Um Certo Alguém escrita por Nerdscleia


Capítulo 2
Capítulo 2 - Tomando Coragem




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Já era quase meia-noite e Débora estava ficando entediada, já havia dispensado o Felipe, pois queria ir para casa, então foi procurar Cassandra para irem embora juntas. Tinha tanta gente naquela boate que foi difícil encontrá-la, mas a avistou no meio da pista de dança fazendo uma coreografia louca com as amigas. Ela foi até lá e avisou a irmã que gostaria de ir embora, porque não estava se divertindo. Cassandra ficou meio chateada, mas resolveu acompanhar Débora até em casa, afinal foi esse o combinado, porém quando as duas estavam quase na porta da boate, Débora o viu.

— É ele! – disse surpresa, parando no meio do caminho.

— Ele quem, Debs? Tá maluca? – perguntou Cassandra.

— O barman! – disse Débora que não se mexeu do lugar.

— Ah, o barman gato! – Cassandra entendeu logo do que se tratava. – Ele é lindo, né? Mas nunca o vi com ninguém aqui na Kurt, sabia?

Como Débora não respondeu e continuava hipnotizada pelo cara com a boca aberta, Cassandra perguntou:

— Quer ir embora mesmo?

Débora saiu de seu transe e respondeu:

— Não, espera só mais um pouquinho, porque eu preciso fazer uma coisa!

A menina se encheu de coragem e foi em direção ao bar. Ela precisava saber o que aquele homem queria dizer com o comentário sobre ela um pouco antes e como o bar já havia esvaziado um pouco, essa seria sua chance! Débora estava determinada em descobrir isso, já que ela tinha deixado muitas oportunidades passarem por sua vida por causa da sua timidez, mas ela havia ficado muito intrigada com o rapaz e não estava se importando se iria pagar mico ou não, pois ela poderia nunca mais vê-lo.

Ela chegou ao bar, sentou em um dos bancos e esperou até que ele atendesse o último cliente. Ele não a havia notado ainda, então ela gritou para que ele a ouvisse através da música:

— EU GOSTARIA DE UMA BEBIDA!

O rapaz imediatamente olhou para ela e quando a reconheceu, sorriu.

— Oi, qual bebida você deseja? – ele perguntou lhe lançando aquele sorriso deslumbrante.

— Qualquer coisa sem álcool, por favor – respondeu Débora meio tímida. Ela percebeu que isso não seria tão fácil quanto ela imaginava, nunca tinha sido boa em conversar com garotos, por isso já estava perdendo a coragem e tinha se arrependido de ter pedido um drink sem álcool...

Passados alguns minutos o barman voltou com seu drink e entregou-o a ela.

— Aqui está. – ele colocou o copo na mesa na frente dela e no momento em que ela foi pegá-lo, suas mãos se tocaram e Débora sentiu seu rosto corar.

Enquanto Débora bebia o drink, o cara continuou ali, lhe encarando.

— O que foi? – perguntou ela.

— Nada, é que eu nunca vi você por aqui.

Ela pensou que agora poderia ser uma boa deixa para começar a conversa.

— Ah, é... por isso você disse aquilo antes, de que você se lembraria se eu já tivesse vindo? – disse meio constrangida, mas determinada a descobrir o que esse rapaz queria com ela.

— Sim, é que eu sou barman aqui já faz algum tempo e eu costumo observar as pessoas, percebi que você é uma menina mais introvertida e eu gosto de pessoas assim. – ele respondeu dando uma piscadinha para ela no final.

Débora quase engasgou com a bebida, mas se segurou, porque não iria passar vergonha na frente daquele cara lindo e que, se ela não estivesse enganada, estava flertando com ela! Débora nem sabia o que responder, pois ela nunca viu essa sua característica como uma coisa boa, sempre sofreu muito por ser retraída, mas ela não podia se ajudar, simplesmente não conseguia ser extrovertida como sua irmã Cassandra.

O rapaz, percebendo que a menina havia ficado encabulada, disse:

— Eu nem me apresentei, né? Meu nome é Charles e o seu? – disse o rapaz meio sem jeito.

— É... Débora – por um momento ela quase esqueceu seu próprio nome.

Isso nunca tinha acontecido antes, apesar de ela sempre ser meio atrapalhada quando interagia com meninos, principalmente com o Fabinho, um garoto com quem ela trabalhava no laboratório da Bastille, mas nunca assim, de se esquecer do nome!

— Débora! Bonito nome, combina com você! – Charles disse com outro sorriso de tirar o fôlego e a menina logo percebeu que seria difícil manter uma conversa com ele sem parecer uma retardada, ela se concentrou para responder alguma coisa dessa vez.

— Obrigada. Charles também é um nome muito bonito. – ela disse com um pequeno sorriso e em seguida olhou para baixo para seu drink e por isso não pôde ver a alegria no rosto do rapaz.

— Mas então, você mora aqui no bairro de Fátima? – Charles perguntou.

Ele nunca havia se encantado por ninguém naquela boate antes, na verdade ele tinha jurado para si mesmo que não ficaria com ninguém que aparecesse por lá, pois seu sonho era encontrar uma garota que fosse mais tranquila e caseira e ele pensou que não poderia conhecer essa pessoa ali, mas quando ele a viu entrando no bar e pegando um livro da bolsa, logo reparou que ela era uma garota diferente das meninas que iam à boate e quando olhou para seu rosto e encontrou aqueles lindos olhos de jabuticaba, percebeu que ela poderia ser a garota dos seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

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