Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Hey hey!!
1 - Então, 3 longos meses depois e aqui estou, em minha defesa eu não tinha percebido que havia passado tempo e eu realmente não pude estar att essa fic, sinto muito pela demora e agradeço a paciência, o carinho com que vocês vão nos comentários e até mesmo as cobranças.
2- Fora isso, também quero agradecer a recomendação da Marcia Veloso, obrigada pelo carinho e pelos elogios flor, fico feliz que esteja gostando da fics. Meu Xoxo especial para você.
3 - Esse capítulo foi corrigido apenas por mim dessa vez, então já peço desculpas por quaisquer errinhos, logo o estarei revisando depois para checar direito, mas não queria mais segurar o capítulo.
4 - Boa leitura!!



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OLIVER QUEEN

Eu encarava o homem a minha frente. Ele me dirigia um olhar repleto de fúria e choque, ele realmente não esperava me encontrar ali, surpresa dominava suas feições e com ela havia também a raiva por ter sido surpreendido dessa forma. Claramente ele me reconhecia do evento que parecia ter ocorrido há tanto tempo. E se lembrava de ter perguntando a mim se eu havia visto “sua garota”. Eu neguei e hoje estava na casa da sua garota em uma visita que mostrava-se nitidamente se tratar de íntima.

Mas ela não era sua garota.

Ela é minha garota.

Eu nunca me achei o tipo possessivo, longe disso. Com Laurel não havia algo tão mesquinho como o ciúmes, eu não via razão para isso. E não terminou bem, mas mesmo com a traição de Laurel, ciúmes não foi o que eu senti. Decepção talvez, eu vi o que ela fez como algo ridículo e desnecessário. E os relacionamentos que vieram depois, mesmo as idas e vindas com Laurel, não era bem relacionamentos. Não havia motivo para ciúmes, não havia essa vontade de deixar claro que a alguém que se mantivesse afastado da minha namorada. Era tão imaturo e inseguro, mas ainda assim, neste momento, era tudo o que eu desejava fazer.

Felicity me odiaria se eu agisse como um babaca possessivo.

Merda.

Cooper deu um passo para frente de forma agressiva, parecendo se recuperar do choque e eu de forma instintiva me coloquei entre ele e Felicity. Ela segurou meu braço como se temesse que eu fizesse alguma besteira.

Como soca-lo.

A ideia não me parecia tão ruim assim.

Ele parou avaliando minha postura, seu olhar se concentrando na mão de Felicity envolvendo meu braço entendendo mais uma vez o que isso significava. Logo se empertigou para então recuperar sua falsa postura relaxada, um sorriso vindo ao seu rosto.

— Eu não sabia que médicos ainda faziam visita domiciliar. – Comentou. Sua mão ainda segurava o balão, a visão em si era tão ridícula que me custou muito não rir. Esse era o tipo que Felicity gostava?

Segurei a vontade de menear a cabeça com descrença e optei por cruzar meus braços enquanto o encarando com desdém enquanto respondia:

— Alguns ainda fazem. – Assenti. – Eu não. – Deu de ombros. – Mas gosto de abri uma exceção quando a paciente em questão é minha namorada.  – Ele piscou recebendo minha declaração. Escutei Felicity suspirar aborrecida. Eu sabia exatamente o porquê, eu apostava que ela estava pensando que agora, nesse exato momento estava presenciando uma disputa como “O meu é maior que o seu”.

— Namorada? – Repetiu incrédulo. Parecia até mesmo encontrar certa graça no que eu dizia. Seu olhar caiu sobre Felicity antes de voltar a me encarar, dessa vez trazendo consigo certo desafio. – Sua namorada lhe contou que está noiva?

— Hum, não. – Neguei surpreendendo Felicity. – Nós ainda não chegamos lá. – Felicity ergueu uma sobrancelha ao notar que eu estava provocando Cooper, e na verdade me divertia com isso. - Guarde o pedido anjo. – Murmurei fazendo com que ela sorrisse. – Eu ainda não estou pronto para dizer sim.

A brincadeira fez com que deixasse Felicity relaxada, e Cooper puto. E eu não poderia estar mais feliz com isso. Na verdade eu podia, tudo o que ele precisava era sumir da minha frente.

— Entendi. – Cooper murmurou com um falso sorriso. – Você deve ser um daqueles médicos que se vestem de palhaços e fazem crianças sorrir, legal. Veja bem, cara. – Murmurou soltando seu patético balão. Tomei meu tempo observando o objeto subir e desaparecer, enquanto ele seguia ralhando comigo. – Isso não faz de vocês engraçados. – Acrescentou. – E eu não sou a pessoa mais paciente no mundo, então seja o que for que estiver acontecendo aqui, eu não me importo, eu quero entrar nessa maldita casa e falar com minha garota. Você pode pegar seu jaleco ou qualquer coisa que vocês arrogantes deuses da medicina carregam consigo e sair daqui. – Voltei a fixar minha atenção nele com o que disse.

Cooper e Felicity sozinhos? Não no meu turno.

— Cooper. – Felicty murmurou em tom de alerta. – Eu não quero falar com você. Isso nunca vai acontecer.

— E eu não me importo com o que você quer. – Deu de ombros.

— Ela não é sua propriedade, pare de falar como ela desse jeito. – Murmurei trincando meus dentes. Ele me encarou percebendo que havia atingindo um ponto. – Ela. Não. É. Sua.

— Na verdade, ela é. – Retrucou confiante, estava feliz por ter encontrado um botão a ser apertado. – Sinto muito se ela te envolveu nisso, mas é uma coisa nossa entende? Deixamos tudo um pouco aberto.  Eu tenho minhas fodas aleatórias e a deixo fazer o mesmo. – Deu de ombros. – No final, ela ainda será minha.

— Cooper... – Felicity murmurou me segurando com mais firmeza. – Apenas vá embora. – Seu tom era de alerta.

— Ele precisa saber Felicity. – Murmurou fazendo pouco de seu pedido. – Essa é a verdade não é? Você é minha. Minha garota, minha noiva, minha vadia.

Fiz menção de avançar sobre ele mais o fato de Felicity ainda me segurar me impediu. Eu não queria ser o idiota violento que acabava a machucando enquanto agredia seu ex.

— O quê? – Perguntou com um sorriso estúpido no rosto. Ele estava deliberadamente me provocando. E eu idiota como era, estava caindo. – Não consegue ouvir umas verdades sobre a nossa garota?  - Arrogante aproximou-se até colocar as flores sobre meu peito e eu não tive outra ação se não segura-las impedindo que caíssem, Felicity tentou entrar no meio, mas rapidamente a impedi. – Não adianta a tratarmos como uma dama, ela não é. Nenhuma mulher merece. – Piscou. – A última festa que fomos ela estava tão desesperada para ser fodida, por mim, por meus amigos, você precisava vê-la. Ela estava implorando por ter suas per...

— Oliver! – Escutei Felicity gritar meu nome, mas eu já não me importava em me rebaixar ou não ao seu nível. Eu havia escutado demais, eu rapidamente joguei as malditas flores fora e avancei até pega-lo por sua camisa. – Ele não vale a pena.

Oh inferno que eu me importava com isso. Eu só ia quebra-lo. Tê-lo mencionando aquela noite me fez ver vermelho.

— Você não vai falar dessa forma sobre ela. Não vai trata-la desse jeito. – Falei entre dentes. O bastardo abriu um sorriso ainda maior. Seu olhar caiu em Felicity. – Nem mesmo olhe para ela!

— Eu posso falar o que eu quiser dela. – Murmurou. – Eu posso trata-la como eu bem entender, nem mesmo o pai dela me impediria, na verdade, eu acho que ele aplaudiria, ela vem sendo uma puta, e deve ser tratada como tal...

— Felicity... – Murmurei em um apelo. Eu não queria começar uma briga com ela por causa desse pedaço de merda, havíamos acabado de nos acertar, e eu tinha certeza que Felicity não é o tipo de garota que gosta que um homem saia esmurrando os outros e dizendo que é ela era sua. Não era isso que eu queria fazer, eu queria defende-la, mas temia que ela pensasse de forma diferente.  Eu não queria me tornar um Cooper ao fazê-lo. Eu não queria me apropriar dela.

— Oliver não... – Felicity pediu. Eu não entendia, por que eu não podia simplesmente avançar sobre ele? Ele merecia. Ainda resistindo forcei meus dedos um por um soltar sua camisa.

— Vocês médicos sempre tão certinhos. – Murmurou quando o soltei, levando tudo de mim no ato para não espanca-lo. Virei-me olhando para Felicity enquanto ele seguia falando merda. – Precisa da aprovação da patroa para agir como um homem?

— Anjo... –Murmurei suavemente. Ela suspirou sabendo o que eu pretendia fazer, e que esperava de sua compreensão.

— Isso mesmo, peça permissão da put...

— Vá em frente. – Ela murmurou cruzando os braços. Não precisou de mais nada, virando-me em um rompante eu acertei o filho da puta no nariz o impedindo-o de dizer uma só palavra a mais. O idiota era tão patético que ele foi ao chão com apenas um soco, sua mão indo ao rosto e sendo coberta por sangue. Sacudindo minha mão voltei-me para Felicity. – Melhor? – Felicity perguntou com um sorriso. Ergui um dedo pedindo um minuto a mais e apanhei as flores. Com Cooper ainda no chão e me encarando-me incrédulo joguei as flores sobre seu colo.  Agachei-me encarando seu rosto. Ele estava com medo. Era um filho da puta mimado que provocava quando achava que não seria atacado e agia pelas costas, no final era um medroso que não sabia enfrentar ninguém quando estava sozinho.

Um covarde.

— Você não vai mais falar com ela. – Murmurei pausadamente. – Não vai falar sobre ela, nem mesmo pensar nela. – Continuei. – Se alguma vez eu vê-lo perto dela novamente eu não vou parar em um soco, eu lhe mandarei para o hospital, e eu passo minha vida em um, eu sei bem o que fazer. Mantenha-se afastado, não por que ela é minha namorada, mas por que ela não é nada sua. E eu sei muito bem o que aconteceu naquela noite, não me faça ficar tentado a ir ao fundo disse e provar o que aconteceu. Seu papai é poderoso? Foda-se eu fui criado por um igual, eu sei como agir, então, “cara”. Tenha certeza que eu vou agir. Saia daqui, saia dessa maldita cidade se for preciso, mas nunca fique perto dela novamente.  – Eu tenho a impressão que John Diggle ficaria orgulhoso da minha ameaça.

— Isso não vai ficar assim. – Murmurou rastejando para manter alguma distância. – Damien Darhk quer a filha casada comigo. Ele sabe como ter as coisas. Assim como eu. – Imbecil, com o rosto coberto de sangue e ainda tinha energia para falar tolices.

Pivete.

Ele ao menos podia se levantar para eu ter a desculpa de seguir batendo nele.

— Ah sim. – Sorri falsamente. – O papai Damien. Já que estamos trocando algumas palavras carinhosas e como sei que você irá chorar diretamente para ele, sugiro que mande um recado para o meu sogro por mim. Eu posso usa-lo como garoto de recados, certo? – Perguntei socando seu ombro de forma amigável, exceto pela força que o fez estremecer de dor. – Diga a ele assim “Querido sogro, soube que seus planos para sua filha eram outros, isso é triste amigo, mas por mim, você pode muito se foder. Assinado Oliver Queen”. – Sorri. – Precisa anotar?

— Você não tem ideia no que está se metendo. – Murmurou entredentes. Voltei a soca-lo no ombro.

— Eu acho que você não sabia com quem estava se metendo. – Ergui-me. – Foi bom conversar com você, mas se eu fosse você, eu não repetiria.  Da minha parte eu posso ter certo prazer em socar você. – Virei-me então voltei a encara-lo. – A propósito. Levante-se, você conseguiu ficar ainda mais patético.

Dando-lhe as costas por definitivo voltei a encarar Felicity que me avaliava, seu rosto inclinado. Passando por ela estendi minha mão temendo que ela recuasse, mas ela sequer hesitou. Sua mão segurou a minha, e seus dedos entrelaçaram aos meus. Juntos entramos em sua casa.

 -Oliver... – Felicity murmurou chamando-me após fechar a porta atrás de si, voltei-me para encara-la com um pedido de desculpas na boca.

— Eu sei, eu agi como um desses valentões de escola, sinto mui... – Não pude terminar o que dizia por que sua boca agora estava na minha em um beijo completamente inesperado, mas totalmente bem vindo.

FELICITY SMOAK

Eu nunca fui do tipo que gostava de ver um homem bancando o macho alfa e atuando como se eu fosse uma garotinha que precisava ser protegida. Se havia algo que eu desgostasse mais do que ser a mocinha indefesa que precisa de um homem para tomar suas brigas para si, eu desconhecia.

Tive minha vida sendo ditada por meu pai, sempre agindo como meu dono, então eu não poderia suportar menos a ideia de alguém tomando posse de mim.

Eu gostava de pensar que eu era de certa forma independente.

Eu tomava minhas próprias decisões.

Lutava minhas próprias batalhas.

Mas não era exatamente assim. Eu podia ser sim durona, mas sempre que envolvia meu pai ou Cooper, eu simplesmente quebrava, eu acabava sendo reduzida ao silêncio, a ficar congelada em meio a raiva e escutando cada absurdo que saia de suas bocas. E eu odiava isso. E odiava a ideia de Oliver ter que ir todo macho alfa para cima de Cooper, eu odiava.

Então eu não entendia bem por que o estava beijando agora.

Eu não entendia por que me sentia bem sendo envolvida por seus braços, por que me sentia mais segura assim. Nossos lábios movendo-se em sincronia, minhas mãos indo até seus cabelos.

Ou talvez eu soubesse.

Ele tentou.

 Eu percebi isso, ele tentou não intervir, eu podia ver que cada célula em seu corpo gritava para reduzir Cooper e seu poder sobre mim. Que desde o começo ele queria ter acertado seu rosto e que ainda assim se conteve, o observei praticamente tremer para se conter enquanto escutava as coisas que saiam da boca de Cooper, e apenas quando foi muito e quando praticamente me implorou por compreensão, foi que cedeu.

E Cooper achava que ele estava me pedindo permissão.

Ele não estava.

Eu sabia no momento em que ele sussurrou meu nome, que se tratava de um pedido de desculpas. “Desculpe anjo, mas eu não posso mais.”

E ele não se conteve mais.

E Deus, como foi bom ver Cooper jogado ao chão.

Então foda-se meu lado racional que não gostava nem um pouco de ter sido necessária a presença de Oliver para afastar Cooper. Aquele soco definitivamente foi uma das minhas coisas preferidas no meu Dr. Delícia.

Encerrei o beijo podendo observar o sorriso que se formou em seus lábios.

— Eu suponho que você não está irritada comigo? – Perguntou ainda me encarando com um sorriso feliz. Eu não pude deixar de sorrir junto. Eu não queria lhe dar muito para aumentar seu ego, mas eu também não ia fingir sentir algo do que eu não estava sentindo. Meneei minha cabeça em negativa.

— Nós temos uma tendência muito grande a brigas. – Brinquei. E era verdade, Oliver e eu entramos nessa relação brigando, e continuávamos sempre no enfrentando. Sempre que parecia que estava indo ficar bem, alguma coisa acontecia, eu não acho que tivemos sossego em nenhum momento desde que nos conhecemos. E embora algumas pessoas achassem que isso claramente mostrava que nunca daríamos certo, pela primeira vez eu estava considerando que era exatamente o contrário. – Eu não vou deixar Cooper ser um motivo.

— Bom. – Assentiu. – Por que eu gostei de esmurra-lo. – Confessou arrogante, ri abraçando seu pescoço.

— Bem, foi meio sexy. – Confessei apoiando-me em seu corpo. Suas sobrancelhas se ergueram com interesse. Seus pensamentos já indo em outras direções. Cooper sendo esquecido tanto por mim como por ele.

— Mesmo? – Murmurou com sua mão me empurrando para trás, demorei apenas alguns segundos até perceber que me empurrava até o sofá, mas interrompi seus planos quando com um giro o surpreendi e inverti nossas posições, deixando meu corpo cair sobre o seu. Por sua expressão ele não parecia nem um pouco decepcionado com isso.

— Pensei que precisava ir para casa. – Comentei sentando-me, minhas mãos apoiadas em seu peito largo. – Descansar. – Deslizei minhas mãos afastando sua jaqueta, baixei meu rosto até o seu, meus lábios pairando sobre os seus, mas não os tocando. Senti-o duro e todos os meus pensamentos voltaram-se para aquela parte de sua anatomia enquanto senti suas mãos em minha bunda amassando a carne e não pude evitar mover-me em seu colo, arrancando dele um gemido rouco. – Tirar essas roupas. – Comentei deixando erguendo sua camisa apenas o suficiente para deslizar minhas mãos por baixo sobre seu abdômen. Minhas unhas o arranhando. – Tomar um banho. – Sussurrei em seu ouvido mordiscando levemente sua orelha. Oliver mexeu-se moendo contra mim.

— Na verdade. – Comentou apertando-me levemente. – Eu não acho que preciso de descanso. Para ser sincero, eu acho que isso aqui pode ser classificado como descanso. – Continuou erguendo suas mãos por minha cintura, seu tronco se elevando e empurrando-me a ficar sentada novamente. – E no hospital temos duchas. – Murmurou antes de cobrir seus lábios com os meus, sua língua movendo por meu lábio inferior, instantes antes de encontrar a minha, sua mão envolveu meus cabelos, arqueando meu rosto da forma que queria, o beijo se aprofundando, chupei sua língua desejando mais do que isso, precisando sentir seu sabor de outra forma e sem demora o empurrei de volta a sua posição anterior, minhas mãos indo para sua calça abrindo-a para então toca-lo imediatamente. Deslizando, acariciando sua longitude e sentindo-o quente e firme em minha mão. Com meus dedos entorno de sua ereção observei seu rosto, meus olhos adorando sua expressão de luxúria crua e pura, seus quadris movendo-se institivamente acompanhando o ritmo de minha mão.

Para cima e para baixo.

Mais forte e mais rápido.

Sua respiração estava pesada quando inclinei minha cabeça e o tomei em meus lábios.

Mantive minhas mãos ocupadas enquanto envolvi meus lábios em torno da ponta, acariciando-o com minha língua para então realmente chupa-lo. Um gemido contido veio do mais profundo de sua garganta, suas mãos em meus cabelos, segurando-me enquanto impulsionava seus quadris. Seu prazer me estimulava.

Ele estava na borda.

Todo o seu corpo tenso em busca de controle.

— Felicity. – Meu nome não foi mais que um sussurro. – Tire suas roupas, eu quero estar dentro de você. - Ergui minha cabeça ergueu o encarando com desafio enquanto voltava a envolvê-lo com a mão.

— Mas eu gosto do que estamos fazendo. – Sorri o apertando apenas levemente antes de voltar a toma-lo mais profundamente em minha boca. Sua cabeça inclinou para trás, prazer o percorrendo.

Tão perto.

Seus olhos voltaram a me encarar, sua expressão me dominando.

— Roupas. Fora. – Repetiu. Mais do que um pedido. Uma ordem. E inferno, eu fiquei ainda mais molhada, e antes que desse por mim eu o liberei para poder arrancar minhas roupas fora, ele aproveitou nossa breve separação para fazer o mesmo, livrando-se adequadamente de suas roupas.

Meu mundo inverteu e agora Oliver estava sobre meu corpo, pele contra pele, calor contra calor. Beijando-me profundamente, sua língua me enlouquecendo, suas mãos acariciando meus seios antes de descerem até meus quadris. Seus lábios foram até meu pescoço, seus dentes apertando levemente a pele e aliviando a dor com sua língua, enquanto uma mão segurava minha perna, abrindo-me mais para si, e então ele estava dentro. Lentamente e deliciosamente movendo-se, arrancando gemidos até estar completamente dentro de mim.

— Oliver. – Sussurrei segurando seus cabelos. Ele encarou isso como encorajamento, pois ele se retirou quase completamente e com suas mãos em meus quadris ele empurrou novamente, fazendo-me ofegar com a força do movimento e amando a dureza de seus movimentos mais rápidos e intensos. Oh Deus, tão fodidamente perto. Engancho sua cintura comminhas pernas e o movimento nos faz gemer em conjunto. Ele continua estocando uma e outra vez, cada vez de forma mais forte e lasciva, seus lábios absorvendo meu grito quando finalmente sinto-me explodir em um orgasmo que se junta ao seu como cristas de ondas se encontrando, se prolongando, enquanto ele ainda se movia sobre meu corpo, parando gradativamente. Sua cabeça descansa em meu seio e abraço seus ombros ainda sentindo-o dentro de mim, amando o peso do seu corpo sobre o meu, sentindo minha respiração tão ofegante quanto a sua voltar a se normalizar.

— Quais as chances de seu guarda costas entrar e deparar com a visão do meu traseiro? – Perguntou após alguns segundos. Eu tive que rir com isso. Ele ergueu-se conseguindo se apoiar em um cotovelo enquanto me observava com um sorriso. – Eu preciso dizer, embora você seja uma incrível pianista, esse ainda será meu som preferido.

O encarei com um sorriso pequeno.

Esse havia sido um dos comentários mais doce que escutei de um homem. E para mim era importante, por que não foi qualquer um que disse, foi Oliver.

Meu Dr. Delícia.

— Obrigada. – Murmurei ainda sem jeito. Empurrei seus ombros forçando-o se erguer. – Agora temos que nos vestir, por que eu acho que Diggle ficaria tentado em atirar nesse traseiro, e eu admito que eu talvez tenha muito apreço por seu traseiro. – Pisquei.

— Posso dizer o mesmo do seu. – Murmurou movendo sua mão para acariciar a área em questão, antes de recuar se retirando, eu não pude conter um gemido em resposta. Meneei a cabeça com um sorriso e me ergui procurando minhas roupas que de alguma forma estava bem mais espalhadas que as suas. Estava vestindo minha blusa quando o notei encarar a sala com um olhar atordoado, ajustando sua jaqueta. O encarei confusa, e ele leu a pergunta em meus olhos. – Eu não vim aqui pensando em sexo. – Confessou por fim, estava prestes a dar de ombros e perguntar “E daí?” Quando resolução me assolou.

— Oh. – Murmurei simplesmente. Ele quis dizer que não veio preparado para sexo. Não usamos camisinha. Fechei meus olhos brevemente e esfreguei minha testa, imaginado que uma discussão vinha por aí. – Eu tomo anticoncepcional, você reparou isso no outro dia. – Observei. – Eu estou limpa. Até você, eu não tinha transado com ninguém há um bom tempo, agora você... – Murmurei sentindo o gosto ácido em minha boca quando comecei. – Deveria questionar Isabel? – Perguntei antes de lhe dar as costas.

— Felicity. – Murmurou entredentes. – Eu tenho estado apenas com você, você sabe disso.

— Bem, por pelo menos um mês. – Dei de ombros. – Você está limpo?

— É claro. – Murmurou tentando não parecer irritado com a pergunta. – Eu sou um médico, estamos sempre atento a isso, e eu nunca...

Transou com Isabel sem? – Murmurei percebendo que ele hesitava claramente nessa palavra, ou melhor, fazer referência ao ato em si. – Ele assentiu com um suspiro.

— Eu nunca transei com Isabel sem proteção. – Murmurou por fim. – Mas se você precisa ter certeza eu posso mostrar meus exames e...

— Pare Oliver. – Pedi indo até ele e segurando suas mãos, eu percebia que ele se sentia desconfortável. A questão aqui pelo o que podíamos ver não era sobre exames, eu confiava nele. Isabel ainda pairava sobre nós, sobre mim. – Eu te disse que não ia deixar Cooper ser motivo de uma briga entre nós dois, e o mesmo se aplica a Isabel, não vamos trazer isso novamente, certo? Não vamos trazer ela a uma conversa nossa novamente. – Murmurei decidida. – E sobre sexo desprotegido, melhor não repetir.  – Murmurei tentando suavizar o pedido o beijando levemente.  – Eu sinto muito, fui eu que comecei isso tudo. – Lembrei. Ele sorriu.

— Não que eu esteja reclamando. – Murmurou por fim. Então tornou a ficar sério. – Felicity... – Nada que ele pudesse ter dito chegou a ser concluído por que logo a campainha voltou a tocar. – Onde podemos ver pelas câmeras para saber quem é? – Perguntou-me preocupado com a possibilidade de Cooper ter retornado. Indiquei com o queixo a pequena salinha que ficava a esquerda, onde ficava os monitores, Diggle podia ver do seu celular assim como eu, mas meu celular estava lá em cima e Diggle não estava aqui. E só agora eu percebia como foi tolice minha não ter checado antes. Se eu tinha um sistema de segurança, eu deveria usa-lo. Eu estava distraída demais querendo voltar logo para Oliver para perceber.

Oliver retornou e me encarou com o semblante fechado.

— O que foi? – Perguntei começando a ficar preocupada.

— Eu quase preferia que fosse Cooper. – Murmurou antes de ir até a porta fazendo-me segui-lo percebendo que ele estava muito a vontade com o papel de anfitrião e abriu a porta para uma muito animada Sara.

 - Oh. – Sara murmurou o observando com diversão. – Meu ex/atual cunhado. Olá Ollie.

— Sara. – Oliver murmurou lhe dando espaço para entrar. Sara parou em minha frente, avaliando-me atentamente, resisti a vontade de checar meus cabelos.

— Eu vim aqui visitar uma amiga doente, presa a cama quase morrendo. – Comentou me analisando. – E eu acho que se você estava prestes a morrer era de orgasmo...

— Por que você pensou que eu estava morrendo? – Murmurei confusa.

— Ok. - Oliver murmurou impaciente. – Eu tenho que ir. Ligue-me qualquer coisa e não abra até Diggle voltar, e pelo amor de Deus, ignore Sara. – Pediu antes de se curvar e me beijar rapidamente.

— O quê? Você transou com ela também? – Perguntei erguendo minhas sobrancelhas. Era para ser uma brincadeira, mas logo eu percebi que eu tinha medo da resposta. Oliver me encarou surpreso. Por favor, que a resposta seja não.

— Quase, uma vez. – Sara comentou sem se abalar. Olhei de um para o outro com horror. Oliver arregalou os olhos ao escutar o que Sara disse.

— Não é verdade. – Oliver ergueu um dedo.

— Dr. Prostituto. – Resmunguei ainda incrédula. Para minha surpresa ele sorriu e voltou a se aproximar.

— Foi um beijo. – Esclareceu. – Em baixo de um visco no natal. – Suas mãos foram até meu rosto. O polegar me acariciando levemente. – Eu praticamente fui obrigado a beija-la e não durou mais do que três segundos.

— Você sabe como deixar uma garota para baixo. – Sara meneou a cabeça com pesar. – Foram os três segundos mais importantes da minha vida. – Agora eu tive que rir, por que seu tom era tão falso.

— Eu quero um beijo em baixo do visco.  –Reclamei. – É tão romântico e... – Pisquei percebendo o que eu havia dito. Cada pequena exigência do nosso acordo realmente havia sido quebrada. Alheio a minha parada brusca, Oliver ajeitou meus cabelos, ainda mais sorridente.

— No natal eu vou colocar um sobre sua cama. – Piscou. Não pude evitar sorrir diante o que disse. – Agora eu realmente tenho que ir. – Repetiu antes de tornar a me beijar dessa vez mais longamente. O observei partir e quase quis me bater ao perceber que ainda sorria, então foquei minha atenção em Sara. Ela me observava muito atentamente.

Não sei se eu gostava disso.

— O quê? – Perguntei sem jeito.

— Vocês dois são fofos. – Deu de ombros. – Ollie já namorou Laurel, mas grande parte foi quando ela estava na faculdade e eu estava com meu pai em Washington, D.C. Com vocês. – Explicou. - Eu só os via quando vinha visita-lo. Eles namoraram por muito tempo. E depois veio as idas e vindas. – Franzi o cenho não gostando disso, eu não queria ouvir sobre o namoro de Oliver e Laurel. Eu sempre me perguntei como eu não tinha visto Oliver antes, já que eu só perdi contato com Laurel quase seis anos atrás e ela era mais velha do que eu, então em algum momento, enquanto eu ainda a considerava minha irmã mais velha, eu supostamente deveria ter conhecido Oliver. Mas se ele a namorou quando ela estava na faculdade isso explicava muito. Eu nunca visitei Laurel fora da cidade, eu só saí de Washington, D.C durante as campanhas do meu pai e depois quando estava constantemente escapando de Cooper. Laurel era uma advogada recém-contratada por meu pai quando aquela maldita festa aconteceu. Era estranho, sempre pensei que o namoro deles era mais recente, mas pelo o que eu podia entender, Oliver e Laurel namoram por um longo tempo durante o tempo dela na faculdade, eles romperam e alguns anos depois, os mais recentes, eles passaram a usar um ao outro sempre que se sentiam sozinhos. – Felicity. – Sara me chamou impaciente. – Eu percebo que você não gostou da menção ao namoro deles dois, mas meu ponto é: Eu nunca vi algo como essa cena que ocorreu agora, acontecendo entre Oliver e minha irmã.

— Obrigada. – Murmurei com sinceridade. Sara assentiu indo até o sofá e fazendo menção de sentar. – Eu acho melhor você sentar no outro. - Sugeri sem graça. Ela lançou um olhar desconfiado para o sofá e rapidamente mudou de lugar.

— Vocês dois heim... – Comentou com certa diversão. – E você ainda toda preocupada com um beijinho de 3 segundos.

— Eu não entendo Sara. Eu nunca fui assim. – Confessei. – Ciumenta, assustada com a possibilidade de perdê-lo e ao mesmo tempo irritada por ele ter tanto domínio sobre minhas emoções. Só hoje tivemos pelo menos três quase conflitos.

Ela sorriu parecendo feliz.

— Eu pensei que quando chegasse aqui haveria um clima estranho. – Confessou. – Todo o lance de você me abandonou e etc, mas eu fico feliz de você confiar em mim para revelar seus sentimentos sobre Oliver. – Comentou.

— Sim. – Suspirei. – Sobre isso. Sinto muito. – Comentei parando em sua frente. – Você não tem ideia do quanto precisei de alguém que tivesse acreditado em mim, eu sinto muito se eu a julguei errado, mas quando eu voltei... Eu estava distante, não confiava em mais ninguém, e eu estava tão envergonhada Sara. Eu me lembro da expressão de cada um naquela festa, eu me lembro da sua, e odeio aquele dia. Eu pensei que seria assim que você me encararia para sempre. Certamente ainda é assim que meu pai me encara. – Dei de ombros. – E cada péssima decisão que tomei que mais tarde precisou da intervenção de Laurel, ela fez questão de jogar aquele dia na minha cara. Você tinha se formado e eu não vi por que buscar contato quando tudo o que eu queria era fugir.

— Eu entendo. – Assentiu. – Mas eu não sou Laurel, Lis. Eu nunca fui. – Comentou. – Laurel pode ter sido a primeira pessoa para quem você correu a cada problema, sua irmã mais velha, mas eu era sua melhor amiga, quando Cooper te beijou pela primeira vez? Você veio contar para mim, imediatamente. – Lembrou-me. – Você me ensinou piano. Quando o idiota do terceiro ano tentou pegar nos seus seios, fui eu que quase deixei o idiota estéril. – Ri diante a lembrança. – E foi para você que eu tive coragem de dizer que eu preferia garotas. Você devia ter me dito que Cooper havia te traído, que vocês brigaram e que como eu suspeito, ele a induzia a usar drogas. Nunca confiei o bastante nele, nunca teria te deixado andar sozinha naquela festa.

— Eu sei. – Suspirei. – Eu sinto muito.

— Então... – Murmurou me observando com interesse renovado. – Vamos voltar ao assunto Dr. Oliver Queen. Conte-me mais sobre vocês dois, como tudo começou?

— É complicado. – Suspirei. – Eu dei entrada em seu Hospital...

— Você estava drogada. – Não havia julgamento ali, era só um comentário. Franzi meu cenho tentando compreender como ela sabia. – Laurel não fala outra coisa se não de você. Sempre que ela me liga ela me atualiza, ela fala o que sabe. – Deu de ombros. – Acho que é por que ela sabe que ainda me importo com você. Mas eu também acho que é por que a sua maneira, ela ainda se importa. – Forcei um riso diante isso.

— Ela me mandou ficar afastada de Oliver. – Falei.

— O que claramente você não acatou. – Comentou divertida. – Mas pode voltar a falar desde o inicio. - Suspirei sabendo que ela ficaria satisfeita até eu lhe dar um verdadeiro relato completo. Então fui pegar um sorvete para dividir com ela e sentei ao seu lado. Logo estava contando sobre tudo. Inclusive que havia sido Cooper quem me drogou, como Roy havia me salvado e que eu literalmente desmaiei nos braços de Oliver. Como ele se antipatizou comigo de imediato, falei dos encontros ao acaso quando eu ia correr e que sempre terminávamos brigando. Falei sobre a nossa primeira vez que havia sido no dia em que eu tinha acompanhado Cooper e que foi o mesmo dia em que Laurel me encontrou. Ela me interrompia de vez em quando para fazer algum comentário, e se divertiu particularmente com toda a situação de Thea fingindo não saber, quando cheguei ao dia do acidente ela ficou triste por Roy. Ela simpatizava com ele por ter sido aquele que me salvou e mais tarde meu amigo. Comentei que ele já estava bem e que pelo o que Oliver havia dito não demoraria muito e voltaria para casa. Eu ainda não tinha o visto, porque ele estava na UTI e eu meio que me sentia culpada pelo o que aconteceu.

Por fim falei sobre a visita de Cooper mais cedo e ela ficou puta com isso.

— Eu acho muito estranho. – Comentou após alguns segundos em silêncio. – Você sofre um acidente e Cooper prontamente está aqui para visita-la? Felicity eu não acho que seja coincidência. – A encarei incerta. O pensamento me deixando inquieta, Cooper iria tão longe assim?! Como se entendesse minhas dúvidas Sara continuou. - Cooper é capaz de dopar uma garota, estupra-la e permitir que seus amigos façam o mesmo. Ele é um monstro, e pessoas assim podem muito bem matar. Diggle precisa intervir. Seu acidente está sendo investigado, certo? Você pode falar sobre o que aconteceu na festa. A tentativa de estupro. – Desviei meus olhos dela, procurando qualquer outro lugar para encarar. Sara era a primeira pessoa a falar abertamente de estupro ao se referir aquela noite. Eu sempre contornava essa palavra, exceto a noite em que tentei falar com meus pais, e sempre dava um jeito de dizer que eu podia lidar com Cooper, mas a verdade era que eu não podia. – Felicity? Por favor, não me diga que você se culpa por aquela noite.

— Eu sei que a vítima não é culpada. – Murmurei tensa, senti minha garganta travar. – Eu tenho dificuldade em pensar em mim como uma vítima. - Afinal eu consegui escapar.

— Você quis fazer parte daquilo? – Perguntou abertamente para mim. – Você se drogou e disse que estava tudo bem participar de uma orgia?

— É claro que não. – Murmurei até um pouco irritada com o que disse.

— Então você é uma vítima. – Murmurou segurando minhas mãos. – E até que você o denuncie, você continuará sendo uma vítima. Apenas você pode mudar isso Felicity, e enquanto você não diz nada, Cooper está por aí provavelmente estuprando tantas outras garotas.

— Eu conheço Cooper. Eu sabia que não devia estar naquela festa. – Murmurei com desgosto. – E ainda assim fui àquela festa, quando fui atendida minha médica perguntou sobre a possibilidade de uma tentativa de estupro, eu neguei, debochei. Meu comportamento foi horrível. Eu estava tão assustada que falei besteira atrás de besteira, e dias mais tarde fui vista de braços dados com Cooper. Em um evento em que eu passeei com ele por boa parte da noite, sorri cumprimentando todos e quando ele exibiu o maldito anel mordi minha língua para não falar a ninguém a fraude que tudo aquilo era. Então, Sara. Quem vai acreditar em mim? Eu entro em contato com a polícia e toda a imprensa cai em cima, meus médicos serão questionados e eles vão repetir as mesmas merdas que eu disse, eles são obrigado a isso.  Eles estavam naquele evento, eles me viram com Cooper e eles são amigos de Oliver. Eles são obrigados a dizer o que exatamente aconteceu naquela noite, e se relatarem qualquer suspeita de que eu na verdade estava mentindo, isso vai ser ignorado por que eu estou namorando o amigo deles. Cooper usará isso.

— Não me importa Felicity. – Falou duramente. – Você tem que tentar, você tem que denunciar, por você e por outras garotas, mais do que tudo, você ainda corre perigo. – Falou suspirando. – Felicity você precisa perceber quão perigoso é isso tudo. E se ele dá um jeito de entrar aqui? Se você é obrigada a ficar no mesmo lugar que ele novamente? Em outra festa? O que nos garante que ele não irá tentar de novo e dessa vez irá conseguir? Não sabemos se foi ele que provocou o acidente, mas se for... Isso faz dele ainda mais perigoso. E ele saiu daqui puto. Assustado? Sim, é claro. Mas você precisa temer ainda mais alguém que foi humilhado e amedrontado como ele foi.

Suspirei considerando o que ela dizia.

Ela tem razão.

Cooper não manteria se afastado apenas por que Oliver disse para se manter.

E agora eu temia por Oliver também.

Respirei fundo precisando de uma distração, encarei Sara e em um ato impulsivo perguntei:

— Você quer tocar? – Precisava mudar a direção dos meus pensamentos, ao menos por alguns instantes. Ela me encarou com genuína surpresa. Quase sorri diante disso, seu espanto era compreensível.

— Você disse que ficou longe do piano por anos. – Comentou. – E só voltou a tocar apenas alguns dias atrás, você tem certeza que quer tentar novamente comigo? – Perguntou com dúvida.

— Tocar com você me fazia feliz Sara. – Sorri e recebi um sorriso de volta. – Você foi uma péssima aluna... – Seu semblante se fechou em uma careta. -... Mas teve certo avanço.

— Ok. – Murmurou cedendo e erguendo-se para sair da sala, tomei sua frente a guiando. – Mas precisa ser algo alegre.

— Feito. – Sorrindo caminhamos até o piano e logo estávamos tocando algumas de nossas antigas peças. Nossas por que quando eu ensinava a Sara, ela insistia que deveríamos compor coisas novas em vez de ficar presa a composições de velhos que estavam mortos. Então criávamos, e agora tocávamos em meio a risos por que nenhuma de nós conseguia se lembrar mais exatamente das nossas composições, então eu tinha certeza que o som que estava saindo era terrível.

— Oh Deus. – Paramos ao escutar a exclamação e viramos para encarar Diggle que segurava a caixa de transportar pequenos animais em uma mão. Era rosa e cinza e eu estava tentando não rir da visão que era Diggle a segurando. – Para ela estar tocando tão mal eu sabia que tinha que ter o seu dedo no meio. – Murmurou encarando Sara com um sorriso.

Diggle sempre gostou de Sara.

— Ei! – Protestou. – A única que esta salvando isso aqui é eu. Eu preciso dizer Smoak, você perdeu o tato. – Sorriu brincando. Meneei a cabeça com diversão e encarei Diggle. – O que é isso que você está carregando? – Sara perguntou curiosa.

— Esse é o presente de desculpas do namorado de Felicity. – Diggle murmurou abrindo a caixa e pegando a pequena gatinha, sorri ao vê-la. De alguma forma eu tinha esquecido quão fofa era minha gata. Sara me dirigiu um olhar confuso.

— Por conta de Isabel. – Murmurei em tom autoexplicativo e me ergui para tomar minha gatinha de Diggle. – Sara conheça Luna. Nossa nova moradora.

— Ela é tão linda. – Comentou a pegando. – Eu quero rouba-la.

— Pode levar. – Diggle murmurou recebendo um olhar rabugento meu, mesmo Luna pareceu miar em protesto. Ele suspirou e disse que estava indo pegar e organizar as coisas.

— Eu realmente quero rouba-la. – Sala falou encarando a gata de perto.

— Arranje seu próprio presente de culpa. – Falei rindo, mas a deixando segura-la.

— Não posso. – Deu de ombros. – Fui a culpada pelo fim do meu último namoro. – Concluiu com uma careta.

— Com? – Perguntei curiosa.

— Nyssa. – Murmurou. – Sabe o pior de tudo? Trabalhamos juntas, então fica aquele clima estranho. – Explicou.

— Entendo. – Comentei. – Você fica sem jeito por que errou, e não sabe como falar com ela e ainda ter que lidar com relação de trabalho.

 - Não. – Negou franzindo o cenho. – Ainda quero transar com ela.

— Sara! – A olhei incrédula. Ela poderia ter mostrado um pouco mais de remorso.

— O quê? – Deu de ombros. – Eu venho de uma família de traidores e viciados em álcool. É claro que fiquei viciada em trair. – Suspirou.

— Sara!! – Repeti não acreditando que seu erro havia sido esse, e pelo o que eu podia notar, havia sido mais de uma vez.

— Ok. – Suspirou. – Trair é errado, eu sei disso, a questão é que quando as coisas estão indo bem eu tendo a sabotar minha felicidade, eu vou lá e aperto o botão vermelho que vai explodir tudo. Laurel é assim, ela sempre quer mais na verdade, foi assim que tudo entre Oliver e ela acabou. Ela o traiu para fazê-lo sentir que a estava perdendo. – Revirou os olhos. – Com Chace. O cara que Oliver já achava insuportável e que ficaria mais do que feliz em espalhar a traição. Ela sabia que Oliver ia saber, calculou mal o final de tudo e agora vive miserável esperando migalhas dele e tendo casos aleatórios com derrotados.

— Eu conheci Chase. – Murmurei surpresa. - Dr. Atrevido.

— Dr. Atrevido é Chace? – Riu. – Oliver deve ter ficado louco para mata-lo.

— Bem, eu pensando que era por mim, e é por conta da ex. – Suspirei.

— Felicity. – Sara me chamou em tom sério.

— Hum? – A encarei confusa devido a seriedade em sua voz. Meu comentário não havia sido realmente ciumento. Não passou de uma brincadeira. Eu sabia que naquele dia Oliver estava com sua atenção totalmente voltada em mim.

— Não sabote sua própria felicidade. – Pediu. – Vocês dois são incríveis juntos. Eu mal os vi juntos e sei disso. Ele irá te apoiar incondicionalmente. Então, denuncie Cooper, não ligue para sua família. Se eles não te apoiam, eles não te merecem. – Comentou entregando-me Luna. – Oliver irá te apoiar. Assim como Diggle, como eu, Thea, Roy, Tommy e Caitlin. – Respirei fundo absorvendo o que disse. – Você não está sozinha minha amiga, nunca esteve e certamente não está agora. Nunca mais deixe Cooper se aproximar. Mande seu velho se foder e se sua mãe não ficar ao lado da sua garotinha, que ela vá junto com ele.

— Obrigada Sara. – Sorri colocando Luna no chão.

— Agora eu preciso ir. – Murmurou e me surpreendendo com um abraço. – Eu fico feliz em ter minha melhor amiga de volta, é uma droga ter que dividi-la com tantas pessoas, mas eu estou feliz por você ter tantos.

— Obrigada. – Repeti. – Volte quando quiser.

 - Eu vou. – Assentiu. – Provavelmente amanhã.

— Por quê? – Perguntei curiosa.

— Pela gata. – Piscou. Tão logo ela foi embora eu procurei por Diggle com o intuito de escutar tudo o que ele fez com a pequena Luna. Quando o notei deitado no sofá, cochilando eu optei deixar de lado. A lembrança do que havia acontecido mais cedo me deixando constrangida.

Pobre Diggle.

Oliver me ligou antes de dormir para me informar que Roy poderia receber visitas amanhã e se certificar de que eu havia contado a Diggle sobre a visita de Cooper mais cedo. Eu precisava admitir, eu nunca havia visto Diggle tão puto, por alguma razão preferi não trazer o conselho de Sara à tona, ainda não. Com nenhum dos dois. Isso era algo de que eu mesma precisava refletir e decidir. Então com um “boa noite” e a promessa de que ele me buscaria e a Thea para visitar Roy, desliguei e fui dormir.

Quando acordei estava mais tranquila e que ansiosa para rever meu amigo.

 

DAMIEN DARHK

Apoiei meu queixo sobre minha mão, meu cotovelo sobre a mesa polida do grande escritório em Star City e observei a figura feminina andar de um lado para o outro, seus saltos fazendo um barulho que se tornava progressivamente cada vez mais irritante para meus ouvidos. Ela andava em silêncio, mas sua impaciência e irritação eram muito óbvias.  Eu sabia que faltava muito pouco para seu silêncio se esvair.

Eu, entretanto preferia fingir não estar ciente de seu estado de humor, e honestamente? Ela estava me irritando com todo esse drama, achava desnecessário e preferia continuar a ignorar. Mas para minha infelicidade, acabei por pecar ao emitir um suspiro alto que ela escutou prontamente seu olhar encontrando o meu.

Tanto para me manter quieto.

 Agora sua atenção estava em mim e seus passos mudaram de direção a guiando até a mesa, sua mão batendo contra a mesma com surpreendente voracidade.

Por isso eu não esperava.

— Eu quero ver minha filha. – Donna Smoak, minha esposa sibilou. Eu estava surpreso, geralmente sua atitude era totalmente oposta à desses últimos 15 minutos desde que entramos nesse escritório. Donna era calma, obediente e extremamente paciente. Como minha esposa ela sempre soube agir perfeitamente. Eu sabia que ela me manipulava mais de uma vez assumindo o ar de esposa perfeita, mas eu a manipulava também. Éramos um casal perfeito, queira ela admitisse ou não.  Eu nunca a tinha visto tão explosiva e para ser honesto, eu meio que gostei. Uma esposa submissa podia ser bastante entediante. – Damien, eu quero ver Felicity.

— Eu entendi. – Murmurei mantendo-me calmo. – Mas eu tenho uma reunião importante e nossa filha deixou bem claro na última vez que a visitamos que ela não nos quer por perto. – Falei sem me alterar. Como se isso fosse apenas um inconveniente.

— Ela sofreu um acidente! – Murmurou horrorizada. – Nós precisamos vê-la, ela querendo ou não. – Ela rapidamente contornou a mesa e parou a minha frente. Apesar de sua súbita proximidade, preferi me manter na mesma posição, aparentando uma calma que eu na verdade não possuía.  - Ela estava magoada, estava nos contando algo e você menosprezou o que ela disse. As coisas que você disse Damien... – Meneou a cabeça com raiva e descrença, desde aquele dia Donna não me dirigia à palavra sem esse mesmo olhar de decepção, angustia e desprezo. – Ela disse que Cooper tentou estupra-la e você disse que ele estava em seu direito, inferno você a fez ir para aquele maldito evento com ele. O que aconteceu com você? Você não era assim, você costumava ama-la como sua. - Fechei minha mão em punho ao escuta-la dizer isso.

Ela não entendia. Ninguém que não estivesse dentro entendia. Tínhamos uma vida perfeita e eu entrei na política almejando isso para outras pessoas. Mas era impossível, a cada ato que fosse beneficiar um punhado de pessoas, você tinha que sacrificar algo, havia veneno por todo lugar, corrupção e muita sujeira, era impossível você entrar nesse mundo sem aos poucos se sujar. E quando você menos percebesse a podridão já estava tão instalada em você que voltar não era uma opção. Sempre para frente, sempre se importando menos.

Era assim que devia ser.

Encarei Donna a dirigindo um olhar gélido.

— Felicity é minha filha. – Falei em tom firme não admitindo o contrário. – E eu a amo como tal. – E era verdade. Mas não havia espaço para corações moles quando você estava no topo, não se você queria continuar lá. – Ela tem um comportamento arredio e inconsequente, ela se droga Donna, como ter certeza que ela não estava exagerando? Que ela começou algo que não soube levar até o fim? Eu admito que ela possa ter recuado e que Cooper deveria ter aceitado isso, mas ela também tem que assumir sua própria responsabilidade nisso.

— Ela é sua filha e seu dever é ficar sempre ao seu lado. – Retrucou. – Você assumiu essa responsabilidade para si e sim, a amou como sua. Então não venha olhar na minha cara e dizer que ela é responsável pelo o que aconteceu. Você deve a sua filha o voto de confiança. Não finja que acredita nas bobagens que o moleque do Cooper afirma, ele não é nada para você, ela é. Você apenas prefere ignorar por ele ser filho de quem ele é. Você nem precisa mais da ajuda deles Damien, você já tem tudo.

— Eu não tenho tudo. – Murmurei automaticamente.

— Você está certo. – Meneou a cabeça com desgosto. – Você não tem mais o respeito e amor de sua filha. E eu não vou ficar quieta aqui esperando o momento em que eu também a perderei. – Declarou. – Você havia dito que estávamos voltando para essa cidade para ver Felicity. – Lembrou-me. Donna tinha estado aflita desde que comentei sobre o telefonema de Diggle. Desde o momento em que eu disse que Felicity havia sofrido um acidente ela estava agitada, e exigiu de imediato ver nossa filha. Eu concordei, por que também era meu desejo. Principalmente após ter recebido alguns relatórios sobre o acidente, mas não podemos vir de imediato, pois eu não poderia deixar de lado certos compromissos, e com Diggle afirmando que ela estava bem eu não vi por que adia-los. Até que recebi a maldita ligação de Cooper dizendo que estava na cidade e ia visita-la. Então mandei Donna arrumar suas coisas e sem demora pegamos nosso jatinho. - E, no entanto assim que chegamos a essa maldita cidade você priorizou uma reunião qualquer?

— Eu vim por conta desse acidente. – Murmurei a surpreendendo. Eu tinha olhos, e ouvidos em todos os lugares. Felicity sempre estava sendo vigiada e não apenas por Diggle. Diggle era mais um suporte emocional que eu sabia que ela precisava. Esse acidente, não foi realmente acidente e eu precisava ir a fundo nisso. Cooper na cidade não era coincidência. E pelas informações que eu havia recebido, havia grandes chances do grande idiota ter tentado matar minha filha. Estúpido. – E nós vamos visitar nossa filha. Eu só preciso de alguns instantes aqui, trocar algumas palavras, não posso apenas deixar ele de lado.

— Por quê? – Questionou confusa.

Abri minha boca pronto para lhe dizer que este ainda não era seu problema, quando a porta atrás de si se abriu, revelando um homem elegantemente vestido em seu terno e de idade próxima a minha.

— Eu sinto muito. – A voz masculina murmurou em um falso tom jovial. Seu olhar dançava entre nós dois, curiosidade o dominando e a sombra de algo mais se escondendo por trás do sorriso simpático. Ao contrário do que Donna pensava, eu não havia marcado nenhuma reunião, tanto que ele não estava aqui quando o esperei, sua secretária deve tê-lo alertado, e apenas o conhecimento de meu status superior ao seu o mantinha todo simpático a essa invasão.  – Eu pensei que havia entrado na minha sala.

— Eu tomei a liberdade de me acomodar. – Sorri friamente. – Você sabe, “Como se fosse sua casa.” – Assumindo um apostura mais formal ergui-me lhe oferecendo minha mão em cumprimento.

— Sr. Darhk. – Murmurou respeitosamente, e deixando de lado meu "título". Então optei por fazer o mesmo.

— Sr. Queen.


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Notas finais do capítulo

Por hoje só. Mais uma vez peço desculpas pela demora, espero que tenham gostado, e como sempre, fico no aguardo do Feedback de vocês.
Xoxo, LelahBallu.



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