Nos ajudem escrita por Isamu H Ikeda


Capítulo 1
Nos ajudem


Notas iniciais do capítulo

* Hey, eu não ando bem ultimamente para escrever, além de estar ocupada demais com a faculdade e outras merdas na minha cabeça. Mas como esqueci que escrever faz parte da minha terapia resolvi voltar aqui para ver se melhoro um pouco. Acho que funcionou...

* Boa leitura a quem se identificar ~



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Nada mais é como antes. Talvez nem nunca voltará a ser, por que o tempo não volta. Ele simplesmente segue em frente sem se importar com o que ficou para trás. O tempo nos amadurece, mas também nos amargura.

Em breve completarão quatro anos de total agonia e confusão dentro de mim. Eu não durmo bem há anos e a cada dia que passa só piora. Fará um ano desde que tudo isso mudou drasticamente e da pior maneira possível. A morte só não mata, ela muda as pessoas que continuam vivas. Aqueles dias de tranquilidade e da esperança na qual eu tanto me agarrava já passaram. Agora me vejo em desespero quase todos os dias e passo 90% da semana sob estresse. Claro, para muitos eu estaria reclamando de barriga cheia. Afinal eu tenho um teto sob minha cabeça e também comida, e claro, tenho dinheiro. Porém mesmo assim a vida pode ser uma grande merda, sabiam? Às vezes as pessoas têm tudo, mas nunca são verdadeiramente felizes. Problemas são problemas, não importa em quais circunstâncias você cresça. Eles virão te massacrar.

Boa parte disso acontece quando ingressamos na vida adulta, já que a responsabilidade é uma visita que chega sem avisar e um inquilino indesejado. Mas necessária. É com ela que conseguimos amadurecer e aprender, mesmo que a duras penas e muitas lágrimas derramadas no travesseiro.

Com o passar do tempo certos hábitos mudam também. Eu não bebia e também não fumava. Então adivinhem... Eu bebo e quando não aguento fico no parapeito da minha janela fumando durante a noite, escondido. São válvulas de escape conhecidas mais comumente como vícios. E vícios podem ser qualquer coisa, não só álcool, drogas ou cigarros. É qualquer coisa que te faça se sentir pelo menos um pouco melhor perante a sua situação atual que lembra vagamente um enorme beco sem saída. Você se entrega ao vício pois ele te acalenta.

O pior de tudo, mesmo, é quando não conseguimos de jeito nenhum conversar com nossos amigos ou parentes sobre o que nos perturba. As palavras apenas somem de nossas bocas. Nos paralisamos e consequentemente recuamos respondendo com “ah, não é nada”. Esta frase é na verdade um escudo que criamos em nossa volta como um mecanismo de defesa por acharmos que não vai valer a pena ou que isso só irá gerar respostas e perguntas intragáveis como “você está exagerando” ou “logo logo isso passa.”

Não é exagero e tampouco irá passar rápido. É desespero, é pavor, é solidão... É um abismo que se abre cada vez mais querendo nos engolir e isso nos assusta. Alguns de nós conseguem se reerguerem por contra própria, contudo outros precisam urgentemente de ajuda. Ajuda essa que é negada na grande maioria das vezes. É aí que outros tipos de vícios e pensamentos assolam nossas mentes.

A apatia nos consome e suga nossas energias até que não tenhamos mais nenhuma vontade em nosso corpo sobrando. Paramos de trabalhar e de nos divertir. Paramos de sair e de falar, conversar com outras pessoas. Apenas paramos... Por que sentimos que não vale mais a pena. Não vale mais a pena viver desse jeito ou aceitamos que merecemos viver assim.

É um saco ser assim. Não o somos por gostar de sofrer. A gente só quer um pouco de carinho e compreensão de vez em quando.

Por favor, não nos menospreze. Não nos chame de “inúteis” ou “frescos”. Se querem ajudar, ajudem de verdade e não com palavras torpes de impacto tão forte quanto o de uma bala quente. Não faça piadas com a gente e depois diga que é brincadeira por que vocês não estão na nossa pele para entender como paramos ali ou como chegamos naquele estado. Ninguém nunca está na pele de ninguém para entender como é ser a outra pessoa ou vivenciar o que ela vivenciou e como vivenciou. Palavras machucam mais que facas, por isso alguns se mutilam. Um corte para cada palavra... Para cada frase e cada momento angustiante.

Não queremos chamar atenção. Queremos ajuda.


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Notas finais do capítulo

* Infelizmente não consegui expressar tudo o que queria, de novo.