Don't Cry, Uchiha escrita por Jinx Vengeance


Capítulo 1
Primeira Vez


Notas iniciais do capítulo

Tive a ideia desta fanfic em 2014, alguns meses antes do mangá ter seu fim. Esse capítulo foi escrito nessa época, por isso minha escrita pode estar um pouco diferente dos demais capítulos futuros, mas achei melhor deixar assim.
Não betado.
Boa leitura.



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"Aqueles que se recusam a esquecer o passado estão condenados a revivê-lo"
— Revenge

Todo Uchiha deve mostrar o mínimo de emoções possíveis. Demonstrar o que está sentindo é um sinal de fraqueza, então desde pequenos foram criados sob rédeas curtas, com rigidez. Um Uchiha é decidido, frio. Não se leva por nada, tem uma opinião formada para qualquer assunto que lhe vier a calhar e é um líder nato, o melhor dos melhores. São incapazes de pedir ajuda. Erros são inadmissíveis. Fraquejos e hesitação desonram o sobrenome nobre que carregam. A aparência é tudo, um modo de vida. Os Uchihas são os que mais chegam perto da perfeição, mesmo que tenham que sacrificar muito para alcançá-la superficialmente.

Mas todos tem o seu momento de fraqueza e até os mais renomados ninjas não escapam dessa exceção. Uchiha Sasuke é um deles.

A vida o fez crescer muito depressa, desenvolver um ódio prematuro. Um vingador não tem tempo para lidar com ladainhas intituladas 'sentimentos' quando se tem um objetivo, uma meta para se alcançar.

Podemos contar nos dedos quantas vezes Sasuke chorara. Para ser mais preciso, foram mais vezes do que gostaria de admitir.

A primeira vez foi quando seu clã foi dizimado.

Lembrava como se fosse ontem. Não que essa memória fosse recente, pelo contrário, acontecera quando o mesmo tinha apenas oito anos de idade, mas lhe assombrava toda vez que fechava os olhos.

O distrito onde seu clã residia estava silencioso, muito mais que o habitual. Todas as luzes estavam apagadas, mas o pequeno Sasuke tinha certeza que nem passara da hora do jantar. Estava atrasado pois esteve treinando o jutsu shuriken na Academia, o qual mais cedo o seu irmão se recusara a ajudá-lo por estar muito ocupado.

Enquanto caminhava pelas ruas escuras teve a impressão que estava sendo seguido, observado. Afastou o pensamento e continuou o seu caminho. Quando entrou em uma rua mais adentro do distrito Sasuke viu. Os estabelecimentos destruídos, milhares de kunais fincadas nas paredes e os nos corpos. Corpos, dezenas deles. Ficou aterrorizado com toda aquela abundância de sangue. Não entendia, o que estava acontecendo?

Continuou a caminhar, só que mais apressado. Quando entrou em casa, chamou por seu pai e sua mãe, com a voz trêmula. Estava com medo, mas mesmo assim andou por toda a casa procurando por seus moradores. Foi até o quarto principal, o de seus pais. Era proibido de entrar lá pois Fugaku frisava que não era local para crianças, mas nessas circunstâncias Sasuke não hesitou em quebrar a regra imposta por seu imponente progenitor.

Depois de muito repensar e ter uma sensação ruim sobre, arrastou a porta de correr e encontrou quem procurava, deitados em volta do sangue que manchava o tatame, seu pai sobre sua mãe. Ficou estático por um bom tempo, tentando processar a imagem que via, sua respiração semelhante a de um asmático. Depois de instantes em choque então percebeu que havia mais alguém consigo no quarto. Ficou aliviado ao ver seu nii-san, com as vestes da Ambu. Por um segundo se sentiu mais seguro por saber que ele estava presente, afinal, Itachi era o ninja mais brilhante que conhecia, com certeza tomaria as providências necessárias. Porém logo essa segurança se esvaiu como fumaça ao vento quando sentiu uma dor alucinante, porém suportável, em seu braço direito. O seu irmão acabara de... atacá-lo?

Tentou questioná-lo, querendo saber o que diabos estava acontecendo, mas Itachi não estava lhe dando respostas claras. Testar seus limites? Pra quê? Por quê? Antes que pudesse exigir explicações mais específicas, viu tudo escurecer após olhar nos olhos do primogênito e o Uchiha mais novo se viu nas ruas do distrito de seu clã, com a lua vermelha-sangue alta no céu. Percebeu que estava em um genjutsu, mas não um qualquer. Era um genjutsu especialmente feito para ele. Logo viu cada golpe desferida pela espada do irmão. Cada vida que ele tirou. Era como um flashback do que acabara de acontecer, só que mais real, mais vívido. Conseguia sentir o pânico no ar e então sua cabeça começou a doer. A cena mudou, seus pais ainda estavam vivos, só que ajoelhados no tatame velho e de cabeça baixa, com a perspectiva da morte iminente. Seu nii-san ergueu a espada, então Sasuke fechou os olhos antes de presenciar o golpe final, as mãos nos cabelos arrepiados, ameaçando arrancá-los por causa do pavor. Só queria que aquele pesadelo acabasse. Queria acordar logo, perceber que tudo só passara de um sonho, que sua mãe o saudaria com um belo sorriso pela manhã e que Itachi tocaria sua testa com dois dedos, com afeto.

Gritou desesperado e quando abriu novamente os olhos, estava no quarto dos pais, mas no tempo real, com o cheiro de sangue por toda parte. Respirou fundo e levantou-se pronto para correr. Não se deu conta de quando caíra, mas não fazia diferença. Saiu de casa e foi para as ruas, tropeçando nos próprios pés. Não queria morrer. Corria por entre os corpos sem vida de seus parentes. Reconhecera alguns, mas não era hora para parar. Precisava sair dali. Precisava de ajuda. Precisava avisar ao Hokage, aos Anciões, para quem quer que seja que seu irmão ficou louco.

Que virara um monstro.

Mas no meu do caminho viu Itachi parado a dez metros de distância, impedindo sua passagem. A esse ponto sua visão já estava turva, lágrimas espessas acumulavam-se em seus olhos escuros, rolando tímidas pelo seu rosto pálido. Seu irmão então começou a falar coisas que, para o pequeno Uchiha, não faziam nenhum sentido. Sobre seus próprios limites e que só o deixaria vivo por causa disso. Disse sobre uma sala secreta de reuniões do clã e que Sasuke só fosse atrás dele quando tivesse os mesmo olhos que do primogênito e quando fosse mais forte a ponto de enfrentá-lo. Acrescentou ainda que esse tempo todo, as conversas esclarecedoras que tinham, os treinos divertidos na floresta nada mais eram do que mentiras, que Itachi esteve fingindo ser um bom irmão mais velho que Sasuke sempre desejou.

Não compreendia a situação que se encontrava. Por que seu nii-san estaria fazendo isso consigo? Tudo que passaram juntos não eram nada mais do que uma farsa? Tremia levemente e não tentava mais impedir o choro. Estava nervoso, frustrado. A última coisa que viu antes de desmaiar foi Itachi derramando lágrimas como ele, seus olhos não mais em vermelho sangue, o que significava que desativara o sharingan. Talvez Sasuke estivesse cansado demais, abalado em demasia e fosse mais uma ilusão, uma peça pregada por seu cérebro em estado crítico que tentava se agarrar á ideia de que tudo isso que seu nii-san disse não passava de palavras vazias e que tudo acabaria bem.

Ou talvez não.

E assim, seu destino foi traçado e marcado.


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Notas finais do capítulo

É isso aí.
O próximo capítulo já está pronto e postarei em breve.
Críticas são sempre bem vindas.
xx



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