Lily estava deitada com a cabeça encostando na perna de Rose, enquanto a ruiva mais velha observava os movimentos da equipe de quadribol da Sonserina pelo campo e tentava esconder de Lily a sua cara feia.

— Você tem um talento nato em disfarçar sua raiva, Rosie- Lily disse com a voz carregada de sarcasmo enquanto tentava se forçar a levantar. Ela se tentou impulsionar para frente mas por fim chegou a conclusão que aquilo exigiria esforço então continuou na mesma posição.

— E você, Luna, é uma preguiçosa – Rose disse, Lily abaixou um pouco óculos de sol e mostrou a língua para Rose- e muito madura.

— Não fuja do assunto Weasley- Lily cantarolou- Eu posso sentir a sua raiva daqui.

Rose revirou os olhos para a prima. E mordeu os olhos se controlando.

Otimo! Ela nem queria treinar quadribol mesmo... Mas ela com toda certeza esquartejaria Scorpius Malfoy.

— Meu Merlin! Você comeu algo muito azedo mesmo, Rô- Rose virou o rosto em direção a voz com uma careta azeda, e lá estava Lucy Weasley sorrindo feliz da vida.

Lily soltou um resmungo seguido por um sorriso maléfico.

— Oh Merlin!- Lucy ria compulsivamente trocando olhares de entendimento com a prima mais jovem.

— Espera um minutinho, Luna- Rose levantou uma sobrancelhas já imaginando do que se tratava o resmungo- Desde de quando você tem idade para fazer piadas maliciosas?- Rose fez uma cara de nojo- E fala serio! Que coisa mais sem sentido!

Lily deu de ombros e novamente disse algo baixinho que Rose imaginou sendo algo relacionado a ela nem ter ouvido o que ela disse, enquanto estendia as mãos para Lucy, que estava de pé, ajudá-la a levantar.

Quando Lily finalmente estava sentada com um sorriso de vitoria no rosto.

—Menos uma baleia encalhada no mundo- observou Rose

Lily arregalou os olhos e bateu com força na prima.

— Sua piranha!- ela gritou indignada.

Lucy mordeu os lábios tentando controlar o riso, diante do quão cômico era suas duas primas soltando palavrões direcionados uma para a outra.

— Gente, chega de agressões por hoje!- Lucy exclamou fazendo o símbolo da paz e amor- Rose por que você ta sentada aqui? Você não tinha treino hoje?

A Rose Weasley bufou.

— Era para eu estar treinado, mas eu não estou e a culpa é da doninha albina!- Lucy revirou os olhos- Aquela desgraçado me provocou e eu xinguei ele, bem no momento que a Minerva dava uma passeio pela escola. Ai ela proibiu a Grifinoria de usar o campo hoje.

— Como exatamente você e Scorpius foram parar no campo no mesmo horário, Rose?- Lucy parecia uma detetive devido as perguntas.

— Voce devia perguntar a incompetente da Longbottom e ao Zabine- Rose bufou novamente- Aparentemente os dois reservaram o campo no mesmo horário.

Lily e Lucy trocaram um olhar e simplesmente decidiram deixar o assunto quieto e se ocuparam de ficar discutindo qual dos jogadores da Sonserina era mais gato.

Lily insistia que o Zabine ganhava de lavada, mas Lucy também dizia que Lysander tinha seus atributos. Rose não ousou meter sua opinião no assunto, mesmo ela sabendo a reposta claramente.

Era sem duvidas nenhuma Scorpius.

*_*

Motivo Sete: Nós brigamos a cada sete segundos

Olá minha querida doninha leitora! Seja bem-vinda ao motivo sete, apenas mais vinte motivos para ambos nos vermos livres de dessa historia e você admitir que eu tenho razão (como sempre)

Bom... O motivo sete, aqui vamos nós.

Nós, Scorpius, brigamos o tempo todo. Acho que a maior afirmação disso são esses vinte e sete motivos, se fossemos pessoas civilizadas eu poderia estar tranquilamente explicando cara a cara para você meus motivos. É claro que poderia haver discussões. Mas não seria necessário isso.

Entende?

Além claro disso tenho varias e varias provas desse argumento. Você sabe dizer quantas partidas de quadribol terminaram com nós brigando? Ou melhor, quantas vassouras eu já tive que ganhar para repor as que eu quebrei batendo eu você? Ou quantas vezes fomos banidos de aulas, treinos e jogos por estarmos discutindo? Milhares e milhares de vezes Scorpius. Eu e você somos um perigo para a humanidade quando estamos juntos.

Em minha opinião a nossa pior briga foi no terceiro ano.

Não sei se lembra, mas tudo começou no café da manhã daquele dia. Você entrou fazendo idiotices e gritando como se o mundo girasse a sua volta (uma novidade: ele não gira!) eu fiquei tão ferrada com aquilo que joguei algum tipo de comida em você. E é claro que você revidou, mas acabou acertando em alguém da mesa da Lufa-Lufa e tudo ia virar uma grande baderna se não fosse pela chegada de um professor.

Mas é claro que você e seu coraçãozinho peludo não deixariam isso passar em branco. Durante todas as aulas que tive com a Sonserina você passou me fuzilando e eu te fuzilando de volta. Até a aula de poções, onde toda a sua raiva acumulada foi jogada para fora com um simples comentaria “inofensivo” ao Zabine.

— Eu odeio essas pessoas que não tem coragem de dizer o que sente na cara e fica mandando recadinhos, ou melhor, comida. – O Zabine não estava nem ligando para você mas seu recadinho chegou certeiro no alvo.

Eu me virei para trás e deixei bem claro o que pensava:

— Eu não sou garota de recadinhos não, Malfoy, diferente de certas pessoas- Meu sorriso era presunçoso eu tenho noção disso.

— Eu não estava me referindo a você Weasley, mas se a carapuça serviu- E você deu de ombros Scorpius! Você deu de ombros, sue desgraçado!

E em questão de segundos estávamos berrando um com o outro, e não se como exatamente, mas nossas poções foram parar na nossa cara.

E a minha estava muito, mas muito, quente mesmo. E o mesmo com a sua.

Seu rostinho “angelical” ficou com uma super queimadura e eu com uma alergia que durou uns bons dias.

E tenho o prazer de informar que dividimos a enfermaria. Durante dias.

Mas não podemos esquecer que pelo menos nossa briga resultou em algo notável. A amizade entre Hermione Weasley e Astoria Malfoy. Eu tenho certeza que foi nesse dia que elas fizeram um pacto, um pacto de nunca ficar do lado dos filhos quando forem chamadas na escola.

E foi nesse dia que as ligações, a troca de carta e os encontros para o chá começaram.

Elas se uniram no dia que os filhos delas quase morreram por culpa do filho da outra.

E a vida continua com a sua ironia interminável