A Princesa Aprisionada. escrita por Queen Areumdawo


Capítulo 1
Capítulo Único: Uma noite para se recordar.


Notas iniciais do capítulo

— Percebi que não há muita fanfic GrayLu no Nyah! então estou escrevendo algumas já que esse é um dos meus ships favoritos, essa só tem uma pitada leve, mas as próximas terão mais!
— Boa leitura.



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Lucy suspirou derrotada enquanto se olhava no espelho. Vestida como uma princesa, seu belo cabelo loiro arrumado e maquiagem bem aplicada no rosto. Parecia uma bela boneca de porcelana e era exatamente como se sentia. Uma boneca de luxo que se vestia com roupas caras para as festas que seu pai organizava e sorria forçadamente toda a noite, mas era vazia por dentro.

Desde que sua mãe falecera há anos atrás, seu pai se tornara mais frio e distante que nunca e Lucy se sentia cada dia mais como uma prisioneira dentro de sua própria casa, ou mansão no seu caso. Seu único ânimo eram seus espíritos estelares, especialmente Aquarius. Mesmo que ela sempre gritasse com Lucy, era definitivamente sua melhor amiga.

Suspirou e teve que conter a vontade de pegar sua chave, bem escondida dentro dos panos daquele vestido, e chamá-la. Ficou perdida em seus pensamentos até ouvir a porta abrir, virou-se e viu seu pai na porta de seu quarto. O homem a encarou da cabeça aos pés com um olhar que ela conhecia bem. Ele estava pensando em sua falecida e em como Lucy era extremamente parecida com ela. A expressão dele ficou mais dura e rígida como de costume, como se olhar para sua própria filha fosse algo ruim.

— Está mais do que na hora. O convidado já chegou há tempos, porque ainda não está lá embaixo?

Lucy se controlou para não ranger os dentes com aquilo.

— Eu não quero descer. – Respondeu sentindo-se irritada.

— Não seja ingrata, ele salvou nossa casa e a cidade próxima de um ataque.

Lucy apenas balançou a cabeça teimosa.

— Pare de agir como criança e desce de imediato ou eu mesmo irei arrastá-la até lá embaixo. Deixe de ser uma garotinha mimada.

— E de quem seria a culpa de eu ser assim? – Rebateu enfurecida.

Não merecia ser tratada daquele jeito mesmo que por seu pai, especialmente por seu próprio pai.

— Chega! – O homem praticamente gritou visivelmente alterado. – Não quero mais ouvir mais uma palavra saindo da sua boca! Vá para a festa agora mesmo e é melhor sorrir e não me envergonhar na frente dos convidados!

Ele saiu do quarto batendo a porta com força e Lucy precisou de todas as suas forças para não gritar de raiva. Segurou as lágrimas em seus olhos e usou tudo o que tinha para sair por aquela porta maldita e sair do quarto, caminhando até as escadas. De onde estava podia escutar a música e o som da conversa que vinha do salão da mansão e novamente sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.

Dessa vez ela não conseguiu se conter, escorando-se na parede sentiu seu rosto ficar molhado pelas gotas que escorriam e tentou não fazer nenhum barulho enquanto chorava de raiva e de dor. Porque ela tinha que passar por aquilo?

— O que uma garota como você faz chorando em uma festa como essa? – Uma voz masculina falou perto de Lucy assustando a garota que de um pulo.

Ela viu um rapaz que devia ter mais ou menos a mesma idade que ela. Lucy nunca tinha o visto antes, mas por estar em um terno, ela só podia deduzir que ele fora convidado para a festa.

— Quem é você? – Ela praticamente gritou ainda chocada.

— Gray. – Ele respondeu tranquilamente.

— E o que você faz aqui em cima e não na festa?

— Muita gente enchendo o saco, resolvi dar uma volta. Acabei te encontrando – Ele deu de ombros.

— Você costuma dar voltas dentro da casa dos outros sem permissão?

O rapaz, Gray, sorriu de lado e Lucy percebeu o quão bonito ele era.

— Para quem estava chorando há dois minutos, você é bem birrenta.

Lucy corou ao lembrar a forma que ele a encontrara. Fechou os olhos por alguns instantes e suspirou tentando colocar a cabeça no lugar.

— E aí? Porque estava chorando?

— Não te int- PORQUE VOCÊ ESTÁ SEM ROUPAS? – Ela gritou em completo choque ao se deparar com o corpo seminu de Gray.

— Hm? – Ele disse antes de olhar para si mesmo e reparar no seu estado. – Merda! – Ele disse pegando suas roupas que estavam no chão ao seu lado e colocando-as rapidamente. – Desculpa por isso. Acontece às vezes.

Ela olhou para ele como se ele fosse louco.

— Como tirar suas roupas do nada pode “acontecer às vezes”?

— Ah, é uma longa história.

— Isso não é realmente uma resposta, você sabe disso certo?

Ele revirou os olhos, mas sorriu para ela, dessa vez mais abertamente.

— Gostei de você. Meio maluca, mas não é tão ruim.

Lucy o encarou incrédula.

— “Não é tão ruim”? – Ela repetiu fazendo aspas com os dedos. – Está falando de mim ou de si mesmo?

— Oh? Então gostou do que viu? – Gray provocou.

Lucy sentiu seu rosto corar com a clara insinuação naquela frase.

— Tarado! Pervertido! – Ela berrou sentindo-se extremamente envergonhada.

Gray riu de sua reação, claramente se divertindo com as reações que tirava dela.

— Isso não tem graça!

— Ah, tem sim! – Ele respondeu com um sorriso divertido.

Lucy, como a pessoa madura que era, inflou as bochechas e fez bico pela resposta. Gray riu novamente.

— Ai cara, faz muito tempo desde que eu ri assim pela última vez.

— Nossa, fico feliz em ter sido uma boa palhaça e que você tenha se divertido as minhas custas. – Retrucou à loira.

— Ei, não precisa ficar com raiva. – Ele parecia querer dizer mais alguma coisa, mas parou por um instante. – Na verdade, acabei de notar que não sei seu nome ainda.

— E porque eu deveria te contar depois de rir da minha cara?

— Ei, eu não queria te irritar, mas não consegui resistir. – Ele falou despreocupado.

Lucy revirou os olhos, mas decidiu agir como uma pessoa matura e responder a pergunta afinal ele lhe dissera seu nome.

— Lucy.

— Hm?

— Meu nome é Lucy. – Ela respondeu.

— Combina bem com você, princesa Heartfilia.

Ela arqueou uma sobrancelha na direção dele.

— E o que você quer dizer com isso, senhor tiro-minhas-roupas-de-vez-em-quando?

Lucy não chegou a descobrir o que ele quis dizer por que naquela hora um barulho alto veio do salão, como se alguém tivesse explodido alguma coisa ou arrebentado as paredes. Gritos de horror vieram de lá e antes que Lucy pudesse pensar no que fazer Gray passava a sua frente.

— Vá para dentro e fique lá, estará mais segura. Eu preciso ir agora. – Ele falou e saiu correndo dali em direção da gritaria e barulheira.

A loira ficou parada por alguns segundos processando o que ele disse.

— ‘Estará mais segura’?! O inferno que eu vou ficar parada enquanto alguém ataca a minha casa! – Ela exclamou e saiu andando na mesma direção de Gray.

Chegando ao salão, Lucy sentiu seu queixo cair ao ver monstros de quase três metros de altura no meio de sua sala. Devia ter uns quatro deles e em cima de um tinha uma mulher sentada em seus ombros e rindo feito uma lunática.

— Seu mago maldito! Não pense as coisas vão acabar da mesma forma que ontem! – Ela gritou antes de dar mais risadas histéricas.

— Você fala bastante para quem vai ser congelada daqui a pouco. – Lucy virou e viu Gray ali.

Percebeu que ele havia perdido sua camisa e que um dos monstros já estava caído no chão, congelado.

— Gray? – Ela perguntou em choque, mas nem ele, nem a lunática parecerem ter escutado ela.

Lucy viu quando Gray se moveu rapidamente contra a mulher e um de seus monstros entrou na frente. Ele disse algumas palavras que Lucy nem tentou entender, e uma espada feita de gelo apareceu e facilmente o monstro foi pro chão.

— Isso é tudo que tem? – Perguntou com uma expressão séria, mas confiante.

A mulher riu novamente. – Tome essa, mago maldito! – Ela fez um movimento com as mãos e um monstro, que parecia um urso muito estranho e era claramente ainda maior e mais largo do que todos os outros, foi para cima do mago.

Gray atacou novamente com sua arma de gelo só para seu ataque não funcionar dessa vez. O monstro bateu no mago jogando-o longe e o acertando na parede. A loira estremeceu com a força que Gray acertou a parede.

— HA! Esse é um especial para você! Seu pelo o torna praticamente imune a ataques de gelo como o seu! – A louca gritava e Lucy sentiu uma enorme vontade de estapeá-la.

Olhando em volta Lucy viu o aquário que estava na sala, próximo de si e teve uma ideia. Uma péssima ideia no ponto de vista de qualquer pessoa sã, mas era sua única saída para ajudar Gray. Rapidamente se aproximou do aquário, enquanto a louca estava ainda distraído com Gray que estava se levantando e pegou sua chave de ouro escondida no vestido.

— Portão da Portadora das Águas, abra-te. – Lucy gritava. – Aquarius!

A água do aquário tremulou violentamente quando a sereia apareceu visivelmente enfurecida.

— Pirralha! O que pensa que está fazendo me chamando em um aquário? Isso é alguma piada de mau gosto?

— Wow! – Lucy escutou alguém dizer e viu Gray olhando em sua direção com uma expressão de surpresa e admiração. A garota sentiu-se corar vendo que nunca tinha olhado para ela como se aquilo fosse algo tão incrível. Todos na mansão sabiam que ela podia fazer aquilo e seu pai sempre parecia furioso toda vez que via algum espírito.

— Quem é essa garota? E esse peixe? – A louca que atacara sua casa falou.

Lucy fez uma expressão de dor ao ouvir o que ela disse sabendo bem da reação do espírito.

— HAAA? O que você disse? – Aquarius perguntou furiosa.

— O peixe fala!

Lucy quase riu com a forma abismada que a mulher falara, mas preferia manter-se viva e longe da fúria de seu espírito.

— Aquarius, essa mulher atacou essa casa! Precisamos acabar com ela!

A sereia a encarou com olhar assassino antes de se virar para a louca que parecia pronta para atacá-las.

 – Depois eu converso com você pirralha, agora me deixa limpar essa sujeira. – Foi o que ela disse antes de atacar.

Para variar o ataque não somente nocauteou todos os inimigos como também arrastou Lucy para fora da mansão, deixando-a ensopada. Aquarius foi embora em seguida aparentemente satisfeita com o que fez.

— Eu deveria saber que ela faria isso. – Murmurou levantando-se.

— Oe Lucy!

A loira se virou e viu Gray se aproximando dela. Completamente molhado. E sem roupas além de suas boxers.

— EI! Coloque suas roupas! – Gritou tapando seu rosto completamente vermelho com suas mãos.

— Não é culpa minha se aquela sereia me puxou para fora e me molhou todo.

— Ha! Não culpe Aquarius por seu exibicionismo! – Ela disse descobrindo seu rosto e viu que Gray havia pelo menos colocado uma calça, que também estava encharcada.

 – Você é uma maga, não é? – Ele perguntou sorrindo para ela.

Ele fica mais bonito quando sorri. Lucy quase se estapeou por pensar isso.

— Sim. Sou uma maga celestial. – Ela disse mostrando sua chave de aquário. – Uso meu poder mágico para invocar espíritos através dessas chaves. Aquarius é uma delas e uma dos mais fortes que existem.

— Você está em alguma guilda?

— Hm? Não. Por quê? – Ela questionou confusa.

— Eu sou da Fairy Tail. – Algo em seu tom e em sua expressão mostrava o orgulho que ele tinha em dizer aquilo. – Você é boa, não gostaria de fazer parte da guilda?

Lucy sentiu-se congelar. Ouvira falar da Fairy Tail antes e do quão incrível ela era e dos magos sensacionais como Mirajane, mas não pensava que poderia entrar nela. Jamais imaginou que seria convidada por um dos membros.

— Eu... – Hesitou por um instante pensando nas consequencias. O único motivo que ainda vivia ali era porque não sabia para onde iria ou o que faria caso fosse embora, mas indo para a Fairy Tail poderia se livrar do seu pai e daquela casa que se tornara uma prisão para sempre. Não foi preciso mais do que aquilo para convencê-la a ir. – Sim. Eu adoraria.

Gray sorriu novamente e Lucy sentiu como se tivesse ganhado a loteria.

— Vá pegar suas coisas em seu quarto e me encontre na saída de sua propriedade em meia hora, estamos de saída. – Foi o que o mago disse antes de sair andando.

Luicy ficou atônita por um instante, mas resolveu não perder tempo. Puxando seu pesado vestido de luxo molhado, a loira foi até seu quarto rapidamente se arrumando. Com suas chaves no lugar em seu cinto e uma mochila nas costas, Lucy partiu para sair acabando por encontrar com seu pai na sala.

— Lucy? O que está fazendo? – Ele perguntou e parecia tanto cansado quanto irritado.

— Indo embora daqui.

— O que?

— Estou indo embora! E não ouse ficar no meu caminho, pai. Ou eu vou usar uma das minhas chaves! – Ela gritou sentindo seu coração acelerar.

Ela o amava, claro que o amava, mas ele a machucara tanto que ela não podia mais simplesmente aceitar aquilo. Não podia simplesmente jogar fora a chance para sua felicidade.

Lucy viu a expressão de seu pai tornar-se sombria, mas ele não disse nada. Ele sabia que não poderia pará-la, mesmo se quisesse. A garota saiu correndo, sabendo que seu tempo havia esgotado e logo chegara ao fim da propriedade. Gray estava lá, totalmente vestido dessa vez, com suas mãos nos bolsos e uma expressão pensativa no rosto.

— Gray! – Ela chamou.

Ele olhou para ela e, apesar de não ter sorrido dessa vez, havia algo caloroso em seus olhos.

— Hey Lucy. Pronta para Fairy Tail?

— Sim! – Ela respondeu extremamente animada.

Um sorriso tão brilhante quanto o sol apareceu em seu rosto enquanto seguia o mago para longe. E pela primeira vez em anos Lucy sentiu-se livre enquanto seu coração enchia-se de alegria pronta para começar sua vida na Fairy Tail.


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Notas finais do capítulo

— Comentários com elogios e criticas são muito bem vindos!
— Lucy derrotada e mal aproveitada? Nem pensar. Lucy determinada e voraz? Hell Yeah!
— Gray provavelmente teria dado um jeito de vencer sem a ajuda de Lucy, mas a maga não sabia disso e resolveu intervir.
— Espero que todos tenham gostado!
— Até! Chu ~*



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