[HIATUS] Caindo do céu escrita por Luminária


Capítulo 10
Não é o meu dia? Não é o meu ano! - Soluço


Notas iniciais do capítulo

Ho hey
"Vamos continuar a treta do Jack com o North?"
AINDA NÃO!
Vou contar mais sobre essa treta no próximo capítulo, isso que vai rolar agora também é importante, porque se eu não explicar aqui vai ficar muito incoerente mais pra frente :-)



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Muitos diziam que eu não conseguiria entrar para polícia intergaláctica por eu ser magro demais, fraco depois, idiota demais, entre outras coisas, mas eu consegui. Eu calei a boca de todos quando consegui e foi assim que eu conquistei meu sossego. Só que eu não achava que teria tanto sossego assim...

A vida por aqui está muito tranquila, tão tranquila que chega a ser tediosa. Drago Sangue Bravo, o nosso comandante, havia prometido acabar com os crimes intergalácticos em apenas dois anos e acabou conseguindo antes do prazo. E o que sobrou para nós? Vários nadas para fazer, mas ainda temos de ficar na base para cumprir os horários. Eu acho que seria bem melhor se fizemos nossos nadas em casa, só que eu quero ver alguém dizer ao Sangue Bravo, ele me dá um arrepio na espinha.

Tudo o que eu faço agora é organizar umas quinhentas ou seiscentas papeladas (que não servem para nada, devo acrescentar) aqui e acolá e brigar com a Anna para ela parar de assistir esse tal “Apenas um show” para vir me ajudar a organizar as papeladas. Funciona? É, não muito, eu admito todo o meu cruel fracasso, mas pelo menos eu tentei, né? E, não é por nada não, mas quantas vezes ela tem que ver isso? Ela já está assistindo pela oitava vez! Até eu já estou decorando os diálogos malucos do Rigby e do Mordecai! De maluquice já basta minha parceira mesmo. Por que raios o Jack deu isso para ela? Se ele tivesse noção do que isso está me causando...

— Anna. – chamei, tentando conscientizá-la de que eu estou querendo um pouco de ajuda com a papelada

— Fica quieto, Soluço. – ih, rapaz! Como é a história aí? - Espera só esse episódio acabar que a gente conversa.

Quem tem mais moral: o Soluço ou uma pedra? A resposta parece meio óbvia, né? Nem parece que eu sou o superior dela. Ah, como eu odeio essas cruéis ironias que cercam a minha vida.

— Mas você já viu isso oito vezes. – tentei mais uma vez

— Mentiroso! – ela me acusou - Eu só assisti sete vezes! Essa é a oitava!

E mais uma vez eu tomei na cara, já está virando parte da rotina.

Eu já não aguentava mais olhar para aquele monte papéis inúteis. Decidi que era melhor eu beber alguma para me manter acordado antes que eu caísse de sono e ficasse conhecido como “aquele ali que dorme na base”.

— Olha só se não é o “grande” Soluço. – Melequento, um colega de trabalho insuportável, disse a me ver – E aí? Aproveitando muito as férias?

— Não quero cortar sua onda, mas nós não estamos de férias. – falei enquanto pegava minha bebida

— Como não? A gente fica o tempo todo aqui na base sem fazer nada, só relaxando.

— Relaxando? Aposto que você nem olhou para suas papeladas.

— E por que é que eu vou perder meu tempo com isso?

— Ah, eu não sei, talvez pra mostrar um pouco de eficiência? - ironizei

— E eu lá preciso dessas coisas? Até parece! Quem é bom de verdade não precisa mostrar eficiência.

Fico me perguntando como o Melequento, que nem deve saber o significado de “eficiência”, passou numa posição melhor do que a minha.

— A polícia intergaláctica precisa de homens de verdade, com força, com coragem, com cabelo no peito. Precisa de gente tipo eu, sabe? – “ninguém precisa de gente como você”, pensei em dizer, mas achei mais prudente ficar calado. - E não de... Disso aí que você é. Eu acho que gente como você nem deveria entrar para a base. Isso vale para aquela sua parceira também, eu queria saber quem ela pegou pra conseguir entrar aqui.

Soquei seu rosto por impulso, ele bem que estava merecendo. Não tive nem tempo de processar o que havia feito que já tive de desviar do soco de Melequento.

Isso aqui não vai acabar bem.

XX XX

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— Eu não vou tolerar brigas infantis na minha base. – o comandante Sangue Bravo deu o sermão

E eu não disse? Nós acabamos na sala do comandante por brigarmos. Eu odeio minha boca.

— Que isso não se repita ou não pouparei nenhum dos dois. – ele deixou bem claro – Entendido?

— Sim, comandante Sangue Bravo. – eu e Melequento dissemos em uníssono

— Melequento está dispensado, mas você não, Soluço.

TAM TÁ DAM, lascou meu dia.

— Então, por que o comandante pediu que eu fique?

— Eu não lhe pedi nada, eu ordenei.

Eu não quero mais falar!

— Diga o que sabe sobre ela. – comandante projetou uma foto de Mérida – Você já esteve com ela?

— Sim, comandante. – respondi – Ela é Mérida, apenas cometeu uma infração pela alta velocidade de seu veículo. A última vez que eu a vi foi no planeta Terra, onde ela está cumprindo a pena há quase um ano.

— Não está a me esconder nada? – ele arqueou a sobrancelha e me lançou um olhar ameaçador, bufando um pouco.

Sentir medo do seu comandante, quem nunca?

— Não, comandante. – garanti – Isso é tudo o que eu sei.

— Dispensado. – o comandante disse – Saia agora, eu preciso fazer uma chamada.

— Sim, comandante. – fiz posição de sentido e me retirei da sala

Fechei a porta e encostei meu ouvido à mesma. O comandante não se preocuparia com apenas uma infração de trânsito que ocorreu um ano atrás, essa história não me desceu. Estava muito difícil de escutar alguma coisa, mas só consegui pegar algumas palavras soltas (minha audição nunca foi muito boa): princesa, Dunbroch, trono, golpe.

Não pode ser coisa boa, bem que meu pai dizia que o Sangue Bravo não é flor que se cheire.

— Ei! Você está espionando o comandante? – um colega de trabalho gritou assim que me viu

A porta se abriu e eu dei de cara com o comandante. Não é o meu dia? Não é o meu ano!

Por impulso, comecei a correr sem direção certa. Alarmes soavam por toda a base anunciavam meu nome e meu rosto.

Chegou um momento em que não havia mais para onde correr, eu estava cercado de caras armados. Será que é o meu fim?

XX XX

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— Pronto, agora não vão nos achar tão fácil. – Anna falou após quebrar o último dispositivo de rastreamento – Agora nós somos procurados pela polícia.

— Sei, isso é muito legal. – falei com sarcasmo - Meu pai deve estar se revirando no túmulo.

Quando eu pensei que meu fim tinha chegado, Anna apareceu e quebrou parte do telhado com nossa nave. Ela gritou para que eu subisse e, como minha vontade de viver acabou falando mais alto que o bom senso, eu a obedeci. Agora nós somos dois fugitivos, olha as coisas melhorando aí, rapaz *ironia*.

— Então, o que você fez para te cercarem? – ela perguntou

— Eu estava tentando ouvir uma conversa do comandante Sangue Bravo sobre a Mérida.

— Sobre a Mérida? Mas isso já está resolvido há muito tempo.

— Foi exatamente o que eu pensei.

— Bem, então vamos lá.

— Vamos aonde?

— Ao planeta Terra. – ela respondeu com a serenidade de quem diz “comprei um lanche para nós” – Se a polícia quiser vir atrás de Mérida, eu irei protegê-la.

— Para de bancar a amiga fiel, Anna.

— Ah, desculpe, senhor procurado. Quem teria te salvado senão a amiga fiel aqui?

— Tem razão. – fui obrigado a concordar – Obrigado por isso.

— Sempre às ordens, parceiro.


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Notas finais do capítulo

Confissão: EU GOSTO MAIS DE ESCREVER SOBRE SOLUÇO E ANNA DO QUE JACK E MÉRIDA (mas adoro todos :v)
Beijinhos de luz :*



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