Its Not The End escrita por Amy Moore


Capítulo 1
One Short


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha única short, e eu amo de paixão! Leiam com carinho.

Acho válido ter em mãos as músicas The End e P.O.V., ambas de nossos McGUYS!



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It's Not The End

By Amy Moore

 

 

Eu não queria abrir meus olhos. Não queria. Naquele momento, tudo o que eu desejava era dormir e jamais acordar, para nunca mais ter de me lembrar do que acontecera.  E nem para presenciar o que aconteceria nos próximos dias. 

 

— Flashback —

 

— Não posso mais suportar isso — disse-me ele. Havia uma incerteza em seu olhar que não me passou despercebida. — Simplesmente não posso mais. Toda essa desconfiança...

— Então não suporte — eu disse a ele. — Vá. Suma daqui.

Ele olhou no fundo dos meus olhos por um instante. Não gostei do que vi em seu olhar. Parecia tão... errado. Doía vê-lo daquela maneira. Mas eu estava muito magoada, então o que ele sentia pouco importava.

— Sim, é o que vou fazer — disse-me. Sua voz era só um murmúrio irritado. — Adeus, Amanda.

Adeus, amor da minha vida

Abaixei a cabeça para que ele não visse as lágrimas rolando por meu rosto. Eu estava tão magoada... doía tanto...

Ah, Dougie Poynter, por que tenho que te amar tanto? 

Enquanto ele se afastava, não olhou para mim nem sequer uma vez. Simplesmente entrou em seu carro e partiu. E naquele momento, desejei que jamais tivesse dito o que disse. Mesmo que ele estivesse mentindo, mesmo que nunca tivesse deixado Frankie... 

Eu não podia perdê-lo. 

 

— End Flashback —

 

— Alô? — Atendi ao telefone, com uma voz rouca e estranha. O toque do celular interrompera meus devaneios.

— Mandy? Você está chorando? — perguntou Tom, do outro lado da linha. Parecia preocupado.

— Não, não — assegurei. — Acabei de acordar.

— Está atrasada — disse Tom.

— Eu sei — eu disse. — Acho que eu não vou à escola hoje. 

Houve um momento silencioso.

— E posso saber o motivo? — Ele sempre se preocupava comigo. Ainda mais quando eu e Dougie brigávamos.

Na noite passada, assim que Dougie entrou em seu Citröen e partiu, corri para o quarto e liguei para Tom. Eu chorava tanto que, nos primeiros minutos, eu não podia falar nada. Tom não aguentou a ansiedade e veio me ver. Ficou umas duas horas me consolando.

— Eu não estou me sentindo bem, Tom — eu disse. — Não mesmo.

Ele suspirou. 

— Se o Poynter tentar te importunar, eu quebro o nariz dele. Okay? — prometeu-me Tom. Veja só como ele é bom comigo; prometendo quebrar o nariz do melhor amigo só para me ver bem. — Mas venha a escola. Por favor.

Eu me levantei da cama, desistindo. Não era o fato de ter que ver Dougie na escola. Eu sabia que ele não apareceria por lá. É só que eu não queria encarar o mundo.  Ainda não.

— Okay, Fletcher, você venceu — resmunguei. — Vem me buscar?

— Okay — disse ele e desligou o telefone. Eu tive que rir do modo como ele esticou a palavra. Era por isso que eu amava tanto Tom, e também era por isso que eu o preferia ao invés de Danny ou Harry. Tom sabia como me fazer ficar melhor. Harry e Danny também faziam isso, mas Tom me conhecia melhor que eles, e por isso sabia como lidar melhor comigo.

Vesti um jeans azul, um suéter preto e calcei meus All Star. Nada de maquiagem. Detalhe, eu tendia a me vestir de acordo com o meu humor — quase sempre usava muita cor, brilho e estampas.  Hoje não.

Logo estava no carro com Tom. Eu não estava num bom humor, então as tentativas dele de puxar assunto foram frustradas.

Basicamente, meu dia foi assim, um tédio.

E Doug não apareceu. Nem na escola, nem em minha casa, nem na casa dos amigos. De nenhum deles. A Sra. Poynter estava furiosa e preocupada, e culpava a mim pelo sumiço do filho. Eu estava longe de discordar.

O dia chegou ao fim e nenhuma notícia de Doug chegou ao meu conhecimento. Tentei ligar para o celular dele 50 vezes — eu não estou brincando —, mas ele não atendeu a nenhuma das minhas ligações. Simplesmente não atendeu nenhuma delas. Deixou o telefone tocar sem parar, e minhas mensagens em sua caixa postal pedindo que ele retornasse não o incomodaram nem um pouco.

 

Eu estava deitada na cama, com o coração querendo sair pela boca de preocupação, e não havia o que fazer. A não ser ligar para Tom.

— Tom? — Minha voz estava rouca.

— Sim? — A dele também. Isso não era um bom sinal.

— Tom, eu acho que eu vou morrer de tanta preocupação — eu disse. — Acho que alguma coisa muito, muito ruim aconteceu com Doug. Eu sei que ele já teria atendido as minhas ligações, pelo menos para mandar eu ir me foder. Tom...

— Então você não sabe do Doug ainda? — perguntou-me Tom. — Você não sabe nada?

— Não — eu disse. — Deveria saber?  Tom não respondeu. Estava conversando com outra pessoa do outro lado da linha. — Tom? Tom? Tom?!

— Espere. — Do outro lado, alguém falava; eu não conseguia distinguir palavras, apenas o som rouco e falho. Devem ter-se passado uns cinco minutos.

— Amanda? Está aí? — Tom perguntou. Seja lá o que fosse que estava acontecendo, era grave. Tom nunca me chamava pelo nome, só quando estava bravo ou quando tinha algo sério acontecendo.

— Sim — eu disse.

— Muito bem — disse ele. — Estou indo pr’aí. — Desligou.

Olhei no relógio em minha mesa de cabeceira. Eram 2:50 da manhã.  Dez minutos depois, Tom entrava pela porta de meu quarto. Eu não sabia o que ele havia dito aos meus pais, e porque ele os havia chamado e não a mim. Quando Tom vinha me ver durante a noite — em meus momentos de tristeza —, ele me ligava no celular e eu descia pra abrir a porta pra ele. No entanto, hoje...

— Mandy... — murmurou, me abraçando. E eu senti o mundo desmoronar sobre meus ombros ao olhar a expressão em seu rosto.

 

— Tom’s P.O.V. —

 

Sinceramente, não sei como Amanda conseguiu reunir forças para ir à escola naquela manhã. Depois de saber que Doug... Ah, se nem eu conseguia pensar nisso, como ela lidaria lidar com tudo o que está acontecendo na frente das pessoas? Mas okay, eu entendia porque ela queria ir naquele dia. Entendia perfeitamente.

Bem, independentemente do que estava por vir, eu estaria ao lado dela.

Mandy passou o tempo todo ao lado da melhor amiga, Dhey, que estava morta de preocupação. Não pude culpá-la. Mandy chorou durante as aulas e não parou de chorar no intervalo. Foi nesse momento que Dhey veio até a mesa em que eu, Danny e Harry estávamos sentados, sem conversar.

— Tom? — chamou. Eu só olhei para ela. — O que eu faço? — perguntou. — Sei que Doug terminou com ela, mas... sinceramente... minha amiga era mais forte.

Eu não disse nada.

— Tudo isso é só porque ela acha que Dougie não terminou com a Frankie?

Encarei a mesa. O celular de Harry tocou. Ele colocou o aparelho na orelha, ouviu por um breve momento e depois o fechou, olhando para Danny e para mim. Eu entendi que já estava na hora.

Harry e Danny se levantaram e foram montar nossos instrumentos no meio do pátio.

— Amanda não contou tudo — eu disse. — Mas você vai entender agora.

Do outro lado do pátio, Amanda olhava para Danny e Harry com a testa franzida. Depois, seu olhar encontrou o meu.

— Com licença, Dhey — eu disse e fui até onde Mandy estava.

— Tem certeza que quer mesmo fazer isso? — perguntei assim que estava perto o bastante, segurando suas duas mãos.

— Não — disse, sem encontrar meu olhar. — Vamos logo.

Os cinco microfones estavam ajustados, assim com os nossos instrumentos. De mãos dadas, eu e Mandy nos juntamos a Harry e Danny.Mandy segurou o microfone e encarou a porta de entrada do pátio. Ela usava um jeans, uma blusa, um casaco e All Star, todos pretos.

— Estamos fazendo uma homenagem hoje — eu disse ao microfone. Todos no pátio voltaram a atenção para mim. — Escolhemos esse lugar porque sabíamos que aqui ele foi feliz. Que aqui ele fez amigos e conheceu o amor de sua vida. — Ao meu lado, Mandy fungou baixinho. E pelas portas que ela observava, entraram seis pessoas, carregando o caixão lacrado de Dougie Poynter. — Ele se foi. Nosso amigo, irmão e companheiro Dougie Poynter se foi, e nos deixou muita dor e saudade. Foi por isso que eu e Mandy escrevemos essa música para homenageá-lo. E ela se chama The End.

Comecei as notas da música na guitarra. Não tínhamos mais o baixista para fazer o acompanhamento, e logo Mandy começou a cantar. Sua voz era linda. Não tremia nem falhava; ela já chorara tanto que nem fazia diferença. Era como se as lágrimas que rolassem por seus olhos fossem falsas; já não atingiam mais a voz, que era carregada de dor. E muito amor. 

 

— End Tom’s P.O.V. — 

 

Kicking off is the hardest part 

Nothing's certain at the start 

Letting go, so something can Begin 

Figure out how to get a life

 Leave tomorrow, live tonight 

Gotta throw, throw your heart right in 

'Cause we all fall down 

 

— Doug’s P.O.V —

 

Eu estava furioso com Amanda, e isso me fez dirigir perigosamente pelas avenidas que me levaram às estradas, a caminho de outras cidades, que eu nem prestava atenção. A raiva era fogo queimando em meu interior.  É claro que isso passaria em algumas horas; eu amava demais aquela pequena pra poder ficar com raiva dela e terminar tudo de vez.  Desde que nos conhecemos naquele show... O amor foi tão intenso... Cada noite que passamos, cada toque, cada beijo...  Eu não vivo sem ela.  Mas, naquele momento, eu não me lembrava disso. Pisei no acelerador e corri a 160 km/h na estrada principal.  E, numa curva, simplesmente perdi o controle da direção ao desviar de um caminhão.

 

— End Doug’s P.O.V.  

 

Everybody knows the end 

When the curtain hits the floor 

Everybody knows the end 

Don't wanna get there wishing that you'd given more 

It's not over, 'till it's over 

So how do we begin? 

When everybody knows the end 

 

— Tom’s P.O.V. —

 

— Pensei que eu ia morrer e não ia te ver, cara — disse Doug, assim que eu entrei no quarto do hospital. Ele estava na cama, machucado demais.

— Cara, o que você fez consigo mesmo?

— Fui um idiota — disse. — Cadê a Amanda? 

Meu celular tocou no meu bolso. 

— Tom? — Era a Mandy. 

— Sim?  — Tom, eu acho que eu vou morrer de tanta preocupação — disse. — Acho que alguma coisa muito, muito ruim aconteceu com o Doug. Eu sei que ele já teria atendido as minhas ligações, pelo menos para mandar eu ir me foder. Tom... 

— Então você não sabe do Doug ainda? — perguntei. — Você não sabe nada? 

— Não. Deveria saber? 

— Tom, eu não tenho muito tempo — disse Doug. — Preciso ver a minha pequena. 

 

I need to live with nothing fixed 

Don't tell me what's gonna happen next 

I'm alright, I like the way this feels 

Leave behind all the things I miss 

The next stop isn't where you think it is 

'Cause tonight I'm riding off the rails 

'Cause we all fall down 

 

Everybody knows the end 

When the curtain hits the floor 

Everybody knows the end 

Don't wanna get there wishing that you'd given more 

It's not over, 'till it's over 

So how do we begin? 

Yeah, when everybody knows the end Yeah

 

— Tom? Tom? Tom?! — Mandy estava histérica. 

— Espere — eu disse a ela. Depois, olhei para Dougie de olhos arregalados. — Doug, mano, ela não sabe sobre você. 

Os olhos de Doug estavam fechados. Não. Não. Ele não pode ter piorado assim, tão de repente. Mas eu sabia que não era de repente. Ele não tinha mais chances. Não tinha mais escapatória. 

— Dougie? 

— Mandy — murmurou. — Mandy, minha pequena... 

Deus do céu, como a Sra. Poynter pode ter sido tão má a ponto de não avisar a Amanda do que se passava? Dougie estava morrendo. 

— Pequena... pequena, me perdoa... Eu não devia ter ido embora, eu não devia... Fui tão idiota... 

Deus, o que eu faço? Doug estará vivo por mais 10 minutos? 

— Pequena, eu estou indo... estou te deixando de novo... me perdoa. Por favor. Eu imploro. Pequena, não se esquece das coisas que fizemos juntos. Das nossas noites... Da primeira vez em que eu te tive... 

“Eu ainda não acredito que eu fui tão tonto a ponto de acabar comigo desse jeito. Eu me matei. Magoei você; não vou me perdoar. Mas eu prometo, amor, que eu nunca vou te deixar. Não vou deixar a morte me separar de você. Eu ainda vou estar aqui. 

“Esse não é o fim.” 

Dougie começou a sufocar. Segundos depois, os enfermeiros tentavam trazê-lo de volta.  Mas era inútil. 

— Amanda — foi a última coisa que Dougie disse. 

 

Is where you hope you never say 

"I could have done it better"

And I'm gonna keep what counts and throw away 

What doesn't really matter and I wanna die 

On the highest height, oh  It's not over 

'Till it's over 

I wanna stay here forever 

'Cause we all fall down

 

E então ele morreu. Tranquilo, em paz, crente de que sua pequena ouviria cada palavra que ele disse.  E ela ouviria. 

 

Mandy pegou o microfone a caminhou até o caixão, se debruçando sobre ele. Era doloroso observá-la se esforçar tanto para homenagear quem ela amava. Todos nós no palco improvisado chorávamos silenciosamente. Assim como muita gente ao nosso redor na escola. Ela ficou ali, ainda cantando... ainda chorando e sofrendo... 

Deixei de lado a guitarra e corri até Amanda, abraçando-a. Ela precisava de mim. Precisava de meu apoio, de minha ajuda.   

 

— End Tom’s P.O.V. — 

 

Everybody knows the end 

When the curtain hits the floor 

Everybody knows the end 

Don't wanna get there wishing that you'd given more 

It's not over, 'till it's over 

So how do we begin? 

When everybody knows the end 

Yeah, everybody knows the end Yeah 

'Cause everybody knows the end

 

Parecia que eu havia perdido tudo no mundo. Como se um grande buraco negro tivesse levado todo o mundo e tudo o que nele havia, deixando-me a deriva, sozinha num mundo de escuridão e vazio. De dor. Eu não conseguia encontrar razões para sobreviver. Já não tinha nem forças. A prova disso era o microfone que escorregava entre meus dedos. Logo, este encontrou o chão, e som de sua queda foi ampliado pelos amplificadores de som. Percebendo isso, Danny assumiu o vocal e terminou a música por mim. Eu não podia mais, não aguentava mais. 

Desculpe, Doug. Joguei meus braços ao redor do pescoço de Tom, totalmente acabada. Eu precisava continuar de pé, precisava de força... 

— Vamos — disse Tom. — Eu vou te levar para casa. 

Olhei para ele como se ele fosse louco. Talvez fosse. 

— Não. Eu vou ao funeral. 

— Isso não vai ser bom para você... 

— Eu sei o que é bom para mim. 

 

Tudo já havia acabado. Não havia mais ninguém no cemitério além de mim e dos mortos. Tive que mentir para Tom para que eu pudesse ficar lá sozinha. Contei inúmeras mentiras a ele, mas isso não importava. Nada importava.  Olhei para a lápide de Doug com lágrimas frescas nos olhos. Tirei do bolso meu I-pod; andara pensando muito naquele momento nos últimos dias, desde que descobrira que Doug se fora. 

Acariciei a lápide, como se assim pudesse acariciá-lo. As lágrimas transbordaram e lavaram meu rosto afogueado pelo choro. 

— Lembra da nossa última briga? — murmurei. — Antes da que te levou ao fim? — Pisquei para a escuridão. Eu nunca mais poderia ter uma resposta. — Você escreveu uma música para mim, lembra? Point Of View

Apertei “play” em meu I-pod e as notas de P.O.V. começaram a tocar. As notas no piano eram lindas, as mais perfeitas. Essa era minha música favorita, apesar de cada palavra daquela música ter o poder de machucar. 

 

I'm getting tired of asking 

This is the final time 

So, did i make you happy? 

Because you cried an ocean 

When there's a thousand lines 

About the way you smiled 

Writted in my mind 

But every single word's a lie

 

— Você foi o único capaz de me fazer verdadeiramente feliz, Doug. Juro que foi — eu disse, enquanto ouvia a música. — Eu sempre impliquei com você, mas não era por desconfiança, amor. Era por medo de te perder. Por medo de que seu amor por mim não fosse nada se comparado ao que você sentia por Frankie. Esse era o meu maior medo. 

Sentei-me no chão, sem me importar por estar sentada sobre o túmulo dele. Eu estava sem força; provavelmente cairia se não me sentasse. Só Deus sabe o que eu estava passando naquele momento. 

 

I never wanted everything to end this way 

But you can take the bluest sky and turn it gray 

I swore to you that, i would do my best to chance 

But you said don't matter 

I'm looking at you from another point of view 

I don't know how the hell i fell in love with you 

I'd never wish for anyone to feel the way i do

 

Peguei uma fotografia dele em minhas mãos e a observei, escutando a letra por algum tempo. Ele havia feito essa música para mim uma semana atrás. Foi quando começamos a brigar. Foi quando eu comecei a me sentir apavorada; sabia que Frankie ainda gostava dele. 

— Eu sou a única culpada pelo que aconteceu com você e sei disso — eu disse. — A culpa é minha, pois eu menti para você quando disse que eu não me importava com nós dois. Como posso não me importar? Você é a parte da minha vida que faz sentido. 

Encarei o chão, chorando. 

— Espero que você possa me perdoar por tudo, Doug. Realmente espero. Não quero imaginar que você se foi magoado comigo... 

 

Is this a sing from heaven? 

Showing me the light 

Was this supposed to happen? 

I'm better off without you 

So you can leave tonight 

And try to make things right 

'Cause i'll be ready for a fight  Yeah

 

— Será mesmo verdade que você estava melhor sem mim? — perguntei, mas para mim mesma que para ele. — Será que sua vida teria sido melhor se não tivesse me conhecido? Eu sei que eu não estou bem se você. Quer uma prova disso? Bem, amor, espere. Você terá a sua prova em breve. 

Escutando a música, algo me ocorreu. 

— Você... disse na música... que estaria pronto para dizer adeus — comentei. — Você estava se referindo a sua morte? — Céus, o que eu estava pensando? Doug jamais se mataria. JAMAIS. — Não, eu devo estar louca. Foi um momento de raiva, não é? Por favor, tem que ser sido... 

 

I never wanted everything to end this way 

But you can take the bluest sky and turn it gray 

I swore to you that, i would do my best to chance 

But you said don't matter 

I'm looking at you from another point of view 

I don't know how the hell i fell in love with you 

I'd never wish for anyone to feel the way i do

 

Tirei o canivete do bolso, com um sorriso brincando em meus lábios. Sabia que era uma boa ideia trazê-lo comigo. 

— Sabe, Doug, eu poderia esperar minha vida acabar. Poderia esperar que os meus próximos... Trinta, quarenta, cinquenta anos se passassem, mas... eu não vou. É perda de tempo. Por que viver num mundo em que você não vive mais? 

Levantei a manga de meu suéter negro, olhando meu pulso. Eu podia ver as veias pulsantes sob minha pele, mesmo a luz do luar. 

— Eu estou mais feliz agora que tomei essa decisão — eu disse. — É o que eu quero. Se o preço apagar para te ter é uma vida, bem, aqui estou eu, prestes a pagar. E eu daria o que fosse necessário. Se eu pudesse voltar no tempo... 

Mas a questão é que eu não podia. Jamais poderia reparar meus erros, jamais poderia trazê-lo de volta à vida. Jamais

 

I never wanted everything to end this way 

But you can take the bluest sky and turn it gray 

I swore to you that, i would do my best to chance 

But you said don't matter 

I'm looking at you from another point of view 

I don't know how the hell i fell in love with you 

I'd never wish for anyone to feel the way i do


  — Flashback—

 

(...) — Doug... Eu te amo mais que tudo! — eu disse para ele, só de lingerie, sentada no colo dele. Eu acariciava seu peito nu; ele estava só de boxers. Era a melhor sensação do mundo estar com ele... tocá-lo... 

— Eu também, pequena — disse ele, me erguendo e me jogando na cama, se deitando logo por cima de mim. — Mais do que você pode imaginar. (...) 

 

(...) — Me explique isso, Dougie Poynter. — Eu segurava o celular dele. Tinha acabado de ver que ele tinha feito uma ligação para Frankie com duração de meia hora há pouco mais de cinco horas atrás. Ou seja, no meio da madrugada. (...) 

 

And you said, and you said, and you said (i do) 

And you said, and you said, and you said (do) 

'Cause you said don't matter (i do) 

 

And you said, and you said, and you said (i do) 

  And you said, and you said, and you said (do) 

'Cause you said don't matter (i do)

 

(...) — Você nunca terminou com ela! — Eu gritava, jogando travesseiros nele. — Nunca, nunca, nunca... 

— Terminei! Juro que TERMINEI! — Ele estava frustrado e furioso. 

Eu o empurrei até a porta de meu quarto, fazendo com que ele saísse. 

— Isso não me importa — eu disse para ele, segurando a porta. 

— Eu te amo, pequena. — Seus olhos marejavam, imploravam a minha compreensão. 

— Vá se foder, Dougie Poynter. — Bati a porta na cara dele. (...) 

 

And you said, and you said, and you said 

And you said, and you said, and you said 

'Cause you said don't matter 

 

And you said, and you said, and you said 

And you said, and you said, and you said 

'Cause you said don't matter

 

(...) — Eu fiz essa canção para a pessoa mais importante da minha vida. A pessoa que me faz chorar com a mesma intensidade que me faz sorrir. A única em minha vida, meu único amor. — Ele olhou para o chão, o cenho franzido. — Sei que você não acredita em mim, pequena, mas... não importa. Eu preciso de você. Por que será que não pode ver isso?  Ele olhou para os amigos.  — O nome dessa musica é P.O.V. (...) 

 

— End Flashblack — 

 

A música chegou ao fim e então eu peguei meu I-pod, totalmente possessa, e joguei-o no chão com toda a minha força. 

— Eu disse que não me importava? — perguntei. — É, disse. Por que eu era uma filha da puta de uma otária. Mas isso acabou. EU ME IMPORTO! EU ME IMPORTO... 

Passei as unhas pelos braços, rasgando a pele sem nem ao menos perceber. 

— EU TE AMO! SÓ EU SEI O QUANTO! — Eu gritava e nem ao menos me importava. — EU SÓ QUERO ACABAR COM ESSA DOR, QUE ME MACHUCA... CHEGA!

Peguei o canivete e o abri. Com os olhos fechados, coloquei-o sobre o pulso. Era reconfortante sentir o metal gélido sobre minha pele, cortando-a. 

Paz. Finalmente paz. Suspirei. 

— Eu te amo mais que tudo, Doug. 

— Pare!  Por um momento o choque foi tão grande que o canivete caiu no chão. Virei de costas, para ver quem era — embora eu soubesse perfeitamente bem; eu conhecia muito bem aquela voz... — e fiquei paralisada de choque. 

— Eu não vou deixar você fazer isso, amor. Não vou. Nós erramos e vamos conviver com os nossos erros. — Continuei parada, muda.  — Nosso amor é impenetrável, anjo. Os anos não vão alterá-lo. Vou estar aqui com você por todos os próximos anos. 

— Doug... 

— Não fale nada, pequena — disse-me ele. — Esse não é o fim.

 


 

Dougie Poynter disse que não era o fim, mas, eu lamento informar, é sim. O que aconteceu com eles? Ninguém sabe.

 


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Notas finais do capítulo

Chorei. Vocês choraram?



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