L'amore inaspettato escrita por Ceci


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Primeiro, se está lendo isso, muito obrigada por dar uma chance a minha história. Você é demais.
Esse capitulo introduz você ao mundo da personagem principal, como ela se enxerga e vê toda essa mudança na vida dela.
Espero que você goste. Boa leitura!

Não se esqueça de dizer oque achou depois. Me deixe saber se preciso melhorar em algum aspecto. Adeus.



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I

Não sou feliz, nem triste. Nunca vivi, sempre existi. Não tive o direito ou o tempo de idealizar meu príncipe encantado que me daria filhos incríveis. Não, nunca pensei nisso. O direito de fantasiar coisas assim morreu junto com minha mãe quando eu era um bebê. Ela morreu de tuberculose depois dois meses do meu nascimento. Com ela também foram a felicidade do meu pai e a alegria do Castelo de Dalkeith, onde nasci e fui criada.

Cresci me sentindo culpada pela morte de minha mãe, que ficou mais fraca depois que nasci. Meu pai não fazia esforço para esconder que também achava o mesmo, por isso passei a vida me dedicando a fazer tudo para agrada-lo. Contudo, nada que eu fizesse o agradava.  Aos treze anos participei de uma competição de bordados, todas as pequenas damas da corte estavam participando e eu ganhei de todas elas. Nem assim trouxe orgulho a meu pai.

Para ele eu sempre seria a vergonha da família Dalkeith.

Até nove meses atrás, quando ele apareceu.

Com uma altura de se admirar e um físico muito bem esculpido, meu futuro noivo apareceu na porta do meu pai. O filho do duque Foster estava acompanhado de seu tio – não o rei! – e de sua mãe. Foster vestia um terno azul que exaltava a cor de seus olhos e o deixavam mais bonitos. Não estava muito apresentável na época, com a barba negra por fazer e seus cabelos grandes, mas ainda assim tiraria qualquer uma do sério.

Lembro-me de ouvir as empregadas comentando alvoroçadamente sobre sua beleza e, também, especulando obre o motivo de sua visita. Umas diziam que ele se apaixonara por uma de minhas irmãs mais velhas - diga-se de passagem, eu tenho 3-, outras falavam que eles queriam mesmo era comprar nosso castelo. No fim, ele só nos convidara para o baile em homenagem aos 89 anos de seu pai, o Duque Foster.

Entre esse tempo nossas famílias se tornaram amiga. Logo se descobriu que eu e Morgan Foster não tínhamos nada em comum, por essa razão, sempre nos evitávamos para evitar discussões escandalosas.

Tudo estava suportável. Mas a vida é tão imprevisível quanto o a direção do vento. O Duque Jamie Foster faleceu, deixando toda sua fortuna para seu filho solteiro e libertino, Morgan. Daí em diante a minha vida, a qual já era ruim, se tornou horrível.

Não é bom que um duque viva sozinho, ele precisará de alguém que lhe dê herdeiros e continue a linhagem. O novo Duque Foster logo procuraria uma esposa e, provavelmente, escolheria a primeira que aparecesse.

Felix Dalkeith não perdeu tempo, como não poderia oferecer a mão de minha irmã Julia – que já estava noiva-, nem das minhas outras duas irmãs, as quais eram casadas, eu era a única opção. E na noite em que ele me pediu que aceitasse sua proposta, meu pai me olhou do jeito que eu sempre desejei minha vida toda. Pela primeira vez me senti amada por ele e foi por causa disso que aceitei seu plano de me casar com alguém que eu detestava. Alguém que eu mal conhecia,

Foi pra dar orgulho a meu pai que estou aqui hoje, nessa catedral, me casando com alguém que odeio e que – provavelmente-, me odeia também.

 

II

 

O dia estava nublado. Quase torci para que chovesse e o casamento fosse cancelado. Infelizmente, a vida nunca é como queremos e isso, de certo modo, é bom. Imagine como seríamos se tivéssemos tudo o quanto desejássemos? Seríamos pessoas terríveis e sem graça. Mesmo sabendo disso, ainda desejava ferozmente que algo arruinasse meu belíssimo casamento.

Estava em um dos cômodos da Giles' Cathedral, a catedral mais importante do país. Minhas irmãs estavam comigo dando os retoques finais mim, a noiva mais feliz do reino. Sarah, a mais velha de nós, estava  a ajustar o meu véu desnecessariamente longo; Anelise, a segunda a nascer, estava checando os detalhes de meu rosto; e Julia estava comendo alguns dos aperitivos que deixaram lá.

Virei para me olhar no espelho. Olhando para minha imagem, percebi estava parecida com uma princesa. Minha aparência estava perfeita, só tinha um problema. Eu não me sentia assim por dentro. Por dentro eu estava zangada. Zangada com tudo, com meu pai por me quase me obrigar a entrar em um casamento infeliz; com meu noivo que não poderia ser mais desprezível do que já é; com minhas irmãs que não paravam de tagarelar que eu deveria estar mais feliz porque meu casamento estava perfeito; estava com raiva de mim mesma, por aceitar aquilo tudo só para dar orgulho a meu pai- que talvez nem merecesse o amor que tenho por ele.

Minha vontade era de rasgar o meu vestido e sair destruindo tudo que visse em minha frente. Mas não podia fazer isso e, para ser sincera, nem sei se conseguiria. Por isso, só forcei um sorriso sem graça quando Anelise me disse para fazer isso.

Ouço a porta do cômodo se abrir às minhas costas. Não me viro para olhar quem é. Estou distraída pensando em como demonstrarei uma felicidade que nunca conheci a meus convidados. Todavia, a tentativa de uma falsa felicidade se esvaiu quando ouvi a inquietante voz de meu noivo soar atrás de mim.

— Podem me deixar a sós com minha noiva? - Ele mexia na gravata enquanto falava, sua tonalidade de voz era séria e minhas irmãs o contemplavam de olhos esbugalhados. Posso imaginar o porquê.

Um noivo ver o vestido da noiva antes do casamento era um absurdo, um dos maiores augúrios matrimoniais. E ainda por cima, pedir para ficar à sós com a noiva? Que insana insolência o cavalheiro Foster tinha, ele quebrou quase todas as regras da sociedade e minhas irmãs demoram um pouco para processar isso. Que deselegância!

Como não dou a mínima para nada disso, apenas continuo me olhando no espelho. Pretendo ignorá-lo o máximo possível antes de ter que repartir minha vida com o duque mimado

— O que está fazendo aqui? - Exclama Sara - É muita deselegância da sua parte vir aqui e...

— Um duque não precisa se preocupar com deselegâncias, Srta.Montier - Dispara ele enquanto caminha para perto de mim e para a meu lado, no espelho. - Agora senhoras, peço novamente que saiam.

— Não espera que façamos mesmo isso, não é? - Reclama Julia acabando seu petisco de limão e pondo as mãos na cintura - O que as pessoas vão pensar se deixarmos vocês dois sozinhos aqui?

Chego a sorrir nessa parte. Como se eu e ele quiséssemos fazer algo inapropriado. Ele acompanha meu sorriso seco. Ele também percebeu a ironia disso.

— Não me importo com os outros - Responde ele arrumando seu cabelo que agora estava um pouco abaixo do ombro.

— Além disso - Continua ele - Estou pagando uma festa magnífica para todos eles e para vocês também. É feio reclamar de boca cheia. Saiam. - Foster fala isso de um modo calmo, mas com autoridade.

Esperei minhas irmãs saírem para me dirigir a ele.

— Não achou outro lugar para espalhar sua infelicidade? - Falei enquanto me afastava dele. - Ou só queria vir aqui para olhar meu vestido e ter certeza que nosso casamento será o pior da história?

Ele me lança um sorriso debochado e senta-se na cadeira onde antes estava Julia. Ele pega um canapé e o devora sem desviar seus olhos de mim.

— O que está olhando? - Perguntou cruzando os braços.

Ele não responde apenas dá uma risada. Tenho vontade de esganá-lo ali mesmo, mas isso mataria meu pai infarto fulminante então me controlo e sento-me em uma cadeira do outro lado do cômodo.

Depois de um tempo de silêncio ele diz:

— Estava apenas esperando suas irmãs saírem de trás da porta - Ele aponta para a saída do cômodo. - São muito bisbilhoteiras, não quero que ouçam nossa conversa.

Ele se levanta e eu faço o mesmo.

— Vim informa-la de nosso itinerário - Ele fala indo em direção ao espelho para se admirar.

— Itinerário? Como assim? - Pergunto - Não vamos para Saint Coven?

O planejado era que depois do casamento, iríamos para o castelo dele que fica perto da casa onde cresci. Assim, nós dois ficaríamos perto de nossas famílias.

— Mudei de ideia - Ele falou virando-se para mim - Vamos para minha casa de verão em Saint Andrews. Vamos morar lá agora. Nos mudamos assim que a recepção acabar.

Não puder conter minha raiva. Foster não podia fazer isso, me levar para longe de tudo e todos que conheço. Tudo isso sem um aviso prévio. O que eu pensava que não podia ficar pior piorou.

— Como pode fazer isso? Por que não me avisou antes? Mal vou ter tempo de me despedir da minha família - Encaro o com a maior raiva que tinha.

— Você já passou dezenove anos com eles, não é o suficiente? - Ele me pergunta.

Não me contenho e furiosamente começo a bater nele.

— Seu idiota, você é desprezível. - Ele segura meus pulsos e me obriga a olhar em seus olhos.

— Também não tive muita escolha - Ele conta.

Franzo as sobrancelhas.

— Não teve escolha? O que aconteceu? Sua mãe o expulsou de casa? Duvido muito disso! - Me desvencilho dele - Sua mãe... vai deixa-la sozinha depois da morte de seu pai? Vai deixar tudo para que ela resolva enquanto se diverte nas praias da Escócia?

Ele não responde só me olha com uma crescente fúria. Acho que sua mãe é o ponto fraco dele e, por isso, eu vou mais fundo.

— Você seria um covarde se a deixasse.

Ao ouvir essas palavras algo dele se liga. Vejo ele se controlar e tentar se acalmar, quando penso que ele virá com uma resposta que jogue na minha cara tudo o que ele é e eu não sou, ele simplesmente anda furioso em direção à porta e, antes de sair, me diz um forçado:

Sorria para os convidados”.


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Notas finais do capítulo

É isso! Obrigada por ler :)



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