Curse escrita por Master


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoas maravilhosas!

Desculpem a demora, infelizmente as férias acabaram o que significa que as aulas da faculdade voltaram, os cursos e o trabalho também, to bem atolada, o que também significa que eu tenho escrito nos ônibus, carro, horário de almoço hahaha.

Primeiramente gostaria de agradecer a maravilhosa Khaan pela primeira recomendação da fanfic, quase chorei a lendo e sério sua linda, muitíssimo obrigada.
Gostaria de agradecer também vocês que deixam reviews, sem vocês a história já teria morrido.

Ah sim, temos uma referência do primeiro capítulo nesse capítulo, espero que vocês lembrem da parte em questão.

Esse capítulo é um daqueles que mexem com a cabeça do autor, reescrevi ele quatro vezes, todas diferentes e ainda assim estou com aquela dúvida na cabeça: Será que está bom?

Espero que vocês gostem.



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Eu acabei de socar uma pessoa no rosto. Não qualquer pessoa, claro. Meu ex-namorado. Ver que meu golpe não fazia nenhuma diferença no rosto daquele safado, ordinário, mentiroso e traidor, quase me fez o agredir outra vez. Quase. Porque dessa vez ele segurou a minha mão.

Papai estava orgulhoso de mim. Dessa vez eu tinha deixado o dedão do lado de fora.

Oh Merlin, minha vida está tomando um rumo estranho e sinto que o final dela vai ser em um ringue de UFC.

Por dias essa cena havia habitados meus pensamentos e meus sonhos. O que eu faria quando finalmente o encontrasse? Eu seria polida e madura? Seria histérica e louca? Pela minha reação descobri que eu acabei sendo eu mesma: Primeiro aja e depois pense.

Seus olhos verdes piscaram algumas vezes tentando se habituar com a minha vibe de lutadora profissional e sua boca se curvou levemente em uma mistura de sorriso e imparcialidade.

Eu odiava saber exatamente o que cada sorriso daquele significava.

— Tudo bem, eu mereço. - ele disse despojado ainda segurando a minha mão.

Tentei a puxar bruscamente mas ele somente apertou mais.

— Me largue. - ordenei com um fogo nos olhos que habitava ali fazia um tempo.

Ele pareceu ponderar por um segundo e finalmente largou a minha mão quando achou que esse era o melhor movimento a ser seguido.

— Nós temos que conversar.

Ri desanimada lembrando de coisas que queria ter esquecido. Com Albus era assim, nós tínhamos que fazer algo e nunca um "podemos fazer algo". Chegava a ser irônico que até pouco tempo atrás eu achava charmoso essa sua natureza.

— Correção, não temos que fazer nada. - falei já me virando com o intuito de sair daqui, mas ele interceptou a saída me segurando novamente. - Sério, você quer mesmo morrer, não é?

— Eu só quero conversar, Aurora. - seus ombros murcharam e seus olhos me encararam sinceros. - Você não precisa falar nada, eu só preciso que você me escute.

Eu já não sabia mais se eu realmente queria escutar uma explicação, seria uma mentirosa se eu dissesse que não tinha medo das barbáries que ouviria... Entretanto, não seria mentirosa se eu também dissesse que não procurei respostas durante a semana toda? E agora que ela estava voando na minha cara, eu estava me negando em querer ouvi-la.

Uma vez aos oito anos de idade, eu havia perguntado ao meu pai como ele e minha mãe se apaixonaram. Depois de uma longa enrolação e histórias de tempos antigos, ele a completara com um conselho: "Quem te faz se sentir excepcional?".

E pensando nessa questão eu assenti para Albus.

— Tudo bem, tente me explicar seus atos absurdos, mas não espere que eu os entenda.

— Ok, vamos caminhar enquanto eu falo, ajuda a espairecer. - ele saiu andando na frente esperando que eu o acompanhasse.

E então eu o segui, primeiro agindo e esperando não pensar muito nisso depois.

~~~~~~~~

A leve garoa que começara a disparar do céu parecia combinar perfeitamente com a situação - era como se Merlin estivesse derramando as lágrimas por mim, já que eu decidira não deixa-las mais cair.

Entretanto, nem mesmo as finas garoas que molhavam a minha cabeça chegavam a ser tão incomodas como aquele silêncio que parecia durar toda uma vida.

— Você se lembra de Mastani? - perguntou ele olhando por cima do ombro, já que eu o seguia a uma pequena distância.

— Você vai começar a nossa conversa lembrando da ex-peguete do seu irmão? - questionei incrédula.

— Tudo começa com ela! - ele brandiu levemente irritado.

O caso era que eu lembrava de Mastani. Não era realmente uma pessoa que você simplesmente se esquecia. Um ano mais velha que nós dois e era do tipo de garota que fazia você questionar a sua sexualidade. Não foi realmente uma surpresa quando ela e James começaram um relacionamento - embora tenha sido um pequeno choque para mim. Ela foi transferida para Ilvermorny quando seus pais se mudaram para os Estados Unidos.

— O que tem ela, Albus? - questionei.

— Foi a primeira garota por quem eu me apaixonei.

Isso sim era uma surpresa, mas ao invés de uma reação exagerada apenas parei a caminhada e acenei com a cabeça várias vezes.

— James sabia disso. - ele disse como se tivesse lido meus pensamentos. - Foi a nossa primeira briga inclusive, eu havia dito a ele que ele poderia ter quem ele quisesse, menos Mastani, ela era única para mim. - ele riu amargo. - Ele me disse que enquanto meu nome não estivesse em uma aliança no dedo dela, ela não me pertencia, então ele poderia fazer o que quisesse com ela.

Dessa vez eu ri com amargura. Essa era a conversa que ele tanto queria ter? Sobre como o irmão tinha ficado com a sua paixão e ele se tornou um canalha? Isso jamais seria uma explicação plausível para o nosso caso.

— O que você quer que eu diga, que sinto muito? - perguntei exaltada. - Por que isso não absolve suas atitudes.

Ele suspirou cansado e ajustou suas vestes numa tentativa de tirar as mini gotinhas que caíam nela.

— Deixe-me terminar, que tal? - ele soou irritado. - Ele a usou da forma que só ele sabe fazer quando se trata de um relacionamento.

— Olha quem fala.

— Ele havia me prometido que não a trataria da mesma forma que tratou as outras e quando ele quebrou a sua promessa eu disse a ele que eu o machucaria da mesma forma. - ele me olhou sugestivo esperando que eu juntasse os pontos, mas eu apenas franzi o cenho confusa. - Foi então que a pedi em namoro.

Gargalhei com gosto, chegava a parecer uma piada de mau gosto, mas infelizmente não era.

— Você me pediu em namoro como uma forma de se vingar do seu irmão? - perguntei abismada. - O que é ridículo, Albus, eu e ele nunca tivemos sentimentos um pelo o outro.

Ele riu soprado.

— Mas então ocorreu algo extraordinário, sabe? Já éramos bons amigos, digo, eu e você, mas depois de duas semanas... Alguma coisa mudou, eu estava realmente me apaixonando por você Aus, o lance com a Iryna já era antigo e eu continuei com ela como forma de dizer a mim mesmo que nós dois não éramos um casal verdadeiro. - ele me encarou seriamente. - Entretanto, eu me apaixonei por você e todos os nossos momentos foram verdadeiros, quando James disse que te contaria a verdade, eu falei que não era mais necessário pois eu e Iryna já tínhamos terminado e que eu realmente gostava de você.

Alguma coisa havia entalado em minha garganta de repente, tinha tanto que eu queria falar, mas minha voz parecia não querer mais sair.

— Então ele te contou do mesmo jeito e foi exatamente como eu esperava, ele começou a se aproximar aos poucos de você e você estaria fisgada na teia dele como todas as outras.

— Você... - comecei, mas fui interrompida por ele.

— Não precisa me dizer nada, Aurora. - ele olhou para o céu. - Eu errei com você e talvez você nunca me perdoe, mas eu não vou desistir de você tão cedo e que bom que você chegou, James, esperava que você aparecesse em algum momento.

Me virei assustada para trás e arregalei os olhos encontrando James ofegante com um olhar duro na direção de Albus.

— James. - proferi sem mais palavras.

Eu estava confusa e me sentia no meio de uma batalha que estava sendo travada há tempos e que eu nem sabia que existia.

James avançou se aproximando de nós dois e parou basicamente ao meu lado.  Seus olhos me estudaram de soslaio tentando decifrar a minha reação sob o que Albus havia dito no final.

Eu gostava daqueles olhos que brilhavam esverdeados sob o emaranhado de castanho, seus cabelos escuros bagunçados davam a entender que ele tinha vindo apressado como se fosse seu único dever na vida e meu coração bateu dessincronizado ao lembrar das palavras de meu pai. Quem te faz se sentir excepcional?

Ele faz.

Seus olhos transmitiam sensações enquanto alternavam de meu rosto para seu irmão e quando finalmente pararam em mim novamente, senti um arrepio. Seus olhos falavam e eu conseguia ler exatamente o que seu olhar pedia que eu fizesse.

E mesmo lendo aquele olhar, não havia me preparado o suficiente quando ele me puxou bruscamente contra si e me beijou.

Eu queria ter relutado e o empurrado, mas quando suas mãos apertaram a minha cintura, eu entreabri os lábios lhe dando total acesso a eles, agarrei sua nuca com os braços enquanto ficava nas pontas dos pés - para tentar alcançar a sua altura. James riu se separando por um segundo, agarrou meu cabelo com certa pegada enquanto aprofundava o beijo novamente. Era um beijo incandescente, coisas em mim acenderam de um modo que eu nem sabia que era capaz de acontecer.

Era difícil saber exatamente o motivo de nossos lábios estarem unidos, mas meu interior desejava que nunca mais se separassem.

E ao pensar nisso, o empurrei de supetão lembrando da situação em que estávamos.

— O que raios...

— Lembre-se disso quando estiver pensando na situação. - ele proferiu somente e foi embora passando por Albus que o encarou com sangue nos olhos.

Eu estava ofegante e então percebi que precisava do ar que estava prendendo desde que ele havia chegado ali.

— Foi como eu disse, você já caiu em seu jogo.

E então Albus se foi me deixando completamente sozinha em meu mundo confuso. 

~~~~~~

1 ano antes

— Está faltando um pedaço do seu vestido, Chemorkisvi. - Rose dissera um pouco incomodada com a atenção extra que a loira estava recebendo no baile de dia dos namorados.

Pela primeira vez na vida eu senti como se eu tivesse levado um tiro. Quando ela desceu as escadas adentrando o salão e seus olhos encontraram os meus por alguns segundos, foi o suficiente para que eu quisesse me atirar no lago da lula gigante.

Estava com um vestido vermelho vivo e longo, com uma abertura lateral. A parte de cima de seu vestido parecia ter sido bordado. Usava um coque falso e era a primeira vez que eu a via usando maquiagem.

Senti-me estupido quando ela segurara na mão de Lorcan Scamander que parecia tão pasmo quanto eu. Eu sabia o que ele estava pensando: Não havia pessoa mais bonita naquela festa.

— É Chmmerkoviskiy, Weasley. - disse a loira com seus olhos brilhando de divertimento. - Não é tão difícil, a pronúncia é Ximerkovisquí. Tente uma vez.

Albus e Iryna se juntaram a nós com bebidas em mãos. Nosso grupo estava levemente afastado dos casais dançantes. Eu, Rose, Scorpius, Lorcan, Aurora e os recém chegados.

— Eu me empenhei e esse definitivamente foi o meu melhor trabalho. - Iryna disse orgulhosa enquanto apontava para Aurora que corou envergonhada. - Não acha que ela está bonita, Potter?

O modo irritado como Iryna me olhara indicava que ela sabia que eu havia dito que não acompanharia Aurora.

Fingi estar medindo a loira de cima a baixo pela primeira vez.

— Está adorável. - respondi somente.

Scorpius me olhou como se eu tivesse algum problema mental e rolou os olhos. Aurora tossiu descompassada e arrancara a bebida alcoólica de Albus e bebera em um único gole, puxando Lorcan para a pista de dança.

— Adorável? - perguntou Scorpius me puxando para um canto. - Eu sou adorável, ela é uma deusa grega.

Rolei os olhos, emburrado enquanto observava de longe os dois dançando e se embebedando como se não houvesse amanhã. Ela parecia feliz, o sorriso não saía de seus lábios, e seus olhos demonstravam diversão como se nunca houvesse tido tanta durante a vida toda.

Me peguei sorrindo quando vira a tropeçar e começar a dar risada enquanto seu par lhe auxiliava.

~~~~~

Estavam todos completamente bêbados pouco mais depois da meia noite. Tão bêbados que eu tive que estabelecer prioridades de quem eu ajudaria primeiro. Rose e Scorpius estavam rindo de uma garrafa, Albus e Iryna tinham ido embora quando dera meia noite, o Scamander estava auxiliando seu irmão até o dormitório da Corvinal. Restou Aurora que quase não se mantinha em pé e estava tentando subir as escadas inutilmente. Como é que os professores não notaram que todos os alunos deram um jeito de contrabandear bebidas alcólicas para dentro do baile?

— Eu te ajudo. - falei enquanto colocava seu braço em torno do meu pescoço para lhe ajudar a subir.

— A-acho que eu não estou mais tão adorável. - ela disse comendo algumas palavras e rindo depois. - Onde estamos?

Ela parecia extremamente perdida, mas seus olhos brilhavam de excitação com as esculturas de Hogwarts como se tivesse as vendo pela primeira vez.

— Tentando chegar ao seu dormitório.

— Oh. - ela soluçou e começou a rir disso.

Acompanhei a sua risada. Ela provavelmente não se lembraria de muita coisa após uma boa noite de sono, mas era uma cena que eu gostaria muito de guardar.

Seus olhos azuis estudaram a minha face com cuidado. Seus olhos se apertaram para procurar algo.

— Você não parece muito meu gato.

— Fico feliz ao escutar isso.

Ela riu com gosto. Quando chegamos finalmente as masmorras, quase em frente ao dormitório da Sonserina, seus olhos me encararam realmente confusos.

— Você realmente não quis ir comigo por que se acha muito velho? - ela questionou retirando seu braço do meu pescoço, tropeçando no nada quando se viu em pé sem meu apoio. - Nope. - e se apoiou de volta em mim.

Encarei seus olhos curiosos, e sem realmente pensar em meus atos coloquei uma mecha solta de seu cabelo atrás de sua orelha.

— Não. - respondi sinceramente. - Não quis ir com você porque você me deixa em um estado que ninguém mais consegue.

Ela franziu o cenho não entendendo. Ou talvez por estar muito bêbada para conseguir juntar as peças. Ela se afastou por um momento para me encarar nos olhos e antes que caísse eu a puxei novamente para mim, colando levemente nossos corpos e aproximando nossas faces - embora ela fosse mais baixa que eu.

Meu olhar se direcionou indiscreto para seus lábios convidativos.

— Se eu tivesse ido com você, a essa hora já estaria te beijando. - sussurrei muito próximo de seus lábios, o mais próximo que eu jamais estive.

— Então por que não me beija? - A sua pergunta havia sido mais do que um convite, havia sido uma música para meus ouvidos.

Tive dificuldade em resistir à tentação.

— Por que quando eu finalmente te beijar, eu quero que você se lembre e não esteja suscetível a um estado que se arrependerá depois.

Eu estava certo de todo modo. No dia seguinte ela nem se lembrava de como tinha chegado ao dormitório e embora tivesse doído, eu sabia que era melhor desse jeito.

Por mais que habitasse quase todos os meus sonhos secretos, Aurora não me pertencia - e era um saco saber que um dia ela pertenceria a outro.


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