Amor à segunda vista! escrita por Yasmin, Yasmin


Capítulo 4
Capitulo 4 — Recordação Temporaria


Notas iniciais do capítulo

Meninas, boa tarde.
Gente, acabei de finalizar o capitulo. Uffaaa..kkk
E tenho uns avisos.
Bom, digo que tentei de todas as formas incluir nesse capitulo a finalização da fase da historia, porém foi impossível, o capitulo ficaria muito longo, então tive que dividir. Sendo assim, na quarta-feira publicarei novamente. Então sejam bem fofas com a Minzinha aqui, ok? Deixem seus comentários. Boa leitura.



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Quando finalmente, Peeta conseguiu controlar sua respiração ele olhou para Katniss que estava acordada, fitando  o  nada. Tentou ler sua expressão. Estava ela arrependida? Arrependida do que fizeram a poucos minutos atrás? Seu corpo estava parcialmente exposto e seu cabelo comprido despenteado, deixando ela de algum modo, que ele achava impossível, ainda mais bonita. Ainda mais atraente.

Ele sabia que mulheres tão ou mais bonitas como ela existiam aos montes, por aí.  Mas, não  aos seus olhos. Tudo passou a ser desinteressante desde que ele a viu entrando na sala de testes pela manhã. Era um olhar sério e concentrado. Ele sentiu que havia uma muralha em torno dela. E essa, ele faria questão de derrubar.

Ele chegou mais perto tomando uma mecha de cabelo entre os dedos. O cheiro dela tomou conta de suas narinas. Era um balsamo agradável e viciante. Tão viciante como cocaína. Como ele pode se viciar dela assim? De forma mecânica ele beijou sua têmpora. Ela amoleceu. Estremeceu. Ainda conseguia sentir as mãos dele tocando cada centímetro de sua pele. Até então, conseguia sentir o gosto dos lábios dele devorando sua boca. Estava boba feito um garoto que perde a virgindade com a garota experiente da escola. É! Nesse caso ela era o garoto ingênuo. Pois os garotos populares e bonitos não se atreveriam a ficar com as nerds virgens da escola. E Peeta era a garota popular generosa, que foi legal ao ficar com ela. Bom, era assim que ela devia pensar. Não queria fantasiar que depois que sol  reinasse, seria possível sonhar com eles juntos. Não, com a profissão de ambos. Não, na situação dela. E Katniss não era movida a sonhos. Tinha os pés no chão e vivia de realidade.

Com a lua ainda alta no céu e a luz prateada iluminando o quarto, Katniss ajeitou-se na cama. Peeta acompanhou ela e ambos se recostaram nos travesseiros. Ela apertou o lençol no corpo envergonhada com sua nudez.

— O que vai fazer agora? — perguntou olhando para o rosto dele, depois para os ombros largos, reparou na tatuagem e depois engoliu em seco quando vislumbrou o tórax denso, que estava desnudo. Ela ficou vermelha quando as recordações de minutos atrás tomaram conta de sua mente. Queria repetir tudo por repetidas vezes. Não iria para o céu de qualquer forma.

— Bom... eu pensei, em ficar aqui...até... — olhou para a janela e vislumbrou a lua. —,... outro astronauta pisar na lua.

Não era isso que ela queria saber. Sua pergunta era mais  a longo prazo. Para qual escritório ele iria. Ficaria em Chicago? Queria saber mais dele.

Mesmo assim, gargalhou. Gostava do senso de humor que ele tinha. Se parecia muito com alguém que ela ama muito.

— Por que outro? Você acredita mesmo que algum deles colocaram o pé na lua? — arqueou as sobrancelhas.

— É óbvio que acredito. — ele disse e ela rolou os olhos.

— Tão grande e tão ingênuo. Não me diga que ainda acredita em papai Noel?

Foi a vez dele de rir. Sentou-se mais perto dela e cruzou os braços em cima do peito.

— Claro que eles foram, Katniss, porque acha que eles não foram? Eles ensinam isso na escola. Em 20 de julho 69, Neil Armstrong e Buzz Aldrin passaram duas horas lá e, de acordo com o próprio Armstrong este momento seria “um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”.

Ela bufou com a explicação dele. Jamais acreditou na versão que os professores de astrofísica ensinavam. Para ela era tudo não passou de uma encenação. Como uma cena de filme. Até reprovou dessa matéria ao discordar piamente com o professor em questão.

— Você foi enganado. — ela falou firme e também cruzou os braços. — Me desculpe em dizer: Ninguém foi a lua, você foi enganado, Peeta.

— Não fui, não! — contra-atacou — Armstrong, foi a lua.

— Não, não, ele não foi.

— Foi... — Ela o olhou mais firme com um leve vestígio de irritação crescendo no peito por ser contrariada. Ele notou. —Tá, tudo bem eu fui enganado.

— Não precisa concordar comigo, somente para me agradar.

— Não é para lhe agradar — ele disse — É porque fiquei com medo da forma que me olhou. Achei que fosse me bater. Eu até gosto levar uns tapas aqui outro ali, mas só se for por outro motivo.

Ela não entendeu.

— Que outro motivo?

Ele deu um tapa nele, quando ele sussurrou que era quando ele faz o que ambos estavam fazendo minutos trás.

Ia dar outro, mas ele segurou a mão dela.

— Você quer ....tudo bem eu só estava dando um tempo para você descansar — ele disse, zombeteiro. — Pode me bater a vontade. —completou, deixando ela envergonhada. Não importa se ela está praticamente nua na cama com ele. Ela ficará envergonhada com suas falas e com a certeza com qual ele consegue se expressar.

 — Está com fome? — tirou o telefone do gancho de forma rápida, nem se lembrou que o serviço de quarto não funcionava mais cujo horário.

Ele riu.

— Um pouco. Que tal uma pizza? Acho que ainda entrega nesse horário. —sugestionou.

— É pode ser. — ela entregou a ele o telefone que se prontificou a ligar. Pediu uma pizza media.

Depois de encerrar a ligação o silencio pairou entre eles. Katniss se perguntava o que viria a seguir. Como terminaria esta noite? Mesmo querendo saber, não queria pensar.

— De onde surgiu sua teoria que o homem não foi a lua?

Lua? Porque ela foi falar disso. Ela nem devia estar falando, devia estar agindo.

— Esquece o que eu disse. — ela se deitou cobrindo todo corpo. Peeta como sempre, atento a cada movimento dela.

— Por que esquecer? Quero saber de onde veio sua teoria e porque diz com tanta convicção que eu e o restante dos seres que habitam este planeta fomos enganados. — Ele retirou o lençol deixando a mostra parte dos seios. De forma mecânica ele beijou ali. Katniss soltou um suspiro. Até parece que ela conseguiria raciocinar. Ele afastou o restante do tecido até a barriga dela que arfava com tamanha volúpia. — Diz, pra mim... — sussurrou beijando-lhe de leve a face, o colo até chegar na barriga.

O toque era leve e prazeroso, mas sentir os lábios quentes dele em sua barriga lhe causou um ataque de risos. Ele gostou do que ouviu, então, prosseguiu, fazendo-lhe cócegas propositalmente, enquanto ela se contorcia aos risos.

— Para, por favor! — pedia— Por favor, por favor, Peeta. — ela estava vermelha de tanto rir. Ele parou o que fazia, para logo em seguida prender as mãos dela acima da cabeça e a encarou. De longe era o rosto mais lindo que já tinha visto. Definitivamente, estava apaixonado. Porém, era cedo demais para dizer isso com palavras, então fez melhor, seus lábios procuraram os dela para cobri-los com um beijo fervoroso. Ela segurou a mão dele sobre a cabeça até ambos os dedos estarem encaixados. Recebeu este beijo, que diferente dos primeiros. Esse lhe aqueceu o coração. Aqueceu todas as partes do corpo e mais uma vez se sentiu perdida. Estava se apaixonando. O telefone tocou e eles se libertaram. Era a pizza. Maldita pizza, ele pensou.

— Você já foi lá em cima?

Ela estava de costas colocando o conjunto de lingerie. Era cor da pele. Colocou o robe por cima.

— Onde? — caminhou até a bolsa e como o quarto estava parcialmente escuro, tratou de acender as lâmpadas. Encontrou a carteira e de lá tirou-lhe algumas notas. Pegou o celular e viu que o número de chamadas perdidas haviam se multiplicado. Decidiu ligar ao menos para os pais. — O que tem lá em cima? — se aproximou dele, que estava com a calça jeans. Sem camisa. Ele era mais alto que ela pouca coisa. E isso foi um ponto a seu favor. Com Gale ela sempre tinha de estar com salto alto. Senão, sempre se sentia diminuta perto dele que tinha quase dois metros de altura. Muito para ela que não chegava a um 1,70.

 — Um jardim, uma piscina e espreguiçadeiras. Um, bom lugar para pensar. Quer ir lá?

— Sim, claro. Vamos assim que a pizza chegar. Preciso de ar fresco.

Aguardaram mais alguns minutos e logo o entregador subiu. Peeta se prontificou a atende-lo e enquanto isso ela correu para o banheiro. Ligou para os pais que já estavam preocupados com seu sumiço e os acalmou depois de ganhar um sermão da matriarca Everdeen. Vislumbrou o número do namorado na tela do celular e até pensou em apertar o botão que retornaria a ligação. Mas, não tinha coragem. Ela não era hipócrita suficiente a ponto de encenar que estava tudo bem. Ou responder a ele “eu também”, depois que ele lhe  dissesse “Eu te amo”. Ele faria isso. Ela tinha o texto decorado. As vezes até pensava que era uma ligação eletrônica.

Deixou o celular de lado e apoiou as mãos na pia sentindo o granito gelado. Se olhou no espelho e viu as marcas que Peeta havia feito nela.  Fechou os olhos e rememorou cada carinho que ele dispensou a ela esta noite. Já era quase uma da manhã e estava aflita. Aflita por não querer se separar dele. O que ela faria? Como ela poderia sonhar com alguém que ela mal veria daqui pra frente. O início da profissão de ambos exigiria muito do tempo deles. Cada dia estariam num canto do país, então, ela não deveria se apaixonar por ele.  Não podia. Repetiu esse mantra algumas vezes e alojou em seu cérebro que viveria essa noite como se não existisse amanhã. Mas, não se apaixonaria.

***

Eles subiram até o terraço e antes de sentarem nas largas espreguiçadeiras, Peeta rodeou todo espaço que não era grande coisa e se certificou que estavam sozinhos. Colocou uma cadeira na maçaneta e travou a porta, impedindo qualquer pessoa de entrar. Queria passar esse tempo a sós com ela.

— Aqui é muito bonito! — Katniss, disse olhando em volta. No prédio onde mora tem algo parecido. Exceto pela piscina e quando ela quer e precisa  ficar sozinha ia para o terraço.

— Durante todo esse ano de ponte aérea Chicago x Washington, eu sempre me hospedei aqui. Gostei do terraço. — Peeta falou puxando uma mesa e tirou o guarda sol. Colocou a caixa de pizza sobre a mesa e o vapor saiu pelo ar. O queijo estava derretendo. Cortou a massa e convidou Katniss para sentar ao seu lado. A espreguiçadeira era larga o suficiente para suportar dois corpos.

— Foi cansativo, ainda bem que acabou — ela pegou uma pedaço de pizza e levou a boca enquanto olhava para seu pé pequenino e para o dele que era um pouco maior, mas adequado para sua estatura masculina. — Será que a Johanna está bem? —lembrou dela ao comparar o tamanho dos pés e lembrou do apelido que ela havia posto em Cato.

— Com certeza, Cato é um cavalheiro.

— Imagino. Mas, não é isso que me preocupa. Johanna tem um jeito meio peculiar. Será que ele está bem? Ela é meio bruta as vezes. — disse zombeteira.

— E, você fala isso agora? —se fingiu preocupado.

— Bom, eu estava ocupada. —ela pegou outro pedaço de pizza.

— Com o que?

— Tentando resistir ao seu charme extra. — ele riu. Uau estava aprendendo a flertar. Mais algumas horas ao lado dele ela sairia dali uma Expert em nuances de paquera.

— Eu disse que não ia conseguir — ele levou a lata de soda até a boca. Deu dois goles e a fitou. — Ninguém resisti a mim.

—Convencido. — Ela tomou a lata da mão dele e foi a vez dela de limpar a garganta. Olhou para piscina e teve uma brilhante ideia.

— O que vai fazer? — ele seguiu os movimento dela.

— Dar um mergulho — Respondeu, depois de caminhar até a borda da piscina e ter colocado o pé esquerdo na água com intenção de medir a temperatura, que nesse instante estava perfeita para ela se refrescar do calor que emanava de seu corpo. Ela parecia um vulcão entrando em erupção. — Me acompanha? —, olhou por cima do ombro e viu ele se erguendo e, em seguida retirando toda a roupa inoportuna.

“Me acompanha”, repetiu mentalmente sua ousadia. Estava orgulhosa de si. Se despiu também, ficando apenas de lingerie.

— Está mais fria do que imaginei. — fingiu sentir um frio congelante. E depois mergulhou até alcançar a borda da piscina que ficava rente ao parapeito. Dali ela conseguia ter uma visão panorâmica da cidade, que neste momento estava deserta.

— Pra mim está perfeita. — ele disse colando o peito nas costas dela. Mordeu de leve o ombro. Ela parou aprecia o contato e perde o rumo, sentindo ele ir além. — Katniss...como vai ser amanhã? — ela se virou e encarou aqueles olhos azul Caribe. E em prospecto de todos os sus vinte e seis anos de vida. Nunca se sentiu como uma criança.

— Hoje é amanhã. — disse sensata, que para ele pareceu ser fria. Droga, pensou. Sua mente fez o caminho inverso, tentando encontrar o exato momento que ele se apaixonou por ela. Como ele pode deixar isso acontecer? Pela primeira vez na vida ele estava caído por alguém e esse alguém não sentia o mesmo.

— Está na profissão certa.

 O que ele quis dizer com isso? Está chamando ela de fria. Sim, ele está a chamando de fria.

—   Peeta, o que você quer que eu diga? Que a partir de amanhã vamos viver felizes para sempre?

— Não !!— explanou — Eu só quero que diga, que ao amanhecer, você não irá me ignorar, desconsiderar esses momentos. É só isso que quero.

Ela não faria isso. De forma alguma faria isso.

— Eu não vou fazer isso. Só não quero ficar pensando, é um pouco mais complicado pra mim.

— Por quê, é complicado?

— Oras, porque tenho um namorado.

— Que você não ama. — Afirmou.

— Como você pode saber?  — retrucou irritada

— Se amasse não estaria aqui comigo...certo? — completou — Não consigo lhe imaginar como alguém  vazia a ponto de ficar com outro só para satisfazer seu desejo e depois fingir sentimentos por outra pessoa. Não existe essa coisa de momento. Isso aqui...—ele gesticulou, fazendo ondas na água —...não é só um momento. Sinceramente, eu não consigo lhe imaginar assim, ou estou enganado?

Ele não estava. Ela sabia que a partir de hoje, tudo seria diferente com relação ao namorado.

— Não, não está. — respondeu convicta e sua voz saiu mais grave que de costume.

A resposta dela foi como encontrar um oásis no deserto. A muralha que ela tinha em torno de si estava a cada minuto menor. Ele já conseguia enxergar sua alma. Com o polegar, acariciou seu lábio inferior. Ela fechou os olhos apreciando. Como era possível esse homem transmitir tanta ternura com apenas esse toque.

Abriu os olhos. Com a ponta dos dedos retribuiu o carinho contornando o tigre que ele tem desenhado no  braço. Imaginou que ele deva ter sentido dor ao faze-la. Então, beijou ali. Beijos molhados que subiram até o pomo de Adão.

— Melhor parar,  senão  não vou conseguir me controlar...não vou conseguir chegar até o quarto.

Ela sorriu com o efeito que causa nele.

— Não se controle. —  disse atônita.— Não pare!— Ela queria  insanamente ser a mulher dele mais uma vez. Ele não se dignou a lhe dar uma resposta. Simplesmente tomou ela em seus braços ali mesmo. Na piscina. Sob as estrelas e a lua. Mal, sabiam eles o que estava por vir.

***

O dia amanheceu, e Peeta acordou com o barulho de socos na porta. Lembrou de sua engenhosidade ao trava-la, e pensou que eram os funcionários do hotel que queriam entrar no local.

Admirou o rosto tranquilo de Katniss que dormia com a cabeça apoiada em seu peito. O brilho dos cabelos dela se iluminavam pelos primeiros raios do sol. Pareciam fios de seda. Ele não gostaria de acorda-la, pois assim que o fizesse sabia que ela teria de ir.

Escutou mais murros vindo da porta e dessa vez acompanhados de um par de vozes.

— Katniss...acorda — sussurrou baixinho. Tão baixinho que ela mal se moveu. Beijou o rosto dela, passando a barba por fazer em seu rosto e sussurrou novamente: —, acorda, Katniss, precisamos ir!

— Me deixa, mãe — murmurou, sem abrir os olhos e sua voz estava rouca devido as poucas horas de sono.

— Sua mãe te acorda, assim? — Peeta, fez outra tentativa. Dessa vez com sucesso. Ela abriu as orbes cinza e assustada, sentou-se na espreguiçadeira. Viu que ambos estavam de roupas. Menos mal, pensou.

       — Bom dia. — ela se aproximou dele e escondeu o rosto na curvatura de seu pescoço. — Que horas, são?

         — Bom dia. — ele beijou sua têmpora — Não faço ideia, mas acho que não deve passar das sete. Precisamos ir, caso contrario, irão derrubar a porta. Não está escutando?

          Ainda sonolenta ela apenas meneou com a cabeça dizendo que sim. Levantou a procura do short e colocou assim que o encontrou. Peeta permaneceu sem a camisa pois essa estava no corpo de Katniss.

A puxou pela mão e chegaram até a porta. Quando ele retirou a cadeira, viu alguém muito irritado adentrar. Katniss empalideceu. Seu sangue havia escapulido para o espaço sideral.

—  Oficial Everdeen! — disse, Haymitch, assim que alcançou o último degrau de acesso ao terraço. Ele olhou para Peeta e depois para ela. Não precisava pensar muito o que ambos estavam fazendo juntos tão cedo. Envolvimento entre homens e mulheres na corporação era algo comum. Seus subordinados não seriam os primeiros. Mas, ele estava irritado com a situação. Ele não era babá da Oficial Everdeen. Mas, foi obrigado a deixar seus aposentos desde que recebeu as ordens de Plutarch para verificar o que havia acontecido com ela. Pois o ilustre procurador da república não estava conseguindo contato com a namorada e então resolveu atormentar todos os homens que deviam favores para ir em busca de sua amada.

Se ele não estive tão irritado. Com certeza gargalharia agora. Pois o desgraçado estava sendo chifrado.  — Está tudo bem? — perguntou com a voz rude. Autoritária.

— Sim senhor. — ela respondeu firme sem entender o que ele fazia ali. — Algum problema, senhor?

Haymich, sorriu de escárnio.

— Está tudo bem, Abernathy? — Peeta interviu preocupado. Ambos se conheciam a muito tempo, então ele tinha liberdade com o diretor.

— Na medida do possível, oficial Mellark. Mas, a esta hora eu deveria estar rumo ao jogo de basquete do meu filho... — olhou no relógio — ...porém estou aqui, dando uma de babá. — Katniss engoliu em seco, ele circulou entre os dois com as mãos para trás, e direcionou toda sua fala para ela — Mas, a oficial terá, assim que chegar em casa... — Seu coração disparou, sem nem mesmo entender o que ele quis dizer. — O procurador está na linha, com o diretor Plutarck. — ela arregalou os olhos —Então, é melhor se apressar, antes que ele anuncie isso na casa branca e acione a defesa civil para ir atrás da senhorita. — sua pele já pipocava de raiva. Gale não poderia ter feito isso. — Aguardo a senhorita na recepção.

— Ligarei daqui mesmo.

— Vou escolta-la até o aeroporto

— Meu voo é as dez. Não preciso de escolta.

— Recebi ordens e não saio daqui sem a senhorita. — Ela engoliu em seco e cerrou os punhos em volta do corpo. Iria matar Gale. Ele não tinha esse direito. Não podia expor ela ao ridículo dessa maneira. — Pode se despedir do garoto. Esperarei aqui fora. — Haymich estava começando a gostar da situação. Nunca fora com a cara do Hawthorne. Gostou de saber que lhe passam a perna. Que o todo poderoso não passa de um chifrudo.

— Eu preciso ir! — Ela se dirigiu a Peeta, assim que teve oportunidade. —Vou deixar sua roupa no quarto. —completou sem graça.

— Não precisa, Katniss. — sua voz saiu mais séria do que deveria. Por que ela está se curvando aos desejos do crápula do procurador? Tudo que sentiram ontem não significou nada? — É melhor ir. — ele disse caminhando até o parapeito do prédio. Havia uma barreira de vidro. Viu o reflexo dela se aproximando.

— O que foi? — colocou a mão no ombro dele.

— É melhor ir, seu namorado está lhe esperando. —   se esquivou dela. Ela temia por isso. Sabia que assim que a noite terminasse, tudo seria diferente. A vida real esfregaria na cara dela as razões pelas quais aquilo nunca poderia dar certo. Aconteceu.

— Ok! — Então, ela se afastou ao mesmo tempo que queria ficar. Andou de costas olhando ele pela última vez e depois se virou descendo os degraus lentamente, passou a mão pelo bolso do jeans e apanhou o cartão. Mas, lá não havia só isso. O medalhão de Peeta estava com ela. Ela pensou em deixar junto da camisa na quarto, porém, pensou que o medalhão poderia ser extraviado. Retornou subindo os degraus de dois em dois. Abriu a porta e viu ele organizando o espaço onde estavam, o sutiã dela estava guardado em seu bolso com uma alça despencada. Parecia um maluco obcecado que rouba as lingeries do varal das vizinhas. Ela riu.

— Seu medalhão. — mostrou-lhe acanhada. O dourado do cordão se misturou com os raios de sol. E Katniss estava diferente da mulher que ele conheceu na noite passada. Ontem seu longos fios estavam lisos em uma uniformidade que chegava a ser irritante. Porém, agora eles caem em cachos sobre o ombro. A camiseta dele, lhe caiu perfeitamente bem, mesmo grande isso a deixou completamente desejável. Definitivamente, não sabia como agir. — Não vai pegar? — estendeu o braço mais uma vez. — Ou será um presente. Uma recordação?

O rosto dele trincou. Se antes, não estava amigável agora piorou.

— Recordação... — deu uma risada fria, meneando a cabeça para os lados. Ela entendeu.

— Não foi isso que eu quis dizer. — explicou

— Tudo bem. — caminhou até ela e pegou o medalhão. — Mas, não terá recordação nenhuma. — Passou por ela sem nem olhar para trás. Ele estava zangado. Será que ele acordava zangado assim todas as manhãs, ou era só pelo ciúme.  Apesar da situação ela gostou de saber que ele estava com ciúmes.

***

Depois de sair do terraço ela caminhou às pressas até seu andar. A raiva que ela estava sentindo de Gale estava armazenada e não passaria. Desta vez ele passou dos limites. Tudo bem que ela tem uma parcela de culpa, pois se ela tivesse atendido as ligações ele não teria utilizado desses artifícios. Tentou se culpar, mas não havia espaço para isso. Sempre e de toda maneira tentou justificar excesso de zelo que o namorado lhe dispensava. Chegava a ser doentio, ela pensava. Porém, preferia acreditar que isso acontecia porque apesar de tudo, Gale era um homem apaixonado. Do jeito dele, mas apaixonado.

Entrou no banheiro e de forma rápida se lavou. Quinze minutos depois estava praticamente pronta para partir. Deitou sobre o travesseiro e lá estava o cheiro dela misturado ao de Peeta. Sorriu e num pulo andou até o banheiro a procura da camisa dele. Não devolveria, levaria consigo, era a única coisa que lhe restava. Já que agora ele a odiava e provavelmente mais a noite estará a procura de outros par de lábios.

Pegou seus pertences e fez uma ronda visual, se certificando que não esquecerá nada. Nesse instante a campainha do quarto tocou. Inflou o peito, pois pensou que era Haymich e não gostou nada, nada da forma que ele havia falado com ela.

“Babá” Oras, ela não precisava de babá. Não tem culpa se o procurador gosta de abusar de sua autoridade e tem o costume de pedir favores pessoais a quem lhes deve.

Com certeza, Haymich  deve estar pensando um milhão de coisas. E até mesmo espalharia para o quartel inteiro onde ela estava e com quem.

Colocou a mão sobre a boca, preocupada e então abriu a porta, mas não viu ninguém. Olhou para os dois lados do corredor e não tinha se quer uma alma viva. Porém, sobre o tapete vermelho encontrou um envelope branco, não havia nome do remetente. Mas, nem precisou pensar muito em quem era. Lá continha o medalhão dourado de Peeta e junto dele, um bilhete.

“Recordação” ele havia escrito. Quando abriu, continha outro título “temporária”.

Ela riu.

O recado cujo título era  “Recordação temporária” e ele havia listado com sua caligrafia, cinco instruções:

1- Cuide bem dele

2- Me entregue na formatura, daqui duas semanas

3- Caso queira me ver antes, é só me ligar (salvei meu número no seu celular) – Desculpe

4- Quero saber porque não acredita que o homem, foi a lua. Por favor me conte(pessoalmente)

5- Já, estou com saudades.

Ela guardou o bilhete, o cordão junto a si e partiu rumo a Chicago com sua "recordação temporária"!

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Notas finais do capítulo

O que acharam? O que vai acontecer...eles irão se ver? Katniss ira se livrar de Gale? Deemm suas opiniões, ok?
bjs



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