A Teia de Sangue escrita por Artur


Capítulo 1
A Teia de Sangue: Capítulo 01 — Destinos Entrelaçados


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, como estão? Essa fic foi projetada há quase dois anos, e só agora pude postar(com muitos pedidos para anteceder), será uma história ambientada no universo de Final Destination, ou como conhecemos, Premonição. Contudo, muitas coisas foram alteradas para se tornar mais original possível.

A Teia de Sangue em si, é mais baseada na coletânea de livros em que os filmes se inspiraram, portanto, terá uma estrutura mais parecido com os mesmos.Também foi feito um trailer que vocês podem encontrar logo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=rvnR0yWaf_Y



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A Teia de Sangue: Capítulo 01 — Destinos Entrelaçados

 

 

O sol estridente incomodou seus olhos claros. O único filho dos Herdman caminhava vagarosamente pelas ruas de sua pequena e querida cidade. Pretty Lake quase nunca era mencionada ou de fato lembrada nas outras cidades do Estado da Carolina do Norte, quiçá em todos os Estados Unidos. Apesar de sua inferioridade, as águas plácidas do lago — localizado na entrada da cidade — faziam jus ao nome da cidade.

Em Pretty Lake, poucos eram os casos de violência, desastres ou qualquer coisa intrínseca às cidades grandes e desenvolvidas. Os dias da cidade eram na maioria das vezes serenos e tranquilos, sem o turbilhão de pessoas atarefadas vagando de um lado para o outro assim como a capital do Estado, Raleigh.

Joshua viria a passar o dia na casa de seu melhor amigo, Tommy Langerak. Ambos combinaram de sair durante a noite com outras duas companheiras. Josh andejava sem pressa pela caçada do quarteirão que dava acesso à casa de seu amigo e, poucos minutos depois, o jovem de cabelos castanhos visualizava com clareza a residência de Tommy.

— Bom dia, Senhora Langerak. — Joshua avistara a mãe de seu colega sair da casa com o celular preso entre o ouvido e o ombro esquerdo enquanto procurava por algo em sua bolsa preta.

Catarina Langerak estava nervosa e apreensiva, sua pressa deixou-se transparecer quando deixou cair a chave do próprio carro na calçada de sua casa. Josh demonstra sua singela educação apanhando a chave entregando-a logo em seguida.

— Obrigada, querido. — Catarina respondeu afastando o celular do ouvido. — Pode entrar. Tommy está no quarto, ele te espera desde cedo. Agora tenho que ir.

— Certo...

Joshua ergueu suas sobrancelhas estranhando o fato da mãe de seu amigo estar tão nervosa e apressada em um dia aparentemente calmo. Adentrou na residência, e logo fora recebido por Tommy o qual trajava um pijama branco rodeado por caveiras pretas.

— Você demorou! — Ralhou mostrando-lhe os dentes. — Consegui falar com as garotas, elas irão. Celina disse que topa qualquer coisa, mas a Kara só gosta de romances. Trouxe suas roupas?

— Sim. — Josh jogou sua mochila no sofá da casa. — E sobre a Kara, ela é sua namorada então você dará um jeito nisso, certo?

— Você sabe que sempre dou. — Brincou Tommy, caminhando para o quarto. Joshua o seguiu reparando que o cômodo se encontrava em um péssimo estado; roupas sujas espalhadas pelo quarto, embalagens de comidas e latas de refrigerantes vazias infestavam a mesa do computador. — Não vou pedir para reparar a bagunça, sempre reparam.

Josh sorriu, pois iria comentar a situação do ambiente justamente naquele instante. Tommy sempre foi seu amigo desde que se mudou para Pretty Lake; os dois adolescentes tinham muitas coisas em comum, mas também algumas diferenças tornaram-se evidentes com o decorrer dos anos. Joshua era mais comportado, sério e reservado enquanto seu amigo mostrava ser na maioria das vezes um rapaz extrovertido, infantil e com um ótimo senso de humor.

— Encontrei com sua mãe assim que entrei. Ela estava muito nervosa e apressada, aconteceu alguma coisa séria? — Joshua questionou sentando-se na cama do amigo enquanto o mesmo virava-se estando sentado na cadeira do computador.

— Ela vai resolver algumas questões pendentes do hospital onde minha avó ficou internada durante os últimos meses. Ela andava muito estressada esses dias, acho que hoje é o prazo final do pagamento. — Tommy respondeu, mudando um pouco o tom de voz.

Josh lembrou-se da perda recente da avó de Tommy. A sua amizade com o Langerak foi marcada por duas tragédias; os pais de Josh e Tommy morreram no desabamento da empresa em que trabalhavam no centro de Raleigh. Ambas as famílias se acolheram diante de suas perdas dolorosas, desde então os dois jovens cresceram com algo em comum.

— Se precisarem de ajuda, eu e minha mãe estamos aqui. — Josh ofereceu apoio financeiro caso Catarina não consiga quitar todo o preço do hospital. Tommy agradeceu assentindo com a cabeça enquanto voltava-se para a tela do computador.

Joshua observou as explosões criadas pelo amigo de infância na tela do computador. Tommy participava de um jogo online, ao qual envolvia tiros, mortes e explosões que ocupavam toda a tela do computador quando surgiam.

A noite logo surgiu. Os dois adolescentes esperavam na frente do singelo cinema local as duas garotas que fariam companhia aos jovens; Celina Prescott e Kara Hart, ambas são alunas da mesma classe dos rapazes.

— Estamos atrasadas? — A voz irônica de Kara ecoou pelo espaço. A jovem de cabelos ondulados de tonalidade loiro mel surgiu com Celina ao seu lado.

— Quer que eu responda mesmo? — Tommy retrucou com os braços cruzados.

 — Minha irmã quebrou o vidro da varanda lá de casa. Tive que esperar meus pais acalmarem os nervos para poder vir, a Celi está de prova. — Kara tentou se explicar, abraçando o namorado enquanto disferia um beijo no companheiro.

— Josh. — Celina cumprimentou o colega erguendo uma de suas mãos. — Ansioso para amanhã? Último ano no Ensino Médio... — Tentou puxar um assunto estando constrangida com o amasso de Kara e Tommy.

— Nem um pouco empolgado. — Josh respondeu, fazendo Celina soltar um sorriso simplório e sincero; os dois compartilhavam o mesmo sentimento em relação ao retorno escolar.

Os quatro estudantes entraram no cinema até se depararem com três telões razoavelmente grandes que indicavam os filmes que estavam em exibição. Kara cochichava no ouvido de Tommy enquanto Celina observava o ambiente ao seu redor. Após alguns minutos pensativos, eis que Tommy decide assistir Entre a Vida e a Morte.

— Não vou assistir isso. — Kara revelou ser contrária à decisão do namorado.

— Como assim? Você tá com medo? — Celina forçou estar surpresa. — Kara, você sempre deixa de assistir o filme para ficar beijando o Tommy. Não vai fazer diferença qual o gênero do filme se você nem irá vê-lo, não acha?

Kara e Tommy se entreolharam por alguns segundos soltando sorrisos maliciosos durante o processo. Josh fora o único que não esboçou reação; o adolescente estava em pé, com os olhos fixados no telão central que exibia o título do filme escolhido.

Josh sentiu um arrepio alastrar-se por todo o seu corpo. Sua respiração ficou mais ofegante e pesada que o normal, suas mãos estavam suando frio enquanto seu rosto era refletido no espaço entre uma palavra e outra, Entre a Vida... e a Morte.

— Josh... Josh! — Tommy exclamou, fazendo com que o amigo retornasse para a realidade. Joshua engoliu em seco, os companheiros estavam prestes a comprar os ingressos do filme escolhido, mas Josh sentia-se estranho.

O fim da noite foi de fato como Celine havia dito horas atrás; Kara e Tommy se beijavam durante todo o filme. Joshua dormiria na casa do amigo de infância, já Celina e Kara se encontrariam no outro dia assim como os garotos.

— Você precisa me contar como foi o filme. — Tommy proferiu retirando sua camisa enquanto corria na direção de sua cama. — Não assisti quase nada, você me entende. — Josh não respondeu, seu olhar estava distante assim como os seus pensamentos. — Josh, você está bem? Ou você também teve medo do filme?

— Sim... digo, estou bem. É apenas uma sensação estranha. Vamos dormir, amanhã acordaremos cedo. — Respondeu soltando um suspiro prolongado.

— Nem me fale. — Tommy lamentou o fim de suas férias. — O colchão está ali, é só colocar aqui do lado que você sonha com os anjos. — Brincou informando como Josh dormiria.

Joshua fizera o que fora mandado, estando agora deitado no colchão com as duas mãos cruzadas e em cima de sua barriga. Por mais que tentasse, não conseguia dormir em hipótese alguma, seus pensamentos eram aleatórios, o quarto escuro trazia uma sensação ruim para o jovem; estava aflito e angustiado. 

Suas mãos soavam frio, assim como o calafrio que percorria pelo resto de seu corpo. Josh fitava o teto do quarto de Tommy estagnado, só conseguia ouvir a sua própria respiração que por sinal estava anelante e pesada.

—O que há de errado comigo? — Pensou em voz alta com um tom de voz quase inaudível. Josh coçou os dois olhos soltando um suspiro angustiante. Persistiu até seus olhos ficarem pesados e o sono finalmente chegar levando-o como uma brisa leva uma folha.

Algo o incomodava. Joshua sentia pontapés na região da perna, o adolescente acordara imediatamente, assustado e nervoso. Estava sem camisa, suou intensamente na noite anterior ao pontoe de se despir e nem ao menos se lembrar de tal ação.

— Acorda logo! — A voz de seu amigo Tommy pareceu vaga e distante. A visão de Josh tornou-se turva por um instante, mas logo a imagem de Tommy surgiu ao seu lado. — Você dormiu muito, vamos chegar atrasados na escola!

Tommy realmente não ligava para seu colégio. O jovem apenas queria aproveitar o dia para matar a saudade de seus fieis seguidores que tanto o esnobam com elogios diários. Um jovem atleta do time da escola namorando uma estudante cujos pais são os maiores engenheiros da Carolina do Norte era, de fato, para se admirar.

— Que horas são? — Joshua indagou com dificuldades.

— Não importa. Temos que ir, agora! Minha mãe deixou o café da manhã pronto para nós dois. Agora vamos, mexa-se! — Tommy estava apressado, colocou sua camisa azul-marinho enquanto se retirava do cômodo.

Assim como todos os outros locais de Pretty Lake, o colégio onde ambos estavam no último ano do ensino médio era razoavelmente perto da casa de Tommy Langerak. Joshua ainda estava ligeiramente desnorteado com os acontecimentos da noite anterior, mesmo não entendendo o motivo de tamanha aflição repentina.

Caminharam um pouco, passaram pelo restauramente mais luxuoso de Pretty Lake, famoso pelo seu churrasco servido em enormes espetos tanto na área interna quanto na externa. Josh e Tommy logo chegam à faixada da escola onde os dois estudavam, o fluxo de alunos era grande, muitos se abraçavam assim que se viam; o perfeito cenário de volta às aulas.

— Tommy! — A voz de um conhecido soou pelo vasto local. — Espero que tenha aproveitado suas férias, pois essa vai ser a temporada mais punk que iremos enfrentar!

Scott Summerfield aproximava-se do companheiro de time, cumprimentando-o. Tommy sorria largamente, assim como Joshua era seu amigo de infância, Scott era seu melhor parceiro no time de baseball da escola.

— Summerfield! Como foi o reformatório? — Tommy brincou com o fato de Scott ser obrigado a participar de medidas comunitárias durante as férias por conta de seu turbulento histórico escolar.

— Vá se foder. — Ralhou socando o ombro de Tommy. — Hey, Joshua! Com muito sono amigão? — As olheiras de Josh entregavam a noite mal dormida.

Josh sorriu sem exibir os dentes. Dentre todos os companheiros de sala, era Scott quem mais detestava. Seus atos impulsivos e imprudentes deixavam Joshua completamente indignado, e mesmo assim, o atleta da escola sempre se safava das confusões que fazia.

— É melhor se comportar esse ano, Summerfield. — A voz do diretor Nathan surgiu. O homem de terno e gravata passou no meio dos três adolescentes carregando uma pasta enquanto se dirigia para a entrada da instituição de ensino.

— Velho idiota. — Resmungou o loiro mostrando os dois dedos do meio para Nathan assim que o mesmo deu às costas para o jovem.

Joshua seguiu o mesmo caminho do diretor deixando Tommy e Scott conversando sozinhos na frente da escola. O garoto passava a mão direita na testa inúmeras vezes, uma pequena enxaqueca ameaçava surgir. Acenou para alguns conhecidos até encontrar Celina conversando com uma amiga em um dos corredores do colégio.

— Bom dia, garotas. — Josh cumprimentou-as, amistoso.

— Só se for para você. Tive que voltar cedo de uma festa ontem só por causa dessa escola estúpida. — Aurora Wheeler resmungou com sua voz irritante aos ouvidos de Josh. — Te vejo mais tarde, Celina.

A garota mais famosa do colégio andejava com sua saia roxa curtíssima pelos corredores atraindo a atenção de todos, esse era o maior desejo de Aurora; ter todas as atenções voltadas para si.

— Você agora é amiguinha da Aurora Wheeler? — Josh perguntou com um tom irônico. — Que decepção.

—Se você quer ficar rico, ande com a pessoa mais rica de Pretty Lake. — Celina respondeu mais sarcástica que o amigo. — Brincadeira, ela veio me pedir ajuda em algumas matérias. Disse que esse ano ela teria a obrigação de estudar caso queira entrar na Universidade da Carolina do Norte.

— E você aceitou numa boa?

— Claro que não. A voz dela é insuportável, irei receber por cada aula. — A garota de cabelos ruivos respondeu com um sorriso audacioso. — Veja. Como duas irmãs gêmeas podem ser tão diferentes? Nem parece que é filha dos Wheeler.

Joshua fitou a garota apontada por Celina. Tratava-se de Amélia Wheeler, irmã gêmea de Aurora e totalmente diferente da mesma. Amélia caminhava timidamente com sua bolsa de lado, sua roupa reservada e seu cabelo preto visivelmente alterado devido à semelhança com sua irmã, comprovando tal diferença exposta por Celina.

— Por que elas não estudam na capital se os Wheeler são os mais ricos da cidade? — Joshua indagou, levando uma pergunta que todos se faziam quando viam ambas as irmãs. Amélia esbarrou em Abigail Lively, deixando os livros que carregava nos braços caírem e se espalharem pelo chão da escola.

— Que droga... foi mal, Amélia. — Tentou desculpar-se enquanto retirava o fone de ouvido. Abby, como gostava de ser chamada, era uma típica estudante revoltada do ensino médio. Seu cabelo desarrumado com madeixas azuis realçava isso.

— Cuidado, Amélia! — Scott surgiu com Tommy ao seu lado. — Você pode virar uma das vítimas da Abby! Não vai querer teu seu corpo violado por ela, vai?

— Imbecil... — Abigail bufou, retirando-se dali enquanto Scott sorria intensamente. A garota havia se envolvido com uma aluna da escola no final do ano anterior, e fora Summerfield quem filmou e viralizou o vídeo que comprovava que Abby Elliot era, de fato, lésbica.

Celina e Josh observavam o ato de Scott mais afastados dali. Ambos reprovavam a atitude do loiro, que pressionava e ofendia Jennifer desde que soube de sua preferência sexual.

— Atenção todos os alunos; peço que se dirijam para suas respectivas salas. As aulas irão começar em instantes. — A voz de Nathan alastrou-se pelos corredores. E, assim que sua mensagem fora dita, todos os alunos partiram para suas salas, mesmo que alguns tenham hesitado de inicio.

Joshua, Celina e todos os outros estudantes de sua classe se dirijam ao mesmo tempo para a sala destinada aos alunos do terceiro ano do ensino médio. Contudo, algo de estranho estava acontecendo no interior da sala.

— Bom dia a todos. Sei que estão estressados por acordarem cedo para vir à escola, então andem devagar e com calma, não queremos nenhuma morte hoje. — Brincou George, o professor de história. — Sentem-se e esperem alguns minutos, o rapaz está dando os últimos retoques no ar-condicionado, iremos começar assim que ele terminar.,

— O senhor está pronto para perder o título de melhor jogador de boliche esse ano, professor George? — Brincou Scott Summerfield com o fato de querer uma revanche no campeonato de boliche realizado anualmente em um centro de lazer de Pretty Lake.

Josh fitou no senhor de alta idade que remexia na área interna do objeto. Sentiu novamente a mesma angustia e aflição do dia anterior esquecendo tudo a sua volta enquanto apenas focava-se na imagem daquele homem.

Um aluno qualquer esbarrou no ombro de Josh fazendo-o retornar a realidade. O garoto se retirava da sala enquanto Josh olhava desnorteado para todos os lados.

— Que tal sentarmos aqui na frente esse ano? — Celina perguntou sentando-se na segunda banca da primeira fileira da sala.

— É uma boa ideia. — Enfim respondeu, sentando-se ao lado da ruiva.

— Tommy! — A voz de Kara soou pelo ambiente. A jovem de cabelos ondulados correu na direção do namorado, abraçando-o enquanto acenava para Celina e Joshua. O casal logo se dirige para Scott e outros alunos que estavam sentados no lado direito da sala e nas últimas carteiras.

— Sabe professor... ano passado tive muitas dúvidas em história e quase reprovei. — Emma Morris forçou uma voz delicada e meiga. — Espero que esse ano seja um pouco diferente. — A loira mordeu os lábios enquanto o encarava com um olhar malicioso.

— Como alguém pode se exibir tanto como essa garota? — Aurora Wheeler criticou os atos da companheira de classe enquanto passava ao lado de Celina e Josh.

— Você fala como se fosse um poço de humildade. — Rebateu Amélia, ironizando o fato de a irmã criticar Emma enquanto vive celebrando o fato de ser a garota mais popular da escola.  Amélia sentou-se na terceira banca da última fileira.

— Senhor, vai demorar muito? Precisamos estudar. — Aurora exalava um ar tão falso que a própria irmã riu da reclamação de Aurora diante da perda de alguns minutos de aula. Aurora estava ao lado do aparente eletricista, colocando suas mãos na cintura enquanto esperava a resposta por parte do homem.

— Não o apresse, Aurora. —George aproximou-se com Emma o seguindo logo atrás.

— Alguns fios estão entrelaçados. Acredito que o diretor preferiu reduzir alguns custos utilizando e unindo o ducto de energia de mais de um ar-condicionado. — O homem de meia idade respondeu ainda remexendo nos fios. — Alguma sobrecarga deve ter acontecido, os fios dos outros ares-condicionados estão interligados por detrás dessa parede. Mas já estou arrumando tudo.

No mesmo instante em que o senhor uniu dois fios distintos do aparelho acreditando que aquele seria de fato o problema, eis que uma explosão originada no compressor do ar eclodiu pelo ambiente liberando os destroços do enorme aparelho além de envolver o cilindro de hidrogênio necessário para o funcionamento do mesmo.

A explosão envolve rapidamente o homem que manipulava o ar fixado no topo da sala. As chamas atingem em questão de segundos a jovem Aurora, carbonizando-a no processo. O mesmo acontecera com Emma, porém, segundos depois de George ter seu rosto perfurado pelos destroços do aparelho.

— Mas que porra! Corram! — Scott berrou assustado. A explosão envolveu de início os alunos que estavam mais próximos ao ar. Contudo, os destroços e algumas chamas alastraram-se pelo ambiente.

Um desespero tomou conta da sala. Assim como a parede lateral, o teto começou a rachar devido ao impacto da explosão e pela posição do ar-condicionado, que estava bem próximo ao teto. Um dos blocos de concreto da parede é lançado na direção de Scott, que tem seu corpo levado ao chão enquanto o bloco esmagava seu abdômen.

— Scott! — Kara gritou ao ver o estado do companheiro. A adolescente ameaçou correr, porém, acabou escorregando indo de encontro ao chão. Tommy estava mais afastado quando viu sua namorada cair; estava prestes a salvá-la quando o teto desabou de vez, fazendo a sala de cima, que era o local onde o escritório do diretor ficava, ceder no mesmo instante.

Um bloco do teto desabou rapidamente até chocar-se com o crânio da jovem Kara, esmagando-o no processo. No entanto, o bloco ainda possuía uma viga apontada para cima, sendo o fator responsável pela morte do diretor Nathan quando o mesmo caiu de sua sala assim que o piso cedeu com a explosão.

— Não!! — Gritou desesperadamente durante a queda livre. Sua voz cessou quando a viga metálica atravessou sua barriga impiedosamente.

— Amélia! — Celina gritou percebendo a ausência da garota. — Amélia!

Wheeler estava caída, com inúmeros destroços ao seu lado. A garota de cabelos castanhos teve seu corpo pisoteado pelos estudantes que tentavam fugir do incidente. Impossibilitada de correr, Amélia simplesmente gritou quando viu o birô do escritório de Nathan cair em sua direção.

— Vamos, Celina! Temos que sair daqui! — Joshua gritou visivelmente nervoso com a situação. O rapaz acaba puxando a ruiva pelo braço enquanto se retiravam da sala onde o incidente ocorrera. Tommy ia mais à frente, ainda chocado pela morte da namorada.

Alguns estudantes das turmas mais próximas estavam assustados e nervosos diante do forte estrondo de antes e da imensa gritaria nos corredores. Tommy ia à frente enquanto Josh corria com Celina ao seu lado, porém, uma nova explosão acontece na sala 0180 cujo ar-condicionado tinha seus fios diretamente ligados ao ducto do aparelho da sala de Josh.

— Continuem correndo! — Joshua berrou, apressando o passo em meio ao estreito corredor que separava duas salas, dentre elas, a que a nova explosão foi feita. A parede da parte traseira da sala é destruída em questão de segundos; blocos e pedaços de ferro voaram na direção de Celina, atravessando-a.

O corpo já sem vida da ruiva vai imediatamente ao chão enquanto Josh ainda segurava o seu braço. O adolescente gritou desesperadamente ao ver o estado da companheira, o mesmo aconteceu com Tommy, que, estando logo à frente de Josh, acaba sendo esmagado por uma parede inteira que inclinou bem na sua direção.

— Tommy! — Joshua gritou com toda força que tinha. Estava no meio do corredor, cercado por destroços e sem nenhuma saída. Eis que uma lâmina da sala ao lado é lançada em sua direção com o impacto da explosão, cortando sua garganta.

— Josh? Você não me respondeu. Que tal sentarmos aqui esse ano? — A voz de Celina retornou a ecoar pelos ouvidos de Joshua, que, estando com seus orbes arregalados, percebeu que tudo que aconteceu anteriormente na verdade não ocorreu de alguma forma. Josh estava boquiaberto enquanto seu peito arfava constantemente. — Josh, você está bem?

O jovem nada respondeu. Olhou para o lado esquerdo, viu Kara surgir na porta da sala enquanto corria na direção de seu namorado, Tommy. E, logo em seguida, notou a presença de Emma cuja fala fora a mesma que ouviu antes da explosão misteriosa.

— Temos que sair... — Balbuciou Joshua percebendo que algo de estranho havia acontecido e que algo ainda pior viria a acontecer ali. As mesmas ações de antes estavam se repetindo, e foi com a chegada das irmãs Wheeler que Josh finalmente entendeu que teve uma espécie de visão. — Temos que sair daqui. Não podemos ficar aqui, irá haver uma explosão.

— O que? Como assim uma explosão? Josh, do que você está falando? — Celina não conseguia entender as palavras ditas pelo amigo.

— Nós vamos morrer.

 


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Notas finais do capítulo

Teremos um total de dez capítulo, e todos já estão prontos, com alguns detalhes a serem revistos. É isso, espero que gostem! Deixem seus comentários, beijos!

Banner feito pela minha querida amiga Amélia! Ficou incrível, não acharam? Todos os doze personagens estão nele! Amei, obrigado novamente, Melie! Beijos!



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