Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 8
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei, era para ter postado "hoje" mais cedo, mas ocorreu uns probleminhas, e fiquei sem net. Então, aqui está o capítulo!!! Espero que gostem.



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OLIVER

Encostei-me ao balcão da cozinha de Thea e cruzei meus braços enquanto ela andava de um lado para o outro tagarelando sem parar. Separava um ou outro ingrediente para fazer panquecas, e em alguns momentos nos encarava por cima do ombro se certificando que estávamos prestando atenção no que dizia. 

Eu não tinha ideia do que ela estava falando.

Na verdade eu não poderia me importar menos.

Minha atenção estava totalmente voltada para a loira sentada a alguns metros de distância, uma mão segurando fortemente a caneca que Thea havia lhe entregado com café e fingia, assim como eu que escutava minha irmã. Disfarçava assentindo regularmente sempre que Thea encarava, mas não havia como negar que não entendia nenhuma palavra que minha irmã dizia, para mim estava claro que sua mente estava em qualquer lugar que não fosse aqui.  Eu podia apostar que seus pensamentos estavam juntos com os meus e que seu desejo era sair correndo da cozinha, pijamas e tudo.

Se essa não era também minha vontade.

Eu tentava parecer indiferente a sua presença, como se ela fosse realmente uma desconhecida que havia sido me apresentada nesta manhã.  Não como alguém com quem eu tinha transado no banheiro da minha casa. Alguém que me pegou de guarda baixa ao aparecer no corredor da minha irmã na manhã seguinte.  Alguém que ao que parecia era a mais nova melhor amiga da minha irmã.

Droga. 

Por que tinha que acontecer comigo?  Eu estava pronto para ignorar o que havia acontecido ontem à noite, talvez até mesmo esquecer. Mas então Felicity Smoak aparecia vestindo um sumário pijama, bem no meio do apartamento de Thea. Justo no apartamento de Thea. Por que afinal ela estava aqui?  Por que não voltou para sua casa?  Por que para onde eu olhasse ela continuava aparecendo? Tornando difícil a minha decisão de deixa-la para lá.  De esquecer o que houve e seguir minha vida normalmente.

Sem jogos.

Sem complicações.

Sem relacionamentos confusos.

Sem garotas problemas.

Sem Felicity.

— Ollie?  - Thea murmurou chamando minha atenção.  Infelizmente eu seguia encarando Felicity enquanto me perdia em pensamentos.  Surpreso, notei que ela mesma me encarava por sua vez com um olhar confuso.  Aborrecido também?  - Você escutou qualquer coisa que eu disse? - Perguntou parecendo chateada, mas aquele olhar travesso me disse que ela adorou ter me flagrado encarando sua amiga.  Que ela havia interpretado como interesse.

— Perdão.  - Murmurei automaticamente. Ansioso para distrair Thea e remover qualquer ideia sua onde ela atribuía a si mesma o papel de cupido.  - Eu estava me lembrando de uma cirurgia que tenho mais tarde. - Menti. Não sobre a cirurgia, mas sobre ter dedicado um pensamento sequer a ela nesses últimos minutos. Thea me encarou decepcionada.

— Mas íamos passar o dia juntos. - Protestou. - Íamos dar um passeio de barco, lembra?  Eu pensei que seria legal levarmos Felicity junto. – Encarou a amiga com um sorriso travesso. – Essa é uma ótima oportunidade para vocês dois se conhecerem melhor.

— O quê?  - Felicity perguntou finalmente participando mais da conversa. Seu rosto mostrando-se em pânico com a sugestão de Thea. Com rapidez sua cabeça acenou em negativa repetida vezes, antes mesmo que palavra chegasse a sua boca. - Não.  – A urgência com que disse fez Thea ainda mais decepcionada, e mais do que isso, confusa. - Eu quero dizer, eu tenho planos. - Tentou se corrigir.

— Não se atreva Felicity.  - Thea a interrompeu assumindo rapidamente sua natureza forte e insistente. Era difícil tirar algo de sua cabeça uma vez que ali estivesse.  - Seus planos eram passar o dia comigo e me contar da bagunça que foi sua noite ontem. - Felicity corou imediatamente.  Algo que eu não pensei ser possível.  Uma Felicity tímida?  Por essa eu não esperava.  Ela me encarou em busca de socorro.

— Talvez em outro dia Thea. - Murmurei.  - Eu tinha essa cirurgia marca da para ontem, mas Tommy me colocou em uma cilada e eu tive que adiar. – O que ainda me deixava irritado, o que facilitou meu ar aborrecido. Por que este era real. - Ele adiou na verdade.

— Mas...

— Sinto muito Speedy. - Falei sincero.  Não passávamos muito tempo juntos, e eu realmente apreciava quando conseguíamos. Não gostava de decepciona-la, principalmente quando meus pais já fizeram isso tantas outras vezes. De alguma forma eu teria contornar isso. Percebi que Felicity nos lançava um olhar confuso. Apenas após alguns segundos percebi o porquê. Thea foi mais rápida e percebendo a razão de sua confusão, ela interveio.

— É um estúpido apelido que ele nunca deixará de usar.  - Explicou.  - Passe cinco minutos com Ollie e ele vai te dar um.  - Brincou.  Felicity me lançou um olhar de esguelha, notei um pequeno sorriso seu sendo escondido ao morder seu lábio inferior. Thea não o notou, mas eu que não conseguia parar de observa-la, sim. Eu sabia no que ela estava pensando.

Anjo.

Ao que parecia eu já havia lhe dado um.

— Só para quem ele gosta na verdade. – Thea completou fazendo com que eu me mexesse desconfortável e que infelizmente Felicity pegou isso.

Temi que ela entendesse errado, ou desse muita importância ao que Thea disse, mas ela já não parecia mais atenta a nossa conversa, pois seu olhar foi até seu celular e franziu o cenho. Ela parecia ansiosa, nervosa e desconfortável, eu entendia os dois últimos, eu mesmo partilhava um pouco disso, mas o primeiro me deixava confuso.  Ela ergueu seu rosto e voltou a encarar Thea. Pelo rosto de Thea ela sabia o que Felicity ia dizer antes mesmo que essa abrisse a boca.

— Thea...

— Não.

— Eu preciso ir. - Continuou apesar do protesto firme de minha irmã. Thea abriu a boca para passar a protestar novamente, mas Felicity se ergueu levantando uma mão, um sinal que pedia silêncio.  - Eu sei, eu sei.  Eu estou te devendo muito, um pouco de conversa e algumas... – Hesitou antes de continuar. -... Roupas.  Mas eu não posso ficar agora.  Diggle está no seu modo "Chutarei até as portas dos infernos e te tirarei de lá." - Pisquei diante o nome que me era conhecido.  - Eu preciso ir para casa. Eu preciso ir para casa acalma-lo e passar o dia amaciando seu humor pedindo desculpas.  Outro dia.  - Prometeu.  - Outro dia fazemos alguma coisa, agora eu preciso evitar que meu segurança venha até aqui e me faça passar certo grau de vergonha. Podemos deixar para outro dia?

— Ok. - Thea murmurou sorridente.

Felicity piscou surpresa com a rapidez com que Thea aceitou tudo.

 Segurei um palavrão ao notar que Felicity havia se colocado em uma armadilha para Thea.  Conhecendo minha irmã, sequer eu sairia ileso.

 - Sábado que vem. – Thea murmurou para Felicity.

— Claro.  O que você quiser.  - Felicity sorriu ainda alheia que não estava nada bem e colocando sua caneca na pia, esbarrando-se em mim ao fazê-lo.  No primeiro momento pensei que havia sido intencional, mas a velocidade com que ela se afastou em seguida me disse o contrário. Isso trazia uma série de emoções contraditórias para mim.

— Traga seu biquíni. - Alertou.

— Sim. – Assentiu de forma automática, e então se virou com os olhos arregalados. Minha cabeça fez um giro absurdo quando escutei a palavra biquíni associada à Felicity.

— O quê? - Perguntamos ao mesmo tempo.

Thea amou isso.

— Vamos deixar nosso passeio de barco para semana que vem.  - Thea murmurou com falsa inocência.  - Seria bom um mergulho.  Ollie adora mergulhar...

— Eu? – Perguntei embora já desconfiasse que ela aprontasse algo do tipo. Minha esperança era que ao ver minha resistência ela desistisse.

— Você certamente irá conosco.  - Assentiu ignorando Felicity que já começava a dar sinais que inventaria algo.  - Você precisa que Ollie vá busca-la, a propósito.

— Ollie sequer concordou em ir ainda.  - Murmurei fuzilando-a com um olhar.

— Eu não preciso que você vá me buscar.  - Pela primeira vez Felicity me dirigiu a palavra diretamente.  - Eu não acho que essa seja uma boa ideia... – Seu olhar se prendeu ao de Thea. -... O passeio, digo. E a carona não é necessária.

— No sábado, talvez.  - Thea esclareceu.  – Você pode no seu carro, não podemos esquecer o lance guarda costas super protetor. Mas você definitivamente vai Felciity, é uma ótima ideia. E hoje você vai aceitar uma carona dele. - Apontou.

— Thea ele nunca me ofereceu uma carona. - Felicity murmurou após um suspiro irritado.  - Deixe que seu irmão abra a boca. - A encarei surpreso. Eram poucas as pessoas que Thea deixava que falassem assim com ela.

— Você disse que quer ir embora antes que Diggle venha.  - Thea argumentou.  - Vai entrar em um táxi vestida com quase nada novamente? – Provocou. Tossi nervosamente ao perceber que Thea se referia a noite anterior.

— Thea!  - Felicity a recriminou. Thea me encarou parecendo culpada, mas pude ver que ele viu uma oportunidade nisso.

— Felicity teve problemas com suas roupas ontem.  - Explicou vagamente.  - É por isso que seria melhor que você desse uma carona a ela.

— Entendo. - Assenti.  Eu entendia, eu sabia muito bem qual era o problema que ela teve com suas roupas. O que me irritava era que ainda assim ela havia entrado em um táxi qualquer vestindo tão pouco e cogitava fazer isso novamente. - Eu posso levá-la Felicity. – Falei em tom firme.

— Não. - Negou. Percebendo o olhar desconfiado de Thea ela exalou pesadamente.  - Eu quero dizer, sim.  Obrigada.  Se não for desvia-lo ou incomoda-lo... – Eu podia sentir a esperança que eu lhe desse uma saída, em cada palavra falada.

— N...

— Ele não se importa.  - Thea interveio.  A lancei um olhar irritado.  Ela estava sendo muito óbvia e irritante, ela estava ignorando nosso desconforto visível e ditando nossas ações como se seguíssemos um roteiro seu. Thea conseguia ser muito irritante quando queria, e até mesmo quando não queria. Felicity percebeu a forma com que encarei Thea e parou em minha frente.

— Você pode me levar agora?  - Felicity perguntou me encarando.

— Claro.  - Concordei me endireitando ao me afastar do balcão da pia, deixando os pensamentos assassinos com relação a minha irmã de lado. Felicity encarou seus pés de repente e voltou a encarar Thea.

— Eu acho que precisarei levar isso. - Murmurou mexendo seus pés exibindo as pantufas.

— O que aconteceu com seus sapatos? - Thea perguntou pegando minha caneca que eu havia esquecido em cima da pia e derramando o restante do conteúdo dentro. Seu tom diminuiu esperando que eu não escutasse. – De certa forma você trouxe roupas... -  Felicity abriu e fechou a boca para então abrir novamente.

— Eu perdi.  - Murmurou simplesmente. - O que tiver de meu eu pego outro dia.

— Ok. - Thea concordou parecendo pela primeira vez compreender que sua amiga estava envergonhada em abordar o assunto em minha frente. Ela nos acompanhou até a sala e sentou confortavelmente em seu sofá. - Vocês estão me devendo um passeio. – Fez questão de lembrar.

— Podemos ir?  - Felicity perguntou tentando ignorar a amiga.

— Sim. - Concordei antes de ir até Thea e beijar ligeiramente sua fronte. - Eu sei o que você está fazendo, pare. - Murmurei em tom baixo.

— Ela é linda. - Murmurou de volta. – Eu sei que você notou.

— Eu notei. - Falei a surpreendendo.  Negar não me levaria a nada. - Apenas pare. - Virei-me e me dei conta de que Felicity já estava junto à porta, sua mão envolvendo o trinco. Ela realmente estava ansiosa para partir.

— Obrigada por tudo.  - Murmurou para Thea quando eu passei por ela, Thea ainda a provocou sobre roupas íntimas, mas Felicity fechou a porta atrás de si antes que eu pudesse entender algo, e então fomos consumidos pelo silêncio.  Era estanho por que tudo o que eu queria era falar, reclamar, brigar.  Falar o quanto ela havia sido irresponsável ontem é explicar apesar de não termos nada que implique que eu deveria fazê-lo, o estranho relacionamento que eu tinha com Laurel.

Ela parecia ansiosa para uma conversa também, todo o caminho que levou até chegarmos a sua casa eu a notei me encarar e abrir sua boca, mas ela então fechava, meneava a cabeça e voltava a encarar a janela. Como se pensasse melhor, e julgasse que evitar era a melhor opção. A verdade era que fora o momento em que ela me informou seu endereço eu e Felicity não trocamos nenhuma palavra.

Não até que parei em frente a sua casa.

— Seus sapatos estão em meu apartamento.  - Murmurei após um longo tempo em que não fizemos outra coisa senão ficar imersos em um silêncio constrangedor.  De todas as coisas que eu poderia ter dito.  Eu escolhi justamente essa. Eu falei sobre sapatos.

— Sim. - Murmurou ainda sem me encarar.  - Junto com minha calcinha, bem ao lado da minha dignidade. - Abri a boca, estava incrédulo com o que disse. - O quê?

— Você entrou no carro de um desconhecido sem sua calcinha. - Murmurei entredentes.

— Eu sinto muito.  - Murmurou com sarcasmo. - Eu deveria ter pedido para Laurel pegar para mim em seu banheiro. – Ela sem dúvida nenhuma é do tipo prestativa.

— Ok.  - Murmurei sabendo que ela tinha razão em estar um pouco chateada afinal. - Sobre isso...

— Nem sequer comece. - Interrompeu-me.  - Eu sou bem ciente que você não me deve explicações. - Ela virou-se de lado soltando seu cinto e me encarando diretamente.  Tirei o meu ciente de que não me limitaria a observa-la sair.  Logo estaria a acompanhado até a porta. - Eu sei muito bem cada palavra que vai sair de sua boca, Oliver.

— Você está errada.  - Falei com veemência.  - Não quanto ao fato de não precisar dar explicações a você, eu não preciso, mas vou. Laurel e eu não estamos mais juntos, e isso faz um bom tempo.  Eu não sou o tipo de cara que traí a namorada e queria deixar isso claro, só isso.  Você está errada por que não sabe o que eu vou dizer.  Sequer nos conhecemos. – A lembrei.

— Você está arrependido.  - Falou com um sorriso sem humor. - É isso que você vai dizer, você já estava arrependido quando saiu de seu apartamento Oliver.  Eu não estou errada, estou? - Prendi minha respiração hesitante em articular uma frase, por que eu não podia negar o que ela havia dito. - Eu sabia.  - Deu de ombros.

— Ontem a noite foi um erro. - Falei por fim.

— Eu previ essa fala também. - Sorriu pesadamente. – “Não pode voltar a acontecer” vem logo em seguida.

— É a verdade.  - Continuei.  Chateado comigo mesmo por está vivendo um maldito clichê.  - É melhor assim. - Ela olhou para baixo evitando meus olhos.  Peguei o momento em que umedeceu seus lábios com a ponta da língua, meu olhar caindo para suas pernas nuas.  O maldito short não fazia muito para manter minha tranquilidade.  Ela voltou a erguer sua cabeça, seus olhos encontrando os meus. Desafiantes.  Respirei fundo me lembrando desses mesmos olhos encarando-me por sobre uma névoa de desejo e senti uma nova onda de desejo se renovar.

— Então... - Murmurou inclinando sua cabeça me analisando.  Seus olhos fitando-me com intensidade.  - Você precisa dizer.

— O quê?  - Perguntei confuso.  Eu já havia caído no equívoco de me deixar levar por meus pensamentos.  Tudo o que eu tinha em minha mente no momento eram imagens nossas da noite interior.  Da sensação que era estar dentro dela.  De sua boca molhada correspondendo meus beijos. Eu não tinha ideia do que ela me pedia no momento.

— Eu posso ter previsto o que você iria dizer.  - Continuou.  Era impressão minha, ou seu rosto havia se aproximado mais do meu?  Ou havia sido eu a me aproximar? - Eu acho que funciona melhor você dizendo afinal. Por que eu continuo não acreditando. Então...

— Então...  - Murmurei levando minha mão para pegar uma mecha de seus cabelos entre meus dedos.  Meu maldito corpo agia por vontade própria. Eu não deveria ter feito isso, eu sabia disso. E ainda assim eu não conseguia me parar.

— Diga. - Exigiu.

— Isso é um erro. - Falei por fim, nossos narizes se tocando. Seus olhos tão malditamente perto. Cativando-me.

— Foi. - Corrigiu-me.

— Foi um erro. - Repeti, seus olhos desceram até meus lábios e voltaram a subir.

— E? – Continuou. Não satisfeita ainda.

— Não vai acontecer novamente.  - Puxei delicadamente a mecha, virando seu rosto apenas alguns poucos centímetros. Ajustando-a em um ângulo perfeito.

— Não. - Concordou.  - Não vai.

— Não.  - Repeti.

— Agora você precisa me soltar. - Murmurou me fitando parecendo não gostar dessa opção.  Tomei uma respiração profunda inalando o cheiro de flores que vinha de seus cabelos.  Eu precisava. Eu deveria. Eu ia.

— Não. - Murmurei antes de puxar seu cabelo novamente e dessa vez encerrar a distância que separava nossas bocas de uma vez.

FELICITY

Quando algo muito importante é guardado em sua mente, este sempre volta associado a algum outro sentido.  Um cheiro. Um som. Às vezes basta apenas um gesto de mão para trazer a lembrança.  Há sempre algo, geralmente pequeno, que vai se enraizar a memória, que será responsável por trazê-la de volta, que será sua âncora. 

Até coisas ruins possuem âncoras.

Talvez principalmente as ruins.

  O perfume caro de Cooper sempre me lembrava da primeira vez que me droguei, quando era tola demais, quando tentava lhe provar algo. Quando caí na armadilha que era provar seu amor por alguém. Ele tinha estado tão perto, ensinando-me como deveria ser feito. O cheiro de seu perfume me enojava, deixava-me doente quase tanto quanto naquela noite. Eu gostaria de poder apagar aquele dia.  Apagar seu cheiro. Apagar todas suas memórias.

Mas eu não podia, então eu me concentrava nas coisas boas.

O cheiro de terra úmida pela chuva recente me lembrava do dia em que Connor foi trazido para casa.  A felicidade que eu havia sentido ao sentir sua pequena mãozinha envolver meu dedo indicador.  Era uma boa lembrança, uma das melhores. 

Agora eu me perguntava o que me faria recordar esse beijo. 

O que me faria recordar Oliver?

Não havia no momento algo que pudesse prender, desviar minha atenção da sua.  Seu beijo era calmo e urgente ao mesmo tempo, ele era lento e ainda assim intenso.  Seus lábios provocavam os meus, cativavam.  Reivindicavam.  Possuíam.

Inclinei minha cabeça mudando o ângulo do beijo, aprofundando tanto quanto podia, sua mão que antes segurava meu cabelo se esgueirou até minha nuca, apertando levemente.  A suave pressão dos seus dedos me guiando. Atormentando-me. Quando nós separamos e nossos olhos se encontraram era como se cada célula nossa estivesse sincronizada, agimos em conjunto, nossos corpos entendendo-se melhor do que nossas mentes. Escutei vagamente o som quando ele puxou a alavanca embaixo do assento que permitia impulsionar seu banco ainda mais para trás, minha mão foi para seu ombro quando me movi subindo em seu colo, o desconforto de estar fazendo isso em um carro em uma manhã clara em frente a minha casa não me incomodando nem um pouco. 

Isso sequer veio a minha cabeça quando sua mão empurrou meus cabelos para trás e sua boca encontrou o ponto perfeito na curva de meu pescoço, se arrastando. Inclinei-me lhe dando melhor acesso e pousando minhas mãos em seu tórax, agarrando o tecido de sua camisa, querendo arranca-la, tirar o tecido infame e tocar sua pele sem essa irritante barreira. Ele parecia tão indignado com minhas roupas quanto eu estava com as suas, suas mãos foram a minha cintura, por um momento apenas as deixando ali, então quase que sorrateiramente elas empurraram o tecido fino e se limitou a arranhar levemente minha barriga.

— Tire-a. - Droga, aquela voz.  Eu amava sua voz. A forma como ele me fazia sentir apenas com o som rouco de sua voz quando estava dominado pelo desejo. Como uma garota obediente, apressei-me a puxar a blusa pela cabeça e joga-la no assento ao lado.  Oliver voltou a me beijar tão logo eu me livrei da peça seu dedo delineando a fina alça do sutiã e entrando por debaixo, a arrastando para baixo devagar, despindo-me com provocante lentidão, seus lábios abandonaram os meus e seguiu o mesmo caminho que antes seu dedo havia feito, este ainda estagnado no topo do meu seio se insinuando para baixo ainda por dentro da taça do sutiã. Minha mão foi até sua nuca e meus dedos cravaram-se em seus cabelos afastando sua boca apenas para inclinar sua cabeça e tomar posse dos seus lábios.  Eu queria provoca-lo como ele já havia feito comigo.  Suguei seu lábio inferior e o mordi puxando-o levemente, minha língua entrando e tocando a sua própria.  O som que ele fez quando mexi meus quadris em conjunto com o ato também era algo que eu dificilmente esqueceria. Nem a forma com que o seu corpo reagiu embaixo do meu.

Infelizmente eu também não me esqueceria da batida forte contra a janela. 

Ambos nos sobressaltamos com a interrupção brusca, e eu segurei um palavrão quando vi que se tratava de Diggle na janela. Ele parecia muito, muito chateado.

— Jesus!  - Oliver exclamou encarando Diggle que se endireitou e cruzou os braços, eu estava ocupada demais ajeitando meu sutiã e saindo de seu colo para me preocupar em fazer uma ou duas piadas.

— Fique no carro.  - Alertei enquanto vestia minha blusa.

— Essa é uma boa ideia.  - Falou sem desviar seu olhar da figura masculina que havia se afastado alguns passos, provavelmente nos dando alguma privacidade. Eu voltei meu olhar para Oliver, incerta agora sobre como eu deveria agir.  Nós supostamente não devíamos ter nos tocado. Devíamos ter deixado tudo para lá, mas ele me beijou imediatamente após essa decisão e agora eu não sabia como agir. 

Ao que parecia nem mesmo ele sabia como, pois suas mãos estavam fechadas ao redor do volante e evitava me encarar.

Droga, Oliver.

— Obrigada pela carona. - Murmurei ainda confusa sobre como alcançar uma reação sua.  Não ajudava nada que Diggle seguia parado na calçada, demostrando que não iria sair dali sem mim.

— Não foi nada.  - Murmurou de forma polida.

— Oliver.  - Chamei-o. Ele ainda resistiu. - Oliver olhe para mim.  - Pedi.  Ele suspirou e finalmente cedeu.

— Isso foi um erro?  - Perguntei com esperanças que desta vez sua resposta fosse diferente.  Senti minha boca ficar amarga ao vê-lo assentir. Não era diferente. - Você acha que não deve acontecer novamente?  - Perguntei apenas por que eu era masoquista demais para minha própria sanidade.

— Eu acho. - Murmurou sério. Sua atenção concentrada apenas em mim agora. - Mas eu não acho que eu possa evitar.

— Não precisamos evitar. - Murmurei sentindo uma centelha de esperança. Minha mão indo até seu rosto.   - Não pense demais nisso Oliver, isso não deve ser nada mais do que você queira. Eu não vou cobrar nada além do que você possa dar.

— Eu acho que é melhor você ir até ele.  - Murmurou desviando nossa conversa, fugindo. Sua mão indo até a minha apenas para afasta-la. 

— Está bem. - Assenti decepcionada. Minha mão foi ao trinco da porta,  eu hesitei por dois,  três segundos,  aguardando que ele dissesse algo mais.  Esperando por isso, mas ele não o fez.  Não até que eu abri a porta e saí do carro, antes que eu pudesse fecha-la ele me surpreendeu.

— Foi seu pai. - Falou fazendo com que eu o encarasse confusa. - O chamado de ontem, ele me enganou e me atraiu até o hospital para perguntar se eu estava com você. - Irritação me dominou por saber que ele havia feito isso, irritação e curiosidade.

— O que você disse?  - Perguntei não podendo me conter.

— A verdade. - Murmurou sério.  - Que tudo havia sido apenas uma carona. Que não vai passar disso.  - Respirei fundo ao perceber que está era sua mensagem para mim, trinquei meus dentes e o encarei duramente.

— Já passou. - Murmurei antes de fechar a porta de seu carro com uma pancada forte e ignorando Diggle quando passei por ele, entrei em minha casa.

Apenas quando eu já estava subindo as escadas foi que parei para me virar para Diggle que havia me seguido, eu honestamente estava admirada pelo fato de que ele não havia tido o seu momento protetor tendo uma conversa com Oliver, talvez ele percebesse que eu estava por um fio. Diggle me encarava do último degrau das escadas, sua irritação por algum motivo tinha se esvaído.

— Diga John. - Murmurei percebendo que ele estava louco para ter uma conversa comigo, eu sabia que havia o preocupado e que bem merecia alguns desses sermões. Ele respirou fundo e balançou sua cabeça com desgosto.

— Você vai se magoar. - Avisou-me.  - Essa coisa toda com esse médico, não vai acabar bem. Você não vai querer apenas sexo casual, Felicity, e duvido que ele queira algo a mais do que isso.

— Por que eu não tenho nada mais a oferecer a um homem do que um bom sexo. - Murmurei ácida.

— Não foi o que eu disse. - Reagiu indignado. 

— É o que todo mundo acha. - Dei de ombros. - Oliver inclusive.

— Ele não a conhece realmente.  - Falou.  - E mais do que isso...  Ele não quer conhecê-la. - Suspirei enquanto assentia vagamente.  Ele estava certo.  Oliver estava feliz em receber essa imagem criada, por que assim ele não precisava se preocupar com o que estava abaixo da superfície. Ele não queria se preocupar.

— Eu esperava uma conversa diferente.  – Confessei por fim. Ele cruzou os braços esperando que eu terminasse. - Você sabe...  Por conta de todas aquelas ligações e ameaças de rastrear meu celular.

— Eu rastreei. - Falou sem se preocupar em esconder o tom de desaprovação em sua frase. - Já que você havia sido irresponsável o bastante para não me avisar que havia saído da festa sem sua família e eu tive que descobrir horas mais tarde quando você não voltou e eu tive que entrar em contato com a equipe do seu pai.  Então eu rastreei, você sabe, após todas aquelas ligações ignoradas, e descobri que você estava na casa de Thea Queen. Deduzi que você estava bem, já que estava com sua amiga. Não estou surpreso por você ter chegado com o Dr. Queen.

Abri a boca incrédula com a naturalidade com que ele falou aquilo.

— Você sabia. - Murmurei deixando minha irritação escapar.  Eu estava irritada por ele não ter me dito que Oliver e Thea eram irmãos. - Você sabia que eles eram irmãos e nunca me disse nada.  Nenhuma dica sequer.

— Eu pensei que você sabia.  - Deu de ombros parecendo inocente. - Eu pensei que havia sido por esse motivo que você havia se aproximado da garota, um meio de ficar perto do "Dr. Delícia". Eu sou segurança Felicity, saber quem são as pessoas que estão próximas de você faz parte do meu trabalho. Está em uma das minhas funções.

— Você me conhece melhor do que isso Diggle.  - Murmurei com certa amargura.  - Eu não me aproximo das pessoas facilmente, e jamais me tornaria amiga de Thea apenas para me aproximar de Oliver. Eu não sabia que eles eram irmãos.  Eu jamais tinha conhecimento que ela era uma Queen. Sempre nos tratamos pelo primeiro nome.

— Como você conviveu com a garota até agora e não tinha ideia de qual era o sobrenome dela? - Perguntou incrédulo.  Limitei-me a dar de ombros.  Cansada demais para levar isso adiante.

— Você sabe que procuro não me envolver muito com as pessoas. - Falei voltando a subir as escadas.  - Sinto muito por ontem, não estava nos meus planos voltar para casa com Cooper, eu pensei que seria você, quando meu pai te dispensou eu tive que improvisar. O resto apenas aconteceu. Eu vou tirar um cochilo, podemos conversar mais tarde?

— Pode ter certeza que sim. - Falou atrás de mim.  Sorri brevemente ao notar um "mocinha" que nunca foi dito.  O coitado de Diggle acabava sendo muitas coisas para mim, mais como um irmão mais velho, amigo, e algumas vezes...  Pai.

POV OLIVER

— Ei você! Eu estava te procurando. - Levantei minha cabeça diante o chamado feminino e fechei o prontuário o entregando em seguida para enfermeira enquanto esperava Caitlin chegar até mim. - Droga Oliver, eu não mereço um sorriso? - Perguntou diminuindo o seu até que sumiu.

— Isso depende. - Falei encostando-me ao balcão.  - Por que você está me procurando? - Ela franziu o cenho estranhando minha reação.

— Eu preciso de uma consulta para o bebê dos Thompson. - Falou.  - O que aconteceu?

— Hum? - Indaguei fazendo-me de desentendido.

— Você está na defensiva.  - Falou cruzando os braços. Seus olhos estreitaram-se com desconfiança. - O que Tommy aprontou?

— Fico feliz que conheça bem a pessoa com quem vai casar. O que há com o bebê?  - Perguntei passando a caminhar, ela prontamente me acompanhou.

— Nada, eu espero.  Mas eu quero que você veja alguns dos exames. – Coçou seu nariz. – Ele ainda está na UTI neonatal e é o último dia de sua mãe na UTI, eu gostaria que a mulher não sofresse novas surpresas, eu acabei de consertar seu coração. – Deu de ombros. – Então, eu preciso de sua opinião.  - Murmurou. – Isso entre você e Tommy é sobre você ter transado com minha paciente?  - Soltou de repente.

— Droga. - Praguejei quando ela soltou com naturalidade. - Eu sabia que ele te contaria. E ela não é sua paciente mais.  E sim, é sobre isso. Na verdade isso parece ser tudo o que ele quer conversar comigo ultimamente, ele faz perguntas atrás de perguntas, me provoca e faz piadas sobre o assunto.

— Isso não é bem uma novidade Oliver. - Murmurou entrando na UTI neonatal.  - É de Tommy que estamos falando.  Por que isso o incomoda afinal?  Você transou com ela.  E daí?

— O problema é que eu não tenho nenhuma resposta para suas perguntas. - Confessei.

— Você não sabe se foi bom?  - Perguntou com um sorriso de canto. - Por que conhecendo Tommy ele definitivamente fez essa. Várias vezes.

— Oh ele perguntou.  - Resmunguei. - Ele me acompanhou em uma cirurgia cuja presença dele não era necessária, apenas para me aporrinhar com isso.

— Eu não entendo por que você está levando isso tão a sério. - Confessou.  - É sexo.  Desde aquele fim conturbado com Laurel, você não faz outra coisa se não apenas sexo com suas mulheres.  É como uma receita.  Você conhece alguém, tem encontros sexuais com ela, dura no máximo duas semanas e fim.  É sistemático demais até.  Você não tenta conhecê-la realmente, não se questiona se foi certo ou errado, não dá um segundo pensamento a pessoa fora da cama. É como os adultos fazem, e você é um adulto.  É só sexo, Oliver. Por que isso está o atormentando tanto?

— Essa é uma das perguntas que não consigo responder. - Falei apontando para ela. - E essa era a conversa que eu queria evitar. – Confessei.

— Felicity não é apenas sexo?  - Franziu o cenho e ignorou o que eu havia dito. Ela ia continuar a insistir no assunto.

— É. - Apressei-me a responder. - É claro que é...  É só que eu não consigo tirar essa sensação de que não deveria ser assim.  De que não deveria ter acontecido, mas ao mesmo tempo eu sei que se eu voltar a vê-la não vai demorar para que volte a acontecer. É vergonhoso quão fraco me torno perto ela.

— Talvez ela não seja uma garota de apenas um dia. - Refletiu. – Talvez ela seja a garota de duas semanas. - Bateu em meu braço com empolgação. - É isso o que você deve fazer. Para esquecê-la, você deve transar com ela.  - Sorriu.

Inacreditável.

— Isso não faz sentido. - Murmurei.  - Como mulher você não deveria protegê-la e me dizer para não brincar com seus sentimentos? Eu não sei. Ter pena dela?

— Oh eu tenho pena de você.  - Deu leves tapinhas em meu ombro.  - Estatísticas dizem que sempre que um homem usa uma mulher e sexo, para tira-la de sua mente de uma vez, a mulher em questão terá na palma de sua mão seu minúsculo coraçãozinho.

— Estatísticas? - Murmurei descrente. - Com base em quê?

— Filmes de comédia romântica. - Deu de ombros. - Eu preciso dizer meu amigo. Eu provavelmente serei sua madrinha no casamento de vocês.

— Por que eu achei que entre você e Tommy, você era a melhor para conversar sobre isso?  - Perguntei irritado.  - Onde está o bebê dos Thompson?  - Perguntei olhando em volta e percebendo que dentre todos os bebês presente, não havia nenhum Thompson.

— Oh não há nenhum bebê Thompson. Para ser sincera o único casal Thompson que eu conheço, recém completaram 40 anos de casados.  - Sorriu abertamente, nenhum resquício de rancor em sua voz.   - Tommy me pediu para lhe fazer algumas perguntas, obrigada, a propósito. Pelas respostas. - Piscou antes de se afastar.

— Aonde você vai?  - Perguntei controlando meu tom. Eu estava algo perto do desespero. Ela voltou soltando um suspiro.

— Eu tenho que trabalhar. - Deu de ombros.

— Eu preciso de ajuda. - Falei chamando sua atenção. Eu estava irritado com sua mentira e por ela estar aqui a mando de Tommy.  Mas sua presença e suas perguntas me levaram a pensar em Felicity, o que me lembrou de um compromisso ao qual eu não podia faltar.  - Eu preciso muito de sua ajuda.

— Com...

— Thea. - Falei em tom curto.

— Aconteceu algo com ela?  - Perguntou preocupada.

— Não. - Falei tranquilizando-a. - Ela quer um passeio no barco, nesse final de semana, eu não posso desmarcar, já o fiz no anterior, por que você e Tommy não vêm com a gente?  - Ela franziu o cenho, estava visualmente confusa com a sugestão.

— Oliver. - Murmurou se aproximando.  - Você ama passar um tempo com sua irmã, você nunca nos usou como escudo com sua própria irmã.  O que está acontecendo?

— Felicity é sua convidada. - Falei após alguns momentos.

— Thea e Felicity se conhecem?  - Perguntou surpresa.

— Mais do que isso, parecem ser grandes amigas. - Murmurei ainda inquieto com esse fato. - Eu acho que Thea está armando para nós juntar. – Lembrei-me da cena em seu apartamento. – Na verdade eu tenho certeza.

— E Thea não tem ideia de que vocês já transaram. - Deduziu.  Assenti envergonhado. Caitlin me observou atônita.  Um sorriso de diversão lentamente assumindo seus lábios enquanto ela meneava a cabeça. - Você está em sérios problemas. Eu tenho certeza que esse será um fim de semana interessante.  Não deixe de me dizer como terminou.

Suspirei pesadamente enquanto ela tornava a ir embora.  Sim seria um fim de semana e tanto, eu podia imaginar o quão constrangedor Thea tornaria tudo.  Somando o fato da forma que eu e Felicity tínhamos nos despedido, nada ocorreria bem.  E era por isso que passei a semana que antecedeu procurando por uma maneira de fugir disso.

Nenhuma conversa minha com Thea foi levada a sério.  Ela ignorou todas minhas desculpas e apelos.  Passou até mesmo a ignorar meus telefonemas e mensagens. Eu quase cogitei contar a verdade, mas então um dia antes ela ligou, estava chateada por quê Felciity desmarcou, e disse que não poderia mudar isso por pelos menos algumas semanas, eu respirei aliviado, e tornei o ato de evita-la uma verdadeira missão. Mudei meus horários de corrida, e só fui a algum encontro com Thea após ter certeza de que ela não estaria, mas ainda assim, quase um mês sem vê-la, a sorte me fugiu, e não houve mais desculpas. Thea finalmente conseguiu o que queria. Sem rodeios me informou dos planos para o fim de semana e então, sem mais nenhuma opção eu vi parado em frente à porta da casa de Felicity, no sábado pela manhã, na data e hora combinado.

 Eu estava nervoso e constrangido. 

Estava agitado.

Parte de mim estava ansioso.

Após chamar duas vezes no interfone e quase suspirando de alívio imaginando que ela não estava em casa, à porta se abriu.  Felicity me encarou surpresa, perplexa. Muito perto de confusa.

— Oliver.  - Murmurou me dirigindo um olhar de incredulidade.  A encarei também confuso, pois ela não parecia estar vestida para sair e por um breve momento pensei que Thea havia se esquecido de me avisar sobre outro cancelamento. - O que você está fazendo aqui?  Se isso é sobre...

— Hey!  - Thea a interrompeu quando pulou segurando meus ombros e empurrando-os animada.  - Surpresa!  - Murmurou encarando Felicity. - Você não pensou que eu realmente a deixaria fugir disso. Pensou?


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Notas finais do capítulo

E ai? Como fui? Espero que tenham gostado, e como sempre fico no aguardo do feedback.
Xoxo, LelaBallu.



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