Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 11
Rota 666




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700422/chapter/11

Prue estava calada, vendo as paisagens durante a viagem. Ela sentia que ir naquela viagem seria uma péssima ideia. Dean estava estranho, não do jeito que ficou quando descobriu que ela era bruxa, mas de um jeito diferente. E ela só pensava que deveria ter voltado para sua casa.

— Dean o que velha amiga quer dizer? – perguntou com um meio sorriso no rosto. 

— Amiga que não é nova.

Prue olhou para o Dean pelo retrovisor do carro e, teve a impressão de que ele não queria entrar em muitos detalhes sobre sua amizade com a tal garota. Não que isso importasse a ela.

— Tá, legal! O nome dela é Cassie, né? Você nunca falou dela. 

—Nunca? – Dean perguntou fazendo pouco caso. – A gente saía. – respondeu dando de ombros.

— Então quer dizer que já namorou alguém por mais de uma noite?

—Será que eu estou falando grego? Nosso pai e eu fizemos um trabalho em Ohio, ela estava na faculdade e a gente namorou um tempo. 

— Olha, é triste a morte do pai dela, mas parece um acidente de carro comum. Eu não vejo nenhuma relação com o que fazemos. Aliás como ela sabe o que fazemos? – Sam disse descruzando os braços. – Você contou? Contou pra ela o segredo? A primeira regra da família: Fazemos o que fazemos e não falamos sobre isso. Eu passei um ano e meio mentindo pra Jéssica, e você sai com uma garota Ohio e conta todos os nossos segredos pra ela. 

— Então não sou só eu que tem costume de deixar de falar as coisas. – Prue soltou baixinho.

— É o que parece. – Dean soltou irritado com o irmão. Aumentou o volume do rádio, dando aquela conversa como encerrada.

***

Ohio

Assim que Dean passou pela porta do jornal onde Cassie trabalhava, ela o olhou surpresa e o abraçou. Prue e Sam estavam logo atrás deles, assistindo a cena toda em silencio.

— É... Esse aqui é meu irmão, Sam. E essa é a Prue, ela está com a gente.

“Está com a gente?! Que merda foi essa? Não sou nem amiga é isso?! Eu apenas estou com eles!” Prue esforçou um sorriso para evitar enforcar o Winchester mais velho. Se bem que ela queria chutar a própria cabeça, por estar se sentindo daquele jeito, ao perceber que tinha muito mais naquela história do que Dean havia contado.

— Sinto muito pelo seu pai. – Sam disse. 

—É, eu também. – Cassie disse voltando suspirar. – Vamos para minha sala, por favor.

Depois que o assistente de Cassie, serviu café. Ela sentou-se e contou como as coisas aconteceram, no dia em que seu pai sofreu o acidente.

— Ele jurou que viu uma caminhonete preta que o seguia. Ele não falava do motorista, só da caminhonete. Que aparecia e depois desaparecia. E no acidente, o carro ficou amassado como se tivesse batido em uma coisa bem grande.  E mais impressionante disso tudo era que só tinha uma única trilha, que era do meu pai. 

— E o primeiro que morreu... – Dean perguntou arrumando-se no sofá – Era amigo do seu pai? 

— O melhor amigo dele, Clayton Soames, eles trabalhavam juntos. A mesma coisa, carro amassado sem trilha. A polícia disse a mesma coisa sobre o meu pai, que ele tinha perdido o controle do carro. 

— Sabe de algum motivo pro seu pai e o amigo dele serem alvos? – Prue perguntou.

— Não.

— E foi essa caminhonete fantasma que os tirou da estrada? – Sam perguntou em seguida. 

— Quando você fala desse jeito eu... – Ela suspirou profundamente olhando para Dean. – Eu sou meio cética com essa coisa de fantasma, ou seja, lá o que isso for. 

— Cética? – Dean riu sarcástico. – Se me lembro bem, você me chamou de maluco. 

— Isso foi no passado. Agora eu não consigo explicar o que aconteceu. Então eu te chamei.

Prue estava calada, trançando um paralelo entre o que aconteceu com Dean e Cassie, com a reação dele ao descobrir que ela era uma bruxa. Ok! Poderia ser loucura estar pensando nisso, mas para Prue meio que tinha acontecido à mesma coisa entre eles. Quer dizer Dean estaria no papel da pessoa que não acreditava que mesmo que você seja bruxa, possa ser uma mulher normal. E Prue no papel do Dean quando ele contou a Cassie que era caçador.  Estranho?! Mas ela tinha certa razão nisso, seria a história se repetindo mais ao contrário.

***

Prue estava calada desde que chegou ao quarto de motel, mas aquela conversa entre os Winchesters estava tirando ela do sério. Como ela sabia que Sam ia tentar tirar todas as informações possíveis do namoro do Dean com a Cassie, resolveu pegar um quarto só pra ela. Não queria mais ouvir sobre aquele assunto.

— Aonde vai? – Dean perguntou quando a viu com suas duas mochilas.

— Vou pegar um quarto pra mim.

— Por quê?

— Porque quero um pouco de privacidade, sabe às vezes é bom fazer coisas de garotas. – ela deu de ombros, saindo do quarto.

A primeira coisa que Prue fez, quando conseguiu um quarto, foi ligar para suas irmãs. E ela acabou descobrindo que Piper passou por uma crise de identidade quando seu quase namoro não deu certo. E ficou surpresa ao saber que Leo tinha se mudado para São Francisco e estava trabalhando com Piper.

— Engraçado, ele não me falou nada.

— Lógico, você fica mais viajando do que tudo. E a propósito como anda suas aventuras com Sam e Dean?

— Normal, agora estamos em Ohio, ajudando uma ex do Dean.

— Porque eu acho que você não gostou disso?— Phoebe perguntou segurando o riso.

— Quem disse isso?! É, só que o Sam só sabe falar disso com o Dean, eu meio que cansei e peguei um quarto só pra mim.

— Ciúmes?

— Hahaha, muito engraçado Phoebe!

— Ok, alerta de irmã mal humorada, capitado. 

Depois que sua irmã desligou, ela pegou seu notebook e chamou o Livro das Sombras. Ela tinha que se manter ocupada, então decidiu pesquisar esse caso, porque quanto mais cedo fosse resolvido, mais cedo eles iriam embora. E com a ajuda na internet e de seu livro das sombras, chegou a uma conclusão interessante.

— Gostei das roupas, oficiais. – ela disse rindo ao abrir a porta.

— Muito engraçado. – Dean esforçou um sorriso.

— Calma, nervosinho. – ela riu

— Livro das Sombras? – Sam apontou para o livro em cima da mesa.

— O próprio. – a bruxinha sorriu. – Então, o que descobriram?

— Nada demais. Apenas sobre uma caminhonete relacionada a vários assassinatos a negros nos anos 60. – Sam disse sentando-se em uma das cadeiras. – E você?

— E se estamos lidando com uma caminhonete fantasma, a extensão de algum fantasma maldito recriando crimes do passado. Nesse caso, todas às vitimas estavam ligadas a família da Cassie.

— Eu vou falar com ela. – Dean se levantou e saiu.

— Eu acho que meu irmão amava a Cassie.

— E eu acho que ela deu o fora nele. – Prue suspirou, começando a ficar irritada com ela mesma, por estar sentindo novamente coisas que não faziam o menos sentido.

— Porque acha isso? – Sam a olhou.

— Simples. Seu irmão conta a ela o segredo da família, e ela o chama de maluco. Acho que está meio que na cara que ela deu o fora nele.

— Acho que você tem razão.

***

Prue estava dormindo tranquilamente, quando foi acordada com batidas na porta. Ela tentou ignorar, mas a pessoa parecia que ia arrombar sua porta. Quando ela abriu a porta, deu de cara com Dean.

— O que está fazendo aqui?

— Sam me trancou do lado de fora, até pensei em dormir dentro do Impala, ai lembrei...

— Espera você não tinha que estar na casa da Cassie, resolvendo seus problemas com ela?

— Pensou que eu fosse dormir com ela?

— Foi o que eu pensei. E o Sam também já que ele te trancou. – ela riu.

— Muito engraçado. – Dean revirou os olhos. – Posso entrar?

— Porque não tenta de novo no seu quarto?

— Porque quando o Sammy apaga, nada o acorda.

— Volta pra casa da sua ex.

— Sério isso? – Dean a impediu de fechar a porta. – Está congelando lá fora, e aqui tem duas camas.

Ele tinha razão, aquela cidade fazia um frio sem fim. E como não conseguia negar nenhum pedido dos Winchesters, por mais que quisesse se bater por isso, o deixou entrar.

— Gostei da camisa. – ele a olhou de cima a baixo.

Prue gritou por dentro, enfurecida com ela mesma por ter se esquecido de que só estava usando um camisão de mangas compridas.

— Cala a boca. – ela pulou para cama, jogando as cobertas em cima dela.

Dean tirou seus sapatos, suas meias e quando foi tirar sua calça jeans, Prue se virou de costas para ele. Seria muita informação e ela já estava confusa o bastante para vê-lo somente de camisa e cueca boxer. Dean sorriu de lado, ao perceber o jeito que ela ficou, e se jogou na cama. No fundo ele gostava de vê-la perturbada com sua presença, porque era o jeito que ele se sentia em relação a ela. E mesmo que gostasse de provocá-la, decidiu não contar a Prue, que ele tinha sim transado com a Cassie.

***

Não passava das sete e meia da manhã, quando Sam foi até o quarto se sua amiga. Ele ficou completamente surpreso ao ver seu irmão abrindo a porta.

— O que está fazendo aqui?

— Sam! – Prue apareceu logo atrás do Dean. – Não é nada disso que passou por sua cabeça. – puxou o amigo pela jaqueta. – Sua culpa, o seu irmão ter vindo dormir aqui.

— Minha?

— Você me trancou do lado de fora. – Dean deu de ombros.

— Pensei que ia passar a noite na casa da Cassie. Não imaginei que voltaria tão cedo. – Sam riu.

— Podemos nos focar no caso?! Eu realmente quero muito resolver isso. – Prue sorriu irônica.

Se ela ficasse mais dois dias naquela cidade, ela entraria em estado de pânico. Por quê? Porque ela estava mais confusa que gato brincando com seu novelo de lã.

— Então, por isso te acordei mais cedo. Fui comprar meu café, e vi várias viaturas passando aqui perto, acho que teve outra morte. 

— Droga! – a ruiva bufou.

Eles saíram para investigar a ultima morte, mas isso não ajudou os ajudou em nada, já que a vitima fugia completamente do padrão.

— Ele saiu dos padrões matando o prefeito. Ele é branco, é diferente das outras vítimas. – Dean disse tirando sua gravata.

— Escutem! – Sam disse olhando para a tela do seu computador. – Os registros do tribunal dizem que o prefeito comprou um terreno abandonado que anteriormente pertencia à família Dorian por 150 anos. 

— Dorian? O dono do jornal que a Cassie trabalha? – Prue soltou surpresa.

— Eu achei uma papelada sobre à casa dos Dorian. – Sam entregou algumas folhas ao irmão. – A primeira coisa que ele fez foi demolir. Toddy derrubou a casa dos Dorian no dia três do mês passado, e a primeira morte foi no dia seguinte.

— Esse caso está me deixando louca. Como ninguém sabe de uma caminhonete que sai matando por ai?! Das duas uma! Ou estão encobrindo algo muito horrível do passado, ou realmente eles não ligam a mínima para o quão estranho essas mortes são.

Foi aí, que a Cassie ligou aos prantos para Dean, dizendo que a tal caminhonete estava atrás dela.

— Vocês deveriam dar uns tiros naquilo – Cassie disse sentando-se no sofá.

— Viu quem dirigia a caminhonete? – Dean perguntou sentando-se ao lado dela.

— Parecia não ter ninguém lá dentro, mas foi tudo tão rápido e ai ele sumiu... Por que não me matou? 

— A coisa que controla a caminhonete quer te assustar antes – Prue finalmente ela tinha encontrado uma luz para aquele caso. E algo dizia que a mãe da Cassie sabia mais do que se dava a entender. – Podemos falar com sua mãe?

Sam e Dean a olharam confusos, eles assim como Cassie não sabiam o que a mãe dela poderia ajudar naquele caso.

— Minha mãe?

— Sim, acho que ela pode saber de algo que não sabemos. Ela mora aqui há anos, não é?

Cassie afirmou com a cabeça, e foi buscar sua mãe. No primeiro momento a Senhora Robinson não queria falar com eles, mas por insistência de sua filha, acabou cedendo. Prue a notou que a Senhora Robinson escondia alguma coisa, mas que não queria falar, por se sentir culpada ou com vergonha. Mas com jeito a ruivinha conseguiu arrancar a verdade.

A Senhora Robinson contou que no dia de seu casamento com Martin, alguém colocou fogo na igreja na qual eles iam se casar. E Que um coral de crianças estava ensaiando no mesmo dia, e todas elas morreram. Depois do casamento Cyrus bateu em Martin. Ele revidou e Cyrus acabou morrendo. Os amigos de Martin colocaram o corpo de Cyrus dentro da caminhonete e a afundaram no pântano no fim das terras dele.

— Os três amigos guardaram esse segredo por todos esses anos. 

***

— Como sabia que a mãe da Cassie estava escondendo algo? – Sam perguntou.

— Simples, ela não quis falar com o Dean na primeira que fomos a casa da Cassie, e parecia muito perturbada, não só pela morte do marido.

— Deixa adivinhar! Sexto sentindo de bruxa? – Dean a olhou.

— Tipo isso. – ela deu de ombros.  – Deus! Como aqui está frio. – apertou o casaco em volta do seu corpo.

— Como vamos tirar o carro de dentro desse pântano congelado? – Dean perguntou. – Aceito sugestões.

— Eu posso ajudar. – Prue disse.

— Acha que consegue fazer isso? – Sam a olhou.

— Bom, não acho que um carro seja mais pesado do que toneladas de mármore em formato de uma estatua horrorosa. – ela riu. – Nada demais, só aquela coisa horrorosa que ainda está no corredor da minha casa. – deu de ombros. – Mas vamos tentar trazer esse carro, acho que consigo.

Prue olhou para Dean, como se esperasse algum tipo de autorização, mas ele apenas deu de ombros. Não era bem essa resposta que ela estava esperando, mas resolveu não começar uma discussão. Primeiro que estava congelando no pântano e, segundo porque queria acabar logo com aquilo.

A ruiva respirou fundo, se concentrando em chamar o carro com seus poderes. Ela sabia que seus poderes eram fortes, teve uma previa quando os triplicou. Mas agora, era ela sozinha, com seus poderes ainda se desenvolvendo. Prue fez um esforço descomunal para conseguir trazer o carro à superfície. O que estava começando a dar certo, ela conseguiu puxar um pouco do carro pra o inicio da superfície. Mas então seu nariz começou a sangrar, e acabou caindo fraca no chão. Dean se aproximou dela, visivelmente preocupado ajudando-a se levantar.

— Acho que consigo tirar o resto.

— Nem pensar, pode ficar na sua super garota. – Dean disse sério.

— Mas, eu cons...

— Não, não consegue. – ele travou o maxilar. – Chega de magia por hoje!

— Você é um idiota. – bufou.

Apesar de estar se sentindo uma completa inútil, Prue sabia que assim que controlasse seus poderes, poderia fazer o que quisesse. Mas para isso, ela teria que começar a usá-los mais, e esperava que Dean estivesse bem com isso. 

***

Sam e Prue ficaram congelando na beira do rio do pântano, enquanto Dean foi encontrar uma solução para terminar de remover o carro de dentro do rio. Ele chegou com um caminhão reboque, conseguindo tirar por completo o carro de dentro da água.

Eles queimaram o que sobrou do corpo do Cyrus, e quando pensaram que tinha resolvido tudo, escutaram um barulho de motor bem atrás deles. Dean pediu que seu irmão e Prue continuassem no pântano, enquanto ele ia dar um jeito na caminhonete fantasma. Os dois estavam andando de um lado para o outro, esperando por noticias do Dean e nada. Sam resolveu ligar para o irmão que não tinha notícias nada boas. Prue que estava vendo pela quinta vez o mapa daquela parte da estrada, e pediu que Dean fosse para o leste, virasse a segunda a direita, andasse um quilômetro e parece.  

— O que está acontecendo?— Sam perguntou. 

— Ele tá me encarando. O que faço? 

— Continua ai. – Prue falou.

Então tudo ficou no mais completo silêncio. Sam e Prue chamaram por Dean várias vezes até que ele voltasse a responder. Ele disse que a caminhonete tinha passado por ele, sumindo pelos ares. Prue e Sam riram aliviados em saber que finalmente aquele caso tinha acabado.

***

— Então? Onde eu estava ao final das contas? – Dean perguntou ao entrar no quarto.

— Aquele era o terreno onde a igreja foi construída. – Prue fechou a porta.

Que igreja?

— Aquela que o Cyrus queimou e matou as crianças. – Sam respondeu.

— Chão de Igreja é solo sagrado. Quando espíritos cruzam solos sagrados, eles às vezes são destruídos. Então pensei que talvez, conseguisse acabar com o espírito o fazendo atravessar o solo. – a ruiva mordeu o lábio inferior ao ver a cara que Dean fez.

— TALVEZ?– ele gritou indignado

— Juro que isso nem passou pela minha cabeça.  – a ruiva sorriu fraco.

— Se eu tivesse morrido, eu voltava pra puxar os pés dos dois. – Dean falou furioso, entrando no banheiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bruxas e Caçadores" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.