Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

LEIAM ESSAS NOTAS!!!

Hey!!
Perdão pelo Caps, mas as vezes vocês me obrigam, então, esse capítulo só demorou por que meu notebook adora me trollar e eu só tenho ele, dependo da boa vontade dele. Fora isso eu quero dizer que para aqueles interessados em acompanhar o começo do capítulo com a música que está sendo tocada é só acessar aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=s-bk9fuiAdw&feature=youtu.be) eu realmente espero que vocês tenham esse interesse. Se não, tudo bem. Tudo é questão de gosto.

Agora, eu vou deixar vocês lendo, por que era só isso que eu tinha a dizer mesmo!!
Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698210/chapter/15

 

OLIVER QUEEN

Engoli o nó que se formou em minha garganta enquanto observava o rosto de Felicity com atenção. Eu não tinha certeza se ela atenderia ao meu pedido, se ela cederia quando era tão evidente o quanto queria evitar tocar novamente. Eu não tinha certeza, era mais certo que não, que ela na verdade ignoraria, e que provavelmente devido a isso mais uma vez estaríamos em volta de brigas e discussões, e ainda sequer havíamos saído de uma. Mas ainda assim, ainda diante as grandes chances que era de receber uma nova negativa, de piorar tudo o que havia entre nós, ainda sabendo que isso poderia machuca-la, eu tive que insistir.

Eu precisava insistir.

Não era apenas pela minha curiosidade em vê-la tocar, mas por que eu podia sentir que ela precisava disso. Hoje mais do que nunca eu pude perceber. E a encarando agora, ainda com olhos fechados, seus dedos produzindo como mágica as primeiras suaves e tristes notas musicais tão harmoniosamente, eu podia perceber como ela amava isso.

Eu não sabia dizer que música que era, eu não podia reconhecer de nenhuma das peças que eu estava acostumado, e isso me dizia que essa havia sido uma escolha pessoal. Uma que eu só poderia entender quando ela mesma me dissesse. A melodia era tão triste e bonita, tão profundamente marcada, como a própria Felicity.

Eu estava maravilhado.

Diggle havia dito que se eu tivesse sorte eu saberia quão boa ela era. E no momento eu me sentia o homem mais sortudo no mundo. Eu não sabia dizer nada sobre técnicas e níveis de dificuldades, eu não sabia dizer absolutamente nada sobre piano e como toca-lo perfeitamente. Poderia ser algo simples que ela estivesse tocando, ou algo muito difícil, eu não saberia dizer, mas tudo o que eu poderia dizer é que o que quer que fosse, soava incrível.

Ela era incrível.

Estava tão envolta em seus próprios pensamentos. Absorta em seu próprio mundo, que eu apostaria que ela não havia percebido ter aberto seus olhos. Sua concentração estava completamente no objeto que tocava, em seus próprios dedos, como se familiarizasse novamente com o instrumento. Reconhecendo-o, aprendendo. Tocando.

E chorando.

Felicity estava chorando.

Lágrimas discretas, singelas, desacompanhadas dos soluços de um choro comum. Seu choro era silencioso, como eu havia percebido que a própria Felicity era. Por trás daqueles sorrisos, de suas provocações, seu queixo erguido e desafiador, havia uma silenciosa garota que não queria compartilhar seus mais profundos medos, e ainda assim esperava que alguém a compreendesse.

O quanto de sua história eu realmente conhecia? Por que eu estava aqui esperando mais? Eu havia vindo esta noite, seus sapatos em uma mão e um pedido de desculpas em minha boca. Eu queria poder conversar com ela como sempre fiz em qualquer relação em que estivesse, durassem duas horas ou dois anos, eu queria honestidade. Eu queria pedir desculpas por não ter agido com mais tato, por ter passado em sua frente e dito a Roy algo que nós dois deveríamos ter discutido antes. E apesar de tudo isso, eu queria deixar claro que eu não estava arrependido de tomar a decisão de deixar tudo as claras com Thea. Eu queria tratar tudo com seriedade e maturidade, dizer como eu me sentia com o fato de ser tratado como apenas algo a ser usado e partir daí. Eu queria tudo isso, mas então antes mesmo que eu pudesse tocar a companhia, seu segurança abriu a porta, me encarou surpreso e um pouco intimidante, suas sobrancelhas se ergueram e um sorriso pequeno formou-se em seu rosto, sem dizer sequer um “boa noite”, nem trocar mais nenhuma palavra, ele estendeu o braço abrindo mais a porta, afastou-se deixando claro que abria caminho para mim, e então quando eu passei por ele, ele apenas fechou a porta atrás de si. Não me disse onde ela estava, não deixou nenhuma ameaça, apenas me deixou entrar.

Então confuso com sua estranha ação e um pouco intimidado pelo o que aquilo poderia significar, eu entrei hesitante ainda mais na sala, tão logo passei pelo arco da sala adjacente com o intuito de subir as escadas e procurar por quarto em quarto qual seria o seu, eu parei. Notei a figura solitária sentada ao piano, e tudo o que pude fazer por alguns bons segundos foi observa-la, e então imaginar como seria vê-la tocando. Agora eu podia dizer que nada havia me preparado para isso. Senti meu peito se encher de todo o tipo de emoção até então desconhecida quando ela gradualmente diminuiu o ritmo e após mais algumas solitárias notas, parou.

Ela não ergueu sua cabeça de imediato, por um longo tempo, ela apenas se concentrou em um ponto fixo qualquer a sua frente, ainda perdida em pensamentos, seu rosto inexpressivo, apenas o rastro delicado de lágrimas entregavam seu verdadeiro humor.

Eu não pude resistir, tal como fiz antes me inclinei para beijar seu rosto, absorvendo o gosto salgado em sua pele. Ela fechou os olhos novamente, e então seu corpo estremeceu, os soluços vieram fortes e embora eu quisesse dizer palavras doces que a fizesse se acalmar, eu não fiz. Eu não sabia o que estava em sua mente, eu não sabia o que dizer para acalma-la.

Então tudo o que eu pude fazer foi envolver seus ombros em um abraço e permitir que sua cabeça encontrasse o meu ombro. Seu nariz encontrou meu pescoço enquanto seguia chorando, os soluços altos quebrando meu coração, envolvi seu pescoço com uma mão e beijei sua testa.

Eu esperei.

Eu a abracei e acalantei seu choro.

E esperei.

Por um longo tempo esperei.

E então enquanto eu vagamente percebia que este havia sido nosso primeiro abraço que não houvesse nenhum contexto sexual, ela se acalmou. Sua respiração ficou branda, seus soluços se extinguiram, e seu corpo rapidamente se endureceu, eu logo percebi que estava arrependida por ter aceitado esse abraço, por ter se permitido mostrar alguma fraqueza em minha frente.

            Quando se afastou eu não tive nenhuma surpresa com isso, menos ainda com suas palavras seguintes.

            - Eu acho que você deveria ir embora. – Murmurou séria. Sua postura falhando apenas quando ergueu uma mão e limpou o restante das lágrimas. – Vá embora Oliver. – Repetiu ao notar que eu não havia me movido. – Por favor. – Acrescentou sua voz se quebrando. Assenti respirando fundo, um pouco desapontando, o que quer que ela tenha sentido ao tocar novamente, não parecia algo que ela quisesse compartilhar comigo, então não havia motivo para que eu ficasse.

Havia?

Ergui-me sendo acompanhando por seus olhos, seu rosto entristecido me dizendo que talvez não fosse realmente o que ela quisesse. Ou talvez fosse. Pensei enquanto lhe dava as costas. Mas definitivamente não era o que ela precisava. E embora eu desejasse ouvir sua voz me pedindo que ficasse, eu tinha que ser aquele que diria não estar indo.

— Não. – Murmurei. Minha voz saindo mais alto do que eu esperava. Mas forte e determinada do que imaginei, virei-me para encontrar seu olhar confuso. Ela agora estava em pé ao lado do piano. Parecia pequena e frágil.

— O quê?

— Eu não estou indo embora. – Murmurei por fim. – Na verdade se você quiser que eu vá embora, eu temo dizer que terá que fazer uso da força, e sinto acrescentar: Eu sou um homem muito pesado. – Sorri me divertindo com a ideia. Ela não compartilhava de minha diversão, entretanto.

— Oliver...

— Sim? – Perguntei cruzando meus braços. Ela franziu o cenho entranhando minha atitude leve.

— Vá embora. – Ordenou.

— Não. – Repeti.

— Eu estou pedindo que saia da minha casa. – Reforçou. – Você não pode forçar sua presença, não depois de ter ficado aqui e me feito... – Parou buscando controle. – De ter me visto... – Respirou fundo. – Vá embora!

— Não. – Neguei novamente. – Não até você falar comigo.

— Falar o quê? – Perguntou inquieta.

— O que a fez chorar? – Indaguei preocupado. No que ela estava pensando? Para onde isso a levou? – O que aconteceu, Felicity? Fale comigo.

— Vá embora! – Repetiu mais firme.

— Anjo...

— O que você quer de mim? – Perguntou parecendo exausta, se aproximou com passos rápidos e decididos. – O que diabos você quer de mim? – Ela estava furiosa. Parou em minha frente olhando-me de cima a baixo. – O quê? – Repetiu. – Você está em todos os lugares, para onde quer que eu olhe você está lá, no hospital, no parque, na maldita faculdade e agora na minha casa, mesmo quando você diz que não pode levar isso a diante, você está aqui. Você, Oliver. – Murmurou empurrando meu peito. Recuei levemente ao perceber o tamanho de sua fúria mesclada a tristeza. – Você! – Empurrou novamente.  –Você veio até mim, você entrou em minha casa, você quebrou todas as minhas defesas, as derrubou, para quê? – Perguntou, vi-me incapaz de lhe dar uma resposta. – Por quê?!! – Repetiu mais alto, balancei minha cabeça em negativa e ela mais uma vez encarou meu peito, logo suas mãos foram até lá me empurrando novamente, com tanta força e tanta raiva que tropecei recuando, quando ela repetiu o gesto segurei seus pulos. – Pare! Solte-me! – Exigiu. - Não venha até mim, não me faça perguntas quando você mesmo não sabe a resposta, você quer conversar comigo? – Puxou seus pulsos tentando se soltar, mas eu a puxei ainda mais a aproximando de mim, meu rosto encostando-se ao seu. - Você quer que eu me abra com você? Eu não posso fazer isso, eu não sei fazer isso. O que você quer de mim, Oliver? – Perguntou novamente sua cabeça balançando, seu tom suavizando. – Eu posso lhe dar meu corpo, cada pedaço dele será seu, eu posso lhe dar tudo isso, mas não se atreva a pedir meu coração. – Pediu. – Não faça isso. -          Meneei minha cabeça enquanto a abraçava novamente, ela resistiu mais uma vez, mas acabou cedendo. – Não me peça isso.

— Eu não vou. – Prometi.

— Então vá embora. – Implorou.

— Eu não posso fazer isso também. – Murmurei contra seus cabelos. – Eu preciso que entenda anjo, o fato de não me querer aqui, não significa que não precise, e não significa que eu não queira ficar. – Senti sua cabeça balançar novamente. – Eu estou aqui por você, para você. Bata-me, eu posso lidar com isso. Chore. Eu posso te abraçar. Ou apenas fique em silêncio, eu compartilharei o meu também. Eu estou aqui. Eu não estou me afastando apenas por que você tem medo de onde isso pode terminar. Eu estou aqui. – Repeti.

— Você queria simples. – Murmurou se afastando apenas o suficiente para encarar meu rosto. – Isso não é simples Oliver.

— Foda-se o simples. – Murmurei sincero. – Isso se tornou complicado desde o momento em que você desmaiou em meus braços.

— Isso não pode terminar bem. – Murmurou fechando seus olhos brevemente, como se apenas a ideia a machucasse. – Isso não vai acabar bem.

— Apenas começou. – Murmurei segurando seu rosto. – Vamos focar apenas nisso. Podemos? – Perguntei ansioso por sua resposta. Então eu percebi. Essa minha necessidade de estar por perto, mesmo negando. Mesmo dizendo mais de uma vez que não era possível nos envolvermos seriamente, eu nunca fiz nada de fato para evitar isso. Ela estava certa, era eu quem sempre corria atrás, voltava atrás. Era eu que não a deixava ir. E havia apenas um significado para isso.

— Oliver... – Murmurou hesitante.

— Há mais uma coisa que você precisa entender. – Murmurei a interrompendo. Ela me encarou com receio. – Eu não sei o que está acontecendo entre nós, eu definitivamente não esperava por isso. Eu não queria. Eu sou tão resistente a ideia quanto você.

— Eu sei. – Assentiu.

— Sim. – Assenti. – Eu sou culpado por você ser tão contrária a ideia de explorar isso, por que desde o começo eu deixei claro que eu também não queria. E eu entendo. – Acariciei seu rosto. – Eu realmente o faço. Você não precisa se abrir comigo agora, não precisa conversar comigo sobre nada que a deixe tão desconfortável como o motivo que lhe fez chorar, e eu juro, eu não vou pedir seu coração. – Prometi. – Mas isso não significa que eu não vou lhe dar o meu.

Ela me encarou incrédula. Seus olhos abertos e agitados, como se duvidasse do que havia escutado. Não pude evitar um sorriso pequeno.

— O que isso significa Oliver? – Murmurou segurando meu pulso, não retirou, não me afastou, apenas manteve-se segurando. Aproveitei essa pequena brecha e uma vez mais deixei meu polegar deslizar por sua face.

— Por que não descobrimos juntos? – Murmurei sorrindo suavemente. – Dane-se todas as regras, vamos levando isso como podemos, não precisa ser apenas sexo, mas também não precisa ser uma promessa para um vida juntos, podemos encontrar nosso ponto de equilíbrio.  O que você acha? – Perguntei. Ela me encarou indecisa, como se pesasse os prós e contras, tudo em questão de segundos.  Estava concentrada demais, absorta em sua própria lista de avaliação. Ela recuou me desapontando, deu-me as costas e levou o polegar a boca o mordiscando. – Felicity?- Murmurei temeroso.

— Está bem. – Murmurou voltando a me encarar, aproximou-se novamente, mas não me tocou, seu olhar apenas percorreu meu rosto. – Ok. Eu concordo. – Assentiu.

— Mas? – Perguntei percebendo que deveria haver algo mais, ou ela exibiria ao menos um sorriso, ainda que pequeno. Certo?

— Mas... – Murmurou segurando meus antebraços um de cada vez, seu olhar caindo lá antes de voltar para o meu. – Você não pode me pressionar. Seja paciente. – Pediu. – Deixe-me estar preparada. Eu ainda não estou. – Falou sincera. Assenti concordando. Ela não estava preparada para confiar em mim. Não era algo que eu gostava, mas que eu entendia.

— Eu posso fazer isso. – Murmurei por fim. Ela me encarou por um longo tempo, avaliando-me, tendo certeza que eu falava a sério. Só quando recebeu essa confirmação ao interpretar a seriedade do meu rosto foi que por fim eu recebi seu sorriso. Um tímido e hesitante sorriso. Eu não pude impedir a mim mesmo de sorrir de volta.

— Neste caso. – Murmurou uma mão me soltando, a outra deslizando até encontrar minha mão. Ela a apertou levemente até que pude perceber me puxava para que andasse junto a ela. – Eu acho que nunca mostrei a você meu quarto.

— Não. Você nunca mostrou. – Murmurei a acompanhando.

— Não se anime Dr. Delicia. – Murmurou fazendo com que eu meneasse a cabeça ao escutar o apelido ridículo. – É um quarto bem comum.

— Hum. – Murmurei com interesse. – Isso significa que há uma cama. – Sorriu divertida com o comentário.

— Sim. – Assentiu enquanto subi as escadas na minha frente sem, no entanto soltar minha mão. – Apenas por que eu ainda não descobri como dormir em pé, assim que eu descobrir jogarei aquela tralha velha fora.

Apertei sua mão levemente apenas para fingir estar insultado com sua resposta sarcástica. Não comentei nada mais por que já estávamos em cima e logo após alguns poucos passos parávamos em frente a porta de seu quarto. Ela soltou minha mão e me surpreendi por estar tão ciente disso. Meus olhos indo de encontro a mão abandonada que agora se abria e fechava, eu podia sentir meu cenho franzido enquanto estranhava estar tão concentrado na ausência de um contato tão singelo.

— Você não vai entrar? – Pisquei diante a pergunta dita em um tom que poderia até mesmo ser considerado tímido. Encarei o rosto de Felicity que parecia exibir certa apreensão. Ela estava parada no meio do seu quarto. Esperando-me. Olhei ao redor ainda sem entrar, absorvendo as cores femininas e claras.

Ela tinha razão, era um quarto que poderia até mesmo ser considero simples, mas era repleto de conforto e tinha seu toque pessoal, acolhedor. Franzi o cenho ao encarar a foto acima de sua mesinha ao lado da sua cama, Felicity estava abraçada a um garoto, uma criança, o abraço exalava carinho mesmo através de uma foto, mesmo estando tão longe de mim, eu podia ver claramente que havia amor. Felicity percebeu que eu encarava algo atrás de si, e talvez presumisse o que era, mas não disse ou perguntou nada. Ela me encarava com expectativa, curiosidade e apreensão. Um misto de emoções que eu podia muito bem classificar, por que desde o momento em que ela havia tocado, que havia me permitido presenciar isso, ela estava vulnerável e seu muro ainda não havia sido erguido. Reunindo por fim coragem para entrar em seu quarto, em seu ambiente, algo tão pessoal, eu dei um passo cauteloso, então outro e outro, até que a cautela foi substituída por determinação enquanto eu percebia que ela estava abrindo mais do que a porta de seu quarto para mim, e que eu estava pronto para pegar isso, um pouco dessa sua confiança, ainda que pequena. Ainda que não pudesse me dar por inteiro. Parei em sua frente tomando alguns bons momentos a observando.

Observando seu rosto.

Minhas mãos seguraram seu rosto enquanto sem ao menos percebermos a distância entre nossos rostos diminuíam, nossos olhos presos uns nos outros. Suas mãos alcançaram meus antebraços e ela mais uma vez se limitou a esperar.

— Eu sei o que eu disse sobre cama. – Murmurei deixando minha respiração bater contra seu rosto. – Mas eu posso ficar e apenas dormimos, não precisa acontecer nada hoje. – Murmurei pensando um pouco além do meu próprio desejo e excitação. Ontem estávamos nos jogando um nos braços do outro no hospital em que eu trabalhava. Em meu hospital. Apenas para pouco tempo depois voltarmos atrás e então deixar de lado nosso pretencioso de apenas sexo, ontem estávamos dispostos a deixar isso tudo para trás e não no encontrarmos mais. E então hoje minha irmã a fez ter um encontro em minha frente e me fez perceber que eu não queria isso, eu queria ser aquele pelo qual Felicity se arrumava para se encontrar, me fez vir até sua casa, confronta-la, e então presenciar o seu momento mais vulnerável. Ela ainda estava vulnerável. E assim como eu afirmei que queria mais do que sexo, bem agora, sexo não precisava ser a resposta para o fim dessa noite um pouco emocionalmente conturbada. Ela sorriu. Seus olhos fixando em meus lábios momentos antes de encontrarem os meus e eu mesmo não pude evitar sorrir em resposta.

— Eu quero que você fique. – Murmurou. Assenti prestes a dar um passo para trás e lhe dar espaço para se preparar para a noite, mas tão logo eu baixei meus braços interrompendo o delicado contato, ela voltou a me alcançar segurando minha camisa e impedindo-me que me afastasse. – Mas eu quero sexo também. – Murmurou antes de erguer seu corpo, deixando-me ciente da diferença de nossa altura mesmo estando ela com saltos, e seus braços abraçaram meu pescoço, justo segundos antes de sua boca tocar a minha. A abracei pela cintura firmando-a enquanto correspondia a aquele beijo, veio com pressa, com certo desespero e intensidade. Eu me dava conta que maioria das vezes que nos beijamos foi assim, então segurei seu rosto com uma mão, enquanto ainda segurava-a contra mim com a outra. Assumi o ritmo do beijo, acalmando e conduzindo, demorando-me em tomar seu gosto e realmente apreciar seus lábios, a natureza do beijo mudou, assim como seu corpo se moldou ao meu e seus dedos afundaram em minha cabeça. Procurei com minha mão em sua costa o zíper de seu vestido e rapidamente o deslizei para baixo com surpreendente facilidade. Que tivesse ido a um encontro com um vestido tão acessível me incomodou mais do que gostaria.

Felicity recuou tomando ar e ocupou-se de me observar enquanto suas mãos me empurravam, fez-me recuar até sua cama, meus joelhos cedendo quando a parte interna foi de encontro com a mesma. Sentei-me fixando-me em apenas olha-la enquanto se livrava do vestido deixando-o cair junto a seus pés e com um pequeno chute empurra-lo de lado. Segurei uma respiração enquanto observava seu corpo perfeito vestindo apenas um conjunto sexy de calcinha e sutiã.

Ela roubou meu fôlego.

— Eu não acredito que você foi assim se encontrar com aquele idiota. – Deixei escapar enquanto segurava sua cintura, um joelho seu afundou no colchão antes de mover-se para subir em meu colo. Seus lábios tocaram apenas breve e delicadamente os meus antes de sorrir divertida.

— Eu não acredito que você expulsou meu encontro. – Retrucou. Sorri esquecendo por um momento que deveria negar.

— Ele teve que ir visitar um parente. – Murmurei incapaz de me lembrar no momento com precisão qual havia sido minha desculpa.

— Eu não sou estúpida Dr. Delícia. – Murmurou deixando suas mãos passarem por meus ombros até seu polegar alcançar meu queixo, senti-me endurecer ainda mais quando seu polegar moveu-se sobre meu lábio inferior. Ciente do que fazia ela moveu-se sobre meu colo. Friccionando aquela parte tão feminina contra mim. – Eu sei muito bem o que você fez ali.

— Culpado, confesso. – Murmurei antes de voltar a beija-la.

FELICITY SMOAK

Mesmo completamente absorta e envolvida pelo beijo de Oliver, era quase impossível de não perceber a diferença deste beijo de todos aqueles que havíamos trocados até está noite. Oliver era mais delicado ao me beijar, mais calmo e sem pressa alguma, e em vez de esfriar as coisas, tinha o poder de fazer o contrário, a cada beijo, a cada deslizar de sua língua sobre meus lábios e entrando em contato com a minha própria, minha pulsação aumentava. Suas grandes mãos acariciavam minhas costas, apertava minha coxa ligando-me ainda mais a ele, e então apertava a carne da minha bunda com posse. Movi-me inquieta sobre seu colo até que impaciente seu corpo nos girou deixando-me deitada de costas na cama, quando afastou-se havia um sorriso sacana no rosto do meu Dr. Delícia, não importava quão calmos e controlados fossem seus movimentos enquanto tirava sua camisa, aquele olhar ainda o mesmo de antes, aquela chama que fazia com que seus olhos parecessem ainda mais brilhantes, apertei minhas coxas tentando aliviar a ardência que visão de seu torso musculoso, a determinação em seus olhos e aquele maldito sorriso trazia ao meio delas. Meus seios formigavam ansiosos por sua atenção, e meu sangue esquentava em resposta a toda a expectativa de tê-lo dentro de mim. Oliver concentrou-se primeiro em se livrar de sua calça e sapatos e só então deixou sua atenção cair nos meus saltos.

— Eu acho que prefiro com eles. – Murmurou tirando sua cueca. Deus, seu corpo perfeito poderia literalmente me fazer salivar. Suas mãos acariciaram minhas pernas lentamente antes de alcançar minha calcinha e desliza-las por toda sua extensão, seu olhar escureceu enquanto me encarava com interesse puramente masculino. Ansiosa demais para continuar esperando por ele, dirigi minhas mãos para o fecho do meu sutiã e em pouco tempo eu não vestia nada além dos meus saltos. Ele voltou a sorrir, tomando seu tempo em apenas me observar. Aprovando e se deliciando com o que via.

Oliver me fez sentir feminina e poderosa.

Eu sabia que eu era atraente, eu não queria ser arrogante ou presunçosa, mas era impossível não ter ciência disso quando eu fui moldada para ser a filha linda e perfeita, atraente aos olhos masculinos, sujeita a inveja por outras garotas. No final tudo era sobre o que eu vestia, o quanto eu vestia e para quem eu iria tirar, ao menos era isso o que falavam de mim. A garota problema, a filha promíscua do senador. A decepção de um pai devotado, a puta que traiu seu noivo inúmeras vezes.

Eu sabia o que era ser desejada e ser julgada por isso.

Mas Oliver me fez sentir além disso.

Oliver me fez sentir adorada.

Havia ternura quando seu corpo subiu sobre o meu. Havia carinho no beijo que veio a seguir, seus lábios adoraram meu corpo. Meu pescoço, meus seios, meu abdômen, meu quadril. Havia delicadeza quando prendeu entre os dentes a pele acima do osso do quadril e a pressionou e sugou, quando seus lábios desceram vi-me completamente sem fôlego, minhas mãos segurando seus cabelos com firmeza, movendo-se inquietas, jamais o afastando, quando senti a onda voluptuosa do orgasmo que sua boca me deu, foi seu nome que saiu de meus lábios, não em um grito escandaloso, um mero sussurro, uma consequência de ainda estar prendendo minha respiração em resposta aos espasmos oriundos daquele poderoso orgasmo.

Foi com orgulho e satisfação que seu corpo subiu sobre o meu, suas pernas separando ainda mais as minhas, sua ereção quente e rígida fazendo seu caminho para dentro de mim com naturalidade, aos poucos, preenchendo-me centímetro a centímetro, enlacei seu pescoço enquanto roubava outo beijo, esse mais quente e obsceno. Cravei meus saltos na parte de trás de suas coxas e eu sabia que estava o machucando, mas sabia que no momento ele estava pouco se importando, que aquela dor era bem vinda. A cada novo impulso seu, senti-me mais perto da borda, minhas mãos agarrando suas costas, apertando e amassando a pele escorregadia. Oliver me penetrava profundamente e cada vez mais rápido, forte e impiedoso. Seus olhos fixados aos meus, sua atenção totalmente concentrada em meu rosto. Ele sorriu como se percebesse que eu estava quase lá, então retirou-se quase completamente, deixando-me protestar pelo vazio que o movimento trouxe, então com mais um impulso duro e que teve o poder me levar mais uma vez a familiar explosão que sobressaia meus sentidos mais básicos, seu corpo estremeceu em um orgasmo tão forte quanto o meu. Seu rosto repousando entre meus seios. Sua respiração aquecendo minha pele. Permanecemos unidos até que ele se fez muito pesado, apertei seu braço suavemente e ele logo se moveu saindo de dentro do meu corpo, deitando ao meu lado.

Seu braço alcançou minha cintura aproximando-me de si, seus lábios beijaram delicadamente meu rosto. Ele olhou meu corpo, seus olhos caindo para minhas pernas.

—Bonitos. – Murmurou antes de me beijar novamente. Demorei em entender sobre o que ele falava até que ele se afastou para tirar meus saltos e com um baque joga-los no chão de forma displicente.

— Então o Dr. Delícia tem um fetiche com saltos. – Murmurei voltando a procurar o calor do seu corpo, ele me abraçou enquanto sorria e afundava esse sorriso em meu pescoço.

— É novo. – Murmurou parecendo incapaz de deixar de salpicar beijos em minha pele.

— Sei. – Murmurei entregando-me ao carinho, seu rosto suavizou ao perceber meu estado sonolento.

— Você ainda quer que eu fique? – Perguntou parecendo inseguro. Observei seu rosto fixando-me em cada pequeno detalhe. Temia que ele tivesse falando isso apenas para me agradar, ou para reforçar uma promessa que já havia feito, mas nada em seu rosto dizia que ele estivesse fazendo isso apenas por obrigação, ele parecia genuinamente desejar ficar. Assenti deixando-o saber que este também era meu desejo e ele suspirou aliviado. Puxou o lençol sobre nossos corpos e puxou-me mais para si, fazendo com que parte do meu corpo ficasse sobre o seu. Não devia ser confortável, mas ainda assim era. Em poucos segundos e sentindo seus dedos acariciarem levemente minha coluna, eu dormi.

Quando acordei não havia o peso de uma mão sobre minha cintura, e quando me virei para me certificar de sua ausência, ele realmente não estava ali para me mostrar que eu estava enganada. Oliver havia sumido como neblina que se dissipa através dos raios de sol.

 Suave e imperceptível.

Se não fossem os lençóis revirados, a marca no travesseiro e o seu cheiro impregnado em minhas cobertas, eu pensaria que tudo havia sido parte de um sonho. Eu adormeci no calor dos braços de Oliver e acordei no frio deixado pelos seus lençóis vazios. Meus lençóis, Oliver havia dormido em minha casa, minha cama.

Quando tantas vezes eu evitei fazer exatamente isso. Mas após a forma que havia conversado comigo ontem, as palavras que havia usado, e tudo o que se seguiu, eu duvidava que nosso relacionamento fosse de agora em diante algo semelhante ao que tínhamos. Espreguicei-me abandonando por um momento a perturbadora sensação de incomodo por Oliver ter saído sem antes se despedir e olhei em volta procurando meu celular.

Afinal Oliver é um médico, ele deve ter ido atender algum chamado, não havia nada para eu me preocupar ou teorizar sobre. Certamente ele devia estar salvando a vida de alguma criancinha fofa, e não se arrependendo mortalmente de ter levado o que tínhamos para um patamar diferente.

Engatinhando-me pela cama alcancei a mesinha que ficava ao lado da mesma e peguei meu celular. Eu nem me lembrava em que momento ele veio parar aqui, eu havia deixado minha bolsa sobre o sofá, eu tinha quase certeza. Em algum momento entre escapulir da minha cama e correr para seu apartamento Oliver deve ter ido em busca do meu celular.

Em algum local da minha mente eu sabia que deveria me sentir incomodada por Oliver ter mexido em minha bolsa. Ignorando isto, ajustei o lençol contra minha pele, encostei minha coluna na cabeceira da cama e abracei um joelho enquanto me ocupava de desbloquear a tela.

— Estava chamando sem parar. – Ergui meu rosto sem conseguir esconder a surpresa em escutar a voz já conhecida de Oliver. Ele saia do meu banheiro vestido apenas com uma toalha branca envolta de seus quadris estreitos. Quando meu corpo não responderia automaticamente a visão do corpo masculino? – Eu tenho a audição um pouco sensível. – Confessou. - Desci e peguei para você, mas já havia parado de tocar. – Terminou antes de se aproximar apoiando seu peso em apenas um braço ao meu lado, me cercando, ele sorriu e me beijou ternamente. Oliver era completamente alheio a minha surpresa em encontra-lo em minha casa ainda. – Eu preciso ir. – Murmurou quando afastou seu rosto do meu. Sentou-se na cama. – Eu tenho que estar no hospital em uma hora, mas eu preciso passar em meu apartamento antes.

— Ok. – Murmurei simplesmente. Baixei meu rosto notando que algumas das ligações eram de um número desconhecido, havia uma mensagem de Roy perguntando o que eu faria hoje. E outra de Thea pedindo para que eu entrasse em contato com ela. Oliver pareceu notar certo desconforto de minha parte e acariciou meu braço trazendo minha atenção de volta para si.

— O que houve? – Perguntou preocupado.

— Thea. – Murmurei simplesmente. – Ela...

— Ela sabe.  –Murmurou ao mesmo tempo em que eu dizia o mesmo.

— Sabe... – Ele sorriu divertido com minha confusão. – Claro que eu percebi Felicity, o encontro de ontem parecia muito ter uma natureza provocativa e vingativa. Manipuladora até. Algo típico de minha irmã. Ela adora fazer coisas assim quando está chateada sobre algo, ela gosta de brincar, manipular e se divertir enquanto nos sentimos culpados por tê-la privado de alguma coisa, ou ocultado algum segredo. Algo como o que fizemos. – Acrescentou.

— Por que ela não falou comigo? – Perguntei inquieta. – Nem que fosse um confronto. Nada indicou que ela estivesse chateada comigo ou irritada.  – Murmurei tentando buscar algo em minha mente que indicasse isso. – Você acha que Roy contou a ela ontem?

— Eu não sei. – Deus de ombros. – Não importa, ela está chateada, eu tenho certeza disso, é seu jeito de lidar com as coisas, mas ela não está irritada. Não confunda as coisas, não pense que Thea desaprova algum envolvimento entre nós dois até que seja ela a dizer isso, eu acho que ela apenas está magoada por não termos dito nada a ela. – Ainda um pouco incerta eu assenti em uma concordância relutante. Oliver se ergueu sem cerimônia alguma se desfazendo de sua toalha, e me distraí momentaneamente enquanto o observava vestir suas roupas, quase completamente alheia ao que ele dizia. -... Falar com ela hoje.

— Oi? – Murmurei confusa. – Com quem?

— Com Thea. – Murmurou carrancudo. – Você não vai começar com aquilo de novo, vai?

— Não. – Murmurei sincera. – Eu só quero ser aquela que irá falar. – Confessei. – E não hoje. Segunda-feira. Darei esse fim de semana para um pouco de tortura de nossa parte também. – Sorri divertida.

— Você tem certeza? – Perguntou encarando-me inseguro.

— Sim, eu posso ligar para ela hoje, fingindo estar interessada no número de Rory. – Brinquei. Isso não trouxe um sorriso em seu rosto como eu esperava.

— Não, você não vai. – Murmurou um pouco seco. – Invente outra história.

— Você até que é bonitinho com ciúmes. – Murmurei divertida.

— Não se trata disso. – Negou olhando para seu relógio.  – Eu tenho que ir. – Murmurou novamente. – Nos vemos mais tarde. – Murmurou antes de me beijar suavemente.

— Nos vemos? – Repeti confusa.

— Sim, eu acho que estou livre para o jantar. – Comentou despreocupado. – Se não, eu apenas passo aqui quando der. – Assenti demonstrando que acompanhava o que dizia e concordava, ele deu um leve aperto em meus dedos fazendo-me perceber que havia segurado minha mão quando tornou a se aproximar. – Eu preciso perguntar, eu vou entender se não quiser responder.  – Adiantou ao perceber meu olhar cauteloso. – A música de ontem, eu não a reconheci, qual era? – Sorri ao perceber seu interesse genuíno e não pude evitar pensar em qual seria sua reação ao nome da música.

— Eu não estou surpresa por você não conhecer. – Falei encarando nossos dedos entrelaçados. – “Not about Angels” de Birdy. – Murmurei, ele inclinou sua cabeça assimilando as palavras, um sorriso terno veio aos seus lábios.

— Bom. – Falou por fim. - Agora, eu quero um beijo de verdade. – Comentou antes de tomar posse dos meus lábios com os seus, sua língua varrendo para dentro da minha boca aprofundando o beijo que teve o poder de dissipar todos e cada um de meus pensamentos. Concentrei-me apenas em receber e retribuir seu beijo. Na sua respiração arfante e no seu sorriso quando se afastou antes colar nossos lábios novamente em um breve e pequeno beijo.

Tão subitamente como veio, o beijo se encerrou.

— Até mais tarde. Anjo. – Murmurou antes se de se afastar completamente e caminhar até a porta do meu quarto, com um último olhar e uma piscadela de despedida ele fechou a porta atrás de si.

Apenas quando ele foi embora que eu me preocupei em me levantar da cama e agora registrar em minha mente que horas eram. Eu havia pego meu celular e olhado de relance, mas não realmente prestado atenção, mal passava das 07:00 h, era um sábado de manhã e embora eu normalmente me debateria agora se eu deveria correr ou passar mais um tempo de preguiça na cama, Oliver havia me deixado muito agitada para qualquer fosse uma das opções.  Quando desci as escadas após tomar um banho e cuidar da minha higiene, encontrei Diggle na cozinha se servindo de sua usual caneca de café puro e forte.

— Eu gostaria de um desse. – Murmurei indo até a cafeteira.

— Imagino que sim. – Falou me avaliando sério, servi-me de uma caneca de café e quando a levei a boca ele completou. – Foi seu médico que fez. – Ergui uma sobrancelha enquanto o analisava também, a possibilidade dos dois se esbarrando era grande demais para que eu tivesse tido a sorte de não acontecer.

— Ele saiu ileso?  - Perguntei divertida.

— Apenas por que ele faz um bom café. – Murmurou dando de ombros. – Então, ele vai passar a noite aqui mais vezes?

— Eu não sei. – Murmurei sentando-me a sua frente. – Eu acho que sim.

— As coisas estão progredindo, eu acho. – Falou ainda portando aquele olhar avaliativo. – Estão?

— Diggle, aonde exatamente você quer chegar?- Perguntei direta.

— Ele é seu namorado agora? – Perguntou deixando a caneca de lado e cruzando os braços diante o largo peito. Segurei minha vontade de revirar os olhos diante sua postura protetora e paternalista.

—Diggle...

— Eu só preciso saber como seu segurança se ele vai ser uma presença frequente aqui em casa. – Murmurou simplesmente. Eu quase acreditei nisso. – Você sabe, quando entra e quando saí, preciso saber se você está com ele, ou se está sozinha correndo o risco de ser abordada por Cooper, ou algum de seus amigos idiotas.

— Por que você trouxe Cooper para isso? – Perguntei me erguendo.

— Por que eu acho que antes de você embarcar cegamente em uma relação com o Dr. Perfeito, você precisa lembrar que não é exatamente boa escolhendo seus companheiros. – Murmurou. Doeu que ele dissesse isso, principalmente porque ele estava certo. – Eu só estou preocupado, Felicity. Tenho medo que você seja a que saia magoada nessa história.

— Eu entendo. Cooper foi meu único namorado sério e mostrou-se ser a pior decisão da minha vida. – Assenti. – Mas eu era mais nova, foi meu primeiro amor. Eu não estou embarcando cegamente em um relacionamento com Oliver, sim as coisas estão progredindo, mas para ser sincera eu não sei  se sou sua namorada. Confie em mim, há mais chances de que eu não seja a sair magoada no final. Eu acho que sou eu a que vai magoar Oliver. E eu não gosto disso, por que ele é bom.

— Você é a única com que eu me importo. – Respondeu sincero.

— Eu sei. – Assenti. – Mas eu vou ficar bem, ok?

— Certo. – Concordou. – Mas ele será uma presença constante aqui? Eu realmente preciso saber para quando eu escutar alguém andando no corredor durante a madrugada. Eu não quero apontar uma arma para o seu namorado. – Não pude evitar sorrir diante o que disse. Eu acreditaria mais nisso se ele não parecesse tão contente com a imagem em sua cabeça.

— Sim. – Concordei. – Ele será constante. – Ele assentiu, embora não sorrisse mais eu notava certa satisfação em seu olhar.

— Bom.

— Agora, minha vez. – Murmurei o surpreendendo. – Onde você esteve ontem à noite, com quem e que horas você chegou? – Ele me encarou perplexo. Seu olhar me fazendo rir. – Não é tão bom assim quando você está do outro lado da mira, não é mesmo soldado?

— Eu... Hum. Essa conversa é imprópria. – Murmurou atônito.

— Você não pode me dar essa resposta. – Murmurei indignada, ele voltou a abrir a boca para um novo protesto, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a mais, ou ouvir sua desculpa esfarrapada, meu celular vibrou mostrando-me que eu recebia mais uma mensagem de Thea. Suspirei ao notar sua paciência em pedir uma vez mais que eu entrasse em contato com ela. – Salvo pelo gongo. – Murmurei recebendo um sorriso divertido de Diggle enquanto eu me afastava já levando o celular a minha orelha enquanto chamava pelo número de Thea.

Graça a Deus.— Escutei-a dizer. – Eu não sou boa esperando Felicity Smoak.

— Eu sinto muito, vossa majestade, eu estava dormindo. – Respondi enquanto seguia pelo corredor e entrava na sala onde estava meu piano, de forma distraída encostei-me a ele. – E você geralmente não acorda tão cedo. – Observei lembrando-me de sua primeira mensagem. – O que aconteceu?

Nada. – Murmurou fazendo com que eu revirasse os olhos, precisava de tanto desespero assim para nada? Seria como Oliver disse, seu jeito de manipular as coisas ainda? – Eu só estava me perguntando o que você planeja para hoje.

— Na verdade, eu estava pensando em pegar com você o número de Rory. – O longo silêncio em resposta me disse que eu havia a surpreendido, não pude deixar de sorrir com isso. Thea sabia de mim e Oliver, eu pedindo o número de outro devia estar a confundindo, mas ela não podia dizer nada ou se entregaria. Deus, eu entendia agora por que ela se divertia tanto fazendo isso.  – Thea?

Rory. – Murmurou lentamente. – Bem, eu fico feliz que você tenha gostado dele, eu até pensei em marcar algo mais a frente, mas uma coisa louca aconteceu, meu celular ontem, ele simplesmente travou e eu meio que perdi todos os meus contatos.— Murmurou rapidamente. – Sorte a minha Roy ter seu número, por que você sabe como é minha cabeça, eu sou incapaz de lembrar um número de cabeça.

— Oh isso é terrível. – Murmurei falsamente.

Pois é. Eu sinto muito, Roy não tem o número de Rory. – Respondeu soando alegre.

— Sim, mas você pode me dizer onde encontra-lo, certo? – Perguntei distraída.  – Afinal você disse que vocês são amigos de longa data... - Meus dedos correram livremente e sem hesitação até as teclas do piano, antes que pudesse parar a mim mesma pressionei uma deixando o som propagar pela sala.

O que foi isso?— Thea perguntou surpresa. – Você está tocando?

— O quê? Não, eu só... Esquece. – Murmurei me endireitando, desde o momento que eu havia acordado eu não tinha levado meus pensamentos para o fato de que eu havia voltado a tocar, a participação de Oliver nisso, e o quanto de minha fraqueza ele testemunhou, e agora... Thea sem querer havia trazido isso. Inclusive a pequena lembrança que havia me feito chorar.

Você voltou a tocar... Isso é por causa de Rory?— Perguntou assustada. – Oh meu Deus, você realmente gosta dele?

— Thea...

Eu não esperava por isso.— Murmurou chateada. – Eu não estava considerando isso. Ele nem é seu tipo sabe, eu quero dizer, não que seja fácil deduzir qual o seu tipo, já que você não me ajuda muito falando sobre isso, mas eu só queria... Droga!!

— Thea, nada do que você diz faz sentindo. – Murmurei. – O que você não esperava?

O quê? Nada. – Falou rapidamente. – Eu só estava divagando.

— Humm.

Então você vai atrás de Rory hoje?— Perguntou ainda soando confusa e ao mesmo tempo preocupada. Temerosa até.

— Não. – Murmurei não querendo empurra-la muito. – Esse fim de semana eu não estarei na cidade. – Alertei. Era uma grande mentira, mas eu precisava dar um jeito dela não acabar aparecendo em minha casa, e se Oliver estivesse aqui? Já era muito ter Roy nos flagrando, eu não precisava de Thea também.

Por que não?— Perguntou confusa.

— Surgiu algo. Preciso visitar meus pais. – Falei rapidamente e mentindo descaradamente, eu jamais visitaria meus pais.

Eu pensei que você jamais visitaria seus pais. – Thea murmurou desconfiada.

— Sim, mas Connor está lá. – Murmurei rapidamente. Culpa me encheu por estar usando meu irmão para isso, principalmente por que ele deveria ser razão o suficiente para eu voltar a pisar em Whashington-DC por pelo menos uns pares de dias, mas eu não confiava no meu pai o suficiente para isso, eu temia que uma vez que eu pisasse lá, eu jamais retornaria.

Poxa, é verdade. – Comentou parecendo chateada com isso. – Esqueci que você tem um irmão mais novo.  Boa sorte então, nesse meio tempo eu vou procurar com muito afinco o telefone de Rory, mas eu não garanto nada, talvez você só deva deixar isso para lá. Vocês nem tem tanta coisa em comum assim.  –Advertiu.

— Sim, nós temos. – Retruquei.

Bem, você já ouviu dizer que são as diferenças que mantém um relacionamento vivo? — Murmurou com esperança.

— Eu não entendo Thea, pensei que você estivesse nos juntando, que ele fosse seu amigo. – Murmurei segurando minha diversão, tentando não expressa-la em minha voz.

Eu queria, ele é.— Murmurou. – Eu só, Oh poxa Felicity, eu tenho que desligar.

— Mesmo? – Deixei escapar. Essa foi fraca demais para Thea Queen.

Sim, Roy precisa que eu faça algo para ele. – Murmurou em tom de desculpas. – E eu preciso ver Ollie depois.

— Mesmo? – Repeti.

Sim. Eu ainda não o perdoei por ter me feito pagar aquela conta. – Explicou. Oliver não havia dito nada sobre encontrar Thea, na verdade ele havia dito que estaria ocupado durante todo o dia, Thea estava mentindo e usando Oliver como desculpa. Senti-me imediatamente culpada por não estar sendo honesta com ela. Eu deveria resolver isso agora mesmo, mas por telefone não era bem como eu queria fazer as coisas, e honestamente? Eu queria aquele final de semana com Oliver antes de trazer Thea para esse novo tipo de relacionamento. Então eu deixei ela se despedir com aquela desculpa, e usei da minha própria desculpa dizendo que eu tinha que terminar de arrumar minhas coisas. Então após de mais algumas palavras de despedidas eu desliguei. Quando me virei encontrei o olhar crítico de Diggle.

—O quê?

— Eu pensei que você gostasse de Thea. – Murmurou direto.

— Eu gosto. – Falei.

— Por que você mentiu para ela? – Perguntou com tom repreensivo. - Isso ou você não me informou de nenhuma viagem.

— Eu menti. – Confessei. – Estamos em um jogo. Eu sei que ela sabe e ela suspeita que eu saiba que ela sabe, então ninguém está cedendo. Até que uma ceda. – Dei de ombros. – Eu estou disposta a ceder, segunda. Até lá eu quero curtir um pouco do meu Dr. Delícia.

— Eu estou confuso e ultrajado ao mesmo tempo. – Murmurou meneando a cabeça. – É melhor eu deixar isso com vocês garotas.  – Dito isso ele se afastou me deixou o encarando com diversão.

Apesar de todas as minhas mentirinhas e expectativas, eu não tive chances de ver Oliver novamente. Ele mandou uma mensagem explicando que surgiu uma cirurgia de emergência, duraria horas e que provavelmente ele teria que ficar no hospital após isso, o caso era muito sensível e precisava dele por perto. Não havia muito para ficar chateada, ele estava fazendo o seu trabalho, então eu apenas disse que estava tudo bem e que nos encontraríamos quando ele pudesse. No domingo ele me mandou mais mensagens contando como estava indo e perguntando o que eu estava fazendo, uma conversa bem banal que foi interrompida quando ele foi chamado com emergência. Apenas mais tarde eu soube o motivo de seu sumiço, a pobre criança teve que entrar em uma segunda cirurgia quando ainda estava se recuperando da primeira. Eu já estava na cama quando recebi sua ligação, estava sonolenta e o som de sua voz suave foi o som perfeito para me fazer dormir tão logo desejou boa noite ao se despedir. A segunda feira veio com a certeza de que eu deveria falar com Thea, nada de adiar mais. Avisei a Oliver por mensagem que hoje conversaria com ela, mas não obtive nenhuma notícia.  Quando cheguei no campus para minha infelicidade apenas Roy me esperava na frente do prédio da biblioteca.

— Bom dia. – Murmurou com um sorriso.

— Onde está Thea? – Perguntei direta.

— “Bom dia para você também Roy, tudo bem?” – Falou em tom jocoso. – Custa ser educada?

— Custava você manter o bico calado? – Perguntei deixando apenas agora minha irritação por ele ter falado tudo para Thea surgir.

— Do que diabos você está falando? – Perguntou franzindo o cenho.

— Thea. Ela sabe de tudo. – Falei também ficando confusa, pois ele realmente parecia não entender minha raiva. – Você não contou a ela?

— Não. – Murmurou rapidamente. – Nem ela me disse nada que fizesse parecer que ela saiba. – Deu de ombros. – Ela disse algo?

— Ela armou outro dia, um encontro na frente de Oliver. – Falei o surpreendendo. – A coisa toda era tão óbvia que deixou claro que ela estava querendo mexer com nossas cabeças.

— Ou não. – Falou procurando outra razão. – Talvez ela ainda esteja obcecada com fazer vocês dois um casal, e achou que mostrar a Oliver que você era desejada por outro cara o faria, sei lá, perceber o que estava perdendo? – Perguntou seus olhos dançando. – Eu não sei, vocês garotas são complicadas. – Tomei uma longa e profunda respiração antes de esmurrar seu ombro. – Mais que merda, Felicity?

— Isso tudo é culpa sua.  – Acusei. – Você que disse que ela na verdade falava em juntar nós dois por que não queríamos e que ela na verdade odiaria a ideia, você colocou isso em minha cabeça, e por sua culpa isso virou uma grande bagunça. Estúpido!

— Não me culpe por coisas que apenas você pode ser responsável. – Pediu.

— Que seja, cadê sua namorada Sr. Harper? – Perguntei azeda. – Eu preciso dizer a ela que estou transando com seu irmão.

— Eu realmente espero que você não diga assim. – Murmurou em tom baixo.

— Roy!!

— Ela não vem hoje. – Murmurou ao mesmo tempo em que bloqueava um novo soco.

— Não?

— Ela está doente. – Deu de ombros. – Ela me ligou. A voz dela parecia horrível.

— Ok.  – Suspirei. – Eu me sinto tão manipulada, que agora mesmo eu estou me questionando se ela está realmente doente, ou se está fugindo de uma conversa usando uma desculpa tão idiota.

— Thea Queen não foge de nada.  –Roy murmurou simplesmente. – Ela realmente está doente. Eu vou visita-la depois da aula, o que acha de irmos juntos?

— Você precisa de carona não é mesmo? – Perguntei desconfiada. Ele sorriu culpado. Roy as vezes vinha com algum carro que estava “consertando” mas, na maioria das vezes ele pegava carona com Thea ou pegava ônibus mesmo. – Ok. Eu posso fazer isso. Nada de adiar mais essa conversa.

— Soa bom para mim. – Roy assentiu puxando meu braço me forçando a andar. – Você é muito boa com socos sabia?

— Diggle vai gostar de ouvir isso. – Brinquei. As aulas seguiram de forma natural, e ao mesmo tempo se arrastaram muito lentamente, foi com alívio que me vi junto a Roy indo a caminho do meu carro.

— Deixe-me dirigir. – Roy pediu segurando meu braço e fazendo-me recuar bem no momento em que Alex passou a toda velocidade com sua moto, o idiota ainda acenou, mais um pouco e eu teria sido atropelada. Suspirei recuperando-me do pequeno susto e encarei Roy que me olhava tranquilo. – Por favor.

— Não. – Neguei rapidamente.

— Por que não? – Perguntou chateado. – Acabei de salvar sua vida.

— Por que estava me fazendo um pedido.

— E daí? – Deu de ombros.  –Você está viva não está?

— Não. – Repeti.

— Por que não? – Retrucou petulante.

— Por que eu não tenho certeza de que você não contou nada para Thea. – Murmurei o surpreendendo.

— Você está brincando. – Retrucou. – Você sabe que eu não sou dedo duro.

—Ok. – Cedi com um novo suspiro. Joguei as chaves para ele. – Apenas por que você merece todo tipo de benefício de dúvida. – Roy sorriu como uma criança que acaba de ganhar seu presente enorme na manhã de natal. Ele rapidamente rodeou o carro e assumiu a direção. Minha verdadeira apreensão era por que eu nunca peguei carona com Roy, eu não sabia como ele era dirigindo, mas todas minhas preocupações foram em vão. Logo estávamos brigando para mudar de rádios e apenas concordamos parar quando começou a tocar “What Do I Know” de Ed Sheeran, olhei para o meu celular e notei o típico sinal me alertando que eu tinha uma mensagem na caixa postal. Fiquei surpresa ao abrir e escutar a voz de Oliver invadir meu ouvido.

Felicity. – Murmurou apressado. Houve uma pequena pausa como se estivesse recuperando o fôlego e continuou. – Anjo. – Sorri ao escutar o apelido. - Eu estou correndo de uma cirurgia para outra, eu sinto muito que tenha que enfrentar minha irmã sozinha. Não deixe Thea dominar a conversa, confie em mim, ela conseguirá fazer com que você se sinta o pior ser humano da face da terra. Eu amo minha irmã, mas ela consegue ser a rainha da manipulação quando quer, é charmoso e irritante ao mesmo tempo. Seja clara, direta e peça desculpas, por que devemos desculpas a ela. Por ter mentido, não se atreva a pedir desculpas por ter se envolvido comigo, não precisamos pedir desculpas por isso, você sabe disso certo? Espero que sim. Não somos um erro anjo, não haja como se fosse assim, eu quero fazer dar certo. Eu só peço o mesmo de você.— Ouve uma pausa em que pude ouvir vozes o chamando com urgência e um palavrão por parte dele em resposta. Ele voltou a falar com pressa e urgente. - Em fim, eu estou atrasado, boa sorte. E por favor, lembre-se que não somos um erro.

— Quem era? – Roy perguntou notando que eu olhava para o celular.

— Oliver. – Murmurei simplesmente.

— Você nunca me respondeu. – Ele falou chamando minha atenção. – Vocês são um casal?

— Eu... Sim, eu acho que somos sim. – Murmurei atônita.  Roy me encarou com um sorriso de diversão.

— Droga Smoak, você deve estar dando um puta trabalho para o meu cunhado perfeitinho.

— Eu vou escolher te ignorar. – Murmurei levando o celular ao meu ouvido.

— O que você está fazendo?

— Ligando para Oliver. – Respondi apressadamente.

— Isso mesmo, vá ligar para o seu namorado. – O encarei irritada e não hesitei em lhe presentear com a visão do meu dedo do meio. Ele soltou uma risada alta em resposta. O celular de Oliver tocou algumas vezes até que caiu na caixa postal. Que era exatamente o que eu estava esperando.

— Hey! – Murmurei voltando-me para a porta, tentando o máximo de privacidade que eu poderia ter estando bem ao lado de Roy. – Não se preocupe, eu estou indo enfrentar sua irmã, mas ela já sabe que não poderia encontrar oponente melhor, e tudo acabará bem, apesar de todo o meu drama inicial, eu vou ser honesta com você Oliver, e pela primeira vez comigo mesma, eu não temia exatamente a reação de Thea a nós dois, eu temia o que contar isso a sua irmã ia significar, estaríamos embarcando em algo mais sério, algo para o qual eu não estava pronta, e se eu estou realmente sendo completamente sincera com você... Eu ainda não estou. Mas o que eu estou disposta é a tentar, a descobrir, e estou dizendo sim ao mandarmos todas as regras para o alto. Não somos um erro, eu concordo, e eu sei que com você eu posso encontrar meu ponto de equilíbrio, então, não se preocupe, vá salvar vidas. – Terminei com um sorriso. Eu estava prestes a dizer algo a mais quando a voz de Roy me despertou.

— Isso é tão doce que está me dando diabetes. – Revirei os olhos e afastando um pouco o celular da minha boca o encarei.

— Vá se foder Roy Har... – O som metálico de carro chocando-se ao outro explodiu em meus ouvidos e cortou minha frase, eu apenas pude ver o rosto chocado de Roy milésimos de segundos antes de sairmos da estrada por culpa do impacto, o carro dando voltas fazendo-me fechar meus olhos de imediato. Apenas quando paramos foi que abri meus olhos, o choque fazendo todo o meu corpo tremer, encarei Roy que parecia uma bagunça de sangue, olhei para minhas mãos trementes e pensei ter ouvido minha voz chamar seu nome, eu não teria certeza, por que a inconsciência veio abafando todos meus sentidos, começando com a visão.

Deixando-me apenas com um pensamento antes de me entregar a completa escuridão.

Então é assim que era morrer?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e fico no aguardo do feedback, obrigada pelo carinho e até mais!!

Xoxo, LelahBallu,



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Problem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.