Amar-te escrita por SnowDay


Capítulo 2
·Peixinho·


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas aqui estou, espero que gostem... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/697977/chapter/2

- Você nem sabe o que aconteceu! Mamãe disse que meu irmão teve progresso... Ele não acordou, mas agora está tudo mais perto!

Eu estava no quarto de Lysandre, no hospital novamente, três dias haviam se passado desde que ele chegara. Tinha convencido minha mãe de me levar para ali quando descobri sobre a melhora repentina de meu irmão. De certa forma sabia que ela ficou até um pouco aliviada por não ter de se preocupar se eu iria chegar em casa ou não. Essa era sempre se preocupava.

— Acho que ninguém implicou comigo hoje, eu não sei, estou sentindo que as coisas estão mudando - prossegui baixinho, olhando para o rosto imóvel dele e me lembrando do comentário sarcástico de Mason. Senti um arrepio só de pensar, mas por algum motivo repeti suas palavras em voz alta - "Parece até uma maldição, o hospital sempre tem que ter alguém em coma".

Eu não sabia o porque, mas me senti mal por isso. De algum modo, queria ajudar aquele garoto, pois além do bad boy de cabelos vermelhos, não vi mais ninguém visitá-lo. Tirei meu caderno de minha mochila e fiz um esboço do quarto, de como o quarto ficaria quando ele fosse embora. A maca vazia, o lençol branco bagunçado, as maquinas desligadas, o vazo de flores seria substituído por outro, ou até mesmo removido, as cortinas voltariam a ficar fechadas, e tudo pareceria sem vida, bem, ficaria sem vida. Eu gostava daquele lugar, do jeito que o lírio tornava as coisa harmoniosas, a forma que parecia que aquele garoto estava dormindo, o bipe suave que acompanhava o ritmo de seu coração.

— Ei, acho isso meio obsessivo - falou Mason me fazendo pular, olhar para seu rosto alarmada e ele riu.

— Acho que me perseguir pelo hospital não é muito diferente - murmurei o que fez o sorriso dele aumentar.

— Só que eu conheço você, não podemos dizer o mesmo sobre o garoto, certo? - ele me desafiou, encolhi os ombros, ele estava certo, o que eu estava pensando? - E estou de olho nele, alguém precisa cuidar dos... pacientes.

— Tá legal, Mason, eu vou dar o fora logo - eu mesma me surpreendi com minha hostilidade, mas sabia o que ele pensava sobre os pacientes em coma, e isso me fazia odiá-lo. Suas sobrancelhas erguidas me censuravam, assim como seu semblante rígido - Desculpe, eu...

— Sem problemas, Tessa, não tenho nada a ver com isso - rebateu antes que eu pudesse terminar. Observei enquanto ele checava as maquinas e depois, quando seus olhos voltaram a mim, lhe lancei meu olhar mais "cachorro sem dono", isso sempre funcionava. - Você não tem jeito...

Ele então saiu, balançando a cabeça em negativa, porém rindo. Dei de ombros e voltei a olhar para o garoto, tentei imaginar como eram seus olhos, qual seria a cor deles? Pretos? Se eu fechasse os olhas conseguia imaginá-lo com olhos dessa cor, mas não parecia combinar.

***

Naquela noite, quando deitei em minha cama, tive um sonho com Dean, sonho como a muito tempo eu não tinha. Era um sonho bom, em um campo de margaridas, ele estava bem, acordado e feliz, seu sorriso amarelo radiava em seu rosto magro. A chuva que caia no céu ensolarado criava um arco-íris perfeito. Foi decepcionante acordar e perceber que não era real, tanto que senti uma lagrima solitária rolar por meu rosto. E se ele nunca mais acordasse? E se estivesse morto? Eu não perderia só a ele, mas também perderia parte de mim.

***

— Como assim ele já acordou? - perguntei para minha mãe que estava saindo para o trabalho. Era sábado, cinco dias tinham se passado desde que o misterioso Lysandre chegara ao hospital. Menos de uma semana e ele já estava consciente... Parecia impossivel. Minha mãe fez um gesto com a mão para que eu parasse de segui-la pela casa - Posso ir junto?

— Sei que você ficou alguns dias no quarto dele, mas não - falou ela vestindo as botas, antes que eu começasse a reclamar, ela ergueu um dedo - Os parentes dele estarão lá, ou os amigos, Tessa, você nem o conhece, precisa confessar que isso é estranho... E ele não será liberado ainda, vamos ficar de olho pelo menos por 24 horas, temos saber se ele sente alguma coisa... E existem suspeitas de que parte do cérebro dele foi danificada, ao que parece ele tem uma memoria de peixinho de aquário...

— Peixinho? - abri um sorriso fraco, imaginando um cardume de peixes dourados, afastei esse pensamento piscando os olhos, porém já estava sozinha - Droga!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que achou do capítulo?
Sua critica e opinião é bem vinda, ambas me ajudarão... Até o próximo capítulo ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amar-te" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.