Harleen escrita por Apenas um Réptil Aleatório


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Okaaaaay, vamos lá. Essa fic foi um pouco complicada, mas eu realmente queria escrevê-la. Tem algumas coisas que preciso deixar claro para vocês leitores:

1



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/701321/chapter/1

Harleen.

Harleen Quinzel.

Sabe, este é o meu nome.

Quando eu te conheci, você logo me disse que meu nome se assemelhava a “Harlequinn” (Ou arlequina), como o clássico personagem palhaço – E vamos admitir, você não foi o primeiro. Mas... “Um nome que coloca um sorriso em meu rosto!”. Foi o que você disse.

Quando decidi me envolver com você, eu não tinha intenção ou predição nenhuma do que aconteceria pela frente, do que nós dois teríamos nos tornado, ou principalmente, no que mudaria em minha vida. Não fazia ideia de que ao estudá-lo, tornar-me sua psicóloga, meu coração amoleceria da forma em que amoleceu. Não sabia que ouvir algumas de suas histórias, simpatizar com você, ou permitir-me sentir atração pelo meu paciente fosse me bagunçar tanto assim. Dos pés a cabeça. É anti-profissional, irresponsável. Mas eu permiti. Eu permiti.

Realmente, não posso mentir para mim mesma, nunca estudei muito para esta profissão. Passei nas provas, módulos, me formei, e fui parar em Arkham, mas não fui verdadeiramente honesta em nenhum destes momentos. Desejava me tornar uma psicóloga, entender o que se passava na cabeça das outras pessoas, sem me sujeitar a me esforçar o suficiente – creendo na minha própria forma de resolver as coisas – e tive que usar o que sabia que tinha*para continuar. Uh, se é que me entende. Senão, tudo bem.

Hoje vejo que muito provavelmente, não foram as melhores formas de progredir, e que eu devia ter estudado um pouco mais, pois talvez eu fosse mais inteligente agora e, pudesse ter aprendido a lidar com tudo de maneira mais prática. Com tudo sabe... Com eu, e você.

Assim que decidi finalmente ficar ao seu lado, acreditei que sabia o que estava arriscando, e que tudo valeria a pena contanto que eu pudesse tê-lo comigo. Contanto que eu pudesse lhe ajudar de alguma forma. Mas...

Acho que mais da metade das cicatrizes que tenho espalhadas pelo corpo foram causadas por você. As mais profundas porém, as que causou em meu coração, ainda estão cicatrizando. Lembro-me dos seus socos, dos seus xingos, das vezes em que me jogou pela janela (Sim, no plural), e muito mais, lembro-me de absolutamente todas ás vezes em que me humilhou. Em que pisava nos meus sentimentos e dizia coisas como “Oh, Harley, quando eu disse que te achava bonita? HAHAHA”, “NÃO ME CHAME DE PUDINZINHO”, “Seus sentimentos não valem de nada, sua bagunça patética”, “TUDO TERIA DADO CERTO SEM VOCÊ**. Você dilacerava todas as partículas do meu coração, e as dissolvia a pó. E no dia seguinte, quando eu acordava, você refazia suas promessas vazias de que fora coisa do momento, e se eu não aceitasse suas desculpas, você me abandonaria. Mas nós dois sabíamos que você não se arrependia.

O que eu era pra você? De acordo com minhas lembranças, devo dizer, eu era como um boneco. Não só um boneco, não era nem mesmo seu preferido. Eu era descartável. Assim como todos são para você (Menos ele). Eis o motivo pelo qual eu não entendia, por que eu sempre estive ali? Reconheço, eu o amava, e sim, eu sempre voltava pra você, não importa o quanto você tenha me destruído, eu voltava, e você me controlava e você me dava as ordens – como um boneco. Mas você nunca me descartava. Não totalmente. E esse era um dos maiores motivos pelos quais eu voltava. Esperança. Eu queria sentir que ainda tinha chances de ser amada de volta. Mas então eu percebi, nós não simplesmente jogamos ferramentas úteis no lixo só porque elas escorregam de nossas mãos enquanto fazemos o serviço – nem mesmo quando caem em nossos pés. Nós as usamos e, quando quebram, jogamos fora. Eu sempre fui uma boa ferramenta.

Eu demorei. Demorei para entender o que estava acontecendo, e pelo que eu estava me deixando passar; esozinha, eu provavelmente ainda não teria entendido.*** Não teria entendido que pelo menos 90% do que conseguia de suas emoções eram quase meras alucinações; não teria entendido que eu era um boneco, não teria entendido que eu era uma ferramenta; Não teria percebido que você não me amava.

...

Mas no fundo, eu já sabia disso.

Sabe, eu não te odeio, senhor C. Eu não conseguiria lhe odiar, porque eu já te amei muito. Muito. Tanto. Odeio ter deixado você me tratar como me tratou, e odeio ter me acovardado de tudo e todos, apenas com medo de que você sumisse da minha vida, mas não, eu não te odeio. Porque eu te amava.

Cara, pudinzinho, eu realmente te amava. E não, eu não me arrependo de ter escolhido ficar com você, porque eu me recordo de tudo que fizemos juntos. Nós, seres humanos, escolhemos as memórias em que vamos focar, e as que vamos guardar com mais carinho, e a minha vida toda escolhi focar nos maravilhosos momentos que tívemos juntos, e ignorar todos os ruins. Todos os que eu citei acima.

Foi divertido. Foi divertido te amar. Cada momento que passamos juntos, cada um deles, foi prazeroso, pois eu podia prestar atenção á todos os seus mínimos detalhes. Seus olhos brilhantes, seu queixo fino, seus ombros largos, seu corpo magro. Sua forma de sorrir sempre que encontrava um motivo bom o suficiente, e como me fazia rir. Como me inspirava. Acredito que inspiração, estar inspirado, seja uma das melhores sensações que o ser humano possa sentir, certo? Quando inspirados, acreditamos que podemos mudar o mundo. Você disse que mudaria o mundo. Você disse que seria um dos melhores vilões. Você disse que faria tantas coisas, e tantas delas, você não fez. Mesmo assim, você me inspirava. E eu sempre acreditei em você.

A cada dia que passava ao seu lado, ria mais e mais de mim mesma e da forma boba em que as borboletas dançavam no meu estômago como se eu fosse uma pré-adolescente apaixonada. Por você. Permitir-me sentir daquela forma incessante, era fantástico. Sem fazer força posso me lembrar de como meu coração pulava quando minha pele sentia seu toque, de certa forma, macio, ouriçar todos os poros do meu corpo, das costas até a nuca****. De como não me empenhava em ignorar meu ego inflado todas as vezes que me elogiava por um trabalho bem feito, ou como me sentia estupidamente feliz quando conseguia encontrar, no meio de toda aquela obsessão compulsiva, um sorriso verdadeiro em seu rosto. Eu podia morrer, e morreria em paz. Isso... Até eu perceber que este sorriso não brilhava por mim. E que você nunca estaria ali pra mim de verdade.

Mas, entre todas estas lembranças, as mais preciosas são as das raras, raríssimas vezes em que eu o via chorar, e sabia que era a única. Você desabava de repente, e eu estava ali pra você. Eu lhe abraçava, você me apertava, e então eu passava os dedos finos pelas suas madeixas verdes e dizia “Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Eu estou aqui, e eu te amo”, e nessas horas, ao contrário de praticamente todas, todas as outras vezes, você não me afastava. Você me segurava ainda mais forte e éramos apenas nós dois num cômodo vazio, abraçados, afagados, e eu realmente sentia que significava alguma coisa para você, porque era pra mim que você expunha suas lágrimas, e para mais ninguém.*****

Uma pessoa apaixonada, ilusiva. É o que eu era. E com o livre arbítrio em mãos, sempre escolhi me concentrar neste tipo de lembrança, e ignorar o resto todo. Quando eu tentei lhe matar; aliás, sempre que tentei lhe machucar, sempre que me via cansada, exausta, e me pegava desprevinida pelo seu doce olhar, e sua voz – a mais bela das músicas – me pedindo desculpas, todas as memórias ruins se escondiam. Evaporavam. E sobrávamos eu, você, e um filete de esperança. Uma chama acessa; mas apenas em mim.

Você se lembra?

É, eu te amei. Dei todo meu coração á você. Mas cresci o suficiente para saber que não posso ignorar o que me faz mal. Hoje, sinto-me muito melhor comigo mesma. Sei que sou forte, sei que sou linda; e qual é, eu sempre fui muito sexy. Também sei que não estou sozinha, e que não preciso de você pra ser feliz. A única pessoa que me trará felicidade, sou eu mesma. Então muito obrigada por tudo que vivemos juntos, mas da próxima vez que eu te ver, lembre-se de que sou uma pessoa diferente, e desta vez, eu não vou voltar pra você.

Porque eu sou Harleen Quinzel.

Porque eu, sou Harley Quinn, e não foi você que me deu vida. Eu sempre fui assim.******


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Referências:

* - É. O que quis dizer com isso? Fora revelado que Harleen constumava... UHH Seduzir os professores para tirar notas e passar nos módulos na faculdade. Foi isso que eu quis dizer.

** - Okay, essas são frases que realmente saíram da boca do Coringa em algum momento nos quadrinhos. Na linha do tempo, algumas estão completamente separadas, mas queria aplicar coisas que ele realmente tenha dito na fanfic. Sobre o “NÃO ME CHAME DE PUDINZINHO”, realmente, não há nada muito tenso nessa frase, we could all deal with it, mas acontece que ele disse isso assim que ele a espancou e a jogou da janela de um prédio. É.

*** - Estava me referindo a Selina Kyle (Mulher-gato) e Pamela Isley (Hera Venenosa), que a ajudaram a perceber o abuso e a tornar-se uma mulher independente at all. Btw, Pamela até mesmo tornou-se a frigging namorada da Harleen com o tempo (Aah, o OTP).

**** - O toque, você diz, Réptil aleatório. Você pensou em um toque simples, ou um toque mais íntimo? Porque eu tenho ceeeerteza de que o Coringa não fez sexo com a Harley, já que ele mesmo muito provavelmente só usaria o sexo como algum tipo de aaaarma (Meh, também já pensei assim. Quer dizer, mais ou menos adhsuhas). Caros amigos, devo dizer que pretendia fazer menção a ambos os tipos de toque, porque, obviamente ele já a tocou



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harleen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.