A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 43
Capítulo Quarenta e Três - Casal Feliz


Notas iniciais do capítulo

Já faz um tempinho que eu, conversando com uma amiga, disse que a vida da Bell começaria a sair dos trilhos, que eu começaria a mostrar o lado mais... Triste, acho, da história de alguém que trás o nome Lestrange ou mesmo Malfoy e é isso que eu pretendo fazer nesses próximos capítulos. Afinal o Draco está perto de se tornar um Comensal e é algo que em A Filha das Trevas engloba muito mais do que somente a família Malfoy.

E em contrapartida temos o Dorian, que está sendo alguém surpreendente ao ajudar a Bell nos últimos capítulos e foi um personagem que cresceu mais do que eu imaginava.

Espero que vocês gostem e continuem a deixar a opinião de vocês.



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                Belinda retornou ao dormitório após o almoço, ignorando a todos e se trancando no banheiro, após tomar banho e se vestir, abandonou o Salão Comunal mais uma vez, novamente sob olhares e cochichos.

                Lestrange andava de um lado para o outro, a mão indo de encontro a seu cordão constantemente, o portal parecia lhe chamar, sendo sua única chance de escapar do Castelo, mas Belinda não sabia o que fazer, porém só poderia fugir assim, mesmo que isso provavelmente enfurecesse Dorian e ela não soubesse onde iria acabar parando.

 

 

                 Dorian havia acabado de aparatar em uma ruela de Cabo Verde, próximo a praia. Se surpreendendo quando a menina surgiu do nada a sua frente, os olhos parecendo perdidos de uma forma que ele jamais vira.

—O que diabos você faz aqui? –Ele estava mais chocado que irritado, essa era a verdade.

                  Dorian não esperava que ela tivesse a ousadia de usar o Portal para escapar durante o dia de Hogwarts, principalmente sem que ele a estivesse aguardando.

                  Belinda olhou em volta e franziu o cenho, o dia estava ensolarado e bonito. Ela sabia que Dorian ficaria irritado, mas decidiu correr o risco, pelo menos teria um duelo para descarregar a própria raiva.

—Desculpe. –Ela disse voltando o olhar ao albino. –Eu achei que você fosse estar mais perto de... Casa, acho.

—De novo. –Ele disse, respirando fundo e focando os olhos lilases nela. –O que diabos você faz aqui?

—Eu precisava sair de Hogwarts.

                  A confusão mental da menina o estava deixando desarmado, já entrara demais em sua mente para saber que Belinda era forte o suficiente para ficar confusa por qualquer bobagem.

—Vem. –Ele chamou.

                 Belinda piscou confusa.

—Vai me mandar de volta a Hogwarts? –Havia certa preocupação em sua frase, o que o fez suspirar.

—Não, vamos comer alguma coisa. –Ele deu de ombros.

—Onde estamos?

—África, em Cabo Verde.

                 Belinda arregalou o olhou e encarou ao redor.

—O que merda a gente tá fazendo aqui?

—Eu estava vindo comprar algumas coisas que você pediu. –Ele a recordou. –Você só tá me enchendo a paciência.

                  Belinda deu um sorriso triste, a verdade é que ela parecia quebrada, quebrada de um modo que ele não pensou em vê-la desde que a conheceu, principalmente depois dos treinos de Occlumency.

—Partiram seu coração? –Ele debochou.

                  Lestrange pensou no assunto, enfiando as mãos no bolso da calça jeans e olhando para frente, focada em continuar andando.

—Algo assim. –Respondeu um tanto quanto perdida em pensamentos.

                  Dorian não retrucou, somente a guiou para um quiosque próximo a praia, a qual Belinda se deslumbrou com a visão, era um lugar excepcional para passar um dia agradável e desenhar.

—Uau. –Ela soltou. –Esse lugar é lindo.

—É sim. –Ele concordou. –Vamos sentar. –Ele indicou a cadeira.

                 Belinda sentou em uma pequena mesa a beira da praia, a brisa que vinha do mar era refrescante e com um cheiro particularmente tranquilizador. Bell fechou os olhos e inspirou profundamente. Dorian se surpreendeu com a menina, essa era uma Belinda que ele nunca havia visto.

                 Belinda sentiu o olhar do rapaz sobre ela, sabia que ele estava curioso com sua aparição repentina, apesar de ela achar que ele ficaria irritado, mas Lestrange sabia que se permanecesse em Hogwarts, perderia completamente o controle das emoções e não seria nada inteligente deixar isso acontecer.

—Obrigada por me permitir ficar. –Ela abriu os olhos e o encarou, dando um pequeno, mas triste, sorriso. –De verdade.

                Dorian se desarmou, ainda esperava alguma coisa negativa, não costumava esperar nada positivo de ninguém, mas Belinda só parecia querer ficar em paz, com as pessoas a sua volta e principalmente com si mesma.

                Um Trouxa se aproximou dos dois, fazendo Bell o encarar de sobrancelha arqueada, enquanto Dorian falava algo com o homem, em uma língua que a menina desconhecia, reconhecendo uma ou duas palavras inglesas no meio de uma frase.

—Que língua é essa? –Ela questionou curiosamente, assim que estavam a sós.

—Português. –Ele falou após um momento de ponderação.

—Eu já havia escutado e lido em algum lugar, acho –Ela fez careta. –que português é a língua falada no Brasil.

—Bem... Em outros lugares do mundo também. –Ele pensou, a vendo pegar um sachê de açúcar e rolar entre o dedo médio e indicador. –Até onde sei é falado em Portugal e em alguns lugares da África, como aqui.

                 Bell assimilou o novo aprendizado e assentiu.

—Interessante.

—Nós estamos na Praia de Santa Maria. –Ele apontou para o mar. –Depois iremos até o Pier Santa Maria, tem um iate a qual devemos visitar.

—Merlin! –Ela soltou, dando um pequeno sorriso. –Você vai matar alguém?

                 Dorian sorriu.

—Talvez você. –Ele zombou.

—Lembre-se que eu não sou fácil de matar. –Ela o encarou por sob os cílios.

—Quem sabe?

                  Belinda se surpreendeu com a troca de sorriso e tranquilidade que eles estavam compartilhando aquele momento.

                  O rapaz Trouxa deixou uma bandeja sobre a mesa e se distanciou novamente, Bell viu Dorian pegar o copo com uma mistura marrom da bandeja e uma caixinha com palitos amarelados, o que a fez franzir o cenho de novo, estava curiosa, contudo aprendera a ser cautelosa.

—Batata frita. –Ele apresentou e estendeu para menina. –Você vai gostar.

—E se eu não gostar? –Ela olhava com desconfiança para os palitinhos.

—Eu sei que vai. –Ele rolou os olhos e pegou um, colocando na própria boca. –É só batata, Belinda, só que com um formato diferente do que você tá acostumada.

                  Belinda pegou somente uma, com uma desconfiança que fez Dorian sorrir. Bell mordeu a ponta do palitinho, ainda desconfiada, os Malfoy sempre lhe diziam que coisas do mundo Trouxa podiam ser perigosas, mas ela tinha de admitir que o sabor era maravilhoso.

—Por Merlin! –Ela disse maravilhada.

—Aqui, com isso vai ficar melhor ainda. –Ele estendeu o outro copo da bandeja. –Milk Shake de chocolate.

—Você disse chocolate? –Ela pegou o copo sem tanta desconfiança dessa vez e sugou pelo canudinho. –Você acaba de me convencer que a comida Trouxa é incrível. –Ela admitiu.

—Se eu quiser te matar, agora sei que é só oferecer chocolate. –Isso a fez bufar, mas sorrir.

—Uma morte feliz, não acha?

                  Dorian sorriu, entretanto pensou em todos os momentos com a presença de Bellatrix que já vira na mente da menina e tinha que concordar, morrer envenenado parecia ser mais feliz do que com a intervenção de Bellatrix.

—Se você pagar meu almoço, te levo pra comer em um restaurante Trouxa.

—Isso é trapaça. –Ela disse, muito ocupada com a batata frita e ele sorriu de novo.

—Nem sou teu amigo, Belinda. –Alegou. –Te fazer pagar meu almoço é uma troca super justa pra te aturar.

                 A palavra amigo a fez recordar de Draco e isso apertou seu coração, por um momento a tranquilidade desapareceu, Dorian notou, mas no instante seguinte ela sorriu um pouco, embora os olhos ainda estivessem anuviados.

—Eles aceitam Galeões de Ouro aqui? –Isso o fez sorrir.

—Você está tentando conseguir comer de graça as minhas custas?

                Belinda sorriu mais abertamente, embora Dorian notasse a mentira que o sorriso contasse, ele já vira aquela mesma imagem na mente da menina e principalmente, ele já vira no espelho, incontáveis vezes.

—É você quem tá dizendo, eu estou oferecendo meus Galões.

 

                O Pier de Santa Maria era um lugar calmo, os poucos barcos pesqueiros estavam dispostos próximos a ponte, contudo algumas lanchas maiores se destacavam. Bell recordou da vez que Mary a levara para um passeio de iate, para comemorar seus 7 anos, Belinda amara.

—Temos que ir pra lá. –Dorian indicou um iate alguns metros afastado do pier.

—Aparatando? –Ela fez careta e ele sorriu.

—Não, não. É protegido por magia. –Informou e ela assentiu. –Nossa carona é essa.

                Belinda olhou para uma canoa minúscula, bem menor do que as usadas para atravessar os primeiranistas em Hogwarts, ao lado do píer e fez careta.

—Isso?

                Dorian sorriu e saltou para dentro da canoa, que balançou loucamente de um lado par o outro, dando a impressão de que iria virar e afundar a qualquer instante.

—Medo? –Debochou ao ver a expressão dela, que rolou os olhos.

—Eu encaro você e a Vadiatrix de uma vez, querido. –Resmungou, pulando para o lado dele, mas Bell admitia que a inquietação da canoa a deixava nervosa.

             O iate onde atracaram era enorme e lindo, todo branco com vidros escuros, mas o bar externo se destacava, as garrafas cheias de bebidas brilhavam com a luz do sol, enquanto uma mulher parecia feliz em cantarolar algo e organizar mais garrafas em um balcão.

—O dono gosta de manter um bar flutuante. –Dorian informou, enquanto eles se aproximavam do homem robusto encostado a porta.

             Belinda pensou ser um excelente disfarce para o mundo Trouxa, considerando que o homem deixava seu iate tão exposto e próximo aos Trouxas.

—Achei que você viesse sozinho. –O homem acusou, parecendo irritado por ter mais gente que o esperado e Dorian sorriu.

             Dorian olhou para Belinda parada ao seu lado e passou o braço por seus ombros, percebendo que a menina não se mexera, mas retesou, contudo no momento seguinte relaxou, compreendendo o gesto.

—Dá um desconto. –Ele parecia tranquilo. –Quero impressiona-la.

—Você nunca trouxe nenhuma garota aqui. –Ele resmungou, abrindo uma porta e entrando.

—Pra ver como essa é diferente. –Ele tirou o braço do ombro da menina e deslizou sua mão até a dela, entrelaçando seus dedos aos de Belinda e a puxando pela porta aberta.

—Espero que ela guarde segredo.

             Dorian, que agora conhecia o funcionamento da mente de Belinda, mesmo que um pouco, sorriu. Ele admitia que em outros tempos a teria mandado de volta a Hogwarts no mesmo segundo, sem nem deixa-la se explicar, mas já estava familiarizado com os pensamentos e sentimentos da menina, ficarem treinando Occlumency por tanto tempo juntos, os ensinou a compreender e aceitar um pouco mais o outro.

—Não se preocupa, ela jamais diria.

             Dorian a encarou por sob o ombro e deu uma piscadela, como se realmente formassem um casal feliz. Belinda percebeu a zombaria brilhando nos olhos lilases e a ideia de formar um par com Dorian a fez sorrir de canto, sendo tão cínica quanto ele.

              Os dois, de mãos dadas, seguiram o homem até o fundo do iate, ultrapassando a porta secreta que ele abrira e chegando em um lugar completamente inusitado.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Deixem seus comentários.

Beijos e até o próximo capítulo.



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