Quebrados. escrita por Rayssa
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem :D
O som da porta sendo aberta abruptamente deveria tê-la assustado ao menos um pouco, entretanto, May continuava com seu semblante incorruptível e a postura perfeita de seu treinamento matinal. Pelo menos era o que ela acreditava.
Phill, por outro lado, pode observar as mudanças, desde os olhos melancólicos e assombrados até a postura mais densa e desvirtuosa.
Não que isso abrandasse as batidas de seu coração ou a sensação quente que percorria seu corpo toda vez que seus olhos encontravam o caminho de sua beleza asiática. Phill se sentia bobo por ainda ter essa paixão infantil. Para ele estava plenamente claro que nunca a teria e aceitara isso antes mesmo do casamento dela.
Sem dizer uma palavra, o homem se dirigiu a um dos cantos da sala e sentou-se sobre o chão frio.
Ficou ali, um bom tempo, analisando os movimentos dela. Não trocavam palavras, já dividiam algo muito maior que isso. Observá-la era um hobbie esclarecedor para mente e um grande prazer para o seu coração.
O único prazer que ainda possuía.
Desde que Sk... Daisy fora embora, o mundo dele era apenas preto e branco. As belas e vividas cores que o rodeavam simplesmente esvaneceram. O mundo passou a ser monótono e triste. Ele vivia em seu pequeno casulo de auto-depreciação. Não havia altos e baixos, era uma simples reta.
A não ser por ela.
May não precisava sorrir e dizer que tudo ficará bem. Os esporádicos momentos que se perdia na intensidade de seus olhos eram o suficiente para aquecer o seu coração do gélido e pavoroso dia-a-dia.
Mas algo em seus movimentos o perturbou. Sabia que ela não estava em seu melhor estado a semanas, entretanto, algo parecia esmagar o corpo forte e delgado de Melinda. A imagem de seus movimentos estava longe de ser a mesma de antes, estava... trêmula?
O corpo dela quase parecia frágil. Seus lábios tremiam pelo esforço de manter o semblante apático.
O que poderia estar quebrando Melinda May daquela forma?
Andrew.
O coração de Coulson começou a pesar em seu próprio peito. Desejava-a para si e ela estava a beira de lágrimas por outro homem. Um homem que fora seu amigo e marido dela.
Morto.
Destruído.
Será que um dia ela o olharia como olhou para Andrew?
Balançou a cabeça, tentando retirar aquelas ideias absurdas de sua cabeça. Ela precisava dele de outras formas.
Sentiu-se instantaneamente cansado, mesmo assim, impulsionou o seu corpo para ficar de pé. Os músculos de seu corpo pareciam pegar fogo, e seu coração beirava a dor.
Não por Andrew.
Por ela.
Pela tristeza dela.
O sofrimento dela.
Ao captar a movimentação de Phil. Melinda tentou manter seu corpo na posição anterior, mas é tentação foi irresistível. Tinha que encará-lo. Tinha que saber se ele era capaz de notar a dor que mantinha oculta em seu interior.
E ele podia ver, claro como cristal. Ela soube disso assim que seus olhos de encontraram.
Os braços de Phil a envolveram logo em seguida, o calor do corpo masculino parecia gerar um aura entorpecente, onde a dor não existia, onde nada havia desmoronando.
Os braços dele eram o seu reino utópico. Quentes e seguros. O único em quem confiava completamente. O único que ela protegia sem seguir qualquer regra, a quem sempre colocaria em primeiro lugar. O único que era capaz de ampará-la em todos os momentos.
Queria aqueles braços ao redor de si eternamente.
— Estou aqui Melinda. Sempre estou aqui. - O sussurro calmo de Phil a fez voltar a realidade.
As mãos agarraram-se no tecido da camisa, puxando o corpo para mais perto. O queixo sobre o osso da clavícula, o nariz tocando a pele delicada do pescoço.
Phil sentiu o corpo estremecer levemente e a pele arrepiar.
Todavia, manteve a compostura e beijou o topo da cabeça de Melinda com tanta ternura que chegava a doer em seus ossos.
Queria ser amável, porém, desejava-a com selvageria.
O soluço.
Não podia estar saindo dela e estava saindo dela.
Todo desejo desvaneceu com aquele soluço. Melinda raramente chorava, e era ainda mais precioso seus soluços em frente de outra pessoa. E lá estava ela com suas doces lágrimas sobre o ombro dele.
Derramando o seu interior em frente a ele.
Apertou-a ainda mais contra si, acariciando como se Melinda fosse porcelana pura. Era firme e delicado, um conjunto estranho, mas que Phil conseguia inundar o coração dela com tanto amor que a fez sentir que flutuava.
— Álcool? - Ele perguntou após alguns minutos naquele posição.
— Álcool.
(...)
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Beeeeeeeeem... Essa é a minha primeira Philinda, por isso, sejam sinceros. O que acharam? :D