Free escrita por Dominique Slorrance


Capítulo 1
Free


Notas iniciais do capítulo

Olá o/
Ultimamente só me dou bem com ones, mas é aquele ditado né: "vamo fazê o quê?", claro, aproveitar e fazer mais, huahau.

Reli algumas vezes pra ver se tinha algum erro, e também sentido, pq né, do jeito que eu sou, vai que tem gente que não entende? Sorte aí pra quem vai ler, respondo os review tudo só pra constar -q

Foi também postada no spirit como CrazyWinchester, se houver mais um perfil além desse e o que citei, denuncie ^^

[Capítulo lindamente betado pela Yeahoppa, do Perfect Design].



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Passaram-se tantos anos. Cresceu tanto como ninja. Mas, durante as noites, observando sua filha dormir, perguntava-se: para quê? Do que valeu crescer como ninja se seus sentimentos não mudavam?

Sim; Sasuke, para si, romanticamente, continuava sendo a mesma coisa. E do que adiantavam aqueles sentimentos que estavam consigo há tanto tempo? Eles acabavam consigo. Estava tão, mas tão cansada. De expectativas, esperanças, ou qualquer ideia de algo que nunca iria acontecer, porque, não, o que ela e Sasuke tiveram nunca foi um romance. Mas não o culpava, pois, desde o início, sabia. Sabia que não era correspondida. Ele provou de formas explicitas que não a queria como namorada, amante, mulher ou algo amoroso. A mostrou tão explicitamente que, depois de tudo, vê-lo pedindo desculpas, deixou-a surpresa. Sasuke estava arrependido. Mas, mais uma vez, ela sabia; não chegou nem perto de ser um dos motivos para que Sasuke se arrependesse. Não foi pelo que ele nutria por ela. Foi, visivelmente, definitivamente, e, unicamente, por Naruto.

Aquele poke em sua testa não era um “eu gosto muito de você”, nem um “estou apaixonado por você, peça-me para ficar, insista, faça algo” e tampouco um “eu te amo”. Foi um “mantenha-se longe de meus problemas”. Era tão simples de enxergar aquilo, mas o amor nos deixa cego às vezes. Surgiu uma pequena expectativa ali, seu coração batia forte. Sentia-se especial, quando, naquele sentido, ela nunca foi e jamais seria.

O tempo passou, e Sarada foi uma consequência da insistência de Sakura, por mais que, não, ela não tenha abusado de Sasuke na hora em que transaram. Ter aquela pequena criança não foi ruim; na realidade, foi um dos motivos para que Sakura continuasse seguindo depois do Uchiha ir embora, deixando-a sozinha mais uma vez. Mas não deixava de ser uma consequência.

Foi um pensamento feliz de sua cabeça pensar que a única filha de ambos, em algum momento, foi motivo para o Uchiha continuar na vila. Não foi. E, honestamente, Sakura em si também não era.

O tempo passava, as crianças da vila cresciam e ele não voltava. Os mesmos pensamentos persistiam, rondavam e se reforçavam em sua mente, cabeça e corpo. De nada valia ter crescido profissionalmente, se, emocionalmente, continuava instável. Entretanto, precisava ser forte, e esforçava-se o máximo para se mostrar assim à sua filha. Sarada precisava de um exemplo, por mais infeliz que Sakura estivesse. Ela era seu ponto, sorria para ela mesmo que não quisesse. Porque a pequena Uchiha merecia e porque ela não tinha culpa do relacionamento dos pais ou da grande porcaria que sua vida havia se tornado.

E ela não era a única que estava num estado quase deplorável. Observar Naruto era quase como observar a si mesma, apesar das diferentes situações. Às vezes até ria com certo desgosto, querendo dizer algumas verdades para o Uzumaki, afinal, um dos dois deveriam ter um final feliz.

Mas por que observar Naruto era como observar a si mesma? Bem, a falha nos relacionamentos.

Por um bom tempo, a Haruno pensou que o loiro estava numa crise com Hinata, ou sobrecarregado com o dever de Hokage e também os filhos. Mas, com o passar do tempo, veio a inevitável verdade, e também a compreensão total de sua parte: não havia amor.

Naruto não amava Hinata, assim como Sasuke nunca a amou.

Ele nunca percebeu seus sentimentos pela garota, porque você não percebe depois de muitos anos que é apaixonado ou ama uma pessoa sem mal conhecê-la. É irreal.

Foi algo apressado, mal construído e precipitado. Um dia Naruto era um importante ninja solteiro, noutro ele estava praticamente casado com a Hyūga. Quem sabe, um dia ele também se libertasse como fez. Um deles, enfim, havia alcançado um final feliz.

Aconteceu quando Sarada era uma recém-adolescente, puro orgulho da mamãe. Chamou Sasuke para uma conversa, sendo que, naquela época, ele estava se tornando, finalmente, presente na vida da filha. Disse tudo tranquilamente, porque era assim que se sentia no momento. Os olhos verdes eram enigmáticos, sua roupa bem diferente da que geralmente vestia; a que tinha o símbolo Uchiha, como se um dia ela tivesse sido uma. Trajava um vestido verde solto e uma sandália que Sarada tinha lhe dado de presente no dia das mães. E, nossa, como se sentia linda naquele dia.

Sorria, enquanto via o rosto franzido dele. Confuso, poderia defini-lo, mas não se importava.

“Já está na hora de eu me libertar, Sasuke. Nossa filha está crescendo, e ela sabe que não temos o melhor relacionamento, e melhor: compreende que os pais delas merecem ser felizes. E, convenhamos, eu não estou, você não está”, foram as palavras que desencadearam aquela expressão. Disse algumas frases no plural para não soar insensível, porque, agora, a Haruno preocupava-se mais consigo mesma do que com Sasuke. Claro que queria que ele fosse feliz bem longe de si. Mas não o privaria de Sarada, coitado. Não pense que Sakura guardava mágoa de tudo, ela apenas estava cansada de se importar tanto com algo que no passado ele não se importou. Isso a faz ser mais egoísta no momento – direito dela –, porém, com o tempo, apenas sorriria ao ver o Uchiha, finalmente satisfeita com a relação que estabeleceram.

Amizade era o que deveria ter sido desde sempre. Amor pode ser bonito, mas, quando não correspondido, prende e machuca. Nos ilude e nos põe para baixo. E você tem que conseguir ser firme com tudo e seguir em frente, durando o tempo que for, caso contrário, se afundará na própria infelicidade.

Quando saiu daquela casa, longe de Sasuke, Sakura fechou os olhos; sem pesar, sem dor, sem mágoa. O vento batia em seu corpo, elevando seu vestido minimamente e bagunçando os cabelos cor de rosa, e, finalmente, depois de tanto tempo, estava livre da prisão que ela mesma fez.


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Notas finais do capítulo

Só faltou a Sakura cantar: tem coisas da vida, que a gente não perde, a gente se livraaa da joelma :v

Eu gostei de escrever essa one, apesar de eu num ser muUuUuUito fã da Sakura, e olha, ainda envolvi o Narutin hahauahaua ♥

Enfim, podem comentar, ok? Mas só se quiserem tbm, não obrigo ninguém, sejamos todos livres! :p