[HIATUS] Caindo do céu escrita por Luminária
Notas iniciais do capítulo
Ho hey
Os capítulos da Mérida tem títulos infinitos :v
Eu deveria ter colocado mais coisas, mas estou com preguiça :) Sinto que o próximo capítulo vai ficar um pouco maior do que de costume :v
Ah, alguma coisa iluminada já viu Procurando Dory? Alguém shippa Dory x Hank? Não quero ficar alone nessa :')
Quando eu morava em Dunbroch, minha mãe não me deixava fazer nada do que eu queria. Ela simplesmente impunha a vontade dela e ficava por isso mesmo, era como se a palavra dela fosse absoluta. Por anos eu vivi fazendo apenas o que a Senhora Elinor mandava, até que um dia eu percebi que não precisava ser desse jeito.
Há muito mais para se fazer e eu não tenho mais tempo a perder. Eu, escondida de minha mãe, comecei a explorar todos os lugares de Dunbroch, inclusive os tidos como “mais perigosos que existem” e foi assim por maravilhosos meses. Só que, quanto mais locais eu conhecia, mais minha sede aumentava. Meu planeta já não era o bastante para mim, eu tinha que explorar todo o universo, como apenas os mais bravos aventureiros espaciais fariam. Então eu peguei emprestada uma nave da garagem e mandei.
O resto da história todo mundo já sabe: eu fui rápida demais, a Anna me perseguiu e eu acabei acampando na casa de Senhor North e Jack Frost.
Eu sei que posso ser presa se sair da Terra, eu sei disso. Acontece que eu já estou presa na Terra, então se eu sair do planeta e me prenderem, qual vai ser a diferença? Viu? Eu não tenho nada a perder, então vamos tentar! Eu não aguento mais ficar aqui, tendo que fazer o que querem que eu faça. Eu preciso sair, eu preciso viver do meu jeito. Eu quero sentir aquela coisa que os outros chamam de... Adrenalina.
— Eu poderia estar estudando. – Jack reclamou
Ele reclama que tem de estudar agora porque quer estudar? Eu nunca vou entendê-lo.
— Você aceitou porque quis. – fiz questão de lembrar – Agora não tem como voltar atrás.
— É aquele ditado: vamos fazer o quê, né?
Depois eles dizem que eu reclamo, Jack poderia fazer os comerciais no meu lugar.
Jack é meio que... Ah, “meio que” nada! Jack é minha última e única opção. Por um momento eu até pensei em pedir para o Senhor North, mas eu achei melhor não. Ele tem agido como um “paizão”, então eu acho que ele cumpriria esse papel e me daria um sermão (ainda que o papel de chata fosse da minha mãe, meu pai também não é um idiota que me deixa fazer qualquer coisa por aí).
— Então, o que temos de fazer? – ele perguntou – Ou você não faz ideia de como construir uma nave e é marrenta demais para admitir?
Isso é brincadeira? Só pode! Mordi o lábio inferior, tentando conter a vontade de esfregar a cara dele no chão. Eu até faria sozinha se soubesse um pouco mais e, pelo que eu estou fazendo, entre o Jack e ninguém vai dar no mesmo.
— Não me apresse, eu ainda não tenho projeto da nave pronto.
— Você disse que já tinha tudo planejado.
— “Planejado” não é “projetado”.
— Acho que foi por isso que eu ainda não passei no vestibular, só não estou pior do que o céu.
De novo isso? Nem com um ano de convivência eu consigo entender o que ele diz.
— O céu? – questionei
— É só coisa da minha cabeça, nem eu entendo.
— Então tá.
Já que nem ele sabe, quem sou eu para questionar, né?
— Mas como é que você vai “projetar”? – ele está muito curioso, parece até eu
— Eu já tive algumas aulas sobre isso em Dunbroch.
— Você tinha aulas sobre projetar naves?
— Contra a vontade da minha mãe. – comecei a contar a triste história de Mérida, a garota que só queria fugir – Ela tinha medo de eu acabar sumindo do planeta.
— E ela acertou, essa dona aí passaria no vestibular. – Jack me interrompeu – Então você ia escondida dela?
— Sim, eu tinha ajuda do meu pai, que me encobria nessa.
— Seu pai era meio que seu defensor?
— Meu defensor? Eu não preciso disso, mas ele me ajudava muito mesmo.
— Desculpe se ofendi seu feminismo. – ele riu. Eu me lembro desse movimento: uma vez Jack me chamou de “feminista” e eu perguntei o que era aquilo, então ele colocou no Internet um texto explicando o que era feminismo e eu tive que concordar que se parece muito comigo, acabei me identificando bastante. Aí essa de “seu feminismo” virou uma piada nossa, mas é só nossa, se outra pessoa fizer vai levar uma flechada. – Deveria ser legal ter alguém pra encobrir as merdas que você faz na vida, eu sempre tive de esconder as minhas por conta própria.
— Agora você vai poder esconder as minhas merdas também.
— Sim, é melhor fazer merda com alguém pra dividir a culpa do que sozinho.
Voltamos a falar sobre o plano/ projeto após um tempo e foi nessa hora que eu percebi que tínhamos um pequeno problema:
— A gente não pode ficar construindo a nave na casa.
— Isso não seria um bom jeito de esconder. – Jack concordou – É só cegar o velho e problema resolvido.
— Credo! – berrei aos risos
— Você tem razão, ele ainda vai poder ouvir. E já pensou se ele tropeça e quebra o projeto de nave?
— Pois é, nós temos que achar um lugar para o projeto. Sabe de algum?
— Olha, eu acho que sei de um lugar.
— Mesmo? – isso! Meu plano vai dar certo! – Que lugar?
— É um deposito ou celeiro que meu avô tem, eu nunca soube direito. Enfim, ele não fica muito longe daqui, quinze ou vinte minutos de caminhada.
— Isso parece muito. – contestei
— Você que é muito sedentária. – Jack revidou – Eu nunca entrei nele, mas parece ser bem grande.
— Por que não?
— O velho nunca me deixou e eu não conseguia entrar sem a chave.
— Não tem problema. Se a porta não se abrir, eu arrombo.
— Por mim tudo bem. Amanhã nós iremos, ok?
— Não, nós vamos agora.
— Agora? Ah, não! Eu estou com preguiça!
— Preguiça de andar? Depois eu que sou a sedentária.
E Jack, ele querendo ou não, me levou até o local onde iriamos construir minha nova nave e então, finalmente, eu poderia voltar a fazer o que mais gosto: me aventurar sem rumo pelo universo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Beijinhos de luz :*