Entre vãos escrita por Miss Birth


Capítulo 9
Efeitos colaterais


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, aproveitem a novidade! :)



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O barulho tilintante das correntes se quebrando dissipou o silêncio profundo que permeava o local. Após um leve empurrão sobre as portas, Tony entrou no andar inferior do farol abandonado, que estava escuro e com um ar bolorento. Apenas a luz do reator acoplado em seu peito iluminava o recinto. Com passos calmos, ele andou na pequena sala, procurando por algo que estivesse relacionado com suas armas. Sem encontrar qualquer coisa relevante, começou a subir cautelosamente por uma escada que dava acesso ao ponto mais alto da torre.

—“O local é precário e aparentemente abandonado.”, constatou ele. “Mas sei que alguém esteve aqui nos últimos tempos. Esta escada, assim como as portas, está em perfeito estado de uso.”

Conforme avançava escada a cima, Tony pode perceber que estava certo. Ao chegar no último degrau, deparou-se com outra porta trancada; desta vez, à chave. Sem hesitar, ele destruiu a fechadura usando seu raio repulsor novamente. Entrando em posição defensiva, viu um grande volume encostado numa parede a sua esquerda. Estava coberto por um lençol, que ele rapidamente puxou a fim de ver do que se tratava. Como já suspeitava, era um carregamento inteiro de produtos das Indústrias Stark. Rompendo o lacre de uma das caixas de madeira, reconheceu o que seria um míssil teleguiado de curta distância.

—“Bingo!”, exclamou.

Mas para quem se destinavam aqueles itens? Embora tivesse em mãos variados endereços nos quais se encontravam suas armas, nenhum deles possuía qualquer indicação de remetente. O único modo de tentar descobrir isso seria analisando os códigos de barra das mercadorias, impressos ao lado de cada pacote.

—“Jarvis!”, chamou Tony, ao se conectar remotamente ao programa de inteligência artificial.

—“Senhor.”, respondeu Jarvis, prontamente.

—“Vou escanear os códigos de barra dessas caixas e enviá-los para meu servidor pessoal. Faça o serviço completo. Preciso saber para quem são essas armas e para que fim as querem usar.”, ordenou ele.

—“Sim, senhor. Lhe manterei informado acerca dos resultados.”

—“E Jarvis? Sinto que Pepper tenha ido a mansão após minha saída.”, indagou.

—“A srta. Potts ainda se encontra na mansão, aguardando notícias suas. Ela se recusa a voltar para casa.”, explicou Jarvis.

—“Você deve ter sido muito gentil em dizer a ela onde eu estou.”, ironizou Tony.

—“Na realidade, senhor, fui direto e disse a ela que o senhor está em missão.”

—“Que beleza...!”, disse ele, suspirando ao imaginar a reação de Pepper diante da palavra ‘missão’.

Subitamente, o painel de notificações da armadura avisou que Rhodes solicitava contato.

—“Fale, amigo!”, cumprimentou Tony.

—“Cara, onde você está? A Pepper está para enfartar na mansão, atrás de você!”, respondeu Rhodes, áspero.

—“Relaxa, cara. Estou apenas checando um local bastante sinistro onde esconderam minhas armas. E não, não sei quem foi.”, adiantou ele.

—“Vai ficar nessa de justiceiro, é?”

—“Este termo não se aplica ao homem de ferro, Rhodey. E não tem porque se preocupar; só preciso tirar esses produtos das mãos dos criminosos e acabar com a farra deles. É moleza.”

—“Você sabe que não é tão simples assim. Por que não pede ajuda a S.H.I.E.L.D., ao FBI ou a CIA? Eles te darão suporte tático e tudo mais.”

—“Só atrasariam o serviço. Cê sabe... Burocracia atrás de burocracia... Não tenho paciência pra isso. Aliás, por que você me ligou assim, no meio da missão?”, questionou Tony.

—“Pepper me pediu pra te achar.”, respondeu Rhodes, já impaciente.

—“Deve ser saudade, né?”, disse ele, rindo desdenhosamente. “Ela nunca suportou ficar longe de mim. Quem resiste, afinal?”

—“Parceiro, desculpe cortar seu discurso narcisista, mas tenho que desligar. Volte logo pra casa e pare de nos assustar desse jeito.”

—“Diga para a srta. Potts que me aguarde no nosso quarto. E que peça um jantar caprichado. Vou voar por mais uma hora e com certeza chegarei faminto em casa.”

—“Você não tem jeito mesmo, Tony!”, resmungou Rhodes. “Se você a quer tanto, por que ainda fica nessa enrolação?”

—“Tudo em seu tempo, Rhodes. Agora quem vai ter que desligar, sou eu. Bye bye!”

Sem dar tempo para que Rhodes dissesse alguma coisa, Tony desligou a conexão e voltou a examinar o alto do farol. Lá de cima, podia ver as casinhas espalhadas pela cidade. Um lugar tão rústico e deserto que por um instante o remeteu a Gulmira, o pequeno vilarejo onde derrotara os Sete Anéis, facção terrorista que havia o sequestrado a mando de Obadiah há meses. Diferente de Gulmira, no entanto, Bodie não passava de uma atração turística ao norte da Califórnia.

Antes de sair dali e retornar para Malibu, Tony solicitou que um avião cargueiro de Bridgeport, uma região próxima à sua localização, fizesse o transporte das caixas para Los Angeles. Certificando-se que estava tudo certo, alçou voo para casa.

O telefone toca repentinamente, o que deixou Pepper ainda mais tensa.

—“Rhodey?”

—“Pepper... Já falei com o Tony.”

—“Ele está bem? Onde se meteu?”, perguntou ela, temerosa.

—“Calminha! Ele está muito bem. Me disse que já está voltando para a mansão.”, disse ele.

—“Graças a Deus!”, exclamou Pepper, sentindo um alívio com aquelas simples palavras. “Mas onde ele estava e fazendo o quê?”

—“Ele encontrou certas mercadorias das indústrias num local abandonado. Mas nem uma ideia de quem as tenha encomendado.”

—“Deve ser um dos esquemas do Obadiah...”, presumiu ela.

—“Sim, com certeza. A essa altura, Tony já deve ter mandado alguma coisa pro Jarvis analisar.”

—“É claro. Rhodey, muito obrigada por achá-lo! Fico te devendo uma. E desculpe-me por te atrapalhar. Deve estar ocupado aí na base.”

—“Não é incômodo nenhum, Pepper.”, disse ele. “Sempre estarei aqui para ajudar meus amigos. E também, de vez em quando sou escalado pro papel de babá do Tony, então já me acostumei com esse tipo de chamado.”

Os dois riram – essa foi apenas uma das muitas vezes em que Tony sumiu, deixando-os preocupados. As histórias eram inúmeras, mas sempre esperavam por mais.

—“Bem... Tony vai chegar com fome e eu também já estou faminta. Vou procurar algo para nós antes que ele chegue. Até mais, Rhodes. Obrigada, de novo!”, disse ela.

—“Faça isso. Boa noite, Pepper. Até logo!”, disse Rhodes, despedindo-se.

A princípio, Pepper ligaria para algum restaurante e pediria algo para o jantar. Mas teve outra ideia: iria até a cozinha e prepararia algo saudável e nutritivo, além de saboroso, com gostinho caseiro.

Abrindo os armários, Pepper pegou um pacote de massa, uma lata de molho simples de tomate e alguns temperos naturais, acondicionados em potinhos de vidro. Na geladeira, apanhou vegetais como brócolis, couve-flor, pimentão, cebola roxa, alho e algumas nozes. Após uns sete minutos, a porção de massa estava devidamente cozida e os vegetais refogavam no molho de tomate, espalhando um aroma delicioso pela casa. Pepper havia ligado um pequeno aparelho de som que ficava na bancada da cozinha, tentando espantar o clima silencioso que a cercava.

Enquanto observava o cozimento do molho, se distraía cantando uma música calma. Seus pensamentos divagavam no mesmo ritmo da melodia – ansiando pela chegada de Tony.

Exatamente uma hora depois de sair de Bodie, Tony chegou a mansão, entrando pela garagem que dava acesso direto a oficina. Sem muito barulho, retirou a armadura e a guardou. Jarvis logo o avisou de que havia encontrado alguns nomes que deviam ser investigados. Tony rapidamente passou os olhos pela tela do computador na bancada e julgou que reconhecia uma pessoa, em especial. Tratava-se de Gary Brandt, um ambicioso mercenário que havia conhecido numa convenção em Zurique, na Suíça, cerca de 6 anos antes. Nunca quis fazer negócios com Brandt, pois o considerava inconstante demais para isso. Obadiah, pelo visto, não compartilhava da mesma visão.

—“Jarvis, quero que você me informe sobre as recentes aparições de Brandt nos eventos industriais e rastreie seus principais locais de atuação.”, ordenou Tony.

—“Claro, senhor. Devo expor os primeiros resultados agora?”

Antes que respondesse, Tony sentiu um cheiro aprazível no ar, que chamou instantaneamente sua atenção e lhe causou roncos no estômago. A fome era maior do que a curiosidade de saber sobre o paradeiro de Brandt, então ele pediu a Jarvis que lhe mostrasse a pesquisa em outro momento. Subindo a escada da oficina, Tony seguiu em direção a cozinha, em passos calmos.

Ao chegar lá, viu algo que o deixou boquiaberto. Pepper cantava e dançava ao som de uma música alta. Nem de perto parecia com a assistente séria e focada que ele havia contratado. Sem indicar sua presença, ele se recostou sobre a porta de entrada, observando-a. Os cabelos estavam presos, mas a maneira como ela se remexia era de uma harmonia incrível. Sua vestimenta era discreta, como sempre, mas marcavam sua silhueta, esbelta e com delicadas curvas. E para ele, a melhor parte era vê-la sorrindo com tanta naturalidade.

Sem se conter, Tony começou a bater palmas, assustando-a.

—“Quanto tenho que lhe pagar para fazer isso sempre?”, perguntou ele, sorrindo sem parar.

—“Oh, meu Deus!”, exclamou ela, sentindo seu rosto corar. “Há quanto tempo você tá aí?”

—“O suficiente.”

—“Desculpe-me pela farra na sua casa... Mas eu precisava relaxar depois do susto que você me deu. E olha, não adiantou muito, porque você fez isso de novo.”

Tony riu mais ainda.

—“Gosto de farras, você sabe muito bem. Mas conheço um lugar melhor para isso. Você dormiu lá na noite passada, lembra?”, provocou ele.

Pepper ficou sem graça e sem resposta.

—“Preparei uma refeição para nós.”, disse ela, apontando para as panelas.

—“Creio que meu maior erro foi não tê-la contratado antes. Você é multiuso, Pep! Com todo o respeito.”

—“É melhor errar um pouco para aprender a valorizar as coisas certas.”, disse ela, olhando-o nos olhos.

—“Nem me diga!”, respondeu ele, se aproximando e a prensando contra o balcão. Ao sentir a respiração quente lhe tocar a pele e o perfume de Tony em seu olfato, Pepper foi tomada por um arrepio e seu rosto voltou a enrubescer. Ele a olhou com malícia e apenas estendeu o braço para alcançar dois pratos que estavam dentro do armário acima deles. Se afastando lentamente, ele a fitou intensamente, se divertindo com aquele joguinho. Virando-se para servir o jantar, um sorriso lhe enfeitou o rosto – ele amava o jeito em que a deixava balançada. Pepper manteve a cabeça baixa, escondendo seu constrangimento. Com um movimento calmo, ajeitou sua saia e depois os cabelos.

—“Quer uma ajudinha?”, perguntou ela, quebrando o silêncio.

—“Leve nossos pratos até a mesa. Vou buscar uma garrafa de vinho lá embaixo. Já volto, srta. Potts.”, respondeu ele.

Pepper pôs os pratos e dois conjuntos de talheres sobre uma bandeja prateada e se dirigiu a sala de jantar. Em cima da mesa, havia um pequeno castiçal, cujas velas estavam apagadas. Num gesto rápido, ela o acendeu, criando uma iluminação suave no local. Ao retornar, Tony decidiu incrementar o momento com uma música calma, em volume ambiente. Pepper esperava sentada quando ele finalmente voltou da adega, trazendo consigo a garrafa e duas taças de cristal.

—“Jantar à luz de velas, srta. Potts?”, perguntou ele.

—“Para nos dar serenidade, sr. Stark.”

—“Okay... Como quiser...”

Com cuidado, Tony serviu as duas taças e sentou-se para saborear a refeição.

—“Está muito bom, Pepper.”

—“O melhor tempero é a fome.”, disse ela, rindo discretamente.

—“Há tempos não como algo de casa...”, comentou ele. “Aliás, tenho uma observação a fazer.”

Pepper franziu o cenho.

—“Percebeu que estamos jantando juntos quase todos os dias?”, perguntou Tony, a encarando.

—“Como já fizemos antes, Tony.”, respondeu ela, fingindo não entender onde ele queria chegar. “Lembra quando eu trabalhava dias inteiros na mansão? A melhor opção era comer por aqui mesmo. Já sentia este lugar como minha segunda casa.”

—“Segunda casa?”

—“É, de tanto que eu ficava aqui.”

—“E isso é ruim?”

Pepper se viu numa emboscada, procurando as palavras certas para não dizer nada que expusesse seus sentimentos. Uma busca sem sucesso, afinal.

—“Ruim? Não.”, respondeu ela. “Gosto do meu apartamento... Mas quando estou lá, é tudo tão solitário. O trabalho é meu modo de não sentir tanta solidão.”

Tony a olhou um pouco contristado.

—“O trabalho? Está falando sério? Nada contra isso, mas agora a melhor maneira de fugir da solidão, para mim, é aproveitar momentos assim.”, disse ele, sendo o mais sincero possível.

Pepper sentiu um nó em sua garganta. Como podia ser tão fria diante daquilo?

—“Tem razão.”, corrigiu ela. “Desculpe, Tony. Eu não me expressei como deveria. Eu quis dizer que quando estou aqui, te ajudando com a empresa ou em qualquer outra coisa, me sinto útil e completa. Não me imagino em nenhum outro lugar.

Tony sorriu, sentindo-se abraçado pelas palavras que acabara de ouvir.

—“Um brinde!”, disse ele, erguendo sua taça. “A nossa saúde e pelo o que construiremos juntos!”

—“A nossa felicidade!”, retribuiu ela.

Para os dois, era uma grande satisfação desfrutar de momentos como aquele. A conexão que existia entre ambos os corações era evidente. E as conversas quase infindáveis preenchiam as necessidades por atenção que tinham. Esquecendo-se da tensão que viveram mais cedo, Tony e Pepper apreciaram cada parte do jantar. Após terminado, Tony a levou para casa, mesmo com a sua insistência em não dirigir por causa da bebida. O momento da despedida era sempre infeliz, pois não era do jeito que eles realmente gostariam. Entretanto, como Tony pensava, tudo viria “em seu tempo”.

Voltando para casa, pelas ruas frenéticas de Los Angeles, Tony não conseguia apagar de sua mente os simples instantes com Pepper, que se tornavam cada vez mais frequentes. Talvez uma boa noite de descanso lhe pouparia do cansaço do dia e da ausência da mulher que amava. Após um banho relaxante, Tony vestiu uma roupa confortável e se jogou sobre sua cama. Seus músculos rígidos e cansados sentiram a maciez do colchão no toque, lhe fazendo cair no sono rapidamente.

Poucas horas depois, porém, Tony acordou subitamente, sentindo seu corpo suar frio e a cabeça girar. Chamando Jarvis, para aferir-lhe os sinais vitais, sentou-se sobre a cama, aguardando a resposta.

—“Senhor, sua frequência cardíaca está abaixo do normal, bem como sua temperatura corporal.”

—“Por quê?”, perguntou Tony.

—“O clima está ameno, portanto, não é o suficiente para causas tais anomalias. O aconselho a realizar um exame de sangue, a fim de buscar possíveis alterações fisiológicas.”, respondeu Jarvis.

—“Quem sabe uma anemia, não?”, questionou Tony.

—“É provável.”

—“Guarde as agulhadas para depois, Jarvis. Pela manhã, farei os testes. Por ora, tomar um copo d’água e permanecer em repouso vai ser suficiente.”

—“Como quiser, senhor.”

Não era de sua natureza adoecer com frequência; na verdade, há anos não ficava enfermo. Sem se preocupar, Tony voltou a dormir.

Horas depois, ao amanhecer, Tony ainda sentia um desconforto o incomodar. Estava indisposto e se quisesse cumprir com as próprias vontades ficaria o dia inteiro na cama. No entanto, arrastou-se para um banho, a fim de tentar espantar o mal-estar. Alguns minutos debaixo dos jatos de água morna o reanimaram para encarar mais um dia de trabalho. Vestindo-se, ele seguiu até a sala da mansão, jogando-se sobre o sofá. Com o celular em mãos, decidiu ligar para Happy.

—“Ô, garoto! Onde posso te encontrar?”, disse ele.

—“Bom dia, Tony!”, respondeu Happy. “Estou no Starbucks, na Malibu Country Mart. Você sabe: recarregando as energias antes de ir na empresa.”

—“É disso que preciso, Happy.”

—“Recarregar suas energias?”

—“Sim. Estou em casa e pelo que me parece vou ficar o dia inteiro de molho aqui.”

—“Tá tudo bem com você?”, perguntou Happy.

—“Estou meio esquisito, mas deve ser um resfriado, eu acho. Venha aqui e me traga um cafezinho e alguns brioches.”, pediu Tony.

—“Tudo bem... Não vou demorar. Chego aí num segundo! Quer mais alguma coisa?”

—“Não, o lanchinho é só o que necessito agora. Vou desligar. Tchau, Happy.”

—“Você é quem manda!”, disse Happy.

Em seguida, Tony decidiu avisar para Pepper que ele estaria em casa naquele dia e que qualquer eventualidade que coubesse a ele resolver, seria realizada ali.

“Bom dia, Pep.

 Hoje estarei trabalhando exclusivamente na oficina. Se surgir qualquer problema que esteja fora de seu alcance, me avise. Vou dar um jeito de manter as coisas em ordem. (Prometo)

Tony.”

Pepper já estava a caminho do escritório quando recebeu o SMS do chefe, então aproveitou que o semáforo estava vermelho para ler a mensagem e respondê-la.

“Bom dia, Tony.

Sorte sua que os compromissos da agenda estão marcados para depois de amanhã. Isso vai lhe dar algum tempo para aproveitar seus brinquedinhos na oficina. Não desperdice. Você me prometeu que iria a todas as reuniões, sem exceções.

P.s.: 1- Pode parecer que sim, mas não esqueci do seu sumiço de ontem. 2- Estou dirigindo. Respondo quando chegar.

Pepper.”

Tony sorriu com a resposta dela e rapidamente revidou.

“Sou um homem de palavra. Estarei em todos os compromissos (nem que seja dormindo). E sobre ontem: saí para terminar de limpar a sujeira que Obadiah fez. Até que tudo esteja brilhando, vou continuar fazendo faxinas por aí, Pep.”

Minutos depois...

“Tudo bem, Mister Músculo. Só não me peça depois para cuidar de seus dodóis. Estou bastante ocupada na empresa. Vai ter que pedir ao Happy que faça isso. Rs”

“Meus dodóis só aceitam a delicadeza de suas mãos, srta. Potts. Força do hábito, talvez. :)”

“Se você já é grandinho pra sair bancando o heroi por aí, então já é grandinho pra usar esparadrapos sem mim. Preciso me concentrar nas tarefas agora. Tenha um bom dia, Tony.”

Tony provocou:

“Quer dizer que tiro sua concentração?”

“Com suas loucuras, sim. Mais uma vez: tenho tarefas a fazer.”

“Divirta-se, então, Pep. Até mais. ;)”

Deixando o celular de lado, Tony ligou a TV e ficou esperando por seu café da manhã. Não demorou muito até que Hogan adentrasse a mansão e lhe entregasse seu pedido. Após a rápida refeição, lembrou-se dos testes que Jarvis o havia recomendado. Indo até a oficina, onde por sorte guardava alguns itens de uso médico para eventuais necessidades, coletou de si mesmo algumas amostras de sangue. Testes mais precisos só poderiam ser realizados no laboratório de análises biológicas da empresa, então Tony armazenou os pequenos tubos num recipiente térmico e dirigiu-se até a sede. É claro que faria tudo isso sem ser notado; não queria chamar atenção indevida.

Meia hora depois, estacionou próximo ao bloco de pesquisas e entregou seu material para um dos biomédicos que estava disponível. Os resultados seriam enviados via internet, sob total sigilo.

Antes de voltar para a mansão, Tony sentiu-se tentado a saber no que Pepper estava tão atarefada. Mas ela não poderia saber de sua ‘visita’ a empresa. Isso certamente lhe custaria um interrogatório completo. Então simplesmente acelerou para longe dali, levando consigo seu pequeno segredo e também a vontade de estar ao lado de sua garota.


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