Problem escrita por LelahBallu


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, perdemos a votação hoje, mas como sempre, você podem contar comigo para um pequeno prêmio de consolação, isso se vocês consideram um novo capítulo meu com um prêmio Haha...
Então, obrigada pelo carinho de todos nos comentários e pela atenção, a aqueles que me parabenizaram seja no twitter, nos comentários de LFF, ou por outra rede pelo meu aniversário no fim de semana passado, meu xoxo especial, muito obrigada pelos votos de felicidade, e por tudo mais, :)
Tenham uma boa leitura, não quero me estender muito por que eu estou caindo de sono, até mais!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698210/chapter/11

FELICITY SMOAK

—O que você acha deste? – Escutei a voz de Thea se sobressair do silêncio que dominava a biblioteca, resisti ao intuito de colocar um dedo sobre os meus lábios em um pedido de silêncio, mais para irrita-la do que por qualquer outro motivo. Em vez disso eu ergui minha cabeça do meu resumo e a encarei com desaprovação. Ela é claro, percebeu meu olhar e ignorou. – Então? – Repetiu colocando a revista a minha frente.

— Você poderia ao menos diminuir o tom. – Murmurei percebendo os olhares fixos em nós duas. Ela revirou os olhos e empurrou a revista em meu rosto. Recuei para entender do que se tratava e franzi o cenho ao notar os vestidos delicados, brancos e elegantes, alguns com pérolas, outros rodados e cheios de rendas, enquanto outros eram mais justos. Afastei meu olhar da revista de noivas e encarei Thea que me olhava com expectativa.

— Roy fez alguma pergunta estúpida e você respondeu “sim”? – Perguntei por alguns instantes temendo que realmente se tratasse disso. Se esse fosse o caso, era uma péssima ideia. Ela soltou um pequeno riso como se lesse meus pensamentos.

— Claro que não. – Meneou a cabeça. – Esses são para o seu casamento com Ollie.

— Desculpe, o quê? – Perguntei temorosa, eu devia ter escutado errado. Eu tinha certeza que sim.

— Relaxe. – Sorriu mais amplamente. – Eu estive no dentista ontem.

— E? – Perguntei não vendo sentido no que dizia. Eu já devia ter me acostumado com como funcionava a cabeça de Thea, mas a verdade era que eu achava que isso nunca iria acontecer.

— E eu roubei uma revista. – Deu de ombros como se fosse nada demais.

Cada vez mais sem sentido.

— Você sabe que você é rica, certo? – Perguntei voltando a encarar a revista. – Você pode pagar por uma revista, mesmo que seja de noiva e não tenha nenhum casamento em vista.

— Exato. – Concordou. – Seria um desperdício, por que eu compraria uma revista de noiva, se eu não estou noiva?

— Você está certa. – Assenti. – Faz mais sentido rouba-la. – Murmurei irônica.

— Eu sabia que você ia entender. – Sorriu.  Então com um olhar divertido continuou a me provocar. – Eu deveria ter filmado sua cara quando eu falei em Ollie.

— Por que você ainda faz isso? – Perguntei com genuína curiosidade.

— Por que isso a irrita, o que me diverte. – Deu de ombros. Revirei os olhos para sua lógica e folhei a bendita revista de forma aleatória enquanto meus próprios pensamentos viajavam em uma direção que eu não estava nem um pouco contente em seguir.

Oliver Indeciso Queen.

Estúpido.

Três dias e eu não tive nenhuma resposta sobre minha proposta.

Três dias.

Eu era a estúpida que estava contando e que preferia um não imediato a um sim que parecia que nunca chegaria. Eu sabia que ele era ocupado. Eu podia dizer isso pelo fato de sempre nos encontramos de forma tão aleatória e com espaços tão grandes de tempo, isso além do fato de ele ser um médico, é claro, mas eu não conseguia deixar de ficar chateada, por mais que evitasse. Se eu tinha lhe feito uma pergunta, uma proposta, o mínimo que ele podia fazer era me mandar uma resposta qualquer que fosse, uma mensagem, um sinal, um café no parque novamente, qualquer coisa. O pior de tudo? Eu não podia sondar com Thea como estava seu irmão, por que isso criaria ideias em sua cabeça, e mesmo que nada do que ela pensasse chegaria remotamente perto da verdade, eu preferia que Thea não tivesse ideias.

O mundo se tornava melhor assim.

— Você terminou por hoje? – Thea perguntou me despertando de meus pensamentos.

— Hum? – Murmurei vagamente.

— De estudar. – Apontou para a mesa. – Você não parece mais interessada nisso tudo, eu pensei que poderíamos procurar por Roy na cantina. – Acrescentou ansiosa.

— Por que ele não está conosco hoje? – Perguntei juntando minhas coisas, por mais que Thea não fosse de estudos, Roy para minha surpresa era, na verdade não, ele odiava, mas ele era dedicado, ele não estava satisfeito com o que tinha, e sabia que se quisesse mudar isso teria que correr atrás, então ele sempre aproveitava minha companhia para tentar algo, agora mesmo estávamos em um sábado, não tínhamos nenhuma aula, e a biblioteca estava aberta. Ele poderia estar aqui, mas ele simplesmente sumiu.

— Ele está cuidando de algumas... Coisas. – Falou lançando um olhar ao redor.

Aqui.— Murmurei percebendo a estupidez que isso era.

— Aqui. – Assentiu. Percebendo o que eu achava isso só em olhar meu rosto, ela se apressou a acrescentar. – Não é sempre Felicity, hoje foi uma exceção. – Prometeu. Dei de ombros sabendo que a pesar de tudo eu estaria conversando com ele sobre isso mais tarde. - E em todo caso, ele disse que ia nos esperar na cantina quando terminasse, ele disse algo sobre eu o atrapalhar. – Murmurou indignada.

— Hum. – Resolvi não dizer mais nada sobre o assunto. Erguendo-me a chamei com um gesto de cabeça. – Então vamos até Roy.

— Você está com aquele olhar. – Acusou-me enquanto me acompanhava. Ergui uma sobrancelha em resposta, quando ela não disse mais nada eu suspirei.

— Que olhar? – Perguntei por fim.

— Você vai dar um sermão em Roy. – Falou sem hesitar. – Ele está fazendo o melhor que pode, Felicity.

— Eu sei disso. – Murmurei fracamente.

— Não. – Falou com convicção. – Você acha que ele poderia estar fazendo qualquer outra coisa, mas ele já está trabalhando, não é o bastante, então ele está tentando juntar o máximo de dinheiro que pode com isso e poder manter o perfil baixo depois, se concentrar apenas nos estudos e manter o básico com o dinheiro da oficina e outro bico que possa surgir.

— Você não precisa defendê-lo Thea, não comigo. – Falei sincera. – Eu não estou julgando, eu estou preocupada, eu acho sim que talvez ele tenha se acomodado, mas sei também que ele não tem o luxo de escolher o que fazer. Eu estou dividida. – Confessei. – Entre puxar suas orelhas e pedir que tenha juízo, ou abraça-lo e pedir que tome cuidado.

— Acredite em mim, eu sei do que você está falando. – Murmurou enquanto seguíamos por entre os corredores e saia do prédio. – Exceto que meus abraços exigem mais contato de pele, menos roupas e um pouco mais de ações entre lençóis.

— Eu provavelmente já devo ter deixado claro em algum momento. – Comecei atravessando o estacionamento e subindo a calçada. – Mas é sempre bom dar uma ressaltada: Thea, eu não quero saber sobre sua vida sexual.

— Bem, eu quero saber da sua. – Retrucou. Quase tropecei no ato. – Você é firme em desviar de minhas patéticas e frustrantes tentativas de aproxima-la do meu irmão, e como muitas garotas acham Ollie ridicularmente sexy, eu fiquei intrigada, e um pouco desconfiada.

— Thea...

— E eu já sei por quê. – Continuou parando em frente a grande porta de vidro. Eu podia ver Roy do outro lado sentando em uma das mesas enquanto digitava freneticamente em seu notebook. – Você está transando. E eu sei com quem é.

— Não, eu não estou. – Neguei rapidamente. O que não era uma mentira. Uma proposta, era o mais perto que eu havia chegado de sexo nas últimas semanas, e o babaca nem para responder. E se ela realmente soubesse quem era, não estaria tão tranquila assim.

— Ok, talvez eu não saiba exatamente quem é. – Corrigiu-se. – E isso é exclusivamente sua culpa, mas eu tenho certeza que você está com alguém, e minhas suspeitas é que seja o mesmo cara que a fez aparecer em meu apartamento sem seus sapatos, com vestido arrebentado, e cheia de segredos. O estranho super quente que você nunca entrou em detalhes, por mais que eu tenha pedido. – Continuou em tom irritado. – “Foi algo de uma noite.” Só isso, nada mais, e eu sei que você é uma pessoa reservada, mas eu mereço mais do que isso, principalmente quando você ainda está transando com ele. O que é um palpite, mas esse é dos bons.

—Thea...

— Nome, sobrenome... – Começou erguendo um dedo atrás do outro. – Eu quero idade, estado civil e quero saber em qual escândalo vocês dois estão envolvidos, por que a coisa toda deve ser bem suja e picante, ou você não estaria o mantendo escondido dessa forma. Ele é mais velho? Casado?  Ele é um professor nosso?  - Seu rosto se iluminou. – Oh meu Deus, ele é um professor casado?

— Thea! – Protestei tentando chamar sua atenção.

— Ele deve ser gostoso, muito. – Continuou me ignorando. – Mais do que Oliver, que está solteiro, dando sopa, é médico e você ignora.

—Você pode, por favor, esquecer seu irmão? – Implorei.

— Sim. – Assentiu. – Assim que você disser com qual dos nossos professores você está transando. – Concluiu me lançando um olhar desafiador. Para minha infelicidade nesse exato momento Iris passou com suas duas e igualmente estúpidas amigas, seu olhar me fez saber que havia escutado a última frase e que em breve seria o assunto mais comentado, fosse verdade ou não. – Trata-se do Sr. Palmer? – Thea continuou alheia ao breve momento que havia se passado, meneando a cabeça e com bem menos paciência do que quando essa conversa havia começado eu segurei seu braço e com a outra mão abri a porta, forçando-a a andar comigo e ignorando seus protestos esclareci.

— Eu não estou transando com ninguém Thea. – Falei aborrecida. - O que não é algo anormal, eu não preciso estar transando com alguém para não achar seu irmão irresistível. – Ok, mesmo falando isso eu sabia que estava sendo hipócrita, não por que não acreditasse no que eu dizia, eu poderia sim ser imune a Oliver e não estar transando com alguém, mas por que eu não era imune a Oliver, eu queria transar com Oliver e por que ele foi o último cara com quem eu transei. Mas Thea não precisava saber disso. – Roy, controle sua namorada. – Pedi parando em sua frente e erguendo um dedo para Thea antes que ela dissesse algo mais. – Pare! – Exigi.

— O que está acontecendo aqui? – Roy perguntou após receber um rápido beijo de Thea que se apressou em se sentar ao seu lado. Com bem menos delicadeza e sem nenhuma paciência sentei em frente do casal.

— Ela está impossível hoje. – Falei fazendo com que Roy a encarasse divertido.

— Eu só estou dizendo que não há vergonha em se sentir atraída por homens mais velhos. – Deu de ombros. Soltei o ar dos pulmões em um suspiro rude. – Você sabe quem é mais velho?

— Eu juro por Deus, Thea. – Prometi sem humor. – Se nomes como “Ollie”, Oliver e “meu irmão” sair de sua boca, eu estarei a deixando aqui falando sozinha.

— Não seja estúpida. – Ralhou. – Eu não ia dizer isso. – Revirou os olhos.

— Hum.

— Eu ia dizer que conheço um médico que tem a cura para todo esse mal humor. – Acrescentou rapidamente.

— Thea Queen!

— Por acaso ele é um Queen também. – Piscou.

— Eu estou indo embora. – Murmurei me erguendo.

— Está bem. – Rendeu-se. – Eu sei. Hoje eu estou mais insuportável do que o costume. – Admitiu. – Mas é por culpa de Ollie, eu tentei marcar algo com ele hoje, e ele negou mais uma vez. Quando meu irmão me irrita, eu desconto nos outros.

— Seu irmão é um homem ocupado. – Roy murmurou tentando anima-la.

— Eu sei. – Concordou. – Mas eu tenho certeza que não é trabalho que vai mantê-lo ocupado hoje à noite. – Ergui meus olhos ao escutar a insinuação. Percebendo que minha atenção havia voltado para ela e interpretando como curiosidade, ela continuou. - Eu tenho quase certeza que ele vai sair com aquela Isabel de novo. Eu posso ter visto uma mensagem em seu celular confirmando o horário hoje. – Murmurou sem parecer nem um pouco envergonhada do que tinha feito.

Eu por outro lado permanecia dura em minha cadeira.

Um tapa doeria menos do que saber que apesar de tudo Oliver havia continuado a ver a mulher em questão. Ele não havia se dado sequer o trabalho de me dar uma reposta. E eu era a estúpida que cogitou que a espera era um resultado de um sim, e que ele apenas estava ocupado demais para lidar com isso tudo agora. Thea que havia estragado meu dia e sequer sabia disso continuava a resmungar sobre as prioridades de seu irmão, que era basicamente transar com quem ela não aprovava. Engoli em seco ao escutar isso.

— É por isso que você está encurralando tanto Felicity? – Roy perguntou a interrompendo. – Por que quer mandar nas escolhas do seu irmão?

— Não. – Negou. – É por que eu não gosto de Isabel, e gosto de Felicity. – Abriu suas mãos enquanto dava de ombros, o gesto carregando a fala silenciosa “O que posso fazer?”.

— Você sequer conhecer essa mulher. – Roy argumentou. – E mesmo que tenha conhecido e não goste, seu irmão tem que ter direito a escolher com quem ele fode. – Murmurou de forma crua. Senti-me desconfortável com o rumo da conversa e olhei em vão ao redor, procurando uma maneira de fugir.

— Sim, mas...

— Thea. – Roy a chamou com suavidade. – Você vai acabar afastando seu irmão, se sempre que ele se envolver com alguém você fizer questão de mostrar sua desaprovação.

— Não se trata disso. – Negou. – Por que você está do lado do meu irmão de repente? Você sempre está fugindo de encontra-lo.

— Eu não estou o defendendo, eu só estou dizendo que você tem ciúmes. – Ele retrucou. – E você quer que eu diga como sei? Você odiava Laurel e desgostou de cada mulher que veio depois, e a única razão pela qual você diz querer aproximar Felicity e Oliver, é por que Felicity já mostrou mais de uma vez que não tem interesse nisso. – Pisquei surpresa com o que disse. Eu nunca tinha pensando dessa forma, sempre levei a sérios as provocações de Thea, ou no máximo pensava que esse era seu tipo de humor. – Você não os quer realmente juntos, você diz que sim apenas por que isso nunca vai acontecer, se eles ficassem juntos, você provavelmente começaria a implicar com Felicity. – Concluiu se recostando na cadeira.

— Eu acho que eu vou pegar um suco. – Murmurei ansiosa por me afastar. Eu nunca considerei Thea na equação quando propus a Oliver tal acordo, quando eu disse que não haveria dramas familiares. Eu sempre deduzi que ela jamais descobriria e honestamente, eu não havia achado que ela reagiria tão mal assim se acontecesse, mas agora Roy havia sem perceber levantado a questão. E pela forma como ele falou e como ela não desmentiu nada do que ele disse, ele estava certo.

Thea não reagiria bem.

Parecia que a escolha de Oliver no final foi melhor, por que eu não queria perder uma amiga em troca de alguns orgasmos.

— Espere Felicity. – Roy me chamou quando eu apenas tinha dado dois passos. Retornei e o encarei temendo e aguardando o que veria a seguir. Ansiosa para ser liberada dessa conversa.

— Sim?

— Eu estava pensando... – Começou olhando de uma para outra.  – O que vocês garotas achariam de uma festa?

Oh não.

De jeito nenhum.

Inferno, não.

Eu não disse nenhuma dessas frases em voz alta, mas a forma com que eles suspiraram me dizia que eu com toda certeza expressei em meu rosto, sem falar que eu tardiamente percebi que havia meneado a cabeça em negativa tantas vezes e com tanta veemência que eu sentia certa dor no pescoço.

— Deixe-o terminar. – Thea pediu.

— Eu não estou no clima de festas. – Argumentei. Tão logo deixasse claro, melhor.

— Você nunca está. – Roy retrucou. – Você está sempre fugindo de qualquer diversão.

— O que é estranho, chato e eu preciso admitir um pouco decepcionante. – Thea murmurou me chamando atenção. – Eu tenho essa amiga, que tem uma fama incrível de piranha e festeira, mas você não faz nada disso. Às vezes eu tenho medo de me intoxicar com toda essa sua pureza. – Reclamou. Ergui uma sobrancelha com o que disse. Eu acho que nem quando eu havia sido uma criança eu havia sido acusada de ser pura. Acusada, por que a forma que ela falou parecia algo errado. – Eu tenho quase certeza que apesar de tudo você é do tipo que não consegue dizer pau para se referir a um pênis. – A encarei incrédula. – Corrijo-me, eu tenho certeza.

— Isso... Olha... – Tomei ar. – O que... Eu... É mentira. – Concluí por fim. Ela apenas deu de ombros, como se apontasse estar certa. Roy para minha vergonha ria descaradamente. – Eu consigo dizer. – Protestei.

— Pois diga. – Desafiou cruzando os braços.

— Eu não soudo tipo que entra em desafios apenas para provar algo. – Retruquei.

— Ou você está se segurando a isso como desculpa. – Apontou.

— Eu não vou cair nessa. – Falei decidida.

— Diga Felicity. – Exigiu.

— Isso é ridículo! – Observei, ela bateu na mesa e apontou para mim.

— Eu sabia que não conseguia. – Comemorou exultante.

— Você está brigando comigo por que eu não sou uma puta? – Ergui uma sobrancelha. -  Ao contrário do que pensam? – Questionei tentando desviar sua atenção.

— Não. – Falou categoricamente. – Estou reclamando por que você poderia ser um pouquinho mais divertida. – Soltou um suspiro cansado. - Eu quero ficar bêbada Felicity, eu quero subir em uma mesa ao ponto do meu namorado precisar me tirar de lá por que estou tendo tanta diversão que perdi o senso de ridículo. Eu quero rir bobamente, apenas por que eu não consegui decifrar as palavras que alguém falou comigo por estar tão bêbada que tudo o que ouvi foram sons. Eu quero dançar. Zero preocupação. Eu quero ir a algum lugar que fazer barulho seja uma regra, e não receberei um monte “Shiu” pedindo silêncio, entende?

— Vocês sabem que podem ir sem mim, certo? – Perguntei chateada. Eu estava tentando, eu conseguia me meter em confusões mesmo não sendo a culpada, só em estar no lugar errado e na hora errada. Como eu disse a Oliver eu também tive minha cota de confusões em festas em que havia estado bêbada, e desde o último incidente com Cooper, apenas a ideia de uma festa já me trazia certa quantidade de estresse.

— A questão é que eu quero que isso para você também. – A frase dita por Thea me arrancou de meus pensamentos. – Qual o problema de se divertir um pouco?

— Ela está certa. – Roy murmurou me surpreendendo. – Exceto pela parte da mesa, eu não vou deixar você subir em nada. – Falou rapidamente a encarando. Thea apenas sorriu como resposta. Voltando sua atenção para mim, ele continuou. – Eu entendo por que você está evitando as festas... – Murmurou fazendo com que eu soubesse do que ele estava falando. -... As provas e tudo mais. – Completou, e eu sabia que havia sido em respeito a minha decisão e não revelar nada sobre isso a Thea. – Mas eu garanto, eu vou estar com vocês, vamos ter uma noite divertida, apenas algumas horas, e eu conheço o lugar. O pessoal que está organizando, é gente tranquila. O que acha?

— Quando vai ser essa festa? – Perguntei meio que cedendo. Mais para um passo nessa direção. Os dois sabiam disso, por que Thea bateu palmas em comemoração e Roy exibiu um sorriso mais discreto.

— Hoje. – Murmurou.

— Hoje? – Perguntei ainda mais incerta, por conta de um certo segurança que precisaria de muito tempo para convencer que eu estaria bem sozinha nessa festa. Diggle estava cada vez mais difícil de lidar desde o que aconteceu com Cooper e as coisas só aumentaram quando eu fugi da festa com Oliver.

— Hoje é perfeito. – Thea murmurou mais contente ainda. – O idiota do meu irmão vai ter esse encontro, é uma ótima oportunidade para eu ir a uma festa sem tê-lo me checando o tempo todo no celular. Oliver tende a ser um pouco protetor demais.

Oh, eu tinha completamente esquecido por um breve momento sobre Oliver e seu encontro mais tarde. Apenas a ideia de que ele estaria tendo sua própria diversão e que terminaria a noite nos braços de outra já foi o suficiente para me fazer esquecer qualquer receio de ir a tal festa. Na verdade a imagem criada em minha mente fazia com que eu desejasse avidamente por algo forte o suficiente para eu mesma ser aquela que estaria tropeçando nos próprios pés mais tarde. Hoje eu queria ter a vodca, tequila e qualquer outra bebida mais forte como minhas melhores amigas.

— Eu vou. – Murmurei decidida, até mesmo Thea se surpreendeu com a força da minha decisão. – Se prepare Thea Queen por que hoje você vai entender por que minha fama dura mesmo anos depois.

Seu sorriso contente foi à resposta.

Eu por outro lado estava mais do que animada em chutar Oliver Queen da minha mente.

E inferno, como eu ia.

Eu consegui, por um tempo.

Horas mais tarde, e algumas bebidas depois eu dancei por entre os corpos suados e agitei minhas mãos para cima. Eu sentia meu corpo vibrar com a batida da música e seguia o ritmo embora meus passos fossem trôpegos, eu não era uma dançarina, mesmo bêbada eu sabia disso, mas ninguém estava ligando para isso, tudo o que os caras enxergavam era um belo corpo se movendo.

Foda-se. 

Eu era vagamente ciente de cada olhar que recebia, eu estava zangada e frustrada.   Por que de todos os olhares que eu recebia nenhum era dele. Eu queria me bater por deixar Oliver entrar em meus pensamentos agora. Eu estava me divertindo, eu estava bebendo e tinha amigos, eu estava livre, agora eu estava livre de sua presença sempre com aquele tom julgador, mas então eu penso em seus olhos azuis, quentes, mas que apenas me observavam. Ele sempre me olhava como se lutasse entre a vontade de me atrair para si ou apenas me deixar de lado. E agora, bem agora, ele fazendo isso. Deixando-me de lado. Ele estava com outra, e isso estava mexendo comigo, com minha cabeça. Ele era um idiota. Estúpido narcisista, arrogante e prepotente.

Eu não precisava dele.

Eu não o queria.

Nem um pouco.

E eu precisava contar a ele.

Agora.

 Sem deixar minha bebida derramar eu consegui passar pelos desconhecidos que exibiam seus corpos enquanto dançavam. Os caras eram quentes, e as garotas eram sexys, a pintura corporal deixava cada um com o visual selvagem. Eu me perguntava como eu parecia agora, apenas em meu sutiã e uma saia curta, coberta da pintura fluorescente. O que Oliver acharia? Maldito Oliver Queen.  Soltei um suspiro de alívio quando saí da pista abarrotada e caminhei com passos trôpegos até subir a escada, encostei-me a grade e olhei para baixo observando o mar colorido de pessoas se movimentando em sincronia. Era bonito.

Quase poético.

— Wooh eu estou muito bêbada. – Franzi o cenho revisando meu pensamento.  – O que eu ia fazer? – Murmurei para mim mesma arrastando meu cabelo para longe do meu pescoço molhado. Demorou pelo menos cinco segundos para que eu risse bobamente. – Oh eu preciso ligar para meu médico. – O bom de estar em uma festa cheia de jovens bêbados (Alguns drogados também) era que ninguém ligava se você estava rindo e falando sozinha. Sem demorar mais enfiei minha mão no bolso traseiro e puxei meu celular. Hum isso era ruim, ele estava ensopado de cerveja. Onde estava minha cerveja?

E o que aconteceu com a vodca que veio antes?

Balancei minha cabeça afastando fisicamente meus pensamentos aleatórios e sorri quando a tela se acendeu. Caro, mas prático. Procurei em minha agenda sua foto e sem dedicar nenhum pensamento a mais levei o celular à orelha.

Sim, eu tinha uma foto de Oliver em meu celular, mas apenas por que sua irmã havia enviado para mim, ela também havia adicionado o número do seu celular e salvado a foto como contato, eu disse que não tinha achado graça nenhuma da foto e que havia excluído, mas eu não excluí. Eu a mantive e mudei a senha do meu celular para que Thea nunca descobrisse isso.

Eu mencionei que a foto era de quando ele era criança?

Eu não acredito que Oliver Queen havia sido uma criança.

Eu tinha certeza que ele era um robô.

Droga, eu estava devaneando novamente.

— Por que não está chamando? – Perguntei em tom choroso encarando a tela do celular. – Oh, ops! – Murmurei antes de finalmente clicar em chamar.

Um toque. Dois toques. Três toques.

— Queen. – Murmurou em seu tom forte que fez com que eu parasse por um momento apenas absorvendo sua voz em meus ouvidos. Mesmo o som alto da festa não pode ocultar a rouquidão da voz masculina, o timbre sexy mesmo falando apenas uma palavra, sua voz... – Alô?- Murmurou de forma impaciente. Oliver precisava relaxar.

Ele precisava transar.

Sexo era suposto para ser relaxante, alguma coisa a outra estava fazendo errado. E era por isso que ele devia transar comigo.

— Por que você não quer transar comigo? – Soltei ganhando o silêncio como resposta.

— Felicity? – Escutei o som abafado. – O que...

— Eu sou uma garota bonita. – Murmurei me apoiando na grade e discutindo como se ele tivesse em minha frente. – Meu corpo é ok. Não posso reclamar do meu rosto, e já me disseram que minha bunda é tão fantástica que... Eu acho que não posso repetir o que ele disse. – Interrompi-me percebendo que o que o moreno tinha dito mais cedo não era legal. Estalando a língua continuei.  – Eu sou gostosa, Oliver, muito. Por que você não quer transar comigo, seu estúpido?  - Perguntei sabendo que neste momento ele devia estar com a morena que Thea havia falado mais cedo. A única razão que eu sabia se tratar de que ela era morena, era que Thea fazia questão de dizer que odiava até mesmo isso nela. - Você quer saber? Isabel é feia, ela não tem pernas legais e transar com ela deve ser o mesmo que transar com um bloco de gelo. Parabéns. Faça bom proveito. Eu não preciso de você, eu estou em uma festa. Eu tenho vários caras quentes aqui que querem foder comigo. Literalmente, eles querem sexo. Eu não preciso de você, eu não preciso do seu pau de ouro, eu não quero sua atenção. – Murmurei encerrando a chamada bruscamente e soltando um suspiro perdido quando ergui minha cabeça. – Isso foi bom. – Olhei em volta procurando por Thea. – Eu preciso avisar a Thea que conseguir falar “pau”.

POV OLIVER

Encarei incrédulo meu celular.

— Está tudo bem? – A voz feminina fez com que eu desviasse minha atenção do celular e encontrasse seu olhar preocupado, Isabel me encarava com cenho franzido do outro lado da mesa.  Eu havia trazido para o mesmo restaurante das vezes anteriores por que já estávamos acostumados com o atendimento. Eu pensei que seria o local e o dia ideal para explicar a ela por que eu não poderia mais continuar com esses encontros. Quando ela ligou dias antes eu havia cedido e aceitado nos encontrarmos para jantar, mas apenas por que independente se haveria sexo ou não depois, o jantar com Isabel sempre era tranquilo, ela era uma conhecida. Era boa em conversar, ela estava familiarizada com a rotina de um hospital. E por mais que não estivéssemos em nenhum relacionamento, eu queria dizer pessoalmente por que não haveria mais encontros casuais. Era por essa razão que eu ainda não havia entrado em contato com Felicity, por que qualquer que fosse minha resposta para sua pergunta, eu também queria dizer pessoalmente, mas as coisas estavam tão agitadas no hospital que foi impossível marcar algo com qualquer uma das duas até hoje. Só agora tudo havia se acalmado, esta noite era uma noite tranquila no hospital eu poderia ter um pouco de tranquilidade também, é claro isso foi antes de Felicity me ligar bêbada. – Oliver?

Eu nem havia começado meu jantar e garota já parecia incrivelmente bêbada.

— Oliver? – Isabel repetiu.

— Sim? – Murmurei distraído a encarando brevemente.

— Está tudo bem? – Repetiu.

— Sim. – Assenti antes de voltar minha atenção para o celular. A voz de Felicity penetrando em minha mente. Ela havia dito “pau de ouro?” – Eu não sei. – Confessei. – Eu preciso retornar essa ligação. – Murmurei em tom de desculpas e já me erguendo. Ela assentiu e enquanto eu me afastava da mesa eu já levava o celular à orelha. O que aquela louca estava fazendo? Ela havia dito que estava em uma festa com vários caras? Ela estava bêbada, no que ela estava pensando? Praguejei ao notar que a chamada caia na caixa de mensagens e resolvi ligar para Thea, se Felicity estava em uma festa havia grandes chances de Thea e Roy estarem também. Ultimamente Thea ela não conseguia se desgrudar de Felicity.

— Hey! – Respondeu alto demais, o barulho de gritos mesclado ao som abafado da música alta atrapalhando e me informando que ela realmente estava em uma festa. – O que aconteceu?

Gritos? Que festa era aquela?

— Você está com Felicity? – Perguntei indo direto ao assunto. Eu sequer iria tentar explicar por que de repente eu estava interessado em sua amiga e onde ela estava.

— O quê? – Gritou.

— Felicity. – Repeti. - Você está com ela? – Falei cada vez mais alto. Era bom que eu tivesse saído do restaurante e estava agora na calçada, por que eu definitivamente estava atraindo atenção. – Onde está Felicity? Onde diabos é essa festa?

— Como você sabe disso? – Perguntou. – Por que você está interessando em Felicity e como sabe que ela está em uma festa? – Merda. Todas as perguntas já começaram. E Thea sempre as mandava de uma vez. - Não importa, ela está se divertindo. Não atrapalhe isso Ollie, ela está feliz, rindo, dançando e... ONDE ESTÁ ELA? – Gritou fazendo com que eu me estremecesse. – Roy onde está Felicity?

— Thea... – A chamei, mas perecia que ela tinha desviado sua atenção para seu namorado e estava envolvida na conversa, por que agora eu só conseguia escutar ruídos da festa e ocasionais trechos da conversa.

— Precisamos procurar por ela... – Continuou alheia ao meu chamado.

— Thea! – Repeti.

— Desculpe Ollie, eu não a vejo, eu preciso desligar...

— Onde é essa festa? – Questionei rapidamente, temendo que ela realmente desligasse.

— Por quê? – Perguntou confusa.

— Apenas me mande o endereço. – Exigi. – Eu estou a caminho.

— Oliver, podemos encontra-la. – Respondeu. – Ela ainda deve estar por perto, ela me prometeu que não sairia com ninguém sem me apresentar o cara antes...

— Apenas mande o maldito endereço Thea. – Exigi desligando o celular bruscamente. Avancei alguns passos até perceber que estava saindo e deixando Isabel sem ao menos uma desculpa. Eu havia esquecido completamente dela, girei caminhando rapidamente de volta para o restaurante e pedi desculpas a Isabel explicando que não poderia deixa-la e menti, por alguma razão troquei Felicity por Thea e disse que minha irmã estava em problemas e precisava de mim. Quando entrei em meu carro recebi a mensagem de Thea com o endereço, confesso que temia que me pedido fosse ignorando, mas agora com o celular em mãos eu descobri que não era tão longe, meia hora e eu estaria lá. Eu esperava que até lá minha irmã já a tivesse encontrado. Meia hora era tempo suficiente para uma Felicity bêbada entrar em apuros.

Vários caras? Acho que não.

Quando cheguei ao endereço observei o prédio que parecia vibrar, sem demora me apressei em entrar no lá, mas mãos femininas me impediram. Observei carrancudo os sorrisos que me dirigiam as duas garotas e me concentrei apenas nos rapazes a minha esquerda.

— Eu preciso buscar uma pessoa. – Murmurei sem paciência.

— Você não pode entrar. – Balançou a cabeça em negativa.

— Eu posso pagar. – Murmurei sem preocupação e buscando minha carteira, a morena no meu lado direito segurou meu pulso impedindo que eu continuasse.

— Tudo o que você precisa é tirar a camisa. – Sorriu.

— Como? – Perguntei achando que não tinha entendido direito. Eu não tinha tempo para isso.

— É muito simples. – Seus olhos brilharam. – Você está muito vestido. - Apontou para meu terno e gravata. – Você tira tudo isso e então podemos pintar você. Só então você poderá entrar.

— Ou você pode aceitar meu dinheiro. – Retruquei cada vez mais impaciente.

— É nosso traje a rigor. – Deu de ombros. – Eu sou Carrie, a propósito. – Piscou. Olhei para dentro, a luz negra refletindo sobre as pinturas em seus corpos que se agitavam, os homens estavam sem camisa e as mulheres vestiam quase nada, Felicity provavelmente também estava assim. Rangendo os dentes voltei a encarar a morena e puxei minha gravata enquanto murmurava entre dentes.

— Seja rápida. – Exigi.

— Que pena, eu adoraria levar mais tempo nisso. – Falou levando-me mais para o canto onde uma mesa de metal estava, ela não demorou muito, nem fez algo muito extravagante, eu corria meus olhos pela sala em busca de Felicity, mas não fui capaz de localiza-la tão facilmente. Quando finalmente pude me livrar das mãos que se arrastavam preguiçosamente por minha pele eu entrei na multidão, não pude encontra-la de imediato, uma hora desde que ela havia ligado. Onde ela estava?

Subi mais um andar e olhei para baixo, uma mão pousando na grade, nenhum sinal. Nada de Felcity, nem da minha irmã ou Roy. Impaciente voltei a pegar meu celular e liguei para Thea enquanto ainda sondava o lugar com o olhar. Estava cada vez mais aborrecido, Thea não atendia seu telefone e eu não conseguia encontrar Felicity. Cliquei em chamar novamente enquanto mais uma vez olhei em volta, minha atenção se renovando para a nova pista que havia sido improvisada, caminhei mais profundo esbarrando-me nas pessoas até que eu finalmente a encontrei. Um soco não teria levado tanto do meu ar como ela fez. Ela estava em cima de uma mesa improvisada redonda, seus braços se erguendo, olhos fechados, seu corpo ondulava sensualmente, a boca coberta com um batom brilhante.

Minha boca ficou seca, meu coração se acelerando a medida que meu corpo se esquentava.

Merda. Eu estava excitado. E tudo o que eu estava fazendo era observa-la.

— Ollie? – Pisquei rapidamente ao notar que meu celular ainda estava junto ao meu ouvido e que Thea havia respondido a minha chamada.  – Você chegou? Ollie? – Sem esperar por um novo chamado seu eu rapidamente encerrei a chamada, sem desviar os olhos de Felicity eu avancei.

Como hipnotizado pelo canto de uma sereia eu me aproximei, mesmo enquanto meus olhos acompanhavam seus movimentos eu notei que não era o único, desviei a contragosto minha atenção de Felicity e olhei em volta contando mentalmente quantos faziam o mesmo.

Vários caras. Não hoje, anjo.

Entrei ainda mais no círculo ficando em frente a ela. Tomei meu tempo apenas a observando.

Como se algo a tivesse chamando ela abriu os olhos e me encarou com surpresa. Pensei que desceria, que me puxaria para canto para repetir o que havia dito pelo celular, mas ela não o fez, ela sorriu, um sorriso lento e provocativo, seu corpo continuou se movimentando sensualmente e uma mão deslizou em meu ombro, minha atenção se desviou para seus seios presos pelo sutiã e minha mão se ergueu com vontade própria, percebi que ia toca-la ali, rodeados por gente e que por um momento eu não me importava. Felizmente a razão acabou ganhando essa, então desviei o destino da minha mão e envolvi sua cintura, ergui a outra a alcançando e a ergui puxando-a para meus pés. Ela protestou, mas eu não estava deixando-a voltar para lá e chamar atenção para seu corpo perfeito e bunda fantástica.

— Nós estamos indo embora. – Murmurei em seu ouvido. Ela balançou a cabeça em negativa e envolveu sua mão na minha. – Felicity. – Protestei.

— Vamos dançar. – Murmurou exigente puxando-me até a pista. Eu deveria ter protestado mais, deveria tê-la colocado sobre meu ombro e ido embora sem lhe dar alternativa, mas o que eu conseguia observar era seu sorriso. Felicity nunca tinha sorrido assim, não para mim, então eu não pude evitar acompanha-la, nem pude protestar quando ela passou em volta de mim, os dedos passeando pelo meu abdômen antes de se encaixar em meus braços dando-me as costas, eu não pude evitar envolver sua cintura com um braço quando ela arrastou uma mão para trás e segurou meus cabelos, mantive meu rosto enterrado em seu pescoço enquanto meus quadris moviam-se contra os dela, eu não sabia que era capaz de dançar, mas eu também não poderia chamar isso de dança.

Eu fiquei irritado, por que ela me tinha nas pontas dos dedos. Eu havia deixando uma mulher bonita para trás, uma mulher com quem eu poderia até mesmo ter um relacionamento sério, se eu quisesse, mas eu não queria. E tudo para estar com essa garota que era capaz de me enlouquecer. Com meus pensamentos agitados e com meu corpo respondendo ao seu que movia de forma provocante inalei seu cheiro doce e ao mesmo tempo picante, beijei o seu pescoço sorvendo o suor em sua pele e a senti estremecer. Ela girou em meus braços, seu rosto pairando diante o meu, os lábios luxuriantes me tentando.

— Por que você veio? – Perguntou erguendo seus olhos dos meus lábios e encontrando os meus.

— Por você. – Falei curtamente. Por que esta era a versão mais simples. Seus olhos me observavam com um novo brilho, um brilho selvagem que eu sabia estar presente nos meus. Não houve hesitação, não houve tempo para pensar melhor, não houve chance para um protesto. Alcancei a parte de trás do seu pescoço e puxei sua boca até a minha. Enchi minhas mãos de seu cabelo e empurrei minha língua em sua boca ávida, suas mãos correram por meus ombros agarrando a pele exposta.  Nossos lábios moviam-se em sincronia enquanto minha mão deslizava por suas costas até alcançar sua bunda a apertando. Arqueou-se em busca de um contato maior. A puxei deixando-a sentir o que um beijo seu fazia comigo e senti esfregar-se a mim com avidez. Ela seria minha ruína. Não importava o quanto eu queria evitar isso, era por seus beijos que eu ansiava, era por tê-la assim que eu havia vindo até ela. Quando finalmente diminuímos a intensidade do beijo e nos afastamos para recuperar um pouco de ar, ela parecia agitada, fora de foco. Eu me senti um canalha, ela estava bêbada, eu não poderia continuar isso.

— Precisamos ir Felicity. – Murmurei encostando minha testa na sua.

— Por quê? – Perguntou soando contrariada.

— Por que é o certo. – Murmurei antes beijar seus lábios novamente, um breve e delicado beijo, apenas por que não pude resistir. – Vamos?

— Vamos. – Assentiu fracamente, afastei meu rosto do seu e segurei sua mão a puxando junto comigo.

Quando passei por Carrie novamente ela me lançou um olhar decepcionado ao ver que eu estava acompanhado, mas jogou minhas roupas para mim. Agradeci com um aceno e dirigi minha atenção para Felicity que descansava pesadamente contra meu braço.

— Onde estão suas roupas? – Perguntei lhe dando um rápido olhar pelo corpo. Ela olhou para si mesma e me encarou confusa.

 - Estas? – Murmurou franzindo o cenho.

— Você só pode estar brincando. – Meneei a cabeça enquanto a ajudava a vestir meu casaco.

— Onde está Thea? – Perguntou-me quando entrou deitou sua cabeça pesadamente contra o encosto do banco macio do carona. – Eu preciso contar algo a ela.

— Amanhã. – Murmurei ajustando o cinto. – Não durma Felicity. – Pedi. – Não quero enfrentar seu segurança te carregando nos meus braços. Seria um pouco difícil desviar das balas. – Brinquei.

— Não me leve para casa Oliver. – Pediu piscando seus olhos com lentidão sonolenta. – Diggle vai ficar preocupado. A última vez ele me encontrou em um hospital.

— Por que ele não está aqui? – Perguntei a encarando preocupado. Ela precisava de dele, ainda mais depois do que quase havia acontecido antes, além de ser filha de um senador, ela não podia ignorar o que aconteceu com seu “noivo”.  Ela sorriu achando graça.

— Thea. – Murmurou me surpreendendo. - Ela disse que estávamos estudando a noite inteira. – Confessou. Eu sempre estive preocupado como a amizade de Felicity conduziria Thea, aparentemente eu deveria me preocupar com o inverso. – Eii. – Chamou-me suavemente, sua mão segurando meu cabelo. Ela ainda estava sob o efeito do álcool, mas agora ela não era mais a garota desinibida que dançava em cima da mesa. Ela era a bêbada adorável.

— Hum? – Perguntei tentando ficar atento.

— Você é fofo. – Murmurou fazendo com que um sorriso escapasse. – Dr. Delícia.

— Obrigado. – Murmurei segurando sua mão que ainda me segurava e a afastando. – Vamos, eu vou te levar para casa. - Sussurrei antes de fechar à porta e dar a volta para assumir meu lugar, tomei meu tempo para vestir minha camisa rapidamente e liguei o carro. Ela parecia decepcionada, encostou sua cabeça no vidro ocultando seu rosto apenas parcialmente, e de onde eu podia ver parecia que havia fechados os olhos. Não voltei a pedir que se mantivesse acordada, eu já havia feito uma escolha, se eu me arrependeria dela eu só poderia dizer no dia seguinte.

A levei para o meu apartamento, pensei que continuaria dormindo, mas tão longo chegamos à garagem ela despertou. Não comentou sobre eu não tê-la levado para sua casa, ela estava estranhamente calada e pálida. Quando cheguei à festa estava tão absorto nela que não questionei se havia consumido algum tipo de droga, eu havia esquecido como tinha a conhecido. Agora não parecia um bom momento, principalmente quando tão logo entramos no meu apartamento, ela correu pelos corredores, e entrou no banheiro. Não foi preciso muito para associar os barulhos que eu escutava, ela estava vomitando, o médico em mim considerou leva-la ao hospital, mas eu já conhecia todo o procedimento, eu era egoísta demais para deixa-la ir para casa depois, afinal de contas. Fui na cozinha e peguei um pano molhado, um pouco de água e comprimidos, entrei no banheiro apesar dos seus protestos.

— Você não precisa ver isso Oliver.  – Sussurrou encostando sua cabeça na parede, ela estava sentada no chão ao lado do vaso. Sorri com seu comentário.

— Eu sou um médico. – Murmurei sentando-me ao seu lado, coloquei as coisas dentro da banheira e encostei-me contra a parede. – Eu posso garantir que já vi muito pior. – Murmurei afastando seus cabelos, ela me dirigiu um sorriso fraco antes voltar-se novamente para o vaso. Segurei seus cabelos impedindo que se sujasse e quando ela voltou a se afastar do vaso a puxei para mim, deitando-a contra meu peito. A noite correu dessa forma, enquanto eu acariciava seus cabelos e ela mudava de posição para deitar em meu colo, eu perguntava por que eu preferi estar preso em meu banheiro enquanto ela expulsava todo o álcool do seu corpo quando eu poderia estar em uma banheira com Isabel? Por que mesmo colocando assim eu não me arrependia?

Eu não tenho certeza se gostaria da resposta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, fico no aguardo do feedback.
Xoxo, LelahBallu.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Problem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.