[HIATUS] Caindo do céu escrita por Luminária


Capítulo 7
A triste história da garota que só queria fugir e o início de seu projeto - Mérida


Notas iniciais do capítulo

Ho hey
Os capítulos da Mérida tem títulos infinitos :v
Eu deveria ter colocado mais coisas, mas estou com preguiça :) Sinto que o próximo capítulo vai ficar um pouco maior do que de costume :v
Ah, alguma coisa iluminada já viu Procurando Dory? Alguém shippa Dory x Hank? Não quero ficar alone nessa :')



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Quando eu morava em Dunbroch, minha mãe não me deixava fazer nada do que eu queria. Ela simplesmente impunha a vontade dela e ficava por isso mesmo, era como se a palavra dela fosse absoluta. Por anos eu vivi fazendo apenas o que a Senhora Elinor mandava, até que um dia eu percebi que não precisava ser desse jeito.

Há muito mais para se fazer e eu não tenho mais tempo a perder. Eu, escondida de minha mãe, comecei a explorar todos os lugares de Dunbroch, inclusive os tidos como “mais perigosos que existem” e foi assim por maravilhosos meses. Só que, quanto mais locais eu conhecia, mais minha sede aumentava. Meu planeta já não era o bastante para mim, eu tinha que explorar todo o universo, como apenas os mais bravos aventureiros espaciais fariam. Então eu peguei emprestada uma nave da garagem e mandei.

O resto da história todo mundo já sabe: eu fui rápida demais, a Anna me perseguiu e eu acabei acampando na casa de Senhor North e Jack Frost.

Eu sei que posso ser presa se sair da Terra, eu sei disso. Acontece que eu já estou presa na Terra, então se eu sair do planeta e me prenderem, qual vai ser a diferença? Viu? Eu não tenho nada a perder, então vamos tentar! Eu não aguento mais ficar aqui, tendo que fazer o que querem que eu faça. Eu preciso sair, eu preciso viver do meu jeito. Eu quero sentir aquela coisa que os outros chamam de... Adrenalina.

— Eu poderia estar estudando. – Jack reclamou

Ele reclama que tem de estudar agora porque quer estudar? Eu nunca vou entendê-lo.

— Você aceitou porque quis. – fiz questão de lembrar – Agora não tem como voltar atrás.

— É aquele ditado: vamos fazer o quê, né?

Depois eles dizem que eu reclamo, Jack poderia fazer os comerciais no meu lugar.

Jack é meio que... Ah, “meio que” nada! Jack é minha última e única opção.  Por um momento eu até pensei em pedir para o Senhor North, mas eu achei melhor não. Ele tem agido como um “paizão”, então eu acho que ele cumpriria esse papel e me daria um sermão (ainda que o papel de chata fosse da minha mãe, meu pai também não é um idiota que me deixa fazer qualquer coisa por aí).

— Então, o que temos de fazer? – ele perguntou – Ou você não faz ideia de como construir uma nave e é marrenta demais para admitir?

Isso é brincadeira? Só pode! Mordi o lábio inferior, tentando conter a vontade de esfregar a cara dele no chão. Eu até faria sozinha se soubesse um pouco mais e, pelo que eu estou fazendo, entre o Jack e ninguém vai dar no mesmo.

— Não me apresse, eu ainda não tenho projeto da nave pronto.

— Você disse que já tinha tudo planejado.

— “Planejado” não é “projetado”.

— Acho que foi por isso que eu ainda não passei no vestibular, só não estou pior do que o céu.

De novo isso? Nem com um ano de convivência eu consigo entender o que ele diz.

— O céu? – questionei

— É só coisa da minha cabeça, nem eu entendo.

— Então tá.

Já que nem ele sabe, quem sou eu para questionar, né?

— Mas como é que você vai “projetar”? – ele está muito curioso, parece até eu

— Eu já tive algumas aulas sobre isso em Dunbroch.

— Você tinha aulas sobre projetar naves?

— Contra a vontade da minha mãe. – comecei a contar a triste história de Mérida, a garota que só queria fugir – Ela tinha medo de eu acabar sumindo do planeta.

— E ela acertou, essa dona aí passaria no vestibular. – Jack me interrompeu – Então você ia escondida dela?

— Sim, eu tinha ajuda do meu pai, que me encobria nessa.

— Seu pai era meio que seu defensor?

— Meu defensor? Eu não preciso disso, mas ele me ajudava muito mesmo.

— Desculpe se ofendi seu feminismo. – ele riu. Eu me lembro desse movimento: uma vez Jack me chamou de “feminista” e eu perguntei o que era aquilo, então ele colocou no Internet um texto explicando o que era feminismo e eu tive que concordar que se parece muito comigo, acabei me identificando bastante. Aí essa de “seu feminismo” virou uma piada nossa, mas é só nossa, se outra pessoa fizer vai levar uma flechada. – Deveria ser legal ter alguém pra encobrir as merdas que você faz na vida, eu sempre tive de esconder as minhas por conta própria.

— Agora você vai poder esconder as minhas merdas também.

— Sim, é melhor fazer merda com alguém pra dividir a culpa do que sozinho.

Voltamos a falar sobre o plano/ projeto após um tempo e foi nessa hora que eu percebi que tínhamos um pequeno problema:

— A gente não pode ficar construindo a nave na casa.

— Isso não seria um bom jeito de esconder. – Jack concordou – É só cegar o velho e problema resolvido.

— Credo! – berrei aos risos

— Você tem razão, ele ainda vai poder ouvir. E já pensou se ele tropeça e quebra o projeto de nave?

— Pois é, nós temos que achar um lugar para o projeto. Sabe de algum?

— Olha, eu acho que sei de um lugar.

— Mesmo? – isso! Meu plano vai dar certo! – Que lugar?

— É um deposito ou celeiro que meu avô tem, eu nunca soube direito. Enfim, ele não fica muito longe daqui, quinze ou vinte minutos de caminhada.

— Isso parece muito. – contestei

— Você que é muito sedentária. – Jack revidou – Eu nunca entrei nele, mas parece ser bem grande.

— Por que não?

— O velho nunca me deixou e eu não conseguia entrar sem a chave.

— Não tem problema. Se a porta não se abrir, eu arrombo.

— Por mim tudo bem. Amanhã nós iremos, ok?

— Não, nós vamos agora.

— Agora? Ah, não! Eu estou com preguiça!

— Preguiça de andar? Depois eu que sou a sedentária.

E Jack, ele querendo ou não, me levou até o local onde iriamos construir minha nova nave e então, finalmente, eu poderia voltar a fazer o que mais gosto: me aventurar sem rumo pelo universo.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos de luz :*



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