Uma Sapatilha para Sophia escrita por Raquel Eloi Bisquin


Capítulo 3
Capítulo 2- Menina perdida


Notas iniciais do capítulo

Olá seres humanos :3
Então bem vindos a mais um capítulo...
Olha quando escrevi esse capítulo achei bastante bom, mas hoje quando fui revisar para postar, me pareceu meio uma novela mexicana. Então, bem... Me desculpem por isso. Eu realmente gostaria de saber a opinião de vocês sobre o rumo que a história está tomando :3
Bem, é isso. Boa leitura pessoinhas ♥



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(...) Se você ama alguém, melhor dizer enquanto eles estão aqui                                porque eles podem simplesmente fugir de você(...)

                                              Imagine dragons/On top of the world

                        

                 Hospital Maria das Dores 9 anos antes

 

No ar extremamente quente de uma manhã comum,na sala de espera irritantemente branca um senhor de idade anda em círculos apreensivo, vez ou outra passa as mãos pelos poucos cabelos brancos que lhe restam, parece rezar e ao mesmo tempo travar uma luta mental consigo mesmo. Ele passaria despercebido ou sem ser notado se não fosse por seu terno caro e muito bem alinhado. Enquanto enfermeiros e varias outras pessoas de branco andavam apressadas de um lado para o outro, Seu Bernado encarava o teto branco em desespero. O que estava para fazer era realmente certo?  E se não o fizesse… O que seria de sua família tradicionalista e até então longe de qualquer escândalo?

—Deus do céu! homem você vai acabar cavando um buraco até o piso de baixo!- Dona Carmem Siqueira resmunga do lugar em que estava sentada confortavelmente- Se acalme, dará tudo certo! Beatriz é uma menina forte e irá sobreviver.

—Sabe, da forma como fala, nem parece ser uma mãe em que a filha está em risco de vida!

—Ah! Por favor Bernardo… O médico nós garantiu que ela e a criança irão sobreviver! Aquela pestinha nasceu com saúde enquanto nossa filha definha em uma cama de hospital! O que ao meu ver, é algo de tamanha injustiça!

—Cale-se Carmem!- O homem quase grito de tamanha raiva- Não diga mais nada…

A mulher analisou seu marido em silêncio por algum tempo e suspirou.

—Também estou preocupada… Mas com o futuro de nossa família após a bobagem que Beatriz cometeu! Pensou a respeito do que eu lhe disse?

Ele a olhou sinistramente, como se a qualquer momento a vaporizasse com apenas seu olhar, caminhou pela sala até sentar-se ao seu lado.

—Ela é nossa neta Carmem! Não me parece o certo a fazer…

—Deus…- Ela suspirou atordoada- Você não pensa no futuro de sua filha? Ela ganhou uma bolsa no exterior e perderá todo o seu futuro se não fizermos nada!

—Não se atreva…

—Estou cuidando do futuro da minha família!

—Aquela criança faz parte da nossa família agora!- Bernado explodiu recebendo uma olhar de advertência de um dos enfermeiros- Ela é apenas uma criança!

—Uma droga de criança negra! Filha de alguém que nem conhecemos!

—Não conhecemos porque você humilhou o rapaz e proibiu nossa filha de encontra-lo- O homem cada vez mais se convencia que sua esposa era cria do próprio Lúcifer- como pode ser assim tão…

—Senhor Bernardo?- Doutor Lucas, um jovem médico muito simpático que havia atendido a sua filha no dia anterior- Bem a situação da sua filha é instável, ela chegou aqui muito fraca por falta de alimentação, mas vocês já podem levar sua netinha para casa! É incrível mas a menina nasceu muito saudável!

—Ah que ótimo!!- Carmem respondeu com entusiasmo suspeito- Vamos levar nossa florzinha hoje mesmo!

E assim foram apresentados a uma linda menininha que logo se aconchegou nos braços do avô. Seu Bernado a olhou com os olhos marejados enquanto um imenso sentimento de carinho o envolvia por inteiro. Caminharam em silêncio até o carro com a bebê envolta em uma manta rosa.

—Nossa ela é linda!- Ele disse enquanto sorria.- Tem cara de Sophia, Carmem, hoje mesmo vou contratar uma babá para cuidar dela enquanto Beatriz está no hospital.

—Não é preciso, sei cuidar de criança- A mulher retrucou fazendo cara de enojada.

Eu não gostaria de contar o que aconteceu na manhã seguinte enquanto Beatriz ainda dormia em seu quarto e Bernado saia para trabalhar.  Foi uma ato tão vil e perverso e o ponto alto do sofrimento na vida de Beatriz… Quando a crueldade de Carmem separou uma mãe de uma filha. Deixando com a criança, apenas o colar preferido da mãe, achando ainda ser um gesto altruísta de sua parte.

E quando a tarde chegou, com seus raios quentes do sol, Bernado chegou em casa empolgado, a procura de sua neta. Era uma casa enorme com varias escadas, pinturas nas paredes que haviam pertencido ao seu tataravô. Moveis caros e tudo perfeitamente organizado por seus empregados.

 Seu Bernado subiu a escada com entusiasmo, esquecendo-se da idade e dores nas juntas. Sua neta havia lhe proporcionado a alegria que lhe faltava em sua casa, que há muito era um ringue de brigas e desentendimentos. O quarto de Sophia fora perfeitamente decorado,  Bernardo lembrava da filha sorrindo e escolhendo cada minimo detalhe… Na porta o nome da neta estava entalhado em meio a varias rosas.

Então ele abre a porta e caminha em direção ao berço e segura a respiração enquanto um pensamento sombrio passa por sua mente, após ao que pareceram vários minutos sai correndo do quarto ao lugar que certamente a encontraria.

Na sala de estar uma música alegre preenchia o ambiente. Carmem tomava chá e lia um livro despreocupadamente.

 -O que você fez?- O homem irrompe a sala deixando o ambiente cheio de toda a raiva que sentia.

—O que era preciso… Você sempre foi mole com Beatriz e permitiu que todos esses horrores lhe acontecessem!- A mulher nem ao menos tirou os olhos dos livros- Nossa filha tem um futuro pela frente e não deixarei que seja frustado por uma pirralha e seu avô molenga!

—Traga-a de volta Carmem ou juro que vou…

—Vai o que? -disse petulante.

—Te mandar sair dessa casa!- O homem gritou enfurecido.

—Você não fará nada, porque no fundo sabe que tenho razão… e querido, esse será nosso segredinho!

(Esse será nosso segredinho…) As palavras ecoavam dentro da mente dele de forma amarga.

—E porque acha que eu faria isso?- Simplesmente diz.

—Ah meu querido... - ela põe o livro encima da mesinha e caminha até Bernardo, para perto dele e arruma sua gravata- Bem… quando Beatriz voltar, ela não ficará apenas com raiva de mim, mas de você também, e acredite eu posso convence-la de que a ideia partiu de você, e acredite… Posso ser bem convincente quando quero!- Carmem dizia isso docemente, como se explicasse a uma criança de onde vem os bebês e não como ela própria entregara sua neta- entendeu?

—E como acha que explicará o sumiço da filha dela?- Havia incredulidade na voz do homem.

—Ah é bem simples!- Ela sorriu sinistramente- Ela. Morreu.

Bernardo precisou se segurar no sofá para não cair com o efeito daquelas palavras, não podia acreditar que passara toda uma vida ao lado de uma mulher como aquela. Mas naquele instante soube que Carmem não iria dar a localização da criança e que além da neta perderia também sua filha. Derrotado ele apenas deu seu veredito final:

—Esta bem.


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Notas finais do capítulo

Então galera... Por favor comentem, Criticas, elogios, conselhos e idéias são sempre bem vindas ♥
Beijos de luz ♥



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