia negar, quando estava com Yara dormir tranquilamente, mas sem ela, já havia ficado acordada de uma noite para outra sem ter o minimo de sono.
—Boa noite Vossa Graça
Tyrion desceu a escada que ia ao andar de baixo, onde ficava seu quarto.


Dany viu o amanhecer da janela de seu quarto, ficou deitada na cama dês de madrugada quando falou com Tyrion, e ainda estava acordada.Tomou café da manhã com Missandei, ela assim como muitos não estava indo muito bem na viagem, dormia bem todas as noites, mas Dany já tinha visto muitas vezes ela simplesmente perder o equilibrio quando o navio ia muito rapido ou era atingido por ondas muito grandes.
Quando já avistava a olho nu Volantis, Dany olhou para os navios onde os dothraki estavam, eles estavam amontoados olhando esperançosos para a primeira parada da viagem.


Olhava a irmã dormindo, quando ele dizia que ela estava dormindo demais ela respondia que estava guardando energia para as futuras batalhas, mas para Theon era só preguiça.Cutucou a irmã com o arco, ele passou a manhã treinando, agora colocava o alvo no alto do mastro e conseguia atingi-lo em cheio mesmo com a instabilidade do navio.
—Se me cutucar com isso novamente eu vou enfiar uma flecha no seu rabo
Qualquer um que conhecesse ela teria ouvido a ameaça, mas Theon era o irmão mais novo, era seu dever pertuba-la.Cutucou novamente com o arco, e ela tentou pega-lo com a mão, mas ainda estava lenta de sono e Theon saiu do caminho antes que fosse atingido por sua bota que havia sido jogada.
—Chegamos
—Já?Pensei que só chegariamos a tarde
—Os ventos ajudaram
Yara se levantou da cama, usava uma curta camisola azul por cima de uma bermuna de algodão.Theon passou a admirar como a irmã havia começado a se cuidar, antes de iniciar seu relacionamento com a Mãe dos Dragões havia começado a tomar banho todos os dias, seu cabelo agora estava sempre limpo e se antes ela dormia com a mesma roupa que havia passado o dia, agora ela se deitava confotavelmente na cama depois de um belo banho quente.
—Vai ficar me olhando?
—Sabe-passou o dedo pela escrivaninha lustrada-Estive pensando...
Sua irmã ficou parada ao lado da cama, olhando atentamente para ele.
—O que pretende fazer depois que conseguir as Ilhas de Ferro?
—Como assim?
—Vai se casar e ter filhos?
—O que?-perguntou rindo
—Pense bem, se você não o fizer, para quem irá o trono de sal?Eu não posso ter filhos, Euron vai estar morto e Aeron mesmo se você o deixar vivo, o que eu duvido, não pode já que abdicou de todos os titulos e posses ao se tornar sacerdote
—Não pensei nisso.Mas, filhos?
—Tambem não te imagino com um barrigão
Yara riu e pegou uma almofada na cama e a colocou por baixo da camisola.
—E agora?
—Muito esquisito, nunca conheci nenhuma mulher mais inadequada para ser mãe
—Claro que não, tio Theon-tirou a almofada de dentro da roupa e jogou em Theon
—Assim que essa guerra acabar vou me apressar em lhe arrumar um marido para que tenha outro homem para pertubar-pegou o arco que havia colocado na escrivaninha
—Nosso pai tentou por anos me arrumar um marido, porque acha que você vai conseguir?
—Porque eu quero me livrar de você, não aguentarei minha irmã solteirona para sempre
Quando Theon saiu do quarto ela começou a se arrumar, mas aquilo ficou na sua cabeça, ele tinha razão, ela precisaria se casar e ter herdeiros.
Já com seus couros, botas e machado, ela saiu de sua cabine, o navio estava vazio, somente o Vento Cinzento, Dragão Dourado e mais meia-duzia de outros navios da frota iriam permanecer atracados, os outros estavam fazendo rodizio para que as pessoas saissem.
—Minha rainha-disse Hunter enquanto subia a escada do andar inferior
—Ainda está aqui?Pensei que seria o primeiro a visitar os prostibulos
—Sem você?Jamais, você tem o dom de escolher as melhores garotas apenas com o olhar
—Não faço mais isso-o acompanhou ate o desembarque para a cidade
—Claro, agora está namorando a rainha.Duas rainhas juntas-disse em um suspiro-Deve ser uma foda bem nobre
—Você e extremamente grosseiro, devo começar a me afastar desse tipo de amizade
—Não e bom uma rainha se afastar do capitão de sua guarda-real
—Dês de quando você e cavaleiro?Dês de quando você e da guarda-real?Dês de quando você e o capitão da guarda-real?-brincou
—Como rainha deve ter uma guarda-real, e claro que deve colocar seu melhor guerreiro como capitão, eu e a Deformada-ele segurou firme sua espada presa ao cinto
Hunter lutava com uma espada de aço comum, retorcia em zig-zag e de ponta quadrada, uma bizarrice que ele adquiriu pagando o preço do ferro, depois de matar o dono em uma briga de bar em Pentos.Quando Yara viu a espada pela primeira vez disse que deveria ter sido a obra fracassada de ferreiro com mais criatividade que talento, mas quando o viu usa-la pela primeira vez ficou surpresa, era rapida como qualquer espada, mas seu estilo torto e bizarro lhe dava muito alcance e não precisava ser afiada muitas vezes.Com seu estilo diferente ele a batizou de Deformada, nome apropriado para a espada, espada apropriada para o dono.
—Mas então minha rainha, me acompanha ao estabelecimento familiar mais proximo?
Um dos principais talentos e Hunter era o charme, aqueles olhos castanhos sabiam nos convencer a fazer o que ele queria, foi assim que ele e Yara passaram quase um ano dividindo a cama diariamente.
—Por que não?


Ficou triste ao ver os dothraki desembarcando, todos pareciam a beira da morte, algumas senhoras mais velhas agradeceram em sua lingua ao Deus Garanhão.Qhorin, o filho de Khal Iggo que havia sido indicado por Daario como um otimo lider, deveria ter perdido pelo menos três quilos na viagem, ajudava uma jovem de cabelos tão longos que quase chegavam aos joelhos, eram negros como a noite e balançavam conforme ela se movia.Ele lhe deu um leve beijo no rosto enquanto ajudava os outros a desembarcarem.
—E aquele o rapaz de quem me falou?-perguntou Tyrion
—Ele mesmo
—Lembro dele, e um rapaz prestativo-a voz de Verme Cinzento saiu abafada pelo capacete
Quando Qhorin já estava longe dos navios, sentado em uma praça de Volantis dividindo um cacho de uvas com a garota de longos cabelos negros, Dany se aproximou, ao vê-la Qhorin se levantou e fez um reverência a ela.
—Khaleesi
—Como foi a viagem?-se sentou ao lado deles no banco de pedra rustica
—Dificil-ele respondeu se sentando tambem
—Esta e sua esposa?-Dany perguntou
—Sim, Ilyen-ele indicou a garota-Nos casamos uma semana antes da Khaleesi acender a grande fogueira dos Khals
—Desejo que sejam muito felizes-Dany olhou bem para eles, eram um casal recem-casado viajando para o outro lado do mundo, era o que queria ter feito com Drogo-Já que ela e sua esposa, não vejo problema para não dizer isso na frente dela-fez uma breve pausa antes de continuar-Durante a viagem de Meereen ate aqui, eu não tive muitas informações sobre os dothraki, então gostaria que você me informasse, fosse ate meu navio quando convocado e me passase as necessidades deles
Qhorin ficou de boca aberta, sua esposa olhou para ele espantada e orgulhosa.Haviam mais dothrakis do que Daenerys poderia contar, e ela havia escolhido ele.
—Será uma honra Khaleesi, não irei lhe decepcionar
—Assim espero-se levantou-Aproveite a cidade, logo voltaremos aos navios
—Sim Khaleesi
Daenerys os deixou ali e começou a andar pela cidade.De alguma forma impressionante, Varys havia conversado com grandes comerciantes de Volantis e conseguido lugar para abrigar boa parte dos dothraki e imaculados, agora estava se dirigindo a um desses lugares, era um grande armazem com três andarem, muitos colchões estavam agora no chão, alguns de algodão e outros simplesmente de palha.Diferente de Meereen, Volantis era cinza e abarrotada de construções, sem uma area aberta para os dothraki armarem seus acampamentos, mas as poucas areas livres da cidade estavam sendo preenchidas por cavalos.
—Minha Rainha-chamou Tyrion
Ele estava acompanhado de Varys e um homem redondo, com uma barba quadrada e grisalha e um bigode com as pontas espetadas para cima.Usava sedas carmin e aneis em todos os dedos.
—Vossa Graça, este e Nilven Johr, dono dos armazes que estamos usando
—E um prazer conhecer a Rainha-curvou a cabeça ate a altura do umbigo e abriu os braços de forma exagerada
—Digo o mesmo-deu seu habitual sorriso educado
—Espero ter a honra da sua presença está noite em minha mansão para um jantar-seus olhos verdes brilharam de malicia
—Claro, pode contar com nossa presença-olhou para Tyrion que segurou o sorriso
Nilven ficou espantado, olhando para o anão com espanto.
—A rainha sempre deve ser acompanhada por sua Mão nestas ocasiões
—Compreendo-ele olhou para Varys-Gostaria de ir comigo conhecer a cidade
—Claro-exclamou com alegria-Vamos?-perguntou a Tyrion
—Sim Vossa Graça-ele respondeu
Com um gosto amargo na boca Nilven Johr os levou ate onde sua carruagem os esperava.Era uma bela carruagem com capacidade para seis pessoas, por fora era totalmente negra, mas por dentro era acolchoada de veludo vermelho e tinha grandes janelas dos dois lados que davam uma bela vista quando não estava cobertas pelas cortinas, de um lado vermelhas e do outro negras.Era puxada por quatro cavalos e o cocheiro era um homem de longos cabelos brancos e vestido totalmente de negro tal como um patrulheiro da muralha.
Os guiou durante todo o dia pela cidade, incomodando Daenerys a enorme quantidade de escravos que ali tinha, cada um com uma tatuagem para diferencia-los uns dos outros.Os escravos de casas tinham uma, os do comercio outra e os do sexo outra, todos no rosto, para que estivesse sempre a mostra, ate mesmo crianças tinham tatuagens nas bochechas.
—O senhor tem muitos escravos senhor Johr?-ela perguntou sem olhar para ele
—Sim, tenho 45 escravos em minha mansão
—Quantas pessoas moram lá?
—Álem de mim, minha mãe já idosa e o filho que tive com minha falecida esposa, casei minha filha dois anos atrás
Varys e Tyrion ficaram quietos, derrepente o clima ficou pesado.Para a sorte de todos, já estavam no porto, a carruagem parou em frente ao Dragão Dourado.Nilve Johr desceu rapidamente para ajudar Daenerys a descer, mas ela ignorou sua mão e desceu sozinha.Quando a carruagem se foi Varys disse:
—Sei que Vossa Graça e contra a escravidão, mas tem que ter consciecia de que ele está nos ajudando, se não fosse ele não teriamos onde colocar a tripulação
—Por isso devo me mostrar favoravel a escravidão?
—Não, mas não deve agir assim.Quando formos a casa dele mais tarde irá ver os 45 escravos que ele disse ter e aceitar por enquanto-ele se aproximou mais e disse baixinho-Se quiser pode voltar daqui a alguns anos e acabar com tudo isso, mas por hora e preciso fingir aceitar
—Pensei que ele fosse seu amigo
O eunuco apenas deu um breve sorriso e foi embora, subiu no navio e provavelmente foi ate sua cabine.
—O que você acha?-se virou para Tyrion
—Acho que ele está certo.Agora vamos, precisamos nos arrumar para o jantar


A mansão de Nilve Johr era tota de marmore branco, e brilhava como a lua a luz das tochas, sua entrada era decorada com árvores tropicais, os imaculados que a acompanharam ficaram ali enquanto eles iam em frente.O hall de entrada tinha um maior que a carruagem que os levou ate lá, todos os escravos tinham uma tatuagem de escravos de casa e usavam belas roupas cor de creme e sapatos de couro preto, todos tinham as cabeças raspadas, inclusive as mulheres, diferente do cocheiro com longos cabelos brancos.Mas o que mais incômodou Dany foi que eles usavam coleiras de prata, que mesmo esmaltadas e brilhantes não deixavam de ser coleiras.
Foram conduzidos a sala de visitas onde Nilven Johr os esperava com sua familia, talvez depois de ver que não estaria sozinha com Dany, ele tenha resolvido convidar a familia tambem.Daenerys havia levado consigo, álem de Varys e Tyrion, Missandei, que logo que foi vista pela mãe de Johr foi recebida pela mesma com um olhar de desgosto, mesmo com um olho branco mostrando a parcial cegueira.
Conheceu sua mãe, que tinha três escravas só para ajuda-la a se locomover.Sua filha, uma moça bonita, mas com um nariz largo demais para o rosto, mas de sorriso fácil e voz amistosa, e seu marido que não parecia tão gentil quanto ela.E finalmente o seu filho, Gidero Johr, que parecia ser estar secretamente travando uma batalha com o pai para chegar a cama de Daenerys.
Ele a cobriu de elogios a noite toda e a convidou para um passeio na manhã seguinte, mas foi cortado pelo pai que disse que já havia lhe mostrado a cidade.
—Mas tenho certeza de que os locais que tenho para lhe mostrar são mais divertidas-ele era a versão mais jovem do pai
Daenerys nem havia realmente se arrumado para ir, não usava enfeites no cabelo nem um vestido mais formal, queria deixar claro o quanto não gostaria de estar ali.Mas ninguem ali pareceu perceber álem de Missandei, que só queria ir embora, não aguentava o olhar de desprezo do olho bom daquela velha.Daenerys quase foi embora quando ela criticou o cabelo de Missandei.
—Tenho certeza de que se raspasse não ficaria armado dessa maneira
Se não fosse Tyrion para segurar sua mão e lhe dar um aviso de que era melhor não retrucar, ela teria se levantado da mesa e ido embora imediatamente, não somente dali, mas de Volantis.Dizer que Missandei deveria raspar os cabelos era dizer que ela deveria se vestir como os demais escravos, tambem de cabeça raspada.Quando a conheceu, ela realmente era uma escrava, mai bem tratada que a maioria, mas ainda assim uma escrava, mas agora era sua amiga, sua melhor amiga e não iria admitir que fizessem aquilo com ela.
—Mãe, ela e aia da Rainha-disse Nilven
—Não, ela e minha amiga
—Quanto falatorio por isso-resmungou a velha-Deveriam estar agradecidos por eu aceitar me sentar a mesa com ela
Depois daquilo o som da cadeira de Daenerys arrastando no chão chiou nos ouvidos de todos.Ela se levantou e disse olhando bem nos olhos de Nilven.
—Já esta ficando tarde, estou cansada da viagem e preciso descansar
Propositalmente, sem agradecer pela comida, Dany foi embora, com Missandei e Tyrion atrás dela, Varys não foi, mas ela não se importou com aquilo.
—Me desculpe pela minha mãe-Nilven correu atrás dela-Está velha, demente, não ligue para o que ela fala-Dany não respondeu
—O jantar estava delicioso-disse Tyrion tentando consertar a situação-Agradeço a sua hospitalidade
—Por favor, aceitem que meu cocheiro os levem ao navio
—Podemos andar-respondeu Dany quando um escravo abria o portão
As duas foram em passos largos em direção ao porto, Tyrion ficou no portão da mansão conversando com Nilven Johr.Ficaram em silêncio durante cinco minutos, e ainda tinha mais o dobro disso ate chegarem ao navio.Dany ficou procurando palavras, nunca havia passado por aquilo nem achou que fosse passar, estava tão envergonhada por fazer Missandei ouvir aquelas coisas que estava a ponto de chorar de raiva.
—Sinto muito por lhe fazer passar por isso-disse Dany-Prometi assim que nos conhecemos que você seria livre, que jamais seria uma escrava novamente, mas hoje a trataram como uma
—Não e sua culpa Vossa Graça
—E sim, eu não queria ir, mas fui e ainda lhe obriguei a ir comigo
—Não foi a pior coisa que já me disseram
Olhou para trás, os imaculados estavam logo atrás, mas poderiam conversar sem que eles ouvissem.
—Não vou deixar isso ficar assim.Pretendo voltar aqui e acabar com essa escravidão, e não irei esquecer do que aquela velha fez
—Daenerys-a chamou pelo nome como só faz raramente-Tudo bem, eu sei que a culpa não foi sua.Tambem sei que você jamais me deixaria passar por isso de proposito
—Não quero que mais ninguem seja tratado assim, principalmente você-apertou a mão de Missandei
—Desculpem a demora senhoritas-Tyrion apareceu suado-Não tenho pernas tão longas para conseguir acompanha-las
—O que aquele homem disse?
—Está muito envergonhado, e pede mil desculpas
—Isso ira afetar nos armazens?
—Creio que não, ele tem mais a perder que Vossa Graça.Três dragões são bem intimidadores
—Fico feliz que ele saiba disso
—Tambem pediu desculpas a Missandei.Acredito que amanhã algum presente extravagante seja entregue no navio

Chegaram minutos depois no Dragão Dourado, Missandei e Tyrion embarcaram e provavelmente foram dormir, mas Dany se sentia incômodada, era apenas seu primeiro dia em Volantis e aquilo já havia acontecido, passou semanas torcendo para chegar ali e descansar em terra firme, mas agora tudo o que queria era ir embora.Então sorriu pela primeira vez dês daquela tarde, o kraken dourado dançava ao vento do alto do navio de Yara.
Foi ate o Vento Negro, mas quando chegou lá teve a sensação de que não encontraria Yara ali.Mas mesmo assim ficou olhando para o navio, ele era tão ela que so de olha-lo já lhe dava conforto.
—Você-chamou um marinheiro que estava descendo do navio-Lady Yara está em sua cabine?
—Não Vossa Graça, a comandante saiu dês de que chegamos, mas não sei dizer onde está
Deu meia-volta e olhou para os estabelecimentos perto de onde estava, todos estavam meio vazios e não pareciam com um lugar onde Yara iria, então começou a andar e se lembrou de mais cedo durante o passeio pela cidade, quando Nilven lhe disseram onde ficavam as maiores tavernas de Volantis, não era longe dali.
Antes de ir passou perto dos armazens onde os imaculados estavam a procura de Verme Cinzento, ele parecia não dormir nunca, e estava afiando seu punhal quando viu a rainha e rapidamente se colocou em prontidão.
—Deseja algo minha rainha?
—Dois ou três imaculados para me fazerem guarda
—A está hora?-ele nunca retrucava uma ordem, mas já estava realmente tarde
—Preciso falar com Lady Greyjoy, e acho que sei onde ela pode estar
—Posso lhe convocar, apenas me diga onde e este local
—Não, obrigada-disse firme, mas sem deixar de ser gentil-Preciso ir eu mesma
Ao invês dos três que havia pedido, Verme Cinzento lhe arrumou cinco imaculados álem dele mesmo.Seus pés estavam doendo da caminhada da mansão de Johr, mas estava feliz em ter um lugar novo para conhecer, não mais apenas seu navio.Quase se perdeu no caminho, as ruas para ela era todas iguais, mas quando viu a ponte do Volantis achou o local para onde deveria ir.
—Tem certeza de que ela está por aqui?-perguntou Verme Cinzento ao ver a quantidade de bêbados e prostitutas ao longo da ponte
—Sim, eu sei que ela está aqui
A certeza foi ainda maior ao ver na porta de uma taberta homens de ferro bebendo e conversando com prostitutas.Verme Cinzento abriu caminho entre eles para Dany passar.
Quando entrou sentiu tristeza e raiva, Yara estava sentada em uma mesa, com Mýrlah em seu colo e uma mulher de seios de fora a abraçando por trás com um braço e com o outro esticava ate a mesa para pegar a bebida de Yara e lhe dar um gole na boca.A bebida respingou quando ela deu uma risada por uma piada que Dany não ouviu, Mýrlah então lambeu a bebida que havia escorrido por seu queixo, pescoço, ate entrar na blusa de Yara, que Dany viu já estar meio aberta expondo a curvatura de seus seios.
—E melhor voltarmos Vossa Graça-disse Verme Cinzento ao ver a cena
Sem dizer nada Dany foi embora, aquele havia sido um dia horrivel, sabia que sair de Meereen e marchar em batalha seria horrivel, mas esperava que os momentos ruins só começassem com sua chegada em Westeros.Havia começado cedo demais para ela suportar.Algo havia lhe avisado para ir atrás de Yara, mas pensou que veria algo bom, e não aquilo, mas talvez fosse melhor ver por si mesma.


Quando Hunter a convidou para beber ela pensou que seria algo mais inocente, mas logo vieram as prostitutas e ficou surpresa ao ver Mýrlah entre elas, mas prometeu a si mesma que iria apenas beber.Quando era convidada para ir a um quarto recusava, e foi assim o dia todo, Hunter ia para o quarto com alguem e ela ficava ali bebendo.Já tarde da noite Yara estava tão bebada que seu único foco no momento era não morrer, mas a menção de um nome conhecido lhe despertou os sentidos.
—Era ela mesma, a Mãe dos Dragões-disse alguem atrás dela
—O que você disse sobre a Mãe dos Dragões?-perguntou com a lingua enrolada, com a visão desfocada demais para olhar atentamente para a pessoa
—Ela estava ali na porta agora mesmo, mas foi embora tão rapido que muitos não a notaram-disse a primeira voz
—Deve ter se perdido no caminho para o navio-a segunda voz disse rindo
Gritou um palavrão e se levantou rapidamente expulsando Mýrlah de seu colo e sua mão de dentro de suas calças, estava tão bêbada que nem havia percebido que ela havia aberto suas calças.As amarrou rapidamente bem como a blusa, se alguem perguntou o porque dela ir embora, Yara não ouviu, mas cambaleou ate a porta da taverna.
A rua estava mais vazia do que antes e se concentrado bastando conseguiu ver os cabelos platinados dela metros a frente, Dany nunca andou muito rapido, esperava que conseguisse ser rapida o suficiente para chegar ate ela.
Se apoiando em muros e outra pessoas, Yara acelerou o passo e perdendo a noção de distancia com o alto nivel de álcool bateu de cara nas costas de um imaculado que prontamente apontou a lança afiada para ela, caida no chão com o impacto.
—Dany-chamou, não havia pensado que não deveria chama-la assim em público
Perdendo cada vez mais o controle pelo seu corpo, e com a cabeça cada vez mais pesada, Yara deitou no chão de pedra gelada da rua.
—Eu posso explicar-disse enrolando a propria lingua
—Explicar o que?A bebedeira?As prostitutas?Ou você estar caida no meio da rua?
—Eu não estou caida no meio da rua-se apoiou nos cotovelos para olha-la nos olhos-Eu fui derrubada
—Claro-olhou para Verme Cinzento-A ajudem a voltar ao navio
Dois imaculados a colocaram de pé, e foi o caminho todo ate o porto com eles a ajudando a andar.
—Depois vou voltar lá, perdi uma coisa
—O que?-perguntou Dany
—Minha dignidade
Mordeu os lábios para não rir, estava com raiva, mas só de encontrar Yara já se sentia melhor, mesmo na situação em que havia sido achada e do estado em que estava agora.


A banheira do cobre de sua cabine estava agora cheia de água quente, Yara havia desmaiado no divã de sua cabine e ali ficou enquanto o banho era preparado.Dany pensou em pedir ajuda as aias para despir Yara, mas sabia que a morena se sentiria envergonhada depois, não que não fosse sentir depois de ser carregava ate ali, mas ser despida e colocada na banheira era outra coisa.
—Agora preciso que você me ajude-disse enquanto tirava suas botas, sua adaga caiu pesada no chão, Dany a colocou na mesa ao lado do divã
A colocou sentada para tirar sua blusa, mas ela caiu para o outro lado, se sentou ao seu lado usando o corpo de apoio, as vezes Yara abria os olhos para fazer uma piada, mas logo apagava novamente.
Já sem roupa, a levou para a banheira e conseguiu a colocar dentro sem muito dificuldade.Se lembrou de como Drogo as vezes chegava tão bebado a ponto de simplesmente cair na cama, mas ele nunca ia muito longe quando bebia.Foi ate a cama para arruma-la para dormir quando olhou para a banheira e não viu Yara, só bolhas saindo da água.Correu ate lá e emergiu sua cabeça, ela nem parecia ter percebido.
Pensou que um banho a faria acordar, mas talvez água fria tivesse sido mais eficaz.


Acordou no dia seguinte com tanta dor de cabeça que ficou tonta, não se mexeu um centimentro para não piorar a dor, sentia tambem dor no corpo, principalmente nas costas e no quadril, esperava não ter brigado com ninguem, não queria um olho roxo.
Olhou em volta e reconheceu a cabine de Daenerys, então as imagens da noite anterior apareceram, não completamente, se lembrava de Dany tê-la visto na taverna com prostitutas e de precisar ser carregada, mas nada álem disso.Ignorou a dor e se sentou, usava uma blusa de algodão azul e estava nua da cintura para baixo.Daenerys não estava na cabine, estava sozinha.
Ao lado da cama havia uma bandeja com fritas e uma jarra com leite fermentado para ressaca, bebeu dois copos e se deitou com um cacho de uvas na mão, queria voltar a dormir, mas sua cabeça latejando não deixava, então se reconfortou na cama, sentindo o cheiro de Dany, teria sido melhor acordar com ela ao seu lado, mas pelo o que achava que tinha feito na noite anterior, não ficava surpresa por ter acordado sozinha.

Logo que se vestiu de manhã foi informada de que Nilven Johr havia lhe mandado alguns mimos.Ao sair da cabine o cheiro de sangue inundou suas narinas, Tyrion estava na beira do navio olhando para o porto, ela foi ate ele e encontrou algo inesperado.Três carroças cheias de animais mortos, vacas, ovelhas, porcos, cavalos, cachorros e ate gatos, aquilo a deixou nauseada e logo mandou que o tirassem dali.
—Acho que ele imagina que alimentando seus dragões os deixem sem fome para devora-lo caso mande
—Quando me disse que ele iria me presentear não achei que seria isso
—Tem mais-disse Tyrion colocando a mão no bolso, ela achou que ele fosse tirar algum animal morto, mas tirou uma caixa de veludo-Com os cumprimentos de Nilven Johr
Dany abriu a caixa de dentro havia um colar de esmeraldas, iam das menores as maiores, e a maior no centro do colar era do tamanho de um pêssego.
—Por que esses homens acham que dar joias conserta seus erros?
—Já dei muitas joias a mulheres, Vossa Graça, e todas sorriam ao recebe-las, acho que acreditamos que joias as fazem sorrir
—Mas eu não estou sorrindo-fechou a caixa
—Missandei tambem recebeu um presente, um belo enfeite de cabelo de ouro
—Pelo menos não e uma coleira de prata-rosnou
Sem dizer nada Dany foi ate as escadas do convés, desceu ate o andar de baixo onde ficava a cabine de Missandei.Bateu na porta e quando a morena a abriu ela sorriu.
A cabine de Missandei era repleta de livros de varios idiomas, ela os treinava constantemente.Tambem havia sua escrivaninha com inumeras penas, ela gostava de colecionar penas para escrever, algumas brancas e simples, outras azuis com um aspecto esmaltado, outras coloridas e cheias de plumas.
—Soube que aquele homem lhe enviou um presente-disse quando Missandei fechou a porta
—Sim-foi ate a escrivaninha e lhe mostrou um enfeite de cabelo
Era ate bonito, em formato de rosas, com as petalas feitas de ouro pólido e com uma pequena pedra branca no centro delas.
—Imagino que Vossa Graça não aprove
—Achou o enfeite bonito?-perguntou, Missandei respondeu acenando afirmativamente a cabeça-Então pode ficar com ele-lhe entregou a caixa com o colar-E com esse tambem, você fica muito bem de verde


Quando voltou a sua cabine achou que Yara ainda estivesse dormindo, mas quando ela rapidamente se sentou na cama para logo depois colocar as mãos na cabeça e deitar novamente com a pancada da enxaqueca ela viu estar acordada.
—Ia dizer que parece melhor, mas eu estaria mentindo-se sentou na cama
—O quão ruim eu estava noite passada?
—Muito ruim, para ser sincera
—Dany, sobre ontem, você precisa saber que eu só estava bebendo, não fui para a cama com ninguem
—Não?-perguntou debochada
—Não, eu só bebi, estava com saudade de beber
—Pelo o que eu sei você tem um enorme arsenal de bebidas
—Quero dizer ir a uma taverna e beber enquanto rio e ouço músicas-a olhou bem nos olhos-Eu juro, não aconteceu nada, embora não tenha parecido
Queria sentir raiva e desconfiança, mas acreditava nela, Yara não era mentirosa, talvez ate sincera demais.
—Não gostei do que vi ontem, nem gostei quando você trouxe Mýrlah para a viagem
—Só queria ajuda-la
—Nunca conversamos sobre fidelidade, mas eu gosto de monogamia.Embora em Meereen eu estivesse com Daario e você tivesse encontros constantes com ela.Mas se depois de hoje não for assim, eu não quero
—Então nos estamos namorando?-seus olhos brilharam
—Se e assim que prefere chamar
Yara lançou seu pescoço com os braços e a puxou para a cama para um beijo.
—Nem nos vimos ontem cedo, como foi seu dia?
—Terrivel, mas não vamos falar disso agora-desceu a mão ate a nudez da morena
—Estou cheia de dor de cabeça
—Eu sei de um ótimo remedio para dor de cabeça


Beijava o seio esquerdo de Dany enquanto seu dedo ainda estava dentro dela, sentindo a pulsação do prazer que havia acabado de lhe proporcionar, estavam suadas, as cobertas haviam sido jogadas no chão e seus corpos estavam expostos ao frescor da cabine.
Se reconfortaram no colchão, recuperando o fôlego, já tranquila, o coração de Yara continuava a bater forte, não mais pelo exercicio, e sim por ela.
—Eu gosto muito de você-disse tirando uma mecha loira do rosto dela
—Eu tambem gosto muito de você
Yara olhou para onde a cabeça do hrakkar as olhava, Daenerys poderia não ama-la como o amou, poderia não falar dela como falava dele, mas ela não se deixaria abater por um fantasma, ele estava morto e ela viva.
—Lembra quando me perguntou com que idade matei alguem pela primeira vez?
—Sim-notou como o tom de voz de Yara mudou
—Tambem lembra de como me disse que a primeira pessoa que amou foi seu marido?
—Sim-se sentou na cama
—Não sabia bem como te contar, a historia da primeira pessoa que matei esta ligada a primeira pessoa que eu gostei, não posso falar de amor, mas na época para mim era amor
—Pode me contar se quiser-segurou sua mão?

Passou anos sem pensar naquilo, mas agora tudo era muito recente em sua memoria, a mulher ponta cabeça, seus olhos arrancados e lagrimas de sangue escorrendo por sua testa, os cabelos loiros arrastavam no chão assim como seus dedos.O marido brincava com seus olhos, os girando entre os dedos como pequenas bolinhas, Yara os conehciam, eram castanhos e eram gentis, mas agora estavam ressecados e murchando.Aquela mulher era uma boa pessoa, ela estava sempre sorrindo, apesar de muitas vezes Yara ter visto um olho roxo ou labio cortado; já seu marido, era um bêbado que gostava de mostrar o pinto as filhas de mães solteiras ou viuvas, que não tinham homens para protege-las.Logo depois ambos os olhos da mulher foram perfurados por anzois e pendurados perto do corpo, ele ficou ali durante quatro dias, ate a carne apodrecer e gaivotas lhe arrancarem os dedos e enfiarem o bico em suas orbitras vazias, Yara viu de sua janela, por uma luneta, o dia em que tiraram seu corpo, nunca soube o que fizeram com ele.
Ela era boa, gentil e sua amiga, agora era só comida para gaivotas.Seu nome era Amandy e era sua criada particular, seu pai achava que precisava disso, mas mal sabia ele que ela foi a primeira mulher que Yara beijou, aos seus doze anos.Seu pai tambem não fez nada, quando pediu por clemência apenas respondeu que ela deveria ter pensado antes de desejar trair o marido.
Mas Yara a conhecia, o suposto homem com quem ela pensava em tornar seu amante era um marinheiro grosseiro que dava em cima de muitas mulheres, Amandy nunca quis nada com ele, ela apenas lhe dava bom dia com educação e isso o fez achar que ela o queria, mas ela só estava sendo gentil como normalmente era.O mesmo marinheiro grosseiro estava ali, admirando seu corpo morto e rindo em meio aos outros homens enquanto seus olhos eram perfurados com anzois.

Foi no ano seguinte ao fim da Revolução Greyjoy, quando só haviam ela e o pai, e ele vendo a filha sem mãe lhe arrumou uma criada, Amandy era uma bela moça de dezoito anos, com cabelos loiros ondulados e grandes olhos castanhos, era pequena e delicada.Já Yara era uma garota de doze com pernas longas, alta e desengonçada, que usava sempre calças curtas demais e deixavam suas canelas a mostra.Amandy havia acabado de se casar com um homem 27 anos mais velho que a agredia, mas não se mostrava feliz.
Ela foi seu primeiro beijo, talvez tivessem tido mais que um beijo se não a tivessem matado, ela não merecia aquilo, era tão gentil com todos, não se importava por Yara ser masculina e gostar de mulheres e nem tinha medo dela por isso.Mas a mataram covardemente, e a penduraram por dias para ser comida pelos pássaros.Ainda estava com a raiva por terem matado seus irmãos mais velhos e levado o mais novo, então misturou todos aqueles sentimentos e foi atrás daqueles homens.

Dias depois, quando estavam bêbados, Yara matou eles com um punhal.O marido ela o fez primeiro, ele estava urinando no muro de uma loja e ela o fez, foi a primeira vez que havia matado alguem, mas ela não sentiu nada, diferente do outro.Já o marinheiro ela fez no dia seguinte quando ele estava caido em frente a propria casa, deu um forte e profundo golpe com o punhal em seu coração, ele abriu os olhos e se engasgou com o grito.Ainda se lembrava da vida dele indo embora, seus olhos perdendo o brilho ao mesmo tempo que gritavam por ajuda.Ela pensou em lhe arrancar aqueles olhos, mas não era como eles, poderia tê-los matado, mas não era uma sádica.


Daenerys sentiu um frio na espinha, nunca ouvira Yara falar daquela forma, nem parecia ela.
—O que aconteceu depois?Souberam que havia sido você?
—Claro que sim, eu poderia saber matar alguem, mas ainda não sabia ainda ser discreta.Morri de medo quando um grupo de homens foi ate meu pai reclamarem as mortes
—E o que ele fez?
—Nada, apenas disse que eu havia feito o que qualquer um faria, havia achado injusta a morte de uma pessoa que me era querida e fui atrás de vingança.Acho que foi naquele dia em que ele viu que eu poderia são tão promissora quanto um filho homem
—Adoraria te conhecer a mais tempo.Que a rebelião não tivesse acontecido e um dia acabassemos nos conhecendo
—E como seria isso?
Se deitaram na cama e Dany começou a contar a historia de como teriam se conhecido.


Seria em um torneio, no torneio em homenagem ao casamento de seu irmão Viserys ou de seu sobrinho Aegon, um deles iria estar se casando e seria feito uma enorme festa.Todas as grandes casas iriam comparecer e Dany estaria assistindo do camarote ao lado de sua mãe Rhaella e de seu irmão, Rhaegar II, ele já seria rei apos a morte do pai, seria melhor para todos que o pai já estivesse morto.Sua sobrinha Rhaenys estaria viva e feliz, casada com algum Lord e junto a ela estaria sua mãe Elia Martel, o sol de Dorne.
Do camarote Daenerys iria observar os convidados, senhores de grandes casas que ela só havia ouvido falar, então iria ate onde estava a casa Greyjoy, com Lord Balon, sua esposa, seus três filhos e sua filha.Dany então veria Yara que havia sido obrigada pela mãe a usar vestido e que estava emburrada por não poder duelar.Curiosa, Dany perguntaria a mãe:
—Qual e o nome da filha de Lord Greyjoy?
—Se não me engano e Yara
—O que sabe sobre ela?-perguntaria
—Pelo o que sei espantou todos os pretendentes que seu pai arrumou-diria sua mãe
—Deve ter vindo aqui em busca de um bom casamento para a filha-completaria Elia
A noite então no banquete ela seguiria Yara com o olhar, a acharia muito bonita no vestido azul que estava usando, embora a todo o momento arrumasse a saia que a deixava pouco confortavel.
Elas então trocariam olhares enquanto dançavam com possiveis pretendentes que suas mães haviam lhes arrumado, e entre os rodopios seus olhares se encontrariam, mas iriam disfarçar envergonhadas, para então se olharem novamente por cima do ombro de seus pares.


Segurou a cintura de Daenerys.
—Eu poderia entrar escondida no seu quarto no meio da noite
—Imagine o escandalo-brincou
—No meio da noite sua criada iria aparecer para verificar se havia apagado todas as velas, e me veria com a cabeça no meio de suas pernas
—Antes do amanhecer toda Porto Real saberia o que havia acontecido
—Meu pai pediria desculpas ao rei por eu ter 'deflorado' sua inocente irmãzinha
Desceu os beijos ate o umbigo de Dany, ela se arrepiou e seus gemidos aumentavam conforme ela ia descendo.Logo a temperatura do quarto havia esquentado e elas esqueceram todos os problemas, como só faziam quando tinham uma a outra.


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Notas finais do capítulo

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