Slytherin escrita por Shay


Capítulo 1
Ovelha negra


Notas iniciais do capítulo

Essa é a visão que eu acabei construindo da Rose, mas não pensem que eu acho que ela é do mal, não, muito longe disso. Ela é uma pessoa muito boa, mas que não gosta de ser subjugada.



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Antes de nascer as pessoas já falavam sobre o brilhante futuro que Rose teria. Seria tão inteligente quanto a mãe, seria a melhor aluna, com as melhores notas, uma boa garota amada por todos. Teria um emprego promissor, seria reconhecida pelos seus feitos na sociedade bruxa e se casaria com um homem de honra. Teria uma linda família, seria uma excelente mãe e morreria de velhice, feliz e inocentemente.

Mas Rose não gostava de seguir roteiros. E juntamente com as fazes da lua, Rosalie crescia e descobria cada dia mais o que ela realmente era.

Não se parecia com as meninas de sua idade e nem queria ser como elas. Não tinha interesse em passar horas se arrumando para impressionar alguém, não gostava de brincar de bonecas e nem de conversar sobre assuntos de garota. Não gostava de ficar experimentando vestidos e nem de ter que mentir para agradar as pessoas. Não era sorridente e educada como julgavam que deveria ser.

Rose não era uma lady e nunca seria.

— Rose, sorria. – Sua mãe pediu, antes que a foto em família fosse tirada.

— Porquê? – A garota de dez anos perguntou, não com o tom infantil curioso que seria esperado. Mas com uma súbita relutância que só a garota tinha.

— Pois é uma foto importante, agora sorria, por favor. – Insistiu.

— Eu não quero sorrir, não me sinto feliz para sorrir, então porque deveria?

— Rosalie, apenas faça o que sua mãe está lhe mandando fazer.

Mas ela nunca se submeteu às regras de seus pais, nunca se rebaixou a vontade deles, muito menos de seus tios. Nunca se manteve calada diante assuntos que a incomodavam. Rose não era a boa garota que eles queriam que ela fosse e estava muito feliz assim. Seu sorriso nunca seria inocente, mas sim, cheio de sarcasmo e superioridade.

Pois era assim que ela se sentia, superior. Não por ser melhor que os outros, mas por confiar em si mesma mais que em qualquer outra pessoa.

Ninguém a conhecia direito. Ninguém saberia como agrada-la de verdade. Trocaria facilmente os milhares de livros que sua mãe lhe dava por uma confusão junto de seus primos. Não ria das piadas de seu pai e não tinha interesse nas histórias de romance, que suas tias insistiam em tentar contar. Quase nunca parava quieta em casa, e quando estava, era apenas para curar um de seus machucados. Ria das pessoas por prazer e adorava arrumar confusão.

Qualquer um que passasse mais de cinco minutos com a ruiva saberia que ela nunca seria uma grifinória como seus pais sonhavam. Sua alma pertencia a outra casa.

E quando a notícia de que caíra na Sonserina chegou aos ouvidos de Hermione e Rony eles não quiseram acreditar. Rosalie era a garotinha corajosa deles, de bom coração. Mas a verdade era que eles eram cegos diante dela e não conseguiam enxergar que Rose nunca seguiria o caminho que eles traçaram antes de ela nascer.  

A ruiva não era inteligente como a mãe e nem se esforçava para ser. Ela não era a melhor aluna da escola. Preferia irritar os professores a perder seu tempo prestando atenção nas aulas. Preferia estar burlando regras a ficar trancada na biblioteca estudando. Não conseguia passar um dia sequer sem tirar sarro da cara de alguém e nem de se meter em confusão.

— Quando você vai tomar juízo? – Hermione perguntava, aflita. – Quando vai entender que precisa se concentrar na escola, fazer o seu melhor, honrar os seus sobrenomes!

— Só estou aproveitando o presente, você deveria tentar. Além do mais não estou muito interessada em ficar honrando o nome da minha família, prefiro ser quem eu escolher ser.

E era verdade. Um de seus melhores amigos era um Malfoy, fato que quase matou seu pai do coração. Mas essa não seria a pior notícia que eles receberiam. Quando Rose finalmente descobriu o que era amar de verdade, para o desgosto de seus pais, não era um sentimento compartilhado com um menino.

— Uma garota?! – Rony gritava pela cozinha. – Meu Merlin, onde eu errei com você? Uma Sonserina, que compactua com os Malfoy e namora uma garota?

— Errar? Isso não é um erro! Eu tenho direito de gostar de quem eu quiser, de ser amiga de quem eu quiser! – Se controlava para não chorar de raiva, que era o único sentimento que sentia quando estava em casa, se era que poderia chamar aquele lugar de casa. Um ambiente em que as pessoas não pareciam mais ama-la. Onde era considerada uma aberração, assim como seu primo Albus. – Eu tenho orgulho de ser quem eu sou. E nunca vou me desculpar por não ser o que vocês queriam que eu fosse, pois não me arrependo de não ter sido uma boa garota, de não ter sorrido o suficiente, de não ter mentido o suficiente para agradar a sociedade. Não me arrependo de aproveitar meus dias em Hogwarts da maneira que eu quero, de viver, de rir com meus amigos e de ser amada de verdade!

E realmente Rosalie não se importava com o que pensavam dela. Ela só queria ser feliz, com seus poucos amigos, mas que valiam a pena e que morreriam por ela. Ela queria ser amada e amar quem ela quisesse. Queria fazer o que pudesse e o que não fosse permitido também. Queria ser ela mesma. Rose Granger-Weasley queria ser livre e ela seria, pois ela era dona de sua própria vida.


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Notas finais do capítulo

#LoveIsLove!
Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar! (se não gostaram também comentem e me digam onde posso melhorar)



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