Uma babá quase perfeita. escrita por Atena


Capítulo 5
Conquistando a Pequena Queen.


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, como estão? Sei que tem gente que tá esperando essa fic há 84 anos, então cá estou. Desculpem a minha demora. Vou deixar vcs lerem, espero que gostem.



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Uma lista, era exatamente disso que eu precisava.

E ela começou com: Como conquistar a pequena Queen.

1° Item: Falar sobre como gosto de animais.

2° Item: Maratonar todos os filmes das crônicas de Nárnia com ela.

3° Item: Jogar futebol com Olivia.

4º Item: Deixar Olivia comer chocolate duas vezes por dia (Oliver não precisa ficar sabendo)

5º Item: Levar Olivia e Jensen no parque para passear com o cachorro, jogar frisbee e tomar sorvete.

6º Item: comprar o frisbee, porque o cachorro já destruiu todos que Olivia tinha.

7º Item: Deixar, só de vez em quando, Olivia assistir filmes de terror.

8 º e último Item: Levar Olivia ao zoológico.

Pronto, agora eu tenho uma lista. Não é possível que depois de todo o meu desempenho em conquistar aquela pequena e graciosa garota, eu acabe falhando. Na verdade, a palavra falhar nem existe no meu dicionário.

Eu vou conquistar Olivia, ou não me chamo Felicity Meghan Smoak.

Agora eu estava pronta para a guerra.

Desembarquei do meu carro e entrei pela porta dos fundos da mansão Queen. É cedo, então com certeza todos estão reunidos na sala de jantar, tomando café. Que coisa mais idiota, a sala de jantar serve para todas as refeições, porque não, sala de refeições. Coisa mais doida.

Lembro-me quando morava na mansão do meu pai. A sala de jantar da casa dele é enorme e elegante, ainda mais do que a da mansão Queen. Lembro também dos jantares tediosos de negócios do papai. Aquilo nunca acabava. Também lembro quando minha mãe se reunia com as suas amigas poderosas e ricas, na verdade ex amigas. Hoje em dia, se elas verem a minha mãe, viram a cara. Bom, eu dava muitas risadas das conversas fúteis delas.

Está aí um lado bom, minha mãe se livrou daquelas mulheres arrogantes e fúteis que só sabiam falar de compras no shopping e plásticas, atualmente, mamãe tem suas amigas e todos os sábados elas se reúnem pra beber e se divertir de verdade. Amigas que realmente valem a pena.

— Eiiiii... Felicity, você está aí? — minhas bochechas coraram assim que percebi que Oliver estava parado na minha frente, estalando os dedos. — Você está bem?

— Oi... sim... estou. — mordi o lábios e contei mentalmente até 3. Céus! — Desculpe, eu estou bem.

Ele me encarou sério por alguns segundos, então esboçou um sorrisinho no canto dos lábios.

— Você parecia bem distante. — ele comentou.

— Desculpe, estava tentando me lembrar se desliguei a televisão. — é claro que não falaria a verdade, então inventei minha melhor desculpa.

— E lembrou ou eu te interrompi?

— Sim, eu desliguei.

— Menos mal. — murmurou, tirando o celular do bolso e checando as horas. — Você pode me acompanhar até o meu escritório?

— Claro.

Oliver seguiu na minha frente e eu fui atrás dele. Posso dizer que a experiência foi ótima, porque tinha a visão privilegiada da bunda dele, e que bunda maravilhosa, minha nossa senhora, aquelas nadegas balançando pra cá e para lá, ainda mais nessa calça social. Benza Deus. Que nunca falte abundancia nesse homem.

Oliver girou e eu não tive tempo de guiar o meu olhar para outro lugar, mas dessa vez estava com os olhos fixos no meio de suas pernas, e me peguei imaginando como seria lá, sem nada que cobrisse.

Merda, Felicity! Ele acabou de flagrar você olhando bem para aquele lugar.

— Algum problema? — questionou.

Levantei o meu rosto e engoli em seco. Ele estava com os olhos fixos nos meus e um sorrisinho perturbador no rosto.

— Nenhum. — respondi. — Apenas estou curiosa pelo que o senhor tem para conversar comigo. 

— Ah, por favor, não me chame de senhor. — ele virou-se de costas e abriu a porta. — Na verdade, você pode me chamar de senhor, mas não nessas circunstâncias.

A forma com que ele me encarou me fez estremecer e sentir todos os pelos do meu corpo se eriçarem, não sabia explicar porque tive tal sensação, talvez seja porque Oliver é bonito demais e eu sou uma mulher que sente desejos. Parei para pensar, então me questionei quais outras circunstâncias Oliver estava se referindo.

— Entra. — disse, abrindo caminho para minha passagem.

Ele entrou logo após e fechou a porta.

— Fiquei sabendo que Olivia te derrubou na piscina. — disse, contornando sua mesa e sentando-se na cadeira. — Sente-se, por favor.

Me sentei e o encarei.

— Foi um acidente.

Oliver cruzou os braços sobre a mesa.

— Você sabe que não foi um acidente e aposto que também sabe que ela não vai desistir.

Eu dei de ombros.

— Eu também não vou.

Oliver ficou me olhando por alguns segundos, seus olhos carregavam uma espécie de admiração.

— Não é a primeira vez que enfrento algo difícil, já enfrentei coisas bem piores e passei por todas elas. — falo, determinada. — Olivia vai gostar de mim, eu prometo.

— Uau. — ele sibilou. — Então você pretende continuar.

— Não tenho motivos para desistir. Então, sim, eu vou continuar.

— Ótimo. — ele sorriu. — Porque hoje eu tenho um jantar de negócios. E Thea e minha mãe estão viajando, voltam só amanhã. Preciso que você fique com Olivia e Jensen. Mas não se preocupe, você vai ganhar um bônus por isso. — ele fez uma pequena pausa. — Tem problema para você?

— Nenhum.

— Ótimo. — disse, abotoando um dos seus botões do terno. — Sabia que podia contar com você. — então ele deu uma piscadela para mim e sorriu.

Merda! Por que eu não sinto desejo por mulheres? Homens não prestam, mas Oliver é tão tãooo gostoso, que fica difícil manter firme e forte o meu ódio pela classe masculina.

— Era só isso, Oliver?

— Sim, você pode voltar para o seu trabalho. — assenti com a cabeça e girei para sair do escritório.

— Hum, Felicity. — eu girei novamente para encarar Oliver. — Espero que você consiga conquistar Olivia.

Não consegui segurar o sorriso que ganhou meus lábios, e não foi por causa do comentário de Oliver, mentira, um pouquinho foi. Mas o maior motivo do meu sorriso é o meu espirito competitivo, eu nunca gostei de perder qualquer coisa e nunca perdi, não vai ser uma garotinha que vai me derrotar agora.

— E eu vou.

Antes de qualquer comentário da parte de Oliver eu sai da sua sala. As crianças estavam me esperando, e o meu trabalho é cuidar delas. Esperei Jensen e Olivia tomarem café e então pedi para eles subirem e escovarem os dentes, estava quase na hora deles irem para a escola. Depois ajudei os dois vestirem os uniformes e esperei pacientemente Olivia se despedir de cada um dos seus animais.

— Ela faz isso todos os dias? — perguntei e Jensen, que estava parado do meu lado, segurando a minha mão e encarando a irmã 22 segundos mais velha que ele dar 500 beijos no gato. O pequeno ajeitou o óculos e suspirou.

— Sim.

— Olivia. — a garota parou de afofar o gato e me encarou, eu sorri para ela. — A gente vai se atrasar para a escola.

— Eu odeio a escola. — rebateu, levantando-se e pegando sua mochila. — Posso faltar?

— Não.

— Mas eu não quero ir. — retrucou, jogando a mochila no chão e se jogando na cama.

Ah não. Birra agora não!

Olhei para o pequeno Jensen e pedi para ele descer e avisar Diggle que íamos demorar um pouquinho, ele assentiu e desceu. Eu amava Jensen, com certeza ele é o meu preferido. Por mais que seja horrível admitir isso.

Caminhei até a cama e me sentei no colchão macio.

— Eu te entendo, na sua idade eu também odiava ir para a escola. Lá é tão chato. — falei. — Mas ao mesmo tempo é bem legal.

— Nada é legal lá. — disse Olivia, com a voz abafada por causa do travesseiro.

— Olha, a gente pode fazer um acordo. — eu já tinha um plano elaborado na minha cabeça. — Se você ir para a escola, a tarde a gente pode ir ao zoológico.

Bom, aquilo pareceu funcionar, porque Olivia sentou-se na cama e ficou me encarando com os olhinhos azuis cintilando.

— Você gosta de animais né? — ela assentiu. — No zoológico tem muitos animais. — ela assentiu novamente. — Então, esse é o meu acordo, se você ir para a escola, a tarde vamos ao zoológico e tomamos sorvete.

Estendi minha mão para Olivia apertar e dessa forma a gente fechar o acordo.

— Você promete? — ela questionou desconfiada.

— Prometo.

Ela ponderou, mas a minha proposta era irrecusável.

— Tudo bem, eu vou para a escola. — Olivia apertou minha mão, então pulou da cama, pegou a mochila e saiu correndo.

[...]

Diggle estacionou o carro na frente da escola e eu desembarquei do carro e abri a porta traseira para as crianças descerem. Jensen deu um pulinho e seus pequenos pés aterrissaram na calçada. Ele é tão pequeno e fofo que faz meu coração explodir com tanta fofura.

— Tchau Felicity, a gente se vê depois.

Eu me agachei e ergui a mão.

— High five. — Jensen bateu sua mão pequena na minha. — A gente se vê depois.

Depois de Jensen, Olívia desceu do carro, eu tenho que confessar, Olivia também faz meu coração explodir de alegria, no entanto, o seu jeito travessa me deixa sempre alerta.

Continuei com a mão erguida, mas Olivia não fez como o irmão, ao contrário, ela fez algo que fez o meu queixo cair. Olivia me abraçou e bem apertado, sim, ela me abraçou e entrou dentro da escola. Levantei e sorri feito uma boba, eu estava conseguindo conquistar a garota.

Embarquei novamente no carro, com um sorriso enorme de vitória, me sentindo uma guerreira que acabou de vencer uma batalha. Mas John Diggle acabou com minha alegria quando enfiou os dedos no meu cabelo e quase se engasgou com uma gargalhada.

— John, essa menina é o demônio. — afirmei, segurando a mecha do meu cabelo embolado em uma chiclete. — Ela grudou uma goma de mascar nos meus cabelos, ela é tão maldosa, John!

— Não vai ser fácil Felicity. — ele falou, dando partida no carro.

[...]

A manhã passou bem rápido, depois que eu passei no salão de uma amiga da minha mãe e ela arrumou o meu cabelo, eu voltei para a mansão Queen e organizei o quarto das crianças, essa também era a minha tarefa, deixei tudo organizado e estudei o cronograma de atividades semanais dos gêmeos.  

Na segunda eles têm aula de manhã e a tarde Jensen tem aulas de natação e Olivia de futebol. Na terça, aula de manhã, Jensen tem curso de informática e Olivia de bale. Na quarta feira eles só têm aula pela manhã e a tarde é livre. Na quinta feira, aula pela manhã, a tarde Jensen tem curso de espanhol e alemão e Olivia tem aula de violino e piano. Na sexta, aula pela manhã e a tarde livre. Caramba, até que para duas crianças ricas, eles não fazem coisas tão fúteis.

Quando tinha 9 anos mamãe me colocou em um curso de modelos, eu tinha que aprender a desfilar, aquilo era horrível, tão fútil. Ainda bem que mamãe se livrou de toda aquela futilidade e agora é uma pessoa que bebe cerveja barata ao invés de champanhe. Parece que a traição do meu pai serviu para alguma coisa.

Já está na hora de ir pegar as crianças, John já está me esperando dentro do carro. Embarco no banco do passageiro e ele dá partida.

— Então, já pensou no que vai fazer com Olivia? — ele questionou.

Depois do ocorrido na porta da escola, aquele abraço que eu achei que selaria a paz entre nós, mas na verdade eu estava bem errada, então, depois disso fiquei pensando no que iria fazer com Olivia, no entanto, tudo que pensei é um pouco pesado demais.

— Ainda não. — falei. — Eu não posso dar uma bronca nela, ela só é uma garota travessa que está se adaptando com uma babá nova.

— Esse é o problema Felicity. Olivia sempre está se adaptando com babás novas porque as de antes desistiram dela. — apontou Diggle. — Ela odeia babás, se você quer continuar nesse emprego, precisa conquistar o respeito dela.

Suspirei.

— Eu sei, John. — falei. — Só não sei como vou fazer isso.

— Você precisa saber tudo que Olivia gosta, então usar tudo a seu favor.

— Vou levar eles no zoológico hoje.

— Ótimo, ela quer tanto ir no zoológico, sempre pede para Oliver levá-la, mas ele está sempre ocupado demais.

John estacionou na vaga reservada para quem pega crianças na escola. Desembarquei e fiquei esperando os dois. Jensen foi o primeiro a chegar, ele me disse um oi bem animado e entrou para dentro do carro. Só faltava Olivia agora, fiquei encarando a porta por onde as crianças passavam, até meus olhos encontrarem os cabelos de Olivia, ela estava com uma carranca, os braços cruzados, parecia que a garota maior atrás dela estava a incomodando.

— Olivia. — gritei, erguendo a mão para ela me ver.

A outra garota também percebeu e se calou no mesmo instante, Olivia parecia mais despreocupada agora e venho correndo na direção do carro, ela me encarou, estava notando que a sua arte mais cedo tinha feito eu cortar meu cabelo mais curto, então ela sorriu e disse:

— Gostei do seu novo cabelo. — então se enfiou dentro do carro.

Eu bufei. Essa garotinha ainda vai me dar muito trabalho, mas ela não vai me vencer, de jeito nenhum isso vai acontecer.

— Felicity é verdade que a gente vai no zoológico? — indagou Jensen.

— Claro que é, ela prometeu.

Olhei para as duas crianças pelo retrovisor. Olivia estava com os braços cruzados e encarando meus olhos pelo retrovisor.

— Sim, eu prometi, e não quebro promessas.

E assim como prometido, depois que as crianças almoçaram e fizeram o dever de casa, nós partimos para o zoológico

As duas crianças estavam tão animadas que não escondiam o entusiasmo. Jensen me falou que apesar da irmã amar animais, ninguém nunca teve tempo para levá-los ao zoológico, essa é a primeira vez que eles visitam o local, e eu também.

Antes da gente entrar no zoológico eu conversei com eles e passei instruções, mandei os dois não se afastarem de mim e nem de Diggle, é por isso que eles têm um guarda-costas afinal.

— Vocês entenderam?

— Sim, Felicity. — disse Jensen, balançando a cabeça.

— E você Olivia?

A garotinha revirou os olhos.

— Entendi, agora vamos?

É claro que eu não confiei em Olivia, fiquei a todo o momento de olho nela, se eu perdesse a menina, corria o risco de perder o meu emprego e eu não posso perder meu emprego, não mesmo. Andamos pelo local e as crianças viram animais que nunca tinham visto tão de perto, só pela televisão mesmo. Eles se encantaram pelas girafas e se assustaram com os gorilas. Quando saímos do zoológico eles estavam encantados e não paravam de falar das várias espécies que tinham conhecido.

— Se eu pudesse, teria um zoológico só para mim. — disse Olivia. — Cheio de girafas, elefantes, pássaros e leões.

Sorri com o comentário de Olivia, mas não deixei de pensar o quanto seria perigoso um leão nas mãos dessa menina, ela seria capaz de me trancar em uma gaiola com o animal morrendo de fome.

— Qual seu animal favorito Felicity? — indagou Olivia, me encarando nos olhos.

Parei para pensar, eu nunca fui ligada a animais, nunca tive tempo na verdade. Só quando era pequena, tinha um cachorro chamado Norton que vivia atrás de mim, ele dormia na minha cama todas as noites e eu dividia todas as minhas refeições com ele, era muito apegada a Norton até que um dia ele escapou e o vizinho da casa ao lado atropelou o cachorro, Norton morreu e fiquei desolada, nunca mais tive um animal depois dele.

— Eu gosto de cachorros.

— E você já teve um cachorro? — foi a vez de Jensen perguntar.

— Já sim, Jensen. Quando eu era pequena, ele se chamava Norton. — respondi. — Meu pai me deu ele.

Meu pai, eu sinto falta dele. Embora ele tenha feito tantas coisas ruins, eu sinto muita falta, ele era o melhor pai do mundo, até estragar tudo. E agora não posso culpar só ele, também tenho culpa, ao aceitar aquele dinheiro eu perdi todos os meus argumentos e a minha razão contra ele. Deixei aquela mulher chata e arrogante vencer, e nem lutei.

— O que aconteceu com ele? — questionou Olivia.

— Vocês estão muito curiosos. — falei, aquele assunto havia me deixado emotiva, voltar ao passado, naquele tempo em que eu tinha tudo que precisava me fez ter vontade de chorar. — Que tal a gente dar uma passadinha na sorveteria agora?

Acabei cumprindo a minha parte no acordo, Olivia adorou a tarde que tivemos, ela estava mais comunicativa, me fez perguntas, conversou bastante comigo. Tenho certeza que ganhei pontos com ela, mas Olivia é estável, ela pode muito bem estar armando mais uma contra mim, tenho que ficar alerta, não posso tirar os olhos dela.

Quando voltamos do passeio, as crianças tomaram banho, brincaram no jardim com o cachorro e depois jantaram, já estava tarde, o dia havia passado rápido, no entanto, meu expediente não acabaria tão cedo, não antes de Oliver chegar.

— O que vamos fazer? — questionou Olivia, já estava tarde e eles não faziam a mínima questão de irem para a cama.

Lembrei da lista que fiz de coisas para conquistar Olivia.

— A gente pode assistir nárnia. — sugeri. — O que vocês acham?

Olivia adorou a ideia, assistiu os dois primeiros filmes firme e forte. Já Jensen, dormiu na parte que Aslam morre na mesa de pedra. Quando o segundo filme acabou, Olivia me ajudou a levar Jensen para o quarto, ela tirou os tênis dele e deu um beijo na bochecha do irmão.

— É bom você ir para a cama também mocinha, está com os olhinhos murchos de sono. — falei, cobrindo Jensen.

— Felicity. — me virei e olhei para a menina. — Você pode me colocar na cama e contar uma história?

Eu não sabia se aquilo era um plano de Olivia ou ela realmente queria que contasse uma história para ela, a pequena é imprevisível. Mas estou aqui para correr riscos.

— Vamos lá. — ofereci a mão para ela, a qual ela aceitou de bom grado. Caminhamos até o seu quarto.

Ajudei Olivia a se ajeitar na cama, é claro que Chuck e o gato se aconchegaram na cama com ela, os três eram inseparáveis. Puxei uma das cadeirinhas da mesa de chá ao lado da cama e me sentei. Eu conhecia apenas as histórias de princesas que minha mãe me contava quando era crianças, histórias em que as princesas sempre encontram seus príncipes, sempre foi isso que minha mãe desejou, que eu encontrasse o meu príncipe.

Resolvi contar uma história diferente, a história da princesa que lutou várias batalhas para reencontrar seu melhor amigo, o seu cachorro. Era mais a cara de Olivia essa história, sem príncipes em cavalo branco, sem mocinhas indefesas, só uma princesa forte e determinada que vai atrás do seu cachorro. Ela acabou dormindo antes do fim.

No final, não era um plano de Olivia, ela realmente só queria escutar uma história.   

Cobri a garota, ela era uma pestinha, mas a vontade de beijar a sua bochecha foi incontrolável.

— Parece que você está conseguindo. — eu girei e meu olhos encontraram a figura do homem de ombros largos, coxas grosas e sorriso encantador parado na porta. Foi impossível não suspirar com a imagem cansada de Oliver.

— Ainda é cedo para dizer isso. — falei.

Ele sorriu e deslizou as mãos para dentro dos bolsos da calça.

— Eu acho que você vai conseguir. — apontou.

— Você acha?

— Tenho certeza disso. — ele adentrou no quarto e andou até na cama, deu um beijo na testa da filha e depois ficou em pé bem na minha frente, bem perto de mim, eu até conseguia escutar o ritmo da sua respiração. Seu olhar encontrou o meu e eu quase perdi o fôlego. — Você é determinada, inteligente e não está muito afim de perder. Por isso sei que você vai conseguir.

Céus, acho que nunca vou esquecer a forma com que os lábios dele se movimentaram ao proferir essa sentença. Inferno, foi sexy e quente. Okay, eu precisava me afastar, aquilo estava me deixando desnorteada, não estava conseguindo raciocinar direito. Respirei fundo, segurei a cadeira de chá e a levai para o lugar, dessa forma consegui ficar distante de Oliver.

— Fico feliz que o senhor, quer dizer, você esteja tão confiante.

Oliver sorriu.

— Eu só não aguento mais contratar babás, Olivia nunca gosta delas. Mas com você parece que vai ser diferente.

— Bom, assim esperamos não é?

— Sim, com certeza.

Encarei o chão, tudo estava ficando estranho demais.

— E como foi o seu jantar de negócios?

Céus, por que eu fiz essa pergunta? Desde quando os compromissos de Oliver me interessam. Estava me enrolando cada vez mais.

— Foi ótimo. — respondeu. — consegui o que queria. Vou construir uma nova escola no glades.

— Uma nova escola?

— Sim.

— Isso é incrível.

Eu não estava falando da boca para fora, nem babando ovo do prefeito, que agora é o meu novo chefe. Uma escola para o glades seria incrível, as crianças de lá não têm muitas oportunidades, nascem, crescem e se metem no tráfico, assaltos e até assassinatos, uma escola pode mudar o futuro deles, eles vão ter mais oportunidades agora, essa sim é uma boa notícia.

Oliver fitou meus olhos, e por alguns segundos a gente ficou apenas se encarando, até eu ficar sem graça e olhar para o chão.

— Bom, já está tarde. — ele disse. — Eu estou sendo um chefe horrível te segurando até agora no trabalho. — bom isso era verdade. — É melhor você ir para casa e descansar, amanhã é um novo dia.

E espero que esse novo dia seja melhor que o de hoje.

— Até amanhã, Oliver.

— Até amanhã, Felicity.

Sai do quarto deixando a minha paixão de adolescência lá dentro. Sem julgamentos Felicity adulta. Ele sempre foi bonito demais, charmoso demais, e eu era uma adolescente bobinha demais.


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Notas finais do capítulo

Eii, psiu, não esquece de deixar o seu comentário! A gente se encontra em breve com nova atualização. Beijooos e até!!



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