Cartas escrita por Biax


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Decidi postar hoje mesmo por motivos de: Fiquei fora o dia todo ontem kkkk
Mas aqui está. O último capítulo da história :c

Espero que gostem até mais do que eu quando estava escrevendo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700047/chapter/12

— Por que ela não falou antes?

— Ela mesmo disse, Lys. Ela não queria te pressionar — Rosa respondeu.

Olhei através da janela do meu quarto, pensando. — Quando a vi no hospital... Eu até achei que ela poderia ser...

— Sua namorada? — Rosa me cortou.

A olhei, um pouco envergonhado. — Sim. Mas a Nina apareceu, dizendo que ela era minha namorada. No fundo eu sabia que não era... Como eu poderia não me lembrar dela? Da minha própria namorada?

— Lys... Você não tem culpa. Não é como se tivesse escolhido esquecer dela.

— Eu sei. Mas não consigo deixar de me sentir culpado. Ela sofreu tanto, enquanto eu nem me lembrava de gostar dela.

Rosa puxou sua cadeira para ficar de frente a mim. — E agora, Lys? Depois de todas essas cartas, você não se lembra de nada? Não sente nada...?

A olhei nos olhos, pensando.

...

Desliguei o telefone.

Por que ela quer me encontrar no parque agora? Não entendi, mas vamos.

Espero que não tenha acontecido nada com o Lysandre... Mas pelo tom de voz dela, creio que não.

Me troquei e fui até o parque. Procurei por Rosa, e a vi acenando um pouco ao longe.

Me aproximei e ela me deu um abraço forte.

— O que foi? Estava com saudade?

— De certa forma, sim — Ela sorriu, me soltando. — Você pode guardar nosso lugar? — Apontou para a toalha que já estava sob a grama. — Vou ali no mercado, rapidinho.

— Não quer que eu vá com você?

— Não. Fica aí, ou alguém pode pegar esse lugar.

— Mas o parque está vazio...

— Quieta, só fica ai.

Suspirei. — Tá — Me sentei na toalha, apoiando as costas na árvore.

— Boa menina. Já volto.

Rosa saiu de vista. Olhei o parque. Estava tão tranquilo e quieto. Alguns pássaros cantavam, e o som do rio estava leve.

Me lembrei do piquenique que Lys e eu fizemos. Estava um dia bem parecido.

Meu coração apertou e senti meus olhos se enchendo de água.

E se ele nunca se lembrar de mim? O que eu vou fazer? Vou conviver com esse amor por ele, enquanto ele não vai se lembrar de nada. Vou vê-lo na escola e lembrar dos poucos momentos que passamos juntos de verdade, e guardar esse sentimento até conseguir esquece-lo. Se é que vou conseguir.

Senti as lágrimas escorrendo por meu rosto.

Droga. Se a Rosa ver isso vai ficar me interrogando.

Passei as mãos no rosto, o secando, e esfreguei os olhos.

Quando os abri, vi um lírio branco na minha frente.

Pisquei, surpresa. Olhei a mão que o segurava e acompanhei o braço.

Quando vi seu rosto, fiquei paralisada.

Lysandre me olhava com um sorriso leve e compreensivo.

— Lys...

— Olá, Lynn — Ele estava agachado ao meu lado.

Senti mais lágrimas saindo de meus olhos, e sem pensar muito, fiquei de joelhos e o abracei.

No mesmo instante, ele cercou minha cintura e me abraçou forte.

Fechei os olhos, ainda chorando, sentindo cada parte de seu corpo e seu perfume, tão familiar e reconfortante. Seu abraço protetor me fez sentir-me inteira de novo.

Ficamos do mesmo jeito por um tempo. Eu não queria solta-lo nunca mais.

Lysandre alisou minhas costas, tentando me acalmar. Colocou a mão em meu rosto e se afastou um pouco para me olhar.

Seus olhos estavam mareados. — Como você está?

Sorri. Já tinha visto isso antes. — Eu que deveria fazer essa pergunta.

— Eu estou bem. E você?

— Estou. Estou melhor agora. Por que a Rosa não me avisou que você estaria aqui?

— Ela quis fazer surpresa — Ele sorriu. — Não foi ideia minha. Eu iria atrás de você, de qualquer forma.

Ouvir aquilo era como se eu ouvisse pela primeira vez desde muito tempo sem ouvir nada.

Lysandre me soltou. Me sentei de novo, indo mais para o lado, e ele se sentou também. Ficamos frente a frente, nos olhando.

— Quando você voltou?

— Ontem à noite. Estava muito tarde para ir te ver.

Sorri. Isso significa que ele queria muito me ver. — Lys... — O olhei nos olhos, pesando em como falar.

Ele me olhou. — Eu sei. Eu... acho que não irá te agradar muito o que vou falar.

Meu estômago revirou. Respirei fundo, ficando tensa. Eu precisava saber, sendo bom ou ruim. — Tudo bem. Pode dizer.

Lysandre olhou para as mãos em seu colo, procurando as palavras. — As suas cartas me ajudaram muito, como eu havia dito. Me fizeram sorrir, ficar preocupado, triste, feliz de novo... E sem saber o que fazer — Ele me olhou rapidamente, e voltou a olhar para baixo. — Eu não consegui me lembrar de quase nada. Eu queria muito lembrar de tudo, mas nada veio. Mesmo eu perguntando para a Rosa, lendo suas cartas, pouquíssimas coisas apareceram em minha mente.

— Lys, tudo...

— Espere, por favor — Ele parecia um pouco aflito. — Eu vou entender se você não quiser mais, já que eu não lembro de nada... E-eu...

— Lys — falei um pouco mais alto — O que você está dizendo? Acha que eu vou desistir de você? Só porque você não se lembra?

Ele me olhou, um pouco triste. — Como você poderia querer alguém que não lembra nem como te conheceu? Como foram os momentos iniciais, ou como começamos a gostar um do outro...?

Meu coração martelava meu peito, desesperado. — Lys — Peguei suas mãos, e ele apertou as minhas. — C-como você pode pensar isso? E-eu escrevi aquelas cartas com a esperança que te ajudasse a lembrar, mas... — Minha voz saia falhada. Minha garganta estava apertando — O meu maior medo não era você esquecer nossos momentos... O meu maior medo era você esquecer o que sentia por mim — As lágrimas começaram a escapar de novo. — Nós podemos fazer novos momentos a qualquer hora, em qualquer lugar, mas o que você sente não é tão simples de se conseguir.

Lysandre olhava fixamente para mim, para várias partes do meu rosto. Soltou suas mãos, e passou os polegares em meu rosto, secando as lágrimas. — Eu não lembrei do que você me contou, mas... outra coisa me lembrou de como eu me sentia.

Ele procurou algo no bolso do casaco, e tirou um pequeno caderno e o estendeu para mim.

— Seu bloco de notas? — perguntei, o pegando. — Mas... você não gosta que olhem suas coisas

— Olhe, por favor.

Olhei a capa do bloco, simples e azul. E fui olhando as páginas. Todas elas haviam coisas escritas. Alguns poemas, alguns versos, alguns desenhos.

— Aqui — Ele disse, apontando para a página que eu estava. — Leia a partir daqui.

Era um poema. Falava de como uma garota fica bonita quando está feliz. O próximo falava de como cabelos castanhos eram bonitos, e no outro, em como “aqueles olhos” eram lindos e brilhantes.

Quase todos os poemas falavam sobre uma garota, ou certas partes de seu corpo que eram bonitas — boca, mãos, nuca. Falavam sobre amor, ou como era engraçado estar apaixonado. Um outro falava sobre um piquenique, com muffins de framboesa e um dia ensolarado perfeito. Os últimos falavam em como era gostoso estar com alguém que você ama, confia e respeita. Como o amor nos faz ficar feliz e ver o mundo com outros olhos.

Quando terminei de ler, senti minhas bochechas quentes.

Fechei o bloco e passei a mão sobre a capa, não sabendo se sorria ou chorava.

— Eu não havia levado ele para a fazenda. Tinha esquecido dele. Mas ontem, quando cheguei, o vi em cima da minha mesa e decidi lê-lo inteiro. E cheguei a uma conclusão.

Tomei coragem e o olhei.

Ele sorriu. — Eu estava muito apaixonado por você — Ele me fez soltar o bloco para segurar minhas mãos. — Desde o primeiro poema que escrevi, sobre uma garota feliz, até o último, foram muitos poemas sobre você — Ele deu uma pausa. — Quando você apareceu no hospital, eu disse que achava que você fosse minha namorada. Quer dizer, eu não terminei a frase, pois achava que eu poderia estar errado. Mas desde aquele dia fiquei pensando em você, na sua voz... Suas cartas contavam a trajetória da nossa amizade, mas não dos nossos sentimentos. E eu ficava pensando se seria coisa da minha cabeça se teria algo escondido por trás daquelas palavras. Mas na sua última carta, eu quase tive certeza do que eu estava pensando. Mas ainda parecia um pouco surreal. Eu estava em contradição. Havia aquele sentimento de achar que havia mais coisa, e também a impressão que eu estava apenas emocionado por suas palavras, que eu estava me deixando influenciar pelo que você havia dito. Mas no fundo, eu sabia que era verdade. E fiquei desesperado para te ver e confirmar se era verdade ou não.

Eu nunca tinha visto ele falando tão abertamente sobre seus sentimentos dessa forma. Talvez eu chore de novo.

— Era para eu ter ficado mais tempo na fazenda, mas quis vir logo embora. E, quando cheguei, no momento de euforia, vi meu bloco e o li — Ele sorriu. — E não precisei mais te ver para confirmar que era tudo verdade. Quer dizer, não que eu não quisesse, mas só esses poemas me ajudaram a trazer à tona o que eu sinto por você.

Dito e feito. Mais lágrimas, mas dessa vez eu estava sorrindo. — Lys...

Lysandre se aproximou, sentando mais perto. — Você disse que podemos fazer novos momentos em qualquer lugar, certo? — Balancei a cabeça, confirmando. — O que acha de começarmos um novo agora? — perguntou, sorrindo.

Sorri, ainda chorando, de felicidade e o abracei. — Sim, Lys! Podemos começar vários momentos novos. E dessa vez quero fazer direito — Me afastei e o olhei, segurando seu rosto. — Eu não quero mais esconder. Quero que todos saibam o quanto eu gosto de você.

Ele sorriu, e colocou uma mão em minha cintura e a outra na lateral do meu rosto. — Eu... estou com muita vontade de te beijar agora.

O olhei, com um pequeno sorriso nos lábios e me aproximei. — Foi exatamente isso o que você falou antes.

— Antes do quê?

Sorri de novo, e fechei a pouca distância que havia entre nós, e o beijei, como se fosse a primeira vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

**gritinho de fan girl**
E ai????? O que acharam?! Eu fiquei tão feliz com esse capítulo! Posso lê-lo mil vezes que vou sempre soltar os mesmos suspiros ♥
Quero saber a opinião de vocês! Me contem! Estou louca pra saber se gostaram desse final, já que o Lys não se lembrou, mas acabou que não foi um final ruim, certo? :p
Quero agradecer a SabrinaBruxinhaVioletta, Pérola Negra, AnneHally, rippah, GiSchreaveDiAngelo e MissMissie33 por terem comentado, me incentivando a continuar. Vocês são uns amores por todos os comentários! E mesmo para quem não comentou (grande parte) quero agradecer por ter acompanhado até aqui. Obrigada a todos vocês ♥
E assim acaba esta pequena novela. Espero muito que tenham gostado de tudo!
Agora convido a vocês a lerem minha outra história, a "San Peter: a escola dos mimimis amorosos". É uma história de romance com muitas pitadas de comédia. Deem uma olhadinha lá, ok? Porfavorzinho :3
É isso! Obrigada novamente! ♥