Shitto escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Olá, galerinha fofa do Nyah! Cá estou eu com uma fic novinha em folha, minha primeira de Operação Big Hero e Divertidamente (sendo ou não crossover).
Essa ideia me surgiu do nada, eu tinha visto há muito tempo uma fanart desse shipp num grupo do face e gostei, mas depois de assistir Divertidamente pela terceira vez nesse último fim de semana, eu simplesmente tive que escrever alguma coisa com a Riley! E porque não aproveitar e dar mais uma fanfic pra esse meu shipp tão pobre?
Bom, enfim, a fic não vai ser muito comprida (uns quatro capítulos talvez), mas vou fazer de coração. Então espero que vocês comentem de coração também, heim??

Aproveitem e tenham uma boa leitura ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/696559/chapter/1

A chuva caía forte em São Fransokyo naquela tarde, escurecendo o céu de tal maneira que até parecia noite. O vento frio também ressoava pelas ruas, fazendo os cidadãos correrem para a segurança de suas casas quentinhas.

Se bem que o clima lá fora não fazia muita diferença para Riley Andersen, já que o lugar onde ela está precisava ser frio o tempo inteiro. Afinal, aquilo era um ringue de hóquei no gelo. E nossa protagonista está bem no meio de uma partida.

— Vai! Corre, passa!!

— Ah não, nós vamos bater!!

— Sai da frente, imbecil!!

— Quem essa menina pensa que é pra nos empurrar tendo esse cabelo horrível?

As quatro emoções falavam suas respectivas opiniões, mexendo nos controles e criando mais memórias a cada minuto. Todas tão agitadas que nem perceberam que uma delas não estava presente no painel.

— Será que ele não vem?

A pergunta de Tristeza fez com que todos se calassem, desconcentrando um pouco do jogo para olharem na mesma direção que a emoção azul: para a arquibancada.

Após passar o disco para uma de suas companheiras de time, Riley desviou os olhos do jogo por um segundo, pousando-os na arquibancada. Viu ali sua família; os pais de alguns amigos; e até alguns de seus amigos que não faziam parte do time. Mas dele, nenhum sinal.

Uma memória de cor azul ganhou lugar entre as muitas outras. A maioria tinha mais de uma cor, o que eles já haviam se acostumado, mas naquele momento, todos concordaram que Riley deveria estar triste e apenas triste.

O jogo continuou e a Andersen não ficou parada. Porém ela estava mais dispersa agora e a cada oportunidade que tinha, olhava para a arquibancada ou para a porta do ringue, nunca o vendo.

E assim foi até o início do segundo tempo, enquanto Riley voltava para o ringue e fitava mais uma vez a entrada do local.

— Cadê ele, cadê ele, cadê ele?! – Medo já se desesperava.

— Ele nos deu um bolo?! – A cabeça de Raiva começava a pegar fogo.

— Eu sabia, sabia que era uma questão de tempo até ele se cansar. – Faltava pouco para Tristeza chorar ali.

— Gente, na boa, tá que o garoto é ocupado, mas ele prometeu que estaria aqui.

— Exatamente! – Alegria soou mais alto do que todos, tentando acalmá-los. - Ele prometeu que viria e ele nunca descumpriu uma promessa até hoje, então só temos que esperar. Tenham fé.

Riley parou em sua posição designada no plano de jogo, pelo técnico do time, apenas esperando o juiz apitar e largar aquele disco para poder continuar o jogo. A tristeza já havia passado e agora ela estava ficando brava, encarando tão feito a garota que tinha à sua frente que a coitada até se assustou.

Desviou os olhos para a porta. Nada. Ela rangeu os dentes.

Olhou mais uma vez. Nada. Por que aquele juiz estava demorando tanto?!

Pela terceira vez, mudou o foco de seus olhos para a porta, jurando para si mesma que, se ele não estivesse lá ainda, ela agradeceria pelo roquei ser um esporte violento.

Mas para a sorte de todos dentro do ringue, a pessoa que Riley tanto esperava ver finalmente surgiu. Entrando pela porta que a garota praticamente soldava com os olhos momentos antes, apareceu um garoto, já adolescente, de cabelos negros completamente despenteados e vestindo um conjunto moletom azul escuro que parecia encharcado. Mesmo com uma distância considerável entre eles, os olhos castanhos escuro do garoto se encontraram com os azuis da Andersen e ele sorriu.

Aquilo bastou para Riley sentir seu coração bater como louco no peito e um sorriso inconsciente nascer em sua face. Era sempre assim perto dele, aquela alegria misteriosa a invadia. Se bem que, dessa vez, ela sabia um pouco ao que isso se devia.

— Ele veio. – Murmurou Tristeza, dando o sorriso mais animado que conseguia.

— Ele está mesmo aqui. – Até raiva sorria.

— Ui, e não é que molhado ele fica ainda mais gatinho? – Nojinho olhava para a figura do jovem, muito orgulhosa de Riley por ter conseguido “fisga-lo”.

Nem Medo tinha um ponto contra a chegada do garoto.

— Ele veio. – O sorriso de Alegria mal cabia em seu rosto.

A agitação tomou conta de seu ser; não podia se controlar, ela ficava tão feliz quanto a própria Riley ao vê-lo. Ele estava ali, ele veio vê-la jogar, como ele prometera. Ah, como eles amavam esse garoto, esse nerd lindo e fofo, esse-

— HIRO!!

Quando deu por si, Alegria já tinha se agarrado aos controles.

— Hiro... – Foi tudo o que Riley conseguiu murmurar, sentindo uma grande onda de felicidade atingi-la no mesmo instante em que o juiz apitou e liberou o disco.

Riley partiu para o ataque, usando toda sua animação recém-adquirida no jogo, para onde sua atenção estava novamente voltada. Sabia que ele estaria olhando, não precisava desviar-se da partida para confirmar isso.

—8-8-8-8-8-8-

— Muito bom jogo, crianças. Ótimo trabalho. - O treinador parabenizava conforme, aos poucos, o time saía do vestiário, já com roupas normais ao invés do uniforme.

Riley foi uma das últimas a sair e quando passou pelo treinador, ele a parou. Pôs a mão em um dos seus ombros, abaixando-se um pouco para olhar nos olhos da garota.

— Riley, o que aconteceu com você no meio da partida?

Ela engoliu em seco.

— Me desculpe treinador, eu meio que... – Sua voz abaixou de tom e seus olhos se prenderam na figura que se aproximava. - ... Me distraí.

O treinador se virou para onde sua aluna mirava e viu o garoto de cabelos negros que parou a alguns passos deles. Já o tinha visto em outros jogos e, pelo modo que ele e Riley se tratavam, só podia deduzir o óbvio.

— Oh entendi. – Deu um pequeno sorriso, voltando a fitar Riley. – Na próxima tente ficar mais atenta, mas aquele seu último gol foi fantástico. Parabéns.

E dizendo isso, o treinador saiu dali, deixando os dois jovens a sós. Riley não esperou mais um único segundo depois disso e, largando sua bolsa com o equipamento no chão, correu até Hiro e se jogou em seus braços.

— Oi. – Hiro foi o primeiro a falar, ou melhor, sussurrar, correspondendo ao abraço de sua namorada.

— Oi. – Riley sussurrou de volta, aproveitando aquele contato com seu namorado.

Eles se separaram um pouco, mas só para poderem ficar cara a cara um com o outro. Ambos sorriam. E sem que precisassem dizer nada, fecharam os olhos e começaram a se aproximar, os lábios prestes a se tocarem.

— Caham. - O pigarro forçado chamou a atenção dos dois.

Ao ver seus pais bem atrás deles, Riley se separou às pressas de Hiro, que também meteu às mãos no bolso e ficou á uma distância que seu futuro sogro poderia considerar como “segura”. Se bem que, pelo olhar que Bill Andersen dirigia ao garoto, estava claro que a melhor distância talvez fosse: Riley em São Fransóquio e ele no Pólo Sul.

Não é que Bill não gostasse de Hiro, o que acontecia é que ele não gostava de ninguém que ameaçasse roubar sua garotinha. Se ele não tivesse pegado os dois em um quase beijo, o clima nem estaria pesado como está agora.

— Mana! – Por sorte, o clima foi quebrado da forma mais inocente possível: pelo garotinho de dois anos com cabelos e olhos castanhos no colo de Jill Andersen, que esticava os bracinhos na direção de sua irmã mais velha.

Riley sorriu e se aproximou do menino, mexendo nas mãozinhas do pequeno, sem se importar que uma delas levava uma cornetinha toda babada.

— Oi, Steven. – Cumprimentou-o. – Então, sua mana jogou bem?

— Mana. – Era tudo o que o menino dizia entre risadas. Não era pra menos, afinal as únicas palavras que Steven já havia aprendido eram: Mama, papa, Mana e (para total felicidade de Riley) Hiro.

— Own, que gracinha. – Alegria se derretia pelo o mais novo Andersen.

— Ele é fofo, sim, mas tão babão. – Nojinho fez cara de... nojo.

— Foi um ótimo jogo, filha. – Jill parabenizou-a.

— Agora as semi-finais te aguardam. – Bill também sorriu. Olhou para Hiro e, com certo esforço, conseguiu manter o sorriso. – Espero que esteja lá. E que não se atrase da próxima vez.

Riley também olhou para o namorado, menos sorridente. Parecia ter se lembrado disso apenas agora.

— É mesmo, por que ele demorou tanto? – Questionou Raiva.

— Talvez tenha tido algum problema. – Sugeriu Tristeza.

— Que problema fez ele se atrasar uma hora? – Medo também entrou na conversa.

— Calma, gente, depois a gente pergunta. – Alegria tentava mantes as coisas em ordem.

— De preferência, longe dos pais. – Nojinho completou.

— Vou estar, senhor. – Hiro respondeu olhando para Bill, mas completou fitando Riley: – Eu prometo.

Os dois continuaram sustentando aquela troca de olhares, sem dizerem nada por alguns segundos, até que Bill novamente interrompeu o “contato” dos dois.

— Bom. – Começou a falar, a voz soando forte. – Vamos para casa, minha princesa?

— Chamar de princesa na frente do namorado? Ele está louco?? – Nojinho apertou alguns de seus botões; aquilo não podia ficar assim.

— Pai. – Chamou entredentes, sinal de que ele tinha falado o que não devia. Ela nem se atreveu a olhar para Hiro naquele momento. – E eu não vou pra casa, a mamãe não te falou?

— Oh, eu me esqueci. – Jill parecia saber o que a filha estava dizendo. – Amor, hoje a Riley vai para o Gato da Sorte, ela já tinha combinado com o Hiro.

Mais uma vez, Bill olhou para o garoto com uma cara nada boa, o que o fez se encolher um pouco.

— Sua tia vai estar lá?

— Sim. – Hiro respondeu automaticamente, como um robô. – Trabalhando no café, como sempre.

Hm. – Mudou seu olhar do garoto para sua filha. – Seu celular está com bateria? – Riley mostrou o aparelho com 73%. – Pegou um guarda-chuva? Dinheiro? – Ela assentiu. - Volta pra casa antes das 19:00?

— Volto sim.

Bill ficou pensativo por mais uns instantes. Por mais que quisesse impedir aquelas visitas, Riley já tinha quatorze anos e Hiro era namorado dela, muito mais responsável que os outros jovens de dezesseis anos que se vê por aí. E se eles iam para um lugar com supervisão de uma adulta que ele e sua mulher conheciam, Bill simplesmente não tinha porque dizer não.

— Está bem. – Suspirou, se rendendo. – Pode ir.

— Valeu, pai! – Riley o abraçou sorridente.

Deu um em sua mãe também; um beijinho na cabeça de Steven e se despediu dos três, que se afastaram primeiro já que iriam pegar o carro no estacionamento.

Quando a família Andersen já estava longe o suficiente, Hiro se aproximou de Riley e sorriu malicioso.

— Então, onde nós estávamos?

Mas antes que ele pudesse voltar a abraça-la, Riley o fitou brava e deu um leve soco em seu braço. Hiro apenas a olhava surpreso.

— Porque demorou tanto?

— Desculpa. – Ele coçou a nuca, meio sem graça. – A aula foi mais longa do que eu esperava.

— Uma hora mais longa?! – Raiva deu um soco nos controles, sentindo vontade de apertar a sua lista de palavrões.

— O que te prendeu? – Riley perguntou, já franzindo o cenho e dando um sorriso forçado.

Foi a vez de Hiro engolir em seco e isso não passou despercebido pela garota.

— V-você não vai querer saber.

— Ah, pode apostar que eu quero. – Raiva estralava os dedos, pronto para dar um ataque a qualquer momento.

— Que não seja por aquele motivo, que não seja por aquele motivo! – Medo roía as unhas.

— Hiro. – Riley chamou mais forte, seu sorrio desaparecendo. Ela podia sentir o nervosismo do garoto e isso só aumentava as suas suspeitas.

— Bom... – Ele começou, ainda sem jeito. – Um... um colega, me pediu pra ajudar ele com um problema no laboratório. Era sobre eletroímãs e como eu sou o melhor nisso-

— Foi um colega ou umA colega? – Questionou interrompendo-o.

Hiro franziu os lábios, desviando o olhar. Não queria ver a cara dela ao saber a resposta.

— Foi ummmmma.

— Não acredito. – Nojinho revirou os olhos.

— Não pode ter sido ela, não de novo... Não é? – Tristeza tentava convencer a si mesma.

— Ei, ei, ei, vamos nos acalmar. – Enquanto isso, Alegria tentou impedir raiva e medo de fazerem aquilo de novo, mas os dois pareciam não ouvi-la.

— E por acaso essa uma seria uma loira oxigenada com lentes de contato azuis e óculos falsos?? – Riley cruzou os braços, fitando o Hamada com uma cara nada boa. Cara que ele não via por não estar nem olhando pra ela.

Mas ainda sim o sangue de Hiro gelou com aquela pergunta. Ah, cara, ele estava ferrado. Coçando a nuca mais uma vez e tentando dar uma resposta descontraída, ele murmurou:

— Os olhos da Tomika são naturais.

Depois disso, Alegria não podia ter feito mais nada para impedir aqueles dois.

— IARGHHHH!!! – Raiva explodiu de vez.

— COMO É QUE ELE PÔDE?! – Medo também começou a apertar todos os botões.

Aquela sensação já conhecida começou a tomar conta de Riley. A raiva por somente pensar naquela garota perto de Hiro e o medo de que ele talvez pudesse gostar daquela proximidade.

Ela mal acabou de processar a resposta de Hiro e já explodiu!

— EU SABIA!! – O jovem se encolheu diante o grito de sua namorada. – SABIA! Só podia ter sido aquela vadia nojenta!!

Não, “vadia nojenta” não era nem de longe o pior xingamento que Raiva tinha em seu painel, mas graças à Alegria (que moveu sua mão antes que ele apertasse um pior), foi o que saiu. Ela não deixaria que Riley usasse um palavrado tão baixo em público, já havia pessoas olhando.

— Riley, calma.

— Que “calma”, o que!! – Ela continuava a gritar, já com vontade de arrancar os cabelos. – Essazinha chegou há seis meses e desde então faz de tudo pra ficar com você! Com aquele sorrisinho falso e... a boa linhagem e... – A raiva ia passando e dando lugar ao medo. Quando viu, Riley já estava mirando o chão com a respiração acelerada e abraçando a si mesma. - ... o mesmo interesse que você por robótica.

— Ei. – Hiro chamou calmamente, colocando as mãos nos ombros dela. Deixou que ela levasse o tempo que precisasse para erguer a cabeça e fita-lo. – Com quem é que eu estou namorando mesmo?

Riley fungou antes de responder (Tristeza havia se juntado aos controles com Medo):

— Eu não sei porque, comigo.

Hiro arqueou uma sobrancelha. Será que sua namorada não via a pessoa incrível que era? Ele que ás vezes não sabia por que ela estava com ele. Mas não tocou nesse ponto e continuou:

— Então se eu estou com você, não há motivos pra se preocupar com nenhuma outra garota, muito menos com a Tomika.

— Será que ele já ouviu falar de uma coisa chamada traição? – Comentou tristeza.

— Não fala assim! – Alegria repreendeu, olhando para a tela logo depois e sorrindo. – Olha só como ele está sendo fofo. – Ela foi até a sua parte dos controles e apertou um botão.

Riley sorriu na mesma hora. Um sorriso pequeno, mas que indicava que já estava melhor.

— Tá bem, confio em você. – Passou os braços pelo pescoço do namorado, ficando novamente cara a cara com ele. E com isso, seu sorriso se tornou mais malicioso. – Então, onde nós estávamos?

— Hehe. – Hiro devolveu o sorriso, abraçando-a pela cintura. Novamente fecharam os olhos e começaram a aproximar os lábios.

— Caham. – Outra vem um pigarro forçado os interrompeu.

Mas acreditem ou não, dessa vez foi ainda mais embaraçoso, porque quem os tinha pegado bem no flagra era o faxineiro do lugar, que os olhava com uma cara de quem via uma cena dessas o tempo todo e já estava cansado disso.

— Se os pombinhos já acabaram, nós já vamos fechar.

— Como vamos acabar se ninguém sequer deixa começar? – Raiva queria ter feito Riley dizer isso, mas Alegria o impediu.

— Claro, nós já vamos. – Riley riu sem graça, antes de pegar sua bolsa que continuava no chão com uma mão e começar a puxar Hiro para fora dali com outra.

Quando chegaram à porta, Hiro parou de repente e começou a tirar seu agasalho de moletom.

— O que está fazendo?

— Tá chovendo canivetes lá fora. – Ele explicou simplesmente, colocando o casaco sobre os ombros de Riley. – Sei que já está molhado, mas é melhor do que nada.

Ela sorriu, sentindo as bochechas esquentarem de leve por aquele gesto.

— Obrigada. – Agradeceu, puxando a touca do agasalho para cobrir a cabeça também. Mesmo molhada, a roupa estava quentinha.

Riley nem tentou dizer que tinha um guarda-chuva na bolsa, pra que estragar o momento? E outra, eles só iam até o ponto de ônibus que ficava na frente da pista, e chuva não poderia estar tão ruim assim, não é?

A porta se abriu, revelando o temporal que havia lá fora, com o vento cortante balançando as árvores e a chuva caindo tão forte que até fazia barulho contra o chão. Como eles não estavam ouvindo nada dentro da pista?

Ela olhou para Hiro e o viu engolir em seco. Ok, chega, nenhum momento de cavalheirismo vale isso.

— Hiro. – Chamou. – Eu tenho um guarda-chuva.

—8-8-8-8-8-8-8-8-8-

Somente quase meia-hora depois, os dois jovens chegaram no café Gato da Sorte. Eles irromperam pela porta, fechando essa o mais rápido possível; ambos estavam ofegantes e ensopados, com só os rostos secos praticamente. O guarda-chuva de Riley acabou que não foi de muita utilidade.

— Boa tar- Oh, meu Deus, Hiro! – Cass interrompeu a habitual saudação que fazia para os clientes ao ver o sobrinho. Largou a bandeja que tinha em mão no balcão e correu até ele. – Eu estava tão preocupada, você demorou! Você está bem, meu querido? Está todo molhado. – Ela falava sem parar, com o rosto do garoto entre as mãos checando para ver se não havia nenhum arranhão.

Mas o que ela parecia não perceber, era o rosto de Hiro ficando vermelho de vergonha e o olhar desesperado que dava para Riley ao seu lado.

— Ok, isso sim é um mico. — Riu Nojinho.

— Não ria, Riley, lembre que ele não falou nada sobre o “princesa”. – Alegria pôs a memória para rodar.

Tudo o que a Andersen fez foi oferecer um sorriso compreensivo ao namorado, antes de livra-lo daquela situação:

— Boa tarde, Cass.

A mulher finalmente largou do sobrinho ao notar a presença de Riley ali.

— Riley, querida! – Cass foi até ela e deu um lhe abraço rápido. – É muito bom ver você. Mas agora já pra cima vocês dois, não podem ficar com essas roupas molhadas e seria bom tomarem um banho também, para se esquentarem. – Olhou de um para o outro e acrescentou: - Um de cada vez, claro.

Os dois adolescentes não puderam evitar de corar.

— Tia Cass. – Hiro repreendeu entredentes.

Mas Cass apenas riu e voltou para a cozinha, falando:

— Vão logo, quando descerem já vou ter feito chocolate quente.

— Tá bem, obrigada. – Riley agradeceu com um sorriso, apesar de ainda ter o rosto quente.

Hiro mirou a namorada e ela o olhou de volta. Ainda estavam meio encabulados pelo comentário de Cass (eles não falavam muito desse assunto), mas sorriram um para o outro e começaram a subir as escadas.

— Então, o próximo jogo é quando? – Ele puxou assunto.

— Daqui há duas semanas. – Riley respondeu, relaxando um pouco. – Vai ser na cidade vizinha e no meio da semana, então eu entendo se não puder ir, ok? Não leve a sério o que o meu pai disse.

— E quem disse que eu não vou? – Hiro também já estava mais descontraído. - Ir te ver é o mínimo que eu posso fazer, você sempre me acompanha nos eventos da faculdade.

— Ah, tá, e vai fazer o que? – Ela parou para olhá-lo. As escadas já haviam acabado e eles estavam na frente do quarto de Hiro e ao lado da porta do banheiro. - Sair no meio da aula pra gastar uns vinte dólares de metrô?

— Não, vou sair no meio da aula e voar no Baimax. – Riley revirou os olhos para ele, como se ele não tivesse resolvido o ponto mais importante. – Eu nunca falto, perder metade de um dia não vai me fazer reprovar, Riley. – E soltou uma risada. – Como se isso fosse possível de qualquer jeito.

A Andersen revirou os olhos mais uma vez.

— Tão modesto. – Mas acabou por rir. Aquele era Hiro no fim das contas.

Mais uma vez, o jovem a mirou. E aproveitando que ela estava de olhos fechados por estar rindo, aproximou o rosto do dela de surpresa, lhe dando um beijo. Que teria sido na boca se Riley não tivesse se desviado no último segundo, fazendo com que acontecesse apenas um beijo na bochecha.

— Ei! – Ela reclamou, ainda sorrindo. – O que foi isso?

Hiro deu de ombros.

— Ser romântico parece não estar funcionando hoje, então ia te roubar um beijo.

— Ia, é? – Riley arqueou uma sobrancelha, desafiante.

E ao ver aquela expressão da namorada, Hiro deu um sorriso travesso. Desafio aceito.

— Ou melhor dizendo, eu vou te roubar um beijo!

Sem dar tempo para a garota reagir, Hiro a pegou pela cintura e a ergueu do chão, fazendo Riley gargalhar. Ele a segurou firme e, sem qualquer espera aproximou seus lábios dos dela.

Mas nem essa falta de romantismo pareceu ser suficiente, pois antes que o beijo pudesse acontecer, a porta do banheiro se abriu, revelando uma figura feminina, que, enrolada somente em uma toalha, torcia os cabelos loiros.

— Hiro?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Introduçãozinha longa né? ^^" Eu sei, me desculpem se ficou demais, eu geralmente faço prólogos curtos, mas ainda estou aprendendo a lidar com os personagens.

Mas então, curtiram?? Se sim, deixem um comentário, se não, comentem também pra eu saber em que posso melhorar!


Beijinhos e até a próxima ^-^