Escarlate escrita por Boadicea


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Desculpe pela demora pessoal, mas cá estou eu de volta.
Espero que estejam todos bem ^-^
Não tive tempo de revisar, então peço desculpas por qualquer erro.
Boa leitura:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698778/chapter/2

Um.

Dois.

Três.

Três passos antes de suas pernas vacilarem. Tentou agarrar o corrimão, inutilmente em busca de apoio. Mas tudo que conseguiu foi manchá-lo com sangue.

Não. Não posso cair. Ainda não.

Não aqui.

Mas já era tarde demais. Quando seus joelhos tocaram o quarto degrau não estava mais consciente.

 

 

— Margaret ? – uma voz fina e cansada a chamou. Suas pálpebras tremeram um pouco antes de se abrirem.

— Ainda bem que acordou, querida. – a enfermeira deu um sorriso gentil, como se entendesse a confusão que os olhos da pobre garota aparentavam.  

— O-onde estou...? – ela perguntou passado alguns minutos. Sentia sua garganta arder, como se não bebesse água há dias. Seus olhos vasculharam rapidamente o lugar constatando ser um hospital.

Hospital? Mas que diabos...

— Seu irmão encontrou-a desmaiada na escada de sua casa e chamou uma ambulância. Você ainda se encontrava em estado grave até alguns dias atrás. – ela fez uma pequena pausa, como se esperasse que Margaret absorvesse tudo – Você teve muita sorte. Conseguimos estancar o sangramento a tempo e fazer uma transfusão. Quanto ao veneno... Bem, este realmente foi um problema. Quase pensamos que não encontraríamos uma forma de neutralizá-lo. Porém, felizmente quase tudo já foi resolvido.

Margaret desviou o olhar, tentando entender. Sua mente ainda se encontrava nebulosa, impedindo-a de se lembrar de alguma coisa.

— Há quanto tempo estou aqui? – perguntou ela enquanto sentia lágrimas se formarem por forçar tanto sua voz.

— Duas semanas, querida. Seu irmão já estava quase acreditando que você entraria em algum coma profundo. – ela deu um sorriso ainda maior, tentando tranquilizar Margaret. Olhou nos olhos dela por um breve instante antes de se retirar, voltando logo com um copo de água.

 

 

O caminho até a casa de seu irmão fora silencioso. Margaret não fazia a menor idéia do que dizer, e seu irmão não parecia fazer questão de iniciar uma conversa. Quando chegaram ele saltou rapidamente para fora do carro e parou junto a calçada. Olhou-a impacientemente enquanto ela demorava para sair, se atrapalhando com o cinto e fazendo um careta de dor a cada vez que mexia os pulsos cuidadosamente enfaixados.

Abriu a porta e deixou que ele entrasse primeiro, olhando com curiosidade para cada lugar da casa. Suspirou aliviada ao notar que a casa não possuía escada nenhuma, pois tinha certeza que a cada vez que olhasse tentaria se lembrar do que aconteceu. Assim era uma dor de cabeça a menos, pensou ela.

— Seu quarto é o primeiro à direita no começo do corredor. Acho melhor você ficar aqui por uns meses, até... se estabilizar – soltou um suspiro cansado antes de voltar a falar – Você realmente não se lembra de nada do que aconteceu?

Margaret percebeu que ele parecia desconfiado, como se não conseguisse acreditar. Foi à vez dela de suspirar. Queria tanto poder se lembrar do que aconteceu. Queria poder ter alguém para quem apontar e culpar. Estava claro pelo corte na vertical de seus pulsos, que não havia sido um acidente. Ela sabia que suspeitavam de tentativa de suicídio.

Mas não conseguia acreditar. Simplesmente não se encaixava. Porque ela tentaria se matar? Porque envenenaria a si própria?

Tinha que existir outra explicação. Ela tinha certeza disso.

Maneou a cabeça, e foi para seu quarto em silêncio. Trancou a porta com a chave e escorregou até o chão, trazendo o joelho até o peito enquanto chorava em silêncio.

Naquele momento tudo o que Margaret queria era respostas.

 

 

— Alô? – Margaret atendeu o celular que não parava de tocar insistentemente. Talvez não tivesse sido uma idéia muito boa escutar o que seu irmão dissera e ficar sempre próxima ao celular, para o caso de acontecer alguma coisa suspeita.

Com exceção do som de uma respiração pesada, provavelmente de um homem, tudo continuava em silêncio. Margaret sentiu-se arrepiar enquanto os minutos passavam e a linha continuava em silêncio. Até que ele finalmente desligou.

Ela sentiu o celular escorregar de sua mão e estatelar no chão enquanto puxava a coberta mais para cima de seu corpo e olhava para o relógio na cabeceira.

2:40.

Quem diabos ligaria à uma hora dessas? Depois de tudo que aconteceu?

Margaret fechou os olhos desejando poder esquecer tudo.

Tudo o quê?Você já esqueceu, ou não se lembra disso?

— Inferno! – murmurou ela, com raiva enquanto encarava o próprio reflexo.

Isso não parece meio familiar?— ouviu sua própria voz responder-lhe mentalmente.

Sorriu.

Estava decidido. Não importava o que aconteceria dali em diante, a única certeza que ela possuía é que se lembraria de tudo o que havia acontecido.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aposto que ninguém imaginava que ela perderia a memória u.u
Bom, este capítulo foi só para dramatizar as coisas.
Logo ela se lembra de tudo novamente, e então vocês vão entender ^-^
Sobre a ligação misteriosa... O que vocês acham hein?
Comentem! Gosto de saber o opinião de vocês ^-^
Até o próximo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escarlate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.