Turn The Page escrita por Connor Hawke


Capítulo 8
Virando a página


Notas iniciais do capítulo

Olá! Novo capítulo de Turn The Page. Bom, eu gostaria de fazer algumas considerações. Primeiro, eu gostaria de agradecer a quem comentou nos primeiros capítulos, e em especial, a minha leitora, a Moonpierre, por acompanhar e comentar todos os capítulos que eu postei antes desse. Eu AMO ela, e agradeço o apoio que ela me tem dado, pois, eu percebi que poucas pessoas se importaram com a minha fic. Teve um comentário de uma leitora que falou que a trama estava mais ou menos, eu respondi com sinceridade, e depois vi que haviam pessoas que gostaram da minha fic. Eu até comentei no comentário do último capítulo lido pela Moon, que eu achei que eu posso ter errado e acertado em outras coisas, depois que eu fiz uma pesquisa sobre a vida das modelos. E...resolvi consertar essa situação, tendo em mente o que eu pesquisei. Embora, eu ache que não tem como ser igual a realidade, pois essa é uma trama de ficção. Então, eu resolvi ligar o Time Skip nesse capítulo para agilizar as coisas. Porém, algumas coisas que a Alicia fala aqui são verdadeiras.

Moonpierre, tu é minha Jessy ♥


Boa leitura!



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(suspiro)

Olá, meus queridos fãs! Então, naquele dia, depois do Happy Hour...eu voltei para casa, para me aprontar para a viagem até Los Angeles ver o que Howard queria. Peguei meu passaporte que eu guardava no criado mudo que ficava perto da minha cama e em seguida fui pegar a minha bolsa, coloquei o passaporte lá e sai com a bolsa no ombro.

Eu não tinha tempo de tomar banho, então, resolvi ir com a roupa que eu havia usado no "Happy Hour".

Eu liguei em seguida para os meus "Gorilas", Trey e Tyler, e disse que precisava de um jato para ir até Los Angeles.

Eles disseram que talvez nós pudéssemos fretar um Jato. Ou talvez nós pudéssemos fretar um voo comercial de alguma companhia aérea.

Bom, eu não sou nenhuma "Top Model", mas do jeito que as coisas são, com certeza iriam me "jogar" na primeira classe ou na classe executiva do avião.

Eu vos digo uma coisa. Super modelos são arrogantes e não gostam de se misturar com pessoas que elas consideram "inferiores" à elas. Eu, não sou assim, e não teria nenhum problema em voar de classe econômica, já que muitas outras personalidades voam de classe econômica, mesmo sendo quem são, Vladimir Putin, Richard Blair, e outros.

Mas, é lógico, que de certo, eu ir para a classe econômica, do jeito que as coisas vão, talvez fosse "arriscado", pois algum fã meu poderia me ver e querer pedir o meu autógrafo, ou quem sabe tirar uma foto minha e postar no Twitter, no Instagram, Facebook, e____(Insira aqui o nome de alguma outra rede social popular nos dias de hoje)

Certo. Então eu dei minha resposta ao Trey e o Tyler, e eles ficaram de ver um jato para mim ir até Los Angeles.

Trey ligou para uma companhia aérea que faz voos comerciais e combinou o preço e todos os detalhes com a empresa, e ele fechou com um piloto.

Fechado o negócio com a companhia, Trey me deu o endereço para o hangar onde esperaríamos nosso avião chegar.

Chegando lá, eu me reuni com a dupla, e nós aguardamos o avião chegar.

Levou algum tempo, mas o avião logo chegou. Era um Boing 757 vermelho com uma listra dourada na fuselagem do avião, e o nome da companhia, Vogue Air.

O Jato parou. A escadaria do jato baixou no chão, e o piloto desceu.

O piloto era um homem de cabelos pretos e curtos, vestia um terno grafite com uma camisa social azul, uma gravata cinza, sapatos pretos e lustrados, e óculos Ray Ban aviador de lente marrom.

Ele saiu do avião e foi até nós nos cumprimentar. Ele disse que seu nome era Peter Lang.

Peter nos cumprimentou com um aperto de mão distribuído entre mim, Trey e Tyler.

Eu perguntei a ele se o jato estava pronto para decolar e ele me disse que quando eu quisesse "Abrir minhas asas e voar", era só falar.

Eu estava um pouco ansiosa para voar naquele meu novo jato, então eu perguntei: "Pode ser...AGORA?"

E Peter não questionou minha vontade. Ele me indicou o avião e nós fomos até ele.

Ao entrarmos no avião havia uma fileira de 6 bancos, três na esquerda, três na direita atrás da cabine do piloto.

Vocês devem achar muito espaço para só três pessoas, mas quem pode, pode. E eu adorei me sentir como uma celebridade de Hollywood.

Do outro lado, ao fundo, haviam algumas poltronas relaxantes, e mais ao fundo um pequeno bar e uma cozinha.

Resolvi me sentar em uma das poltronas relaxantes, coloquei a bolsa no chão, e cruzei as pernas. Eu parecia uma rainha. Eu senti minhas costas repousarem na poltrona e quase adormeci, de tão relaxante que era estar sentada naquele lugar.

Logo, Peter que estava conversando com meus dois gorilas, digo, seguranças, veio até mim e me perguntou o que eu estava achando do avião. Eu disse a ele que me sentia como uma celebridade de Hollywood.

Peter gargalhou, e então ele foi até o fundo e voltou de lá com o chef, que serviria as refeições naquele avião. Ele disse que se chamava Claude Beaufort, e ele iria cozinhar para mim o que eu quisesse. Qualquer coisa que eu quisesse era só falar que ele prepararia.

Por dentro eu estava um pouco triste, pois eu meio que havia me acostumado com a comida que a minha Jessy servia no café dela. Não tê-la comigo naquele avião era...um pouco chato.

Mas Claude disse que havia ganho o prêmio de melhor chef pelos prêmios Michellin.

Então pensei que Jessy talvez quisesse que eu aproveitasse todo aquele tratamento cinco estrelas que estavam me dando. Então, pensei: Foda-se! Vou aproveitar tudo.

Claude perguntou se eu gostaria que ele prepara-se algo para mim naquele momento. Eu disse que não. Eu não estava com fome. Talvez toda aquela comida que eu comi no "Happy Hour" tenha me deixado sem fome.

Então eu vou revelar um segredo meu para vocês, meus fãs. Desde muito nova eu nunca tive tendência para engordar. Eu praticamente como de tudo e não engordo. Mas, eu me controlo na alimentação. Não é todo dia que eu tomo café, como omeletes como nos primeiros capítulos dessa minha história.

E o cigarro? Vocês me perguntam. Eu na verdade nunca fui de fumar, mas acabei sendo influenciada pelo traste do meu ex, Duke Madison.

Quando eu e Duke começamos nosso namoro midiático, ele me oferecia cigarro e algumas drogas.

Eu recusei as drogas, mas abracei o cigarro. Mas, vem cá, cigarro não é uma droga também? Vocês me dizem.

Sim, cigarro é uma droga como outra qualquer. Mas, eu preferia fumar cigarro e morrer de câncer, do que morrer com alguma substância como LSD, Maconha, Cocaína, etc.

Desde então, eu comecei a fumar. Ser uma modelo não é fácil, como muitas celebridades que eu citei lá no começo.

Modelos comem aipo no café da manhã, almoço e jantar. Mas eu, eu não penso nas calorias, apenas controlo as quantidades de comida, e o que comer e não comer.

E...eu ainda tenho o hábito de fumar, que embora eu ache melhor do que comer aipo, ainda é uma coisa irritante.

Então, Claude se despediu e foi para a cozinha. Peter foi para a cabine do piloto.

Trey e Tyler vieram me ver, perguntaram se estava tudo certo, e eu disse que sim.

Trey disse que se eu precisasse de alguma coisa era só chamar.

Então, Trey e Tyler foram para seus bancos nas fileiras atrás da cabine do piloto e se sentaram.

Eu? Eu acabei adormecendo na poltrona. Comecei a sonhar com o meu anjo chamado Jessy.

O sonho

Eu sonhei que eu e Jessy estávamos peladas na praia, de mãos dadas e olhando para o horizonte. Era verão, então o calor era um pouco intenso, mas gostoso.

Então nós voltamos nossos olhares para nós mesmas e sorrimos.

Trocamos juras de "Eu te amo", depois nos abraçamos e nos beijamos.

Sabe, esse tipo de sonho parece uma visão daquele mundo que eu imagino a partir do trecho da Song For Someone onde diz: " E há um mundo, Que sempre podemos estar". O que como eu disse, lembra a visão de John Lennon na letra de "Imagine".

Aquela visão era tão maravilhosa.

Depois dos beijos e abraços que trocamos na praia, nós saímos correndo que nem duas crianças. Eu seguia Jessy dizendo: "Eu vou te pegar" e ela apenas gargalhava. Aquilo era muito divertido.

E então nós fomos nadar no mar e nos beijamos lá também.

Mas, todo aquele sonho acabou se apagando, me fazendo acordar de repente. Eu abri os olhos, estava com uma cara de sono, e olhei para Trey que havia me acordado.

"Bom dia, Alicia. O piloto avisou que já estamos chegando no aeroporto de Los Angeles. Você dormiu bem?", Trey me disse. Ele parecia animado.

— Bom dia — gemi como um gatinho — Sim, eu tive um sonho tão bom com a Jessy...

— Tudo isso é saudades daquela loirinha fofa? — Trey inquiriu.

"Loirinha fofa",  é verdade. Jessy é muito fofa. E eu amo muito ela.

Alicia voltando a si em 5...4...3...2...1

— Ok. Então, que horas vamos chegar no aeroporto de Los Angeles? — perguntei ao Trey.

— Meio - dia. Mas, o Claude deve servir o almoço as 11:00, segundo o que o Peter me disse quando entramos no avião — Trey me informou.

—Está bem — consenti — Eu acho que vou ao banheiro. Onde fica?

— Fica no fundo, ao lado do bar — Trey me indicou.

— Tudo bem.

Fui até o banheiro e me tranquei lá. Comecei a fazer minhas necessidades.

Sim, nós não somos "deuses", nós mijamos e cagamos como todo mundo. Se mijássemos e cagássemos azul, ou quem sabe arco - íris, iria ser muito bizarro, não acham vocês?

Bem, o constrangedor é você estar fazendo suas necessidades e algum Paparazzi aparecer e tirar a sua foto naquele momento inusitado. Qual é a graça disso? Isso é algum tipo de fetiche eles tem?

Enfim, passada algumas horas, escutei a voz de Peter no microfone avisando que Claude ia servir o almoço. Me apressei. Levantei da privada, limpei com o papel higiênico a bunda e a minha intimidade, subi a calcinha e a calça e...lavei a mão e sai do banheiro.

Claude veio com o carrinho de comida. E me apresentou os pratos. Salada, salada por todos os lados. Eu estava surtando de ver tanto verde na minha frente. Como eu disse, eu não conto calorias, só tento me controlar na alimentação.

— Mas, não tem nenhum carboidrato? Nenhuma carne, ou peixe? — me queixei.

— Sinto muito, mas não tive tempo de preparar nada do tipo. E como logo vamos pousar no aeroporto de Los Angeles, salada é o que deu para preparar — Claude explanou.

— Cara, eu estou com fome. Eu não quero comer só salada — exclamei como uma "Rainha do drama".

— Salada é saudável — Claude me disse.

Foi então que eu percebi que ficar sem a Jessy estava me matando.  Eu já não queria mais aquela vida de glamour. Eu ansiava por ser uma garota normal para poder ficar com a Jessy.

Eu grunhi, esperneei, fiz um escândalo porque eu não queria comer salada.

—Bom, é o que temos — Claude atestou — Se você não quer comer salada, morra de fome.

Mas espera ai! Claude não disse que iria preparar o que eu quisesse? Pergunta retórica.

—Mas, não dá para você por um peixe ai no meio desse verde? — Trey questionou.

Obrigada, Trey!

— Mas, o peixe leva muito tempo para preparar. Nós já estamos quase chegando no aeroporto — Claude discutiu com Trey.

— Mas cara, se a Alicia não quer comer só salada, qual é o problema? — Trey contestou.

— O problema é o tempo! Nós estamos quase pousando e você quer que eu prepare uma refeição? — Claude bradou.

— Cara, você foi contratado para fazer as vontades da Alicia e não ficar discutindo com ela — Trey o lembrou.

— Nesse caso, eu me demito! Eu não vou cozinhar para essa princesa mimada — Claude se vangloriou.

Aquilo estava um inferno. Eu desejei que logo pousássemos em terra firme.

Então, vi que minhas preces haviam sido atendidas. O aviso do piloto interveio na briga dos dois.

Atenção! Aqui quem fala é o piloto. A permissão para pousar foi dada e nós logo pousaremos no aeroporto de Los Angeles, Los Angeles X. Por favor, queiram se sentar com os cintos de segurança afivelados — A voz de Peter disse no autofalante.

Então Claude e Trey voltaram para seus lugares. Claude levou o carrinho de saladas para os fundos. Haleluia!

E eu me sentei e afivelei o cinto de segurança.

Eu senti que logo o avião desceria no aeroporto. Fui tomada por um frio na barriga.

[...]

Chegamos no aeroporto de Los Angeles, Peter e Claude ficaram no avião estacionado.  Nós fomos em direção a alfândega, passar pelo scanner, e pelo raio X e todo o processo para entrar em Los Angeles.

Como eu não estava com mala para ficar na cidade, passei direto e fui com meus dois seguranças pegar um táxi ou uma van. Mas, havia a opção de irmos de Limusine, então resolvemos contratar. 

Quando a Limusine chegou, o chofer desceu do carro e abriu a porta de trás do veículo para nós e eu fui me sentar com o Trey e o Tyler no banco de trás.

Demos o endereço para o chofer e ele nos levou até o meu estúdio que ficava em Beverly Hills.

Eu comecei a conversar com os meus seguranças.

— Tyler, eu não te vi quando estávamos no ar — comentei.

— Eu estava dormindo. Eu vi o Trey se levantar para ir até os fundos, e depois cai no sono. Quando o piloto fez a última chamada eu acordei de repente e fiquei olhando a paisagem na janela — Tyler explanou.

—Sim, eu resolvi esticar um pouco as pernas durante o voo e ai vi você dormindo, e fui te acordar — Trey comentou.

— Entendo. Eu estava sonhando com a Jessy... — comentei.

— Você ainda está pensando nessa garota, Alicia? — Tyler falou esboçando uma cara de ranzinza.

— Começou. Lá vem o Tyler James... — Trey debochou.

— Trey. Sabia que você é muito leviano? Você não pode ser assim. Você tem que ser mais rígido e seguir mais as regras — Tyler retaliou.

— Cala a porra da sua boca, Tyler! — Trey invocou — Você é muito "certinho", cara. Seu projeto de G.I.Joe!

— Madame Butterfly! — Tyler praguejou.

Trey começou a gargalhar daquilo.

—Só rindo para não chorar desse seu comentário preconceituoso, cara! — Trey disse.

— Cara, eu não sou preconceituoso. Eu como comida chinesa no jantar. Eu adoro comida chinesa, na verdade— Trey se defendeu.

Tai uma coisa que eu não sabia sobre o Tyler.

[...]

Depois de rodarmos pela estrada, nós chegamos no meu estúdio, Mirage Studios. Era uma casa rosa com um portão eletrônico branco que parecia uma casa normal. E essa era a ideia quando Paul comprou a propriedade, pelo menos, foi o que ele me disse quando eu entrei para o estúdio.

Nós descemos e fechamos a porta ao sair. O chofer saiu do carro, fechou a porta dele, e pediu uma gorjeta. Tyler o pagou e eu fui entrar com Trey.

Depois de pagar e agradecer o chofer pela corrida, Tyler voltou e se juntou a nós.

O portão do meu estúdio se abriu e nós passamos. Então o portão foi fechando atrás de nós.

Entramos, e nessa sala com piso ladrilhado preto e branco, falamos com a nossa secretária, Senhora Margot Shiffers. Uma mulher com cerca de 64 anos, mas enxuta, seios firmes escondidos atrás de uma blusa de seda branca de decote v. Um cabelo vermelho preso em um coque alto, olhos verdes, batom vermelho na boca, uma pintinha no canto da boca, ela usava óculos de gatinho preto com strass, saia lápis preta, meia - calça da mesma cor, e sapatos pretos.

Margot era um amor de pessoa. Nunca se casou, nunca teve filhos, e levava o trabalho muito a sério.

— Oi Margot! — Eu a cumprimentei em sua mesa.

Margot abaixou o óculos e me cumprimentou.

—Oi Alicia! Tudo bem com você? — Margot disse solícita.

— Eu estou ótima! — eu disse desmunhecando a mão.

— Então está bem — Margot replicou com um sorriso.

— Howard me ligou — Eu fui direta ao assunto — Ele me disse que estava me esperando aqui.

— Verdade — Margot atestou — Ele está lá em cima esperando por você.

— Você sabe do que se trata? — perguntei curiosa.

— Bem, eu acho que é alguma coisa sobre uma sessão de fotos que você fez. Mas, o senhor Rayner pediu para manter segredo... — Margot retrucou.

— Hmm...tudo bem. Eu vou lá checar.

— Mas, me conta Alicia, como você tem passado? — Margot quis saber.

— Bem, as coisas tem sido meio...turbulentas — respondi.

— Eu achei que você tinha ido viajar, ou algo assim— Margot comentou.

— Não. Basicamente, eu encontrei um novo amor — revelei.

— Que interessante! E quem é o sortudo? — Margot ficou interessada.

— Não é sortudo — corrigi — É sortuda.

— Sortuda? Essa é nova. Não que eu seja contra um relacionamento gay. Pelo contrário, eu sou muito aberta a esse tipo de coisa, embora eu não seja de me relacionar.

— Eu sei. Enfim, o nome dela é Jessy. E eu a amo muito.

— Nossa! Você está mesmo apaixonada — Margot ficou impressionada.

— Sim. O Paul já está sabendo disso, mas ele se recusa a aceitar meu namoro com a Jessy, e pega no meu pé por causa disso.

— Não liga pra isso — Margot falou desmunhecando a mão — Eu suspeito que o Paul seja enrustido. Mas, eu não posso expor esse comentário, pois ele me demitiria e eu preciso trabalhar.

— Então, basicamente eu a encontrei em um café, e ai eu me apaixonei por ela. Nós transamos...E teve o problema com os Paparazzi...

— Eu sei. Eu li no jornal e mostrei para o Paul.

— Ah, então foi assim que o Paul ficou sabendo?

Fiquei surpresa. No dia que Paul me ligou falando que eu sai no jornal, eu não imaginava que tivesse sido isso.

—Mas, eu acho que é melhor pararmos a conversa por aqui. Não quero que o Paul venha reclamar de mim depois — Margot me cortou.

— É claro. Eu vou lá para cima — falei me retirando já.

Meus dois seguranças ficaram batendo um papo com a Margot. Eu sei que, Trey sempre foi apaixonado por ela. Uma vez eu lembro que ele chegou no estúdio com um buquê de rosas para ela e a paparicou.

[...]

Entrei na sala do Paul, já abrindo a porta e encontrei Howard junto com Paul, e...o marido de Howard que segurava uma placa retangular nas mãos.

Eu fechei a porta e fui até eles.

—Olá, Alicia! — Paul me cumprimentou.

— Olha ela ai, nossa estrela da capa — Howard exclamou.

Espera! Como é? "Estrela da capa"?

Então eu cumprimentei o marido de Howard, Malcolm Lacroix. Ele era um homem de estatura baixa, cabelos bem curtos, olhos castanhos, usava gloss nos lábios, vestia um terno cinza com uma camisa rosa, e uma gravata preta, e sapatos da mesma cor da gravata.

—Oi! Eu sou Alicia Meyers — o cumprimentei.

Malcolm me cumprimentou.

— Olá! Muito prazer, sou Malcolm, marido do Howard — ele estendeu uma das mãos enquanto segurava a placa debaixo do braço.

— Vejo que você acabou de conhecer meu marido, Malcolm — Howard observou.

— Sim. Vamos direto ao assunto? Que história é essa de "Estrela da capa"?

— Malcolm, mostre a ela — Howard pediu.

— Ah ta — Malcolm respondeu.

Malcom tirou a placa debaixo do braço e me mostrou. Tinha o nome da revista, uma foto que parecia ser minha, algumas matérias daquela edição e um fundo amarelo.

—Essa Alicia, é a sua capa. Bem, na verdade, é um protótipo da sua capa. Pois eu queria saber o que você achava para depois mandar imprimir a revista com a sua capa — Howard me revelou.

— O que eu acho? Bem, eu acho que a foto está ótima. Digo, vocês photoshoparam, não é? Porque não parece que sou eu na foto — eu comentei.

— Sim, nós tivemos que dar um jeito no Photoshop. Você não parece ser fotogênica — Howard explanou — Mas, isso é o de menos. Eu quero saber se você gostou ou não.

— Bem, sim. Eu gostei. Mas, quanto vou ganhar por essa capa? — quis saber.

— 300 dólares. E mais um contrato vitalício de 6 anos com a revista Venus — Howard me contou.

— 300 dólares? Só isso? Ah, e tem um contrato com a sua revista.


Pensei um pouco naquilo e...resolvi aceitar. Muito rápido? Acho que é porque eu queria me ver livre do Paul pegando no meu pé.

O indecente do Paul ainda foi me lembrar quem mandava naquele estúdio.

— Você ainda tem um contrato comigo que ainda não venceu — Paul me lembrou.

—Eu sei— contestei — Eu também sei o que eu disse no dia da festa. Mas, acho que no momento a minha liberdade fala mais alto.

— Sua liberdade chama-se Jessica. E eu não gosto de ver  você envolvida com essa garota. Ela é ruim para os negócios e não dá dinheiro — Paul resmungou com a mão no cenho.

— Pare com isso, Paul! Nós somos colegas de profissão e você está sendo muito abusivo com o anjo de pessoa que é a Alicia — Howard me defendeu.

— Eu não quero saber, Howard. Alicia trabalha para mim. Eu recebi você por causa da nossa amizade. E como a Alicia disse, eu acho que ela é que tem que decidir sobre isso. Eu pessoalmente não ligo para essa simples capa de revista — Paul contestou.

— É um protótipo. Ainda está em desenvolvimento — Howard exclamou.

Paul ficou calado.

Howard então voltou o olhar para mim.

— Então, Alicia. Você precisa escolher. Você quer trabalhar para mim ou para o Paul? — Howard me deixou na dúvida.

— Olha, Alicia, pense bem antes de decidir — Malcolm me lembrou — Mas, eu posso te garantir uma coisa. Você será muito bem tratada e as garotas que trabalham para a revista são muito simpáticas e carinhosas. Elas com certeza vão amar conhecer você.

Essa era um decisão complicada. Mas, precisava me decidir.  Pensei por um momento naquilo, e...talvez fosse melhor para mim trabalhar para o Howard do que continuar com o Paul, pois eu poderia passar mais tempo com Jessy.

— Está bem. Eu já pensei no assunto — falei confiante — Eu quero trabalhar para você, Howard.

—Tudo bem. Bem - Vinda a revista Venus Magazine, Alicia — Howard e eu apertamos as mãos, fechando o negócio.

— Que desperdício de dinheiro...você vai mesmo jogar tudo fora agora, Alicia? — Paul perguntou retoricamente.

— Bem, eu acho que vai ser melhor assim. Além disso, você só vê o dinheiro, Paul. O Howard, bem...ele me vê como um ser humano. Ele me entende — eu explanei o motivo da minha decisão.

— Sábia decisão, Alicia — Howard consentiu.

E essa foi a maneira de eu tocar um "Foda-se" no Paul.

Então eu falei com o Howard.

— Quando eu posso começar? — quis saber.

— Quando você quiser, Alicia — Howard retrucou.

— Está bem. Que tal...amanhã? — inquiri.

— Por mim tudo bem — Howard replicou.

— Está certo. Eu acho que vou voltar para a minha casa e descansar.

— Tudo bem, Alicia.

— E Paul, eu quero o Trey e o Tyler para mim — exclamei.

— Bem.... — Paul reluto, mas depois aceitou — Está certo. Então a partir de agora você não trabalha mais para mim, e eu vou rasgar o seu contrato.

— Faça o que quiser, Paul. Eu não ligo— bradei — Por mim você poderia estar na rua!

[...]

O tempo foi passando e logo anoiteceu. Eu peguei meu jato e fui para casa.

Chegando lá, tomei finalmente um banho, e fiquei a pensar em tudo o que tinha acontecido comigo.

Eu resolvi que eu precisava mudar. Iria parar de fumar, iria pensar em talvez frequentar uma escola de Yoga, ou uma academia. Afinal, Jessy me ama, e ela me deixou claro naquela carta que ela escreveu para mim. Eu decidi que por ela eu iria mudar.

Estava na hora de dar um basta naquela situação. A minha vida realmente precisava de mudanças, por mim, e por Jessy.

Eu não poderia ser mais a "Drama Queen". Na verdade, Jessy havia me mudado quando roubou o meu coração, mas eu ignorava isso. Eu acho que toda a fama estava me cegando e eu não percebi que de todas as pessoas que eu conheci, Jessy se importava comigo. Howard também, mas ele é outro caso.

Acho que quando você tem a oportunidade de parar. Pare. As coisas só tendem a pior depois.

Eu acho também que talvez eu tenha errado em dar uma segunda chance ao Paul. Se ele me criticava rudemente, era melhor não continuar com aquilo.

Nós fazemos nossas escolhas, mas chega uma hora que precisamos parar e refletir sobre elas. E também precisamos escolher bem quem serão nossos amigos, nossos aliados...um dia algum deles pode passar a perna em você e você nem perceber.


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Notas finais do capítulo

Sobre esse capítulo. Eu li sobre essa modelo que contou em um site sobre a vida dela, e ela ganhou 250 dólares por uma capa para uma revista de saúde. Ela disse que as modelos geralmente comem Aipo no café da manhã, almoço, jantar. Elas não podem engordar, nem engravidar — E isso é meio que crítico pra mim, pois eu tinha uma ideia engatilhada para o final dessa trama que envolvia isso, mas acho que vou ter que pensar em outra coisa — Se a modelo engorda ou fica grávida, a carreira delas acaba. Elas precisam fazer Yoga ou academia para se manter em forma, e...não tem nenhum outro trabalho que as aceite, tipo, elas poderiam tentar carreiras como estilismo e costura, mas a maioria não tem habilidade para seguir essas carreiras. O emprego ideal para elas é ser instrutora de Yoga, academia, ou então ser donas de agências de modelos. Elas não ganham muito cachê, o cachê delas vai de 100 a 400 dólares, e desfilar na passarela não dá dinheiro, geralmente elas ganham roupas e só. Muitas agências de modelos são exploradoras e falsas. E as modelos também trabalham temporariamente como garçonetes em hotéis de luxo, ganhando 1000 dólares por noite. É pouco, mas quando elas quiserem parar, elas podem, porque é temporário.

Essa modelo, ela disse que ela não pensa nas calorias do que come, mas se controla na alimentação. E a Alicia é assim. E ela também é daquelas que comem e não engordam. Eu a fiz assim porque eu tenho meio que invejinha de quem é assim, sabe?

E tem muitos outros detalhes que essa modelo fala no site, mas basicamente modelismo é uma profissão com prazo de validade. Eu até colocaria o link do site aqui, mas está em inglês, então pra quem se interessar, se quiser pedir o link por MP, eu passo.

Bom, o Claude Beaufort, que é o chef de cozinha desse capítulo, foi inspirado em um chef francês que tem um reality show na tv acabo no canal GNT, chamado: "Que maravilha! Chato para comer". Basicamente é um programa onde uma determinada família inscreve uma pessoa, pode ser filho, filha, irmão, irmã, etc, que não gosta de comer certos alimentos, e o chef prepara pratos com esses alimentos que eles não gostam, de um jeito que eles passam a gostar. Eu acho isso ridículo, porque o chef acaba gastando toda a sua habilidade na cozinha, para preparar um prato prum FDP que não gosta de comer x alimento. Então, achei interessante abordar isso.

Falando sobre o conceito dessa trama. Eu acho que a maior inspiração foi um caso, até tem no Youtube. O Tom Cruise chegou a salvar uma mulher brasileira nos EUA que parece que foi atropelada por um carro, e ele fez respiração boca a boca nela, mando ela para o hospital, e depois pediu o telefone dela, o que gerou um certo ciúmes na Katie Holmes que tava noiva do Tom Cruise na época, parece. Enfim, essa brasileira fazia o quê nos EUA? vocês perguntam. E eu respondo. Ela era garçonete. Ela parece que estava fazendo a faculdade pra ser modelo, não sei, e foi trabalhar de garçonete num restaurante, e ai o Tom Cruise salvou ela. Olha ai a referência!

A Alicia, bem, eu pensei nela como uma mistura de Samuel L. Jackson, com o Tom Cruise. Porque eu fiquei pensando, por que uma mulher não pode ser galanteadora estilo Tom Cruise também? Porque uma mulher não pode ser safada como muitos homens são?

O fato da Alicia fumar é uma referência a uma modelo famosa, que era lésbica assumida, fumava e usava drogas. Mas tem uma passagem da vida dela que ela resolve fumar pra substituir as drogas. Essa modelo é a Gia Marie Carangi. Tem um filme dela onde a Angelina Jolie interpretou ela. E...basicamente eu me inspirei nesse filme também. Se quiserem procurar, o nome do filme é "Gia: Fama e Destruição". Apesar de todo o conteúdo do filme ser digno de 18 anos, tem alguns sites que o classificam como 16+

Acho que é isso.

Bom, esse capítulo foi inspirado nessa música da Krystal Meyers, e acho que ela casa bem com a trama:

Krystal Meyers - Shine. Todos os direitos pertencem a cantora, não a mim.

Letra traduzida: https://www.letras.mus.br/krystal-meyers/1269984/traducao.html

Link do clipe no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=S-zM_qc_ZG8


Enfim, espero que tenham gostado^^

Até mais!



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