Teimosia Viking escrita por Tricia


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos
Espero que gostem ^_^



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Vikings tem o péssimo habito de serem teimosos. Isso vocês já devem saber, mas algumas vezes essa teimosia eleva, muito. Não tenho orgulho em dizer que a minha teimosia sempre fora algo difícil de controlar. E nesse momento principalmente quando combinada com o mau presentemente de que algo esta sendo escondido de mim.

Será que ninguém vê que toda vez que resolvem esconder algo sempre acaba mal? E não digo por dizer; aprendi por experiência própria.

Eu fui paciente se querem saber, esperei uma semana, ate mais, para me contarem o que em nome de Thor estava acontecendo, qualquer intrometido e... nada.

Os gêmeos diziam ter coisas para explodir e travessuras a criar por aí em nome de Loki. Nunca pensei que seres tão burros como eles poderiam ser tão escorregadios.

Melequento, esta curtindo ao maximo seu relacionamento com uma viking que conheceu no ultimo festival de Degelo. Sua atenção não capta nada ao seu redor. Nada de nada.

Perna de Peixe (o que eu sinceramente acreditava ser minha esperança) esta cuidando de assuntos da aldeia com Soluço. Nunca tem tempo para conversar. Sei...

  E por fim, Soluço, o começo de todo pressentimento ruim que está me consumindo, o suposto motivo. Como líder ele tem compromissos e obrigações a cumprir com o povo, eu sei, mas isso não justifica me afastar da ilha como tem feito ultimamente.

É mais ou menos assim:

“Astrid vá ao domínio do dragão ver como esta o treinamento dos cavaleiros”

“Astrid, há um dragão dando trabalho no domínio. Vá ajuda-los”. Cá entre nós, eles teriam dado conta sem mim.

 “Os gêmeos estão prestes a destruir uma mina não sei em que buraco do arquipélago Astrid. Os empeça! ”

Parecia que quanto mais longe ele me mandava melhor.

 

Por conta de novas construções na aldeia e no domínio, há vikings de um lado para o outro nos dois lugares. Até mesmo comerciantes com materiais de outras tribos para negociar conosco. Valka diz que parte disso é pela comemoração de Soluço como líder. Ela esta tão empenhada nisso que talvez não tenha percebido mesmo o que seu filho tem feito como me afirmou.

— Me desculpe – pedi educadamente ao quase esbarrar em um viking que levava um barril para o grande salão. Ao longe avistei Bocão passando, sem pensar duas vezes corri em sua direção.

— Ah, ola Astrid – saldou bem-humorado – Aconteceu alguma coisa?

Neguei com a cabeça.

— Viu o Soluço? – ele levou o gancho ao queixo antes de responder:

— A ultima vez que o vi estava indo voar com o Banguela; disse ter feito uns ajustes no equipamento de voo e na causa do Banguela. Ele inclusive disse que te buscaria.

— Não o vejo á dois dias – admiti desviando o olhar. Tenho quase certeza que falhei miseravelmente em não deixar transparecer a tristeza que estou sentindo e sempre escondendo, pois, Bocão me fitou de modo compreensível dizendo:

— O que acha de me ajudar na loja. Quem sabe o Soluço aparece por lá. Ele sempre vai lá.

— Ok – aceitei seguindo o “bronco de mãos intercambiáveis” como Soluço costumava chama-lo para loja.

Ela fora aumentada e Bocão agora conta com dois aprendizes que por acaso não estavam quando chegamos e nem apareceram nas horas que passei organizando os materiais que seriam trabalhados futuramente.

 

*~*~*

 

— Se fosse aqueles garotos teria levado o dia inteiro – Bocão comentou olhando ao redor da sala em que estávamos.

O acompanhei em sua “analise”, mas parei em baú talhado que estava no canto e que não me lembrava de ter pegado em momento algum antes.

— Esqueci um – disse pegando para levar a prateleira.

— Esse não vai ficar nos fundos. É uma encomenda – explicou pegando o baú das minhas mãos – Valka esqueceu de vir buscar, a coitada esta muito ocupada com as coisas não é. Enfim, por que não vai para casa descansar um pouco, está merecendo – dizia seguindo para entrada da loja onde atendia as pessoas e, eu fui atrás.

Não queria ir para casa, queria saber, precisava me preparar para o que certamente estava perto de acontecer. Ser forte como todos pensam não significa que não tenho sentimentos ou fraquezas. Perder o Soluço no final das contas é a minha.

— Bocão – comecei soltando um suspiro meio nervosa. Eu consigo – O Soluço falou alguma coisa de mim para você?

— Além de te buscar para voar?

— Além disso, Bocão? – insisti gesticulando com as mãos.

O viking estreitou os olhos levando o gancho ao queixo como fizera antes.

— Por que não pergunta para ele você mesma? – grande ajuda.

— Eu faria isso se pelo menos o encontrasse – bufei girando nos calcanhares para ir embora, mas... lá estava ele na porta me fitando com seus olhos verdes vivos com talvez um pouco de felicidade em me ver. Se não for talvez eu possa sonhar que seja.

— Astrid, pensei que estivesse no Domínio do Dragão supervisionando a construções das novas torres de vigias – tá, acho que eu não vou sonhar não. Em outras circunstancias eu sorriria, mas agora também não.

— Cheguei pela manhã – disse recebendo um aceno dele – Tudo está pronto e no comendo do Espinhento.

— Que bom.

Banguela entrou na loja empolgando-se em me ver vindo logo em minha direção. O acariciei. Se o Soluço demonstrasse a metade da animação do Baguela já ficaria feliz.

— Está tudo pronto chefe – os aprendizes do bocão chegaram dizendo isso à Soluço que pareceu se apavorar um pouco.

— O que esta pronto?

— Nada de mais – respondeu após alguns instantes olhando para todos os lados coçando a cabeça bagunçando mais os cabelos castanhos. Mentira— O que acha de voar um pouco?

Banguela me empurrou levemente para aceitar, porem...

— Não vai dar. Tenho que fazer algumas coisas antes que você me mande para o domínio ou qualquer outro lugar não é – disse soltando uma pequena risadinha sem humor e sussurrei um “desculpe” ao fúria da noite – Ate mais Bocão. Tchau Soluço.

Finalizei passando por ele apenas tocando em seu ombro como despedida.... Eu não consigo ainda.

 Ate o lado de fora Banguela me acompanhou. Em uma ultima olhada vi Soluço conversando com Bocão e Banguela voltando para seu cavaleiro.

 

— Astrid – parei de andar, virando um pouco para encara-lo – É sério, por que não damos uma volta pela aldeia?

— Soluço...

— Só uma volta e eu te levo para casa – insistiu chegando mais perto – Por favor, Astrid.

bufei. Por que eu sempre cedo? 

— Uma volta.

O líder de Berk sorriu um pouco aliviado e dessa vez eu também sorri, um pequeno, mas perceptível sorriso. Fomos ao porto onde todos nos cumprimentaram, a academia onde Perna de Peixe estava acompanhando um treinamento de gronckles, a praça enfeitava para amanhã e finalizamos onde algumas novas casas estavam sendo construídas. Não há vikings circulando aqui como nos lugares anteriores.

— Astrid, tudo bem? – uma oportunidade.

Aspirei e soltei o ar pedindo aos Deuses que isso não durasse muito.

— O que eu fiz de errado, Soluço? – o Strondus franziu o ceio.

— Como assim “o que você fez de errado”?

 Pelos Deuses.

— Eu não sou burra ou necessito de pena Soluço, você pode me falar a qualquer momento – novamente ele não entendeu. E isso só leva a ter que dizer o que me doía – Que não quer mais nada comigo. 

— Astrid – ele começou fazendo menção de se aproximar de mim e instintivamente me afastei desejando dessa vez não ser teimosa a ponto de querer continuar ainda perto dele. Não teimar em imaginar as coisas que imaginei que viveria ao lado dele.

A floresta estava bem perto, lá eu poderia perder a cabeça; berrar alto ate meus pulmões ficarem sem ar e lançar meu machado enfitas vezes nas arvores até me acalmar.

— Astrid – Soluço chamou-me novamente segurando meu braço e me trazendo de volta a realidade atual – Eu disse que te levaria para casa.

Bufei. Serio?

— Não tem necessidade.

— Mas eu quero fazer isso – sua mão desceu do meu braço para minha mão onde ele entrelaçou seus dedos aos meus. Seus passos foram poucos e os olhos verdes volta e meia me analisavam na curta trajetória que fizemos parando perto de uma casa. Não a minha dica se de passagem – Nunca desejei de afastar de verdade, mas precisava – disse olhando nossas mãos.

— Por quê?

— Para construi-la – apontou a casa que paramos em frente, a única realmente pronta e maior que as demais ali – Eu disse que te levaria para casa.

Não consegui formular algo para dizer, apenas deixei-me ser arrastada para dentro por ele. Para uma casa recém construída já havia alguns moveis dentro e espaço para outros.

— Soluço.

— Não é perfeita no sentido que um dia você me falou, mas acho que chega bem perto. Talvez.

Isso me surpreendeu, pois quando falei de como seria uma casa aos meus olhos ele estava irritado queixando-se do pai. Não pensei que tivesse ouvido.

— Soluço – chamei-o parando em sua frente – Por que a construiu?

— Para nós – seus dedos tocaram meu rosto – Eu seria um louco se te deixasse e, ficaria ainda mais louco se te perdesse – me aproximei para roubar-lhe um beijo como sempre fiz, mas ele foi mais rápido iniciando o beijo – Ate este momento ainda não sabia o que fazer para te pedir isso, mas...

— Soluço.

— O que acha de ser a senhora Strondus, Astrid? – perguntou-me com sua testa colada a minha, suas mãos segundado as minhas e seus olhos fitando os meus com expectativa.

— Eu seria a louca aqui se dissesse não – sorri abertamente vendo-o beijar minhas mãos antes de beijar meus lábios.

Esse é o Soluço que conheço e amo. O que sempre esta me surpreendendo

 

Eu posso ter sido teimosa no passado quando afirmava a todos que éramos só bons amigos, mas estaria mentindo se dissesse que no dia seguinte a este pedido eu mal conseguia disfarçar minha felicidade quando Soluço anunciou nosso noivado no grande salão.

Eu serei a senhora Strondus.

Eu serei a esposa do Soluço.

Porque se há alguém que possa me fazer feliz em toda Berk esse alguém é o Soluço.

E eu sempre teimarei e acreditar nisso.

Sempre.


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Notas finais do capítulo

Primeira fic com esse casal que me apaixonei e agora estou escrevendo uma fic mais grande só que antes queria postar essa one que escrevi.
Se você a leu até aqui e gostou, fico muito feliz ^_^
Quem sabe nos vemos em na proxima
Ate
bjs