Dicotomia - Undertale escrita por cecifrazier


Capítulo 9
Céu Estrelado


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE ♥
Trago à vocês mais um capítulo dessa fic maravilhosa
(brincadeira)
Boa leitura ♥



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Na manhã seguinte eu estava abraçado com Frisk, aquela, com certeza tinha sido a melhor noite da minha vida.

Acordei mais cedo que o normal, umas 5:26 quando olhei no relógio, Frisk ainda não tinha acordado então me levantei com cautela para não acordá-la. Ultimamente, eu tenho acordado cedo, menos quando passo a noite bebendo, claro. Tenho tido pensamentos estranhos sobre suicídio ou sobre ferir pessoas mas eu não deveria me preocupar tanto, tenho coisas mais importantes no momento.

 

Eu realmente espero que nossos pais não tenham ouvido nada, digamos que... deixamos alguns gemidos escaparem e isso está me preocupando um pouco, já que Asgore, com toda certeza, desaprovaria nossa relação. Ele não suportaria a ideia de que seus filhos, aqueles que ele criou com todo amor, estariam mantendo esse tipo de relacionamento. Já Toriel, aprovaria se isso nos fizesse felizes, não importa o que os outros pensassem.

 

Entrei no banheiro que ficava no quarto, tomei um banho de água fria e me vesti. Desci as escadas e percebi que Asgore estava na cozinha preparando o café com uma expressão séria, provavelmente estava com sono.

 

— Oi pai. – Digo com um sorriso gentil.

 

— Bom dia. – Ele responde, com um olhar frio. Isso está começando a me dar medo.

 

— Eita, acordou de mau humor? – Pergunto com uma risada desconcertante.

 

Ele nada responde, a expressão fria permanece em seu rosto e ele apenas coloca a mesa para o café em silêncio. É, ele deve ter ouvido, como eu sou descuidado.

 

— Uh... Pai, o que aconteceu? – Pergunto com uma expressão preocupada.

 

— Eu que pergunto, Chara. O que aconteceu? – Ele fala, cruzando os braços e me encarando.

 

— Eu não fiz nada de errado. Não que eu lembre. – Desvio o olhar.

 

— Pode me explicar o que eram aqueles barulhos no quarto da sua irmã?

 

Assim que ele pergunta isso, tenho um “mini ataque cardíaco”, puta que pariu, como vou explicar isso pra ele? Ele não vai atender e provavelmente vai me dar um sermão, ou até pior.

 

— Que barulhos? – Pergunto, suando frio. — Eu não ouvi nada.

 

— Não se faça de desentendido, você sabe do que eu estou falando e sinceramente, eu não esperava isso. – Ele fala, sentando na cadeira e me olhando com decepção.

 

— Pai, eu...

 

— Não tem essa de “pai”, o que vocês fizeram foi muito errado. – Asgore me interrompe e dá um suspiro. — Desde quando vocês escondem isso?

 

— Ninguém tá escondendo nada. Pai, me escuta, eu só...

 

— Como assim ninguém tá escondendo nada?! – Ele altera seu tom de voz. — Como explica aquilo então?! Será que vocês não pens...

 

— Eu amo ela, tá? – O interrompo, batendo com as mãos na mesa. — Eu amo ela e você não pode impedir isso, Asgore.

 

Asgore nada diz, apenas sai da cozinha com uma expressão de desaprovação e sobe as escadas, provavelmente chamaria Toriel para tomar café. Eu devo imaginar o quão desapontado ele está, mas eu não ligo. Eu vou lutar pela Frisk, custe o que custar.

 

Após o café, Asgore foi nos deixar na escola e por mais que ele estivesse desapontado, não poderia faltar com suas obrigações. Ainda não tinha contado a Frisk o que tinha ocorrido, mas contaria logo e conversaríamos melhor com nossos pais, afinal, eu queria que tudo fosse esclarecido.

 

Saímos do carro e nos despedimos de nossos pais, Asgore respondeu friamente, mas apenas ignorei isso. Frisk e eu decidimos manter nossa relação em segredo na escola por hora pois se descobrissem, geraria uma confusão tão grande que Toriel poderia perder o emprego por encobrir isso e Asgore ficaria ainda mais furioso.

 

— Char, você tá bem? – Frisk aperta meu antebraço enquanto caminhamos lentamente no corredor do prédio.

 

— Acho que sim. – Seguro a mão de Frisk e entrelaço meus dedos com os dela. — Só estou pesando em algumas coisas.

 

— Em quê? – Ela me olha com curiosidade.

 

— Mais tarde te conto, vá para a aula. – Dou um beijo em sua testa e ela entra na sala de aula, logo, vou caminhando para minha sala.

 

Ótimo, mais um problema para minha lista: Asgore tá puto comigo. Se já não bastasse minhas crises, meu problema com bebidas, o bullying na escola, os pensamentos genocidas me atormentando e os testes de determinação. Claro, eu já estava acostumado a ter problemas nas minhas costas, mas mais uma preocupação e eu enlouqueço.

 

Assim que entro na sala todos direcionam seus olhares para mim e começam a sussurrar coisas como “Vitor deu uma surra nele.”, “Soube que ele nem se defendeu.”, “Ele não era o demônio da escola?” e outras coisas que não consegui ouvir. Vitor e seus amigos estavam, como sempre, sentados no fundo na sala. Vitor estava com um sorriso triunfante pelo feito e seus amigos soltavam risadas baixas a medida que me aproximava. Na moral, eu não queria confusão, sinto que algo muito ruim pode acontecer se eu perder o controle de novo.

 

— Ora, se não é o fracote do Chara. – Vitor fala se aproximando de mim. — Foi correndo pros braços da sua irmãzinha depois da surra que eu te dei?

 

— Cara, sai daqui, eu não quero confusão. – Respondo colocando minha mochila em cima da mesa, mas ele puxa a gola da minha camisa me forçando a encará-lo.

 

— Tá afim de apanhar de novo? O professor ainda não chegou, que tal ir lá pra fora e resolver isso? – Ele me puxa me fazendo levantar.

 

— Qual o seu problema? Eu já falei que não quero brigar! – Eu o empurro e ele cai no chão.

 

— Mas o que está acontecendo aqui?! – O professor entra na sala justo naquela hora, porra.

 

— Professor, o Chara me agrediu! – Vitor fala fingindo um estar com dor. Ah, vai se foder.

 

— Professor, é mentira dele! Ele quis brigar e eu só...

 

— Chara, eu sei. – Ele coloca os livros em cima da mesa e dá um suspiro. — Vitor, pra coordenação, agora!

 

— Mas professor, foi el...

 

— Eu disse agora! – O professor aumenta seu tom de voz e Vitor sai da sala calado. Finalmente algo bom está acontecendo.

 

É, até que essas câmeras servem pra alguma coisa. Depois de Vitor sair, o resto dos alunos olharam-se surpresos e até ouvi cochichos como “Wow, Chara mandou Vitor pra coordenação.”, eu sei, eu sou demais.

 

O tempo foi passando devagar até o intervalo chegar. Como sempre, tive que aturar aquelas aulas chatas. As provas começam daqui 2 semanas e preciso me concentrar nisso por hora, mesmo com esses problemas todos. Fui direto para o refeitório e comprei meu lanche. Assim que me virei de costas, vi Frisk sentada em uma mesa vazia acenando com a mão para mim.

 

— Ué, cadê suas amigas? – Pergunto, sentando na frente dela.

 

— Elas estão me ignorando. – Ela dá uma mordida no sanduíche. — Tá todo mundo falando de você lá na sala, estão dizendo que você tomou uma surra do Vitor.

 

— E quase tomei uma hoje de novo. – Dou uma risada fraca. — Mas eu não preciso me importar com isso, já tenho tudo que preciso. – Seguro a mão de Frisk por cima da mesa e a mesma dá um sorriso tímido.

 

— Ah, e... – Ela solta minha mão. — Estão suspeitando de nós.

 

— Eita, mas já? – Quase me engasgo com o suco. — Você não falou nada, né?

 

— É que nos viram na enfermaria naquele dia. E agora minhas “amigas” ficando falando mal de mim pelas costas.

 

— Precisamos ter mais cuidado então. E Fri, não ligue pra elas, são todas falsas. – Ela dá uma risada leve.

 

Após alguns minutos o sinal bate, indicando que o intervalo acabou. Saímos do refeitório e nos despedimos. Eu não tinha visto Sans desde o dia do teste, as vezes me pergunto o que ele tanto faz quando some assim. Heh, deve estar em casa, com seu irmão. Papyrus passou um bom tempo viajando com Mettaton e Sans ficou morrendo de saudades, provavelmente, eles devem estar trocando muitas novidades.

 

•••

 

A aula acaba, finalmente. Saio da sala e vou até a saída, onde Frisk estava me esperando. Assim que ela me vê, me dá um sorriso tão gentil que sinto meu rosto arder. Como ela pode ser tão linda?

 

— E aí. – Dou uma breve pausa. — Minha moto deve estar no estacionamento atrás da escola, vamos.

 

Nós saímos então daquele tumulto de pessoas e vamos para atrás da escola. Lá, tinha um estacionamento maior que o da frente e que geralmente guardavam bicicletas ou motos que foram esquecidas. Minha moto estava lá, como senti falta dela! Assim que ia subir na moto, hesito um pouco e olho para Frisk.

 

— O que foi? – Ela me pergunta me olhando com um sorriso leve em seu rosto.

 

— Nada não. – Assim que respondo, puxo-a pela cintura para um beijo. — Eu só acho que tinha resto de comida na sua boca.

 

— S-seu bobo! – Ela exclama e me dá um tapa bem leve no antebraço. — E se nos verem?

 

— Relaxa, gatinha. – Subo na moto e estando a mão para ela. – Sobe aqui.

 

Ela sobe na moto e saímos do local. Ah, não tinha ninguém lá, um beijinho não ia matar ninguém, e além do mais, eu estava louco por isso. Dessa vez, não iríamos para casa, eu a levaria para um campo que tinha lá perto. Eu ainda precisava explicar para ela o que tinha acontecido hoje de manhã e queria explicar em um lugar calmo.

 

A cidade era pequena, então o campo não ficava tão longe dali, provavelmente uns 15 minutos de moto. Assim que chegamos, estaciono a moto na beira da rua, que mal passava carros, e nos deitamos sobre a grama fresca. Já estava anoitecendo e algumas estrelas eram visível no céu assim como a lua, aquele era um momento perfeito.

 

— Bom, quero falar com você sobre algo que aconteceu hoje de manhã. – Dou um breve suspiro e direciono meu olhar para ela. — Asgore ouviu o que fizemos ontem à noite e ele está bravo.

 

Frisk cora de forma intensa e me olha assustada. Com certeza sentiu sem coração parar por alguns segundos assim que ouviu tais palavras.

 

— E agora? Ele não vai aceitar isso... – Ela desvia seu olhar para o céu. — Talvez ele entenda se a mamãe conversar com ele.

 

— Eu não acho que vá funcionar. – Viro meu corpo para o lado olho para ela. — Mas eu te amo, e não vou deixar nada nos separar.

 

Frisk vira seu corpo e fica de frente para mim, ela coloca uma mão sobre meu rosto fazendo carinho. Puxo-a para mais perto e encosto meus lábios com os seus, dando um beijo lento que aos se intensifica. Nem me importo se tinha pessoas passando pelo local, o que importa é estar com Frisk agora. Ela é a garota que eu amo e por mais que isso devesse ser escondido, eu tinha vontade de que todos soubessem que ela é minha e só minha.

 

— Eu te amo, Char. – Ela beija meus lábios levemente.

 

Ficamos deitados ali por um bom tempo. Como eu amo essa garota.

 


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Notas finais do capítulo

TRETA
Obrigada por lerem ♥
Nos vemos no próximo capítulos ♥



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