End of the Day escrita por BeatriceSzabo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá :) Bem, essa é a minha primeira fanfic sobre Garota Conhece o Mundo. Tive a ideia de escreve-lá enquanto ouvia a música End of the Day, do One Direction. Não conseguia tirar a música da cabeça, então resolvi transforma-lá nessa fanfic, e esse é o resultado! Espero que gostem!



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Nunca liguei muito para as noites de ano novo. Sempre achei que comemorá-las era besteira, pois não fazia sentido se encher de esperança e prometer fazer coisas em uma noite para na manhã seguinte você apenas começar a repetir tudo o que fazia no ano passado. Sei que era óbvio que o meu ano não seria assim, pois Riley, nossos outros amigos e eu estavamos entrando no ensino médio e a partir dali muitas coisas poderiam mudar. Eu só realmente não esperava que elas começassem a mudar naquela noite especificamente.


Estava deitada na cama de Riley enquanto a mesma revirava o seu guarda roupa a procura de algo.


— O que você está procurando, querida? - Perguntei para a mesma enquanto mexia distraidamente na caixinha de música que ficava perto da cabeceira.


— Eu não sei exatamente. - Ela respondeu.


Franzi o cenho e larguei a caixinha. Logo Riley continuou.


— É que é a noite de ano novo e eu não tenho nada de especial para vestir.


Me levantei da cama e me apoiei na porta do seu guarda-roupa.


— É só uma noite, Riles.


Riley me deu o olhar que já era sua marca registrada; o olhar sonhador e mágico de Riley Matthews, que faz você vê o quanto aquilo significava pra ela. O quanto aquilo era importante e o quanto ela acreditava que aquela não era apenas mais uma noite. E como sempre, me fez acreditar também.


— Eu só quero que tudo dê certo, sabe? Sei que você não acredita nessas coisas mas... Não quero que o ano comece uma bagunça. Quero que tudo esteje no seu devido lugar. Isso incluiu encontrar uma roupa que faça com que eu me sinta bem.


Encarei os olhos castanhos de Riley. Essa era uma das coisas que eu mais amava nela. O jeito que ela via o mundo, sempre fazendo questão de que tudo estivesse nos eixos. Já disse pra ela muitas vezes que ela não era capaz de concertar tudo, mas devo admitir que recentemente venho engolido essas palavras com frequência. Riley era sim capaz de concertar as coisas. E ali estava ela, otimista para começar um novo ano. Ela só queria que tudo estivesse perfeito e isso me fazia querer o mesmo.


— Sei que você vai encontrar algo. - Beijei sua testa. - E independente do que for, sei que você vai ficar linda nele, como sempre. - Sorri e alcansei sua mão. Os nossos aneis se tocaram e ela sorriu para mim. Sim. Eu estava perdidamente, incondicionalmente apaixonada pela minha melhor amiga.
...
Mais tarde, naquele dia, resolvi ir pra casa. Já eram 14h, e depois de almoçar na casa de Riley (Que estava uma correria, pois todos estavam tão anciosos para aquela noite quanto ela), eu disse que descansaria para voltar mais tarde.
Encontrei um bilhete de minha mãe. Nele dizia que ela havia saido com Shawn e os dois me encontrariam na casa dos Matthews a noite. Nunca estive tão feliz pela minha mãe. É incrível o que encontrar a pessoa certa faz com a gente.


Suspirei pesadamente com esse pensamento. Eu estava apaixonada pela minha melhor amiga. Onde eu fui me meter?! Cheguei a essa conclusão a alguns meses atrás, mas claro que percebi que os sinais sempre estavam ali. Eu só estava me enganando a cada dia que passava. Me enganava em achar que queria que Riley ficasse com Lucas. Me enganava em achar que eu queria ficar com Lucas. Me enganava em achar que eu não tinha sentimentos pela minha melhor amiga.
Mas o que eu podia fazer? Riley obviamente gostava do Lucas. E agora que eu sai do caminho e percebi que os meus sentimentos não eram por ele, eles com certeza iriam ficar juntos. E isso me sufocava. Eu estava sendo egoísta, mas não podia negar, me partia o coração saber que Riley nunca sentiria o mesmo por mim.


Sacudi minha cabeça. Tinha que afastar esses pensamentos. Não acreditava em ano novo, mas naquele ano em particular tinha que mudar aquela situação. Eu tinha que aceitar que Riley e Lucas pertenciam um ao outro.


Me deitei em minha cama e olhei para a janela, onde uma pequena fresta de luz entrava. Coloquei os braços em baixo do travesseiro e logo minha mão tocou um papel que estava escondido atrás do mesmo. Puxei o papel e percebi que era um desenho. Riley estava desenhada naquele papel. Sorri com a lembrança daquele dia. Riley havia vindo passar o final de semana aqui. Já era tarde da noite mas nenhuma das duas conseguiam fechar os olhos. Estavamos rindo, e Riley falava alguma coisa ou fazia coisas bobas enquanto eu rabiscava algo em meu caderno de desenhos. Quando dei por mim havia desenhado Riley. Riley, que estava dando uma de suas gargalhadas quando eu comecei a rabiscar. E foi exatamente assim que ela saiu no papel que estava em minhas mãos. Meu sorriso apenas ficou mais largo. Coloquei a folha do meu lado e encarei o teto. O que diabos você fez comigo, Riley Matthews?!
...
Me dirigi até a porta da frente dos Matthews com as mãos nos bolsos do meu casaco. Estava fazendo muito frio nas ruas de Nova Iorque. Bati na porta uma vez e logo Topanga me recebeu.


— Você não entrou pela janela? Nossa, acho que está meio tarde pra chamar isso de milagre de natal, não é? - Ela sorriu, o que me fez dar uma risadinha.


— Não se acostuma não. - Respondi divertida. Ela se afastou para me dar passagem e logo eu encontrei todos que sempre se juntavam para comemorar datas festivas: Os avós de Riley, pais do Sr. Matthews e seu filho mais novo, tio de Riley, Josh, por quem também eu já havia me interessado. Além de, claro, os que residiam ali, Cory, Topanga e Auggie. Riley não estava na sala, o que fez eu me perguntar se ela ainda estava se arrumando, e como se lesse minha mente, Cory disse:


— Ela está no quarto. Não finja que não sabe o caminho.


Cumprimentei todos que estavam ali, afinal eu já fazia parte da família, e fui ao encontro de Riley. Como eu geralmente entrava pela janela, não sabia muito bem como me comportar diante da sua porta. Bati e logo escutei Riley responder um audível "Entre" do lado de dentro.


Empurrei a porta e Riley estava sentada na nossa janela. Tive que respirar profundamente para não perder o juízo. Ela estava linda. Quer dizer, Riley era linda. Mas de alguma forma, ela estava mais naquele instante. Ela usava um vestido lilás, que não era formal mas também não era casual. Era algo apropiado para o dia, e eu só conseguiu pensar em quão linda ela estava.


Ela ajeitava algo em seu sapato quando levantou a cabeça e se deu conta de que era eu que estava parada ali. Sim, eu estava parada, ainda sem reação ao que os meus olhos estavam vendo.


— Peaches! - Ela gritou e disparou em minha direção, me envolvendo rapidamente em seu abraço. - Estava esperando por você. Não achei que viria pela porta da frente. - Ela sorriu.
Eu estava com as palavras presas na garganta mas pigarreei e tentei me recompor.


— É, eu... Achei melhor entrar do jeito convensional. Riley, você está linda. - Não aguentei, tive que falar o que estava passando pela minha cabeça naquele exato momento.


Ela sorriu.
— Obrigada. Você também está linda. Como sempre. - Ela pegou minha mão e eu senti meu coração parar por alguns segundos. - Deixe o seu casaco aqui. Vem, vamos pra sala. - Ela me ajudou a tirar o casaco e logo nós duas fomos ao encontro dos outros. Nesse intervalo de tempo, minha mãe chegou com Shawn, e logo eramos uma família só, com o barulho de Nova Iorque se misturando com os de nossas conversas, juntamente com o da televisão, que transmitia as pessoas que estavam na Times Square.


Já era 23h. Faltava 1h para a meia-noite. Todos estavam dispersos e falavam de coisas diferentes. Josh brincava com Auggie, que estava mais desperto do que nunca. Cory ficava ressaltando Shawn para Katy e Topanga fazia comentários de como parecia que ele era casado com Shawn e não com ela. Então, Riley agarrou o meu braço e apontou com a cabeça o seu quarto. Nos levantamos e ninguém pareceu perceber que estavamos nos retirando. 


Ela abriu a porta do quarto e se dirigiu a cama, onde eu havia deixado o meu casaco. Ela me entregou o mesmo e vestiu o dela, que estava pendurado em um cabíde. Em seguida agarrou minha mão e por um momento pensei que ela nos guiaria para a janela, mas em vez disso ela saiu pela mesma, me puxando atrás.


Era dezembro. Estava tudo um gelo lá fora. Absolutamente tudo estava coberto de neve. Nos ajeitamos e nos apoiamos na grade. Dividiamos o espaço com algumas flores que foram plantadas ali, mas nada disso importava. Eramos só eu, Riley e a lua, que parecia ser testemunha daquela cena.


— Eu gosto de ver as outras pessoas celebrando o ano novo. - Falei de repente, o que atraiu a atenção de Riley. - É divertido ver todo mundo festejando junto. O que me incomoda é que... Elas fazem bilhões e bilhões de promessas e... Parecem se esquecer delas quando o clima de festa já passou e só é mais un dia como qualquer outro. Não faz muito sentido.


— Acho que as pessoas gostam de sentir que estão no controle de suas própias vidas. Por isso as promessas. Sem elas, elas não achariam que tem pelo menos um pouco de controle sobre o novo ano que está por vim.


— Mas elas não tem. - Respondi. - Riley, ninguém sabe o que vai acontecer amanhã. Eles não podem controlar o ano porque não tem como eles saberem o que vai acontecer a seguir.


Riley ficou em silêncio por alguns minutos.
— Você pode me fazer pelo menos uma promessa?


Virei a cabeça para encara-lá. Seus olhos castanhos, seus cabelos que estavam balançando levemente por causa do vento frio. Cheguei a conclusão naquele momento de que não conseguiria mudar os meus sentimentos por ela. Riley continuaria sendo Riley. E eu continuaria a amando por isso. Não importava quantos anos iriam se passar.


— O que você quiser. - Respondi.


— Mesmo sem poder controlar o que vem a seguir, você promete que fará de tudo para estar aqui? Comigo? Porque, Maya... Não sei se sou capaz de aceitar que um desses anos que vier leve você embora.


Estava ali. Definitivamente estava ali todo aquele tempo. Queria ter enxergado antes. Queria ter me dado conta de que estava apaixonada por ela antes. Mas eu sabia que não era tarde demais. Talvez eu estivesse arriscando tudo, mas quem se importava? Eu precisava arriscar. Porque na minha frente estava a garota que eu amava e era incrivel o que encontrar a pessoa certa estava fazendo comigo.


— Eu amo você.
Ironicamente, no exato momento em que eu disse aquilo, um grande barulho pode ser ouvido nas ruas e dentro do apartamento dos Matthews. Fogos de artifício coloriam os céus. Riley checou o celular e nele marcava o horário de meia-noite. Ela sorriu para mim e me abraçou. Dane-se o frio, aquilo me esquentou mais do que qualquer casaco. Ela gritou "Feliz ano novo" para mim e eu ri do seu entusiasmo. Me perguntei se Riley havia ouvido o que eu disse, mas logo fui interrompida por Auggie, que entrou apressado no quarto, passou pela janela, e puxou Riley e eu para voltamos para a sala.


Gratificamos todo mundo e depois de uma hora, só os que realmente estavam sem sono aguentaram. Todos resolveram passar a noite ali, então depois que a festa cessou, Riley e eu voltamos para o quarto, dessa vez prontas para dormir. 
Não conseguia parar de pensar no fato de que eu estava prestes a contar a verdade a Riley. Falamos sobre outras coisas aleatórias e rimos um pouco, o que fez amenizar um pouco a sensação estranha dentro do meu peito. Nos deitamos, ainda acompanhadas de assuntos aleatórios. De repente, Riley ficou séria por um minuto. Seus olhos cravados nos meus. Estavamos de frente uma para a outra. Abri a boca para falar algo mas fui bruscamente interrompida pelos lábios de Riley nos meus. Meu coração bateu mais forte e eu pensei que fosse passar mal. Quando imaginava o meu primeiro beijo com Riley sempre pensei que ela seria a que surtaria e que iria começar a dar indícios de que iria desmaiar, mas naquele momento era eu mesma que estava me sentindo assim. Foi um beijo calmo. Riley estava apenas esconstando os seus lábios nos meus, mas aquilo era mais do que suficiente. Aquilo para mim já era ganhar o mundo. Ela se afastou e ambas abriram os olhos ao mesmo tempo. Os dela estavam brilhando e os meus não deviam estar diferente. Ela sorriu e levantou a sua mão para acariciar o meu rosto.


— Eu também amo você, Maya Hart.


Naquela noite, tanto eu quanto ela não conseguiamos pegar no sono. Enquanto todos já estavam dormindo, Riley e eu aproveitavamos os braços uma da outra. Cheguei a uma última conclusão enquanto passava os dedos delicadamente pelos cabelos de Riley: Podia haver o Lucas, o Josh, quem quer que fosse. Riley era a única que eu queria no final do dia.


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Notas finais do capítulo

Então é isso! Espero que tenham gostado.
End of the Day: https://www.youtube.com/watch?v=glvxC9iBpxs


(Essa história foi originalmente postada por mim também no Social Spirit https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-garota-conhece-o-mundo-girl-meets-world-end-of-the-day-5990180)



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