Wherever you will go escrita por LunnaLay


Capítulo 6
Capítulo 6 - Tormento


Notas iniciais do capítulo

Gente, penúltimo capítulo :3 Espero que gostem ♥



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Tive um sonho conturbado. Não lembrava de nenhuma maneira o que havia acontecido nele, porém lembro-me de sonhar com meu maravilhoso gato preto. Curiosamente ele era apenas um gato normal, não um humano, como na realidade. Enchi meus pulmões de ar e observei Tikki adormecida no canto do meu travesseiro. Levantei-me e fiz minha higiene matinal, tomei meu café e assisti à TV por algumas horas.

Alguns desenhos, um filme e mais alguns desenhos, nada de tão interessante. Uma vontade inquietante de ligar para Adrien tomava meu corpo. Eu queria saber se ele estava bem. Me peguei novamente comparando ele ao Noir, e tentei afastar tais pensamentos.

 

— Marinette?

— Ah, bom dia Tikki, dormiu bem?

— Sim mari, mas tenho uma coisa importante para te contar... não queria me intrometer mas eu sinto que devo. Ela pairava de um lado a outro em frente a televisão.

— O que se passa? Me endireitei no sofá, prestando atenção em seus movimentos nervosos.

— Ontem, depois que você dormiu, Chat Noir veio ao seu quarto.

— O que?! Meu coração palpitou. Ele estava realmente aqui? Mas por que não veio a mim? Talvez tenha esperado eu dormir? Mas, por que?

— Ele ficou te observando dormir e falou alguma coisa em seu ouvido, não pude ouvir, estava me escondendo. Ele foi embora e resolvi não te acordar na hora. Ela me fitava um tanto quanto preocupada.

— Não creio... por que ele não me acordou? Eu quero saber o que se passa.

— Mari, acho melhor não te envolver mais com ele. Pela cara que ele estava ontem, parecia que nunca mais iria te ver. Ele ate te beijou, e aí saiu que nem uma bala pela janela.

— Eu preciso falar com ele, Tikki. Senti meu peito esquentar e um sentimento de determinação tomou meu corpo.

— E como espera encontrá-lo? Vais esperar até que ele venha em seu quarto novamente?

— Não Tikki, vou falar com ele, mas como Ladybug. Da próxima vez que eu o vir vou perguntar o porquê de ele estar tão estranho, aí ele com certeza vai me falar! Me senti esperta, claro que ele iria me contar, afinal, éramos amigos, certo? Mesmo ele não sabendo que eu era na verdade a Marinette e que eu briguei com ele por ciúmes de mim mesma.

— Eu não sei não Marinette. Acho que não é uma boa.

— Eu consigo Tikki. Só esperar algum Akuma ser liberado por Hawk Moth, e eu vou juntar o útil ao agradável, como dizem.

 

Mas nada aconteceu. O dia se passou lento e solitário, apesar de que Tikki estava comigo o tempo inteiro. Algumas mensagens da Alya e uma bisbilhotada nas redes sociais do Adrien para ver se eu conseguia alguma pista, porém, sem sucesso.

Minha noite foi ainda mais entediante. Fiquei por horas a observar minha janela de minha cama/o céu de minha varanda e assim sucessivamente. Não dormi nada bem e meu sono não foi longo.

Me senti horrível quando acordei. Segunda-feira. Logo nesse dia que não dormi direito. Tomei um banho rápido e saí de casa sem comer mesmo, estava sem fome de qualquer maneira. Enquanto corria até a escola, não deixei de olhar para cima dos prédios, esperando ver meu algoz.

 

 

Adrien estava muito distante. Eu não estava gostando nada dessa situação. Pedi para Alya sondar Nino no começo da aula, mas nada adiantou, ele também não se abriu com o melhor amigo. Tudo o que pude fazer foi especular e ter minhas próprias teorias. Resolvi que eu ia investigar isso de uma maneira nada sutil, perguntando a ele.

Esperei até o final da aula. Ele estava parado na porta e Chloé se despedira dele de forma bem desnecessária. O vi indo na direção da quadra, bem conveniente, hoje não haveria nada lá. Sorte.

Eu o segui. Me senti como uma stalker mas dane-se eu precisava conversar com ele. O vi sentar em uma das arquibancadas e verificar o perímetro. Ele começou a mexer em suas roupas, mas antes que ele fizesse qualquer coisa eu saí das sombras em que me escondia. Ele pareceu surpreso e nervoso ao me ver.

 

— Adrien? Fui chegando mais perto de onde ele estava sentado.

— M-Marinette? O que está fazendo aqui? Imediatamente ele arrumou as roupas e colocou as pernas na frente do corpo. O que será que ele estava escondendo?

— Eu.. é... Vamos Marinette, você consegue isso. - Eu estou preocupada com você, não que eu queira ser uma intrusa em seus assuntos pessoais, mas antes de qualquer coisa, sou sua amiga. Eu acho. Ele nada fez, só ficou me observando com uma expressão aliviada.

— E, mesmo que não tenha dito nem ao Nino o que se passa, pensei que não custa nada para mim oferecer-te minha ajuda e meus ouvidos também.

 

Ele se levantou, e vi seus olhos lacrimejarem. Ele veio em minha direção e recebi um abraço inesperado. Meu coração palpitava tanto e eu achei que iria morrer ali mesmo. Mas antes de qualquer coisa, eu tinha que ajudar ele a se sentir melhor, seja lá o motivo que esteja deixando-o tão triste.

 

— Marinette.

— Adrien... Apoiei minhas mãos em suas costas. Seus ombros eram largos. Seu cheiro era familiar. Fechei meus olhos e deixei aquele cheiro me extasiar. Eu estava muito nervosa para pensar em qualquer outra coisa.

— Obrigado. O senti me soltando e subi meu olhar ao seu. Não consegui decifrá-lo. Tentei falar, mas as palavras não saíram. Me senti uma idiota internamente.

— Eu estou apaixonado. Mas tal pessoa não me corresponde. Ele se sentou novamente.

 

Meu corpo amoleceu. Apaixonado? Por quem? Quem não iria correspondê-lo? Quem seria tal pessoa sem coração?

 

— Ah... Meus olhos foram direto pro chão, me sentei e uma vontade de me enfiar em um buraco para nunca mais sair estava dando petelecos em minha cabeça.

— Eu... realmente.  Ele me observou durante alguns segundos. - Eu … Ah, deixa pra lá.

— Tudo bem, se não quiser falar. Mordi a língua para não falar nada que o deixasse mal.

 

Ele me ajudou a levantar e nos despedimos. Fiquei com a cara no chão. Como estava apaixonado? Era impossível. Não poderia. Eu queria correr atrás dele e perguntar, mas não seria muito abuso para uma simples amiga?

 

 

Alguns dias depois, finalmente, um Akumatizado surgiu. Hawk Moth deveria estar de férias. Não que eu estivesse agradecendo, afinal, ele estava sendo controlado. Mas era bom saber que eu veria o Noir novamente. Me equilibrei entre os prédios até encontrá-lo. Ele estava diferente. Durante a batalha, nada de suas infames piadinhas ou qualquer tentativa de me impressionar. Libertei o Akuma da maneira mais rápida que pude, criei coragem para impedi-lo de ir, embora estivesse extremamente nervosa. Eu mesma não entendia o porquê de eu querer tanto falar com ele sobre tal assunto. O Assunto Marinette Dupain-Cheng.

 

— Chat.

— Sim, my Lady?

— O que se passa? Você está estranho.

— Problemas pessoais, nada que venha interferir em meu desempenho aqui fora. Ele encarava meus olhos, como se me culpasse por algo.

— E tais problemas?

— Não quer que eu te conte sobre a minha vida agora, não é? Ele apontou para seu anel, que já começava a perder sua segunda marca da patinha.

— Não precisa dizer nenhum nome, só quero saber como está. Você anda abatido Chat, e antes de qualquer coisa.... cheguei bem próxima a ele e tomei suas mãos entre as minhas. - Sou sua amiga.

 

Seus olhos arregalaram-se e ele puxou sua mão de uma forma um tanto brusca. Ele me olhava como um animal acuado.

 

— O que foi Chat? Me aproximei dele e tentei entender o que se passava, mas ele se afastou novamente.

— V-você... Como você?…. Seus olhos estavam cheios de tormento.

— Eu? O que se passa? Por alguma razão, protegi meu corpo com as mãos, na altura do tórax.

 

Ele levou uma das mãos até a testa e suspirou.

 

— Me desculpe, my Lady. Estou um pouco cansado. Seu olhar no meu, senti meu corpo estremecer. Seus olhos. Verdes, como o amor. - Tenho que ir. Novamente, ele me mostrou o anel que estava em seu último aviso.

— Por favor, amanhã vá até ali para conversarmos. Apontei para a Torre Eiffel.

— Não sei se devo. Ele parecia muito inquieto.

— Pense em uma maneira de me falar algo, nem que seja com nomes falsos ou algo assim. Você, mesmo sendo alguém misterioso, é uma pessoa muito importante, não quero te ver triste assim. Senti minhas bochechas ruborizarem. Eu estava usando meu alter ego para sondar o Noir? O quão cruel eu poderia ser com ele?

 

Ele me olhou de uma forma bem curiosa, como se me inspecionasse. Se aproximou e segurou meus ombros, de uma maneira bem gentil. Seus olhos novamente invadiam-me a alma, como se estivessem clamando-a para si. Me senti como Marinette, pela primeira vez estando como Ladybug.

 

— Prometa-me que não vai fugir de mim.

— Do que está falando? Por que fugiria de você? Meu coração estava acelerado, ele estava escondendo alguma coisa.

— Prometa-me.

— Ah... Ok, tudo bem, eu prometo. M- mas Chat-

 

Não consegui dizer mais nada, ele saltou pelos prédios e eu ouvi o último aviso da minha De-transformação.


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Notas finais do capítulo

Está quase acabando minha gente >< dá até uma dor no kokoro~

Deixem comentários gente u.u please ♥