A Linhagem Bennet escrita por Wondy


Capítulo 6
Sobre perdoar e esquecer.


Notas iniciais do capítulo

*le limpa as teias de aranhas**desvia das pedradas*
Oiiiiiiiiiiiiii, adivinha quem acordou da ibernação???
8 meses.
Pois é, a tia Wondy aqui ficou um loooooongo tempo sem postar nada, não é, hehehe. E aqui estou eu com a maior cara de pau do Olimpo, postando um cap de 5.000 palavras. Eu até deixo vocês me matarem, sério!
Então, a questão é que minha vida está uma completa bagunça. Eu simplesmente não conseguia mais escrever nada, pois mais que a Hayley sempre estivesse no meu coração e na minha mente (sim, a fanfic ja tá pronta na minha cabeça, mas o papel que é bom, nada). A grande verdade é que eu me encontrei incrivelmente insatisfeita com o enredo de AFRG. Quando eu comecei a postar, eu havia acabado de ter a idéia, e, como acontece com todo escritor, você começa a ter idéias maravilhosas, mas que não coincidem com o que você havia criado antes. O que um escritor faz quando isso acontece? Ele reescreve os capitulos para mudá-los e deixá-los de jeito que suas novas ideias se encaxem no enredo.
Aí, você pergunta: mas tia Wondy, por que vocÊ não reescreveu então?
A resposta, querido padawan, é que eu teria que reescrever a primeira temporada INTEIRA!!!!!!! E eu posso estar um pouco sem paciencia para isso... Além de que minha escrita mudou muito desde que eu comecei a fanfic, então ler os primeiros caps é até um pouco doloroso para mim mesma.
Isso e mais uma série de problemas no meu computador e na minha vida me desencorajaram a continuar a fanfic.
MAAAAAS, CÁ ESTOU EU COM UM CAP SAINDO DO FORNO!!!

Agora chegou a parte da conversinha, afinal todo fanfic writer precisa ter a tal conversinha. Eu não terei mais um prazo de postagens. Isso apenas me deixava ainda mais nervosa e me deixava muito presa à história, tornando uma espécie de fardo. Escrever para mim é algo que me liberta, eu não consigo me sentir confortável fazendo isso quando a sensação era de que eu estava presa à algo... Eu agradeço muitíssimo à todos vocês que continuaram com esperança e que me mandaram mensagens privadas. Muitissimo obrigada por não desistirem de ALB, sério mesmo
Então é isso, espero que esse cap sirva como um pedido de perdão.
E espero que me perdoem também.
Enjoyyyyyyy
(nossa que saudades de escrever esse bordão, hehehe)



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LEIAM AS NOTAS INICIAIS 

LEIAM AS NOTAS INICIAIS

LEIAM AS NOTAS INICIAIS

LEIAM AS NOTAS INICIAIS

 

 

Nova York, 15 de outubro de 1940.

Ela queria não ser estranhamente persuasiva. Também não compreendia muito o porquê disso. Talvez seria, de fato, a maldição como sua tia-avó sempre dizia, embora ela não conseguisse acreditar completamente nela. Acreditava que era culpa de sua mãe, que era muito conhecida por seu charme dentre os olimpianos. Mas, sua família discordava. É claro que ela crescera ouvindo as histórias, ela até tinha um certo posto de respeito e admiração, resultado por ter ativado a maldição com apenas cinco anos. Foi um acidente. Ela nem havia percebido o que fizera até já ter feito.

Suspirando, ela inclinou a cabeça para frente, fazendo com que seus cabelos platinados caíssem como uma cortina por seus olhos, escurecendo sua visão. Ela desejou que a ação supérflua a fizesse desaparecer do mundo.

Ela só queria desaparecer.

Não queria passar pela maldição, não queria perder sua alma, não queria ser uma assassina, não queria existir. Seu maior arrependimento foi ter nascido.

Mas, agora não havia mais volta. Quando ativada, é impossível escapar da maldição.

Ela não queria chorar, mas seus olhos já estavam marejados, a esperança já era ausente em seu peito. Mas ela era forte. Não teria sobrevivido tanto tempo se não fosse. Não teria aguentado.

Naquele momento, ela apenas se desencostou na parede fria, decidindo que precisava de ar fresco. Precisava de Noah.

As ruas de Nova York eram caracterizadas pelo seu transito maluco, com seus carros, carroças e pedestres ignorantes, sempre culpando uns aos outros por problemas causados por eles mesmos. Ela sentia os olhares femininos fulminando-a pelas costas. Ela nunca esteve em um grupo, não tinha amigas. Elas sempre faziam de tudo para mostrar o desgosto que sentiam pela garota. Rolando os olhos, ela se perguntou se elas realmente pensavam que conseguiam atingi-la de alguma maneira. Sua rejeição só a fazia sentir mais orgulho por não ser como elas.

“Quando você completar quinze anos, elas irão beijar seus pés assim como os homens já o fazem. Você verá.” Dizia sua tia-avó. Ela sempre sorria, fingindo concordar completamente com o que ela dizia, mas só conseguia sentir-se enjoada como sempre acontecia quando ela pensava em seu aniversário. Para ela, não havia o porquê de comemorar, pois o evento apenas a lembrava que estava cada vez mais perto do seu terrível destino.

Ela sentiu-se imediatamente mais calma quando se viu à frente ao George’s Cafe, e mais ainda quando o cheiro de mel fermentado da cerveja caseira encheu suas narinas. Os galões de cerveja encontravam-se na parede logo atrás da bancada. As paredes eram cheias de jornais emoldurados e retratos de família. As mesas eram distribuídas contra à parede, assim como as luzes que iluminavam o local. Aquele era o sonho pós horário de trabalho de todo nova-iorquino, tanto que aquele lugar costumava ficar cheio à noite.   

— Maya! – exclamou George do outro lado da bancada. Sua carranca enrugada se iluminou quando a viu, fazendo com que o bigode grisalho se contorcesse com o sorriso do mais velho. – Que bom ver você! Como posso lhe servir hoje?

Ela sorriu. George a conhecia desde quando ela tinha apenas sete anos de idade tentando roubar uma maça de um armazém. Após conseguir livrá-la da confusão, eles fizeram um acordo: tudo que ela quisesse no bar seria por conta da casa, isso se ela prometesse nunca mais roubar nada.

Mas ela notou que olheiras fundas contornavam seus olhos negros que outrora brilhavam. Agora eles pareciam frios e tristes. Ela logo entendeu porquê. A irmã de George estava desaparecida há muito tempo. Ele finalmente havia perdido as esperanças então. 

— Olá George – cumprimentou de volta. – Alguma notícia da sua irmã?

Ele suspirou pesadamente.

— Não – sua voz estava dura e cansada. – Como sempre.

— As crianças voltarão pra Nova York?

George olhou para baixo, secando uma caneca de vidro.

— Não – respondeu ele, visivelmente aliviado por mudar o assunto, mas chateado com a resposta. Ele adorava as crianças, e não poder ficar com elas partia seu coração. – Não temos condições de cria-los assim. Expliquei a situação para minha irmã mais velha, ela concordou em ficar com eles. Talvez, algum dia eles, voltem.

— Eu posso ajudar – ofereceu-se ela. – Eu adoro as crianças, sabe que estou disposta a ajudar no que for.

George a lançou um olhar agradecido e abriu um sorriso triste.

— Eu sei disso, Maya. Mas também sei que sua família nunca irá deixar que isso aconteça. Você já tem problemas demais só de falar conosco.

— Para o inferno com a minha família. Sabe que eu quero ajudar e estou disposta a fazer de tudo por vocês.

— Você é uma garota muito boa, Maya. Obrigado, mas temo que terei de recusar. Agora, acho que você deveria ir falar com Noah. Ele ficou bem mais abalado com essa notícia do que eu. Ele está nas nuvens. – disse ele, usando a expressão de sempre para quando Noah estava no telhado.

Maya suspirou pesadamente. Queria poder continuar no assunto e convencê-lo a aceitar sua ajuda, mas sabia que era impossível. Além de que George era o homem mais teimoso que ela já conhecera, Maya não queria fazê-lo remoer a saudade que sentia. Com isso, ela apenas se despediu, saindo do bar e subindo as escadas que davam acesso ao telhado.     

Ela sabia que ele adorava aquele lugar. Noah. Ele adorava a vista que tinha da cidade. O fazia se sentir livre e alimentava ainda mais o sonho de viajar pelo um mundo. Ele costumava dizer que quando ele fizesse o treinamento de aviação, iria ser o primeiro homem a sobrevoar o mundo inteiro. É claro que não passava de um sonho.

Ele estava lá. Sentado na amurada no prédio, à um empurrão de cair. Mas ele não tinha medo. Ela tinha, conseguiu superar o medo com a ajuda dele.

— Pensando em se jogar? – perguntou ela, sarcasticamente.

Noah olhou para trás. Seu rosto logo se iluminou com um sorriso e ele balançou a cabeça.

— Não provoque, você sabe que eu gosto bastante de viver – disse ele, fazendo-a rir.

Ainda rindo, Maya passou as pernas pela amurada, sentando ao lado de Noah. Ele instantaneamente passou o braço pelos ombros dela, trazendo-a mais para perto.

— Seu pai me contou sobre as crianças – disse ela, pousando a cabeça no ombro dele. – Eu sinto muito, Noah.

Ele suspirou pesadamente.

— Eu sei. E também sei que ele recusou sua ajuda.

Ela franziu a testa, mas não estava surpresa. Afinal, ele a conhecia melhor do que ninguém e vice-versa.

— Como sempre.

— E é por isso que você quer que eu o convença – disse ele.

— Sim.

— Mas eu não vou fazer isso.

— O que? – perguntou ela, descrente. Levantou a cabeça para olhar para ele, porém percebeu que seus olhos negros eram ilegíveis. – Por quê?

Noah deu de ombros, seus olhos continuavam fitando o horizonte. Ele suspirou profundamente e ela sentiu o braço dele se fechar com mais força ao redor dela.

Ela imediatamente entendeu que ele não queria convencer o pai. Além de Maya ser considerada instável, ele não queria que ela criasse problemas em casa. Se as Bennets soubessem sobre Noah, iriam mata-lo por causa do seu sobrenome. Por que diabos ela foi se apaixonar justo por ele?   

— Você sabe que posso compeli-lo a fazer isso, não sabe? – indagou ela.

Uma sombra de um sorriso se abriu levemente no rosto de Noah.

— É, eu sei – suspirou ele. – Mas eu também sei que você nunca usaria charme em mim.

Ela sentiu-se suspirar enraivecida. Era verdade. Ela detestava aquele dom. É claro que sua mãe iria repreendê-la por tal afirmação, dizendo que o charme era um dom incrivelmente útil e um dos mais poderosos entre os olimpianos. Mas ela continuava detestando-o. Era apenas outro lembrete de que nunca poderia ser normal.    

— Está chegando – murmurou ela, quase inaudível.

— Eu sei.

— Não quero ficar como elas – admitiu Maya, revelando seu maior medo sem nem ao menos pensar. Afinal, ela não precisava cuidar com o que falava quando estava com Noah.

— Vamos achar um jeito de sair dessa, May – prometeu ele. – Eu juro.

— Não jure o que não pode cumprir. – pediu ela. Não queria ter falsas esperanças. Já havia se fartado delas há muito tempo.

Ele ficou em silencio por um tempo, até que a beijou. Foi tão súbito que ela demorou alguns segundos até retribuir.

— Eu juro que vamos conseguir – disse ele, convicto. – Não vou desistir de você nem por um segundo, ouviu?

— Eu não quero machucar você – admitiu ela. Seus olhos estavam fechados. Ela não conseguia olhar para ele, não podia deixar que ele acendesse qualquer tipo de esperança no peito dela.

— Você não vai me machucar.

— Você não entende, Noah! – esbravejou ela, libertando-se do abraço. – Eu não terei alma, tudo o que me restará será um vazio que só poderá ser preenchido com a morte. A Maya que você conhece irá desaparecer para sempre! Se eu quiser te matar, eu vou fazê-lo sem nem piscar. – seus olhos estavam marejados. Era a primeira vez que ela desabafa sobre tal assunto. Subitamente sentiu-se exausta. Exausta de existir. – Estou com tanto medo.   

Noah a encarava sem palavras, dor brilhava em seus olhos. Até que seus braços fortes a cercaram, trazendo-a de encontro ao seu peito. E ela, pela primeira vez em anos, se permitiu chorar.  

  *****

Hazel Levesque

A notícia de que Octavian estava juntando romanos para atacar o Acampamento Meio-Sangue não me surpreendia nem um pouco. É claro que ele iria querer se vingar. Reyna, obviamente, havia apenas aprovado o ataque aos semideuses do Argo II, ela nunca aprovaria o começo de uma guerra. É um dos códigos de conduta que ela mais valoriza. Apenas puniria os culpados e traidores.

Algo se remexeu em meu estomago. Eu era considerada uma traidora pelo meu povo. Eles estão me caçando. Eu não havia parado para pensar nisso até agora. A sensação é terrível. Um nó se forma em minha garganta, fazendo-me ter a impressão de que vou vomitar. Fecho os olhos fortemente tentando afastar os pensamentos.

Sinto Frank apertar minha mão sob a mesa do refeitório. O aperto é reconfortante e acolhedor, e me faz sentir melhor quase que de imediato por alguns segundos. Então me senti culpada ao perceber que ele pensava a mesma coisa. Aperto sua mão de volta em agradecimento e ele abre um meio sorriso.

— Precisamos avisar o Acampamento Meio-Sangue – disse Percy, depois que Annabeth terminou de contar sobre seu sonho.

— Precisamos avisar Reyna – disse Jason. – Se ela ficar à par da situação pode pôr um fim nisso.

Franzi a testa.

— Mas se Octavian conseguir o apoio de mais romanos? – indaguei. – Annabeth disse que romanos de alto escalão estavam com ele. Se ele conseguir o apoio de mais...

— Reyna será obrigada a aprovar o ataque – concluiu Jason. – E as tropas romanas marcharão até o acampamento grego.

— Ele já deve ter feito isso por agora – ponderou Percy. – Ele tem uma grande influência sobre os romanos. Acho que é por causa daquele lance de queimar pandas de pelúcia inocentes, sei lá.

Sorri. Percy nunca havia perdoado Octavian por ter destruído seu bichinho de pelúcia.

— Então precisamos avisar Quíron o quanto antes – disse Annabeth.

— Deixa comigo – disse Piper, levantando-se e dirigindo-se à pia da cozinha. Mas, antes que ela chegasse até a mesma, um grito do convés a interrompeu.

Jason e Percy saíram correndo no mesmo instante, seguidos pelo resto de nós. Quando chegamos lá encima, o Treinador Hedge estava bradando seu taco de baseball em direção à algo. Quando cheguei mais perto, percebi que era Arion.

— Morra! – berrou o Treinador.

— Não! – berrei. – É o Arion!

Treinador Hedge olhou-me estranhamente por alguns segundos e depois voltou-se para Arion.

— Ah, sim, o Papa Ouro – disse ele.

Arion relinchou, ofendido. Percy fez uma careta.

— Eu acho que nunca ouvi tantos xingamentos em uma frase na minha vida – disse ele.

Aproximei-me de Arion, acariciando seu focinho. Ele relinchou novamente, balançando sua crina.

— Ele quer que você vá com ele, Hazel – traduziu Percy.

Bem, isso eu já percebi.

Suspirei.

— Tudo bem. – falei, montando em Arion. – Vamos.

— Tem certeza que é seguro? – perguntou Frank, preocupação tomava seus olhos. – Não sabemos o que pode ter naquela ilha.

— Arion nunca me levaria para um lugar perigoso – afirmei, convicta.

Arion relinchou.

— É, ele não iria mesmo – concordou Percy.

Frank ainda não parecia muito convencido, mas não falou nada.

— Voltarei o quanto antes – falei, e Arion avançou para fora do Argo II, galopando sobre a água.

Assim que chegamos na superfície sólida da ilha, eu percebi que ela era.... fria. Como se um manto de energia negativa se estendesse por todo seu céu, trancando a ilha em uma cúpula gelada e sinistra. Seria um ótimo lugar para falar com os mortos.

Arion adentrou a floresta, os troncos uivavam com a sua velocidade e as folhas secas emitiam sons estridentes ao serem esmagadas pelos seus cascos. A floresta não possuía nenhum cheiro, nenhum ruído além do que Arion transmitia. Era como se não houvesse nada vivo ali. Franzi a testa. Por que Arion me traria aqui?

Chegamos até o pé de uma montanha alta, tochas estavam presas em suas pedras como se indicassem um caminho, mas o que me chama a atenção é o fato de que as chamas eram de um tom esverdeado, o que estranhamente me lembrou a Aurora Boreal no Alasca. A lembrança se esvaneceu tão rapidamente quanto inundara minha mente, pois, de repente, Arion havia parado. Desci de sua sela e olhei em volta.   

Estávamos em um círculo de tochas. O fogo esverdeado nos cercava de forma ameaçadora, porém calma. A névoa era espessa e fazia com que a luz que emanava das tochas se espalhar mais ainda. Então percebi que não era apenas névoa. Era a névoa.

Então, do meio dela, revelou-se uma mulher. Ela usava uma toga grega e uma capa dourada que cobria seus cabelos e seu rosto. Mesmo sem conseguir ver praticamente nada da sua cintura para baixo, eu sabia que suas mãos estavam cheias de joias e pedras preciosas, eu conseguia sentir a energia delas. Franzi a testa.

Sem dúvida alguma aquela mulher era uma deusa. Ela irradiava poder entorno dela, sobre a névoa, o fogo esverdeado, a luz fantasmagórica que iluminava as rochas e a estranha sensação gelada .

Arion recuou. Ele parecia agitado e receoso, duas características com que ele nunca pareceu se identificar. Então, o cavalo se virou e partiu.

Isso porque estávamos juntos nessa...  

A mulher levou as mãos ao rosto, afastando o capuz dourado e revelando seus cabelos negros e sua pele branca. Conti um ofego ao perceber que seus olhos eram completamente negros. Mas isso não excluía o fato de que ela era linda. Lembrei-me de algumas almas que encontrei em meu tempo no Mundo Inferior, sempre inexpressivas, andando sem rumo algum e incrivelmente pálidas. Era o tom de palidez que aquela mulher possuía. Um tom mórbido.

— Hazel Levesque – disse a mulher.

— Quem é você? – indaguei e me arrependi imediatamente pela dureza em minha voz. Se fosse uma deusa poderosa eu poderia estar morta. – Quer dizer, qual deusa?

— Ah. – A mulher assentiu. – Deixe-me tornar esse local mais... visível.

Ela ergueu as mãos. Subitamente, toda a névoa espessa que antes cobria o chão como neve recuou até não tornar-se mais presente, permitindo-me finalmente conseguir ver o chão arenoso. Aos pés da deusa haviam dois animais diferentes, um cão negro e uma doninha.  

A mulher exibiu um sorriso sereno.

— Eu sou Hécate, a deusa da magia. Temos muito o eu conversar se quiser sobreviver à essa noite.

Assim que consegui compreender as suas palavras, senti a forte impulsão de sair correndo, mas meus pés não se mexiam. Era como se eu estivesse presa ao chão. Em meio ao meu pânico, a parte racional da minha mente (que eu estava sentindo muito a falta nos últimos dias), resolveu finalmente acordar do seu torpor profundo quando pensei que não adiantaria correr. Ela era uma deusa, se quisesse poderia me matar sem nem sair do seu lugar. 

— Você se parece tanto com sua mãe – disse ela, observando-me.

O pânico logo foi envolvido por uma camada fina de curiosidade e confusão.

— Conheceu a minha mãe? – indaguei, esquecendo, por hora, o medo.

— É claro. Marie era uma vidente. Vivia de magia, maldições, talismãs... eu sou a deusa da magia.

Lembrei-me da minha época de escola, onde todas as crianças diziam que minha mãe, Marie Levesque, era uma bruxa. Nunca pensei que estariam tão certas. A fraca e dolorosa lembrança das freiras do St. Agnes dizendo que minha mãe era envolvida com o diabo me assombrou por alguns segundos antes de eu me recobrar ao presente. Temi entrar em mais um flashback, embora eles não tenham mais acontecido desde o Alasca.

— Ela não acreditava em magia de verdade – murmurei. – Só fazia pelo dinheiro...

— Não importava o quanto sua mãe se dizia descrente, Hazel. Ela tinha magia de verdade dentro dela. – interrompeu Hécate, numa mistura confusa de compreensão e ofensa que eu não consegui entender direito. – E, quando descobriu, eu a ajudei à invocar o deus Plutão, então.   

Um nó se formou em meu estomago.

— Você...

— Sim – confirmou ela, andando ao meu redor como se fossemos estranhas parceiras de dança. – Eu vi potencial em sua mãe, anos atrás. E vejo muito mais potencial em você, Hazel.

Fiquei tonta. O mundo à minha volta parecia girar, mas a imagem de Hécate continuava perfeita à minha frente. Ela me encarava com seus olhos completamente negros, ilegíveis, causando arrepios desconfortáveis ao longo da minha espinha.

Então ela ajudou minha mãe a invocar meu pai, o que, consequentemente, causou minha maldição. Marie e eu sofremos por anos por causa do meu “dom”, o qual causou sofrimento e morte à quem comprava as pedras preciosas das quais eu conseguia criar. Minha mãe fora taxada de bruxa e praticamente banida da sociedade por minha causa.

Agora aquela deusa estava dizendo que ela ajudara a provocar aquilo.

— Minha mãe sofreu por causa dessa magia. Durante minha vida inteira...

— Sua vida nem teria acontecido sem mim – Hécate interrompeu. – Não tenho tempo para sua raiva. Nem você mesma tem. Precisa da minha ajuda, do contrário você morrerá.

A cadela ao seu lado rosnou, fazendo com que a afirmação da deusa tivesse ainda mais efeito. Por uma fração de segundo, imaginei se elas tivessem combinado aquilo, mas logo afastei o pensamento considerando-o ridículo devido às circunstancias presentes.

Assim que ela terminou a frase, senti um aperto gelado me envolver.

— Que tipo de ajuda? – indaguei com a voz um tanto trêmula.

Hécate ergueu as mãos pálidas. A névoa se intensificou em três lugares diferentes, todos compartilhando a mesma distância um do outro. Assumindo o formato de portais, eles começaram a mostrar um turbilhão de imagens. Eram todas em preto e branco e tremulavam, como um dos filmes antigos que eu e minha mãe fomos ver uma vez.

No portal que ficava à oeste, era possível identificar semideuses romanos e gregos lutando sem parar na encosta de uma colina. Em um momento de horror, consegui reconhecer Percy. Ele lutava tentando o máximo possível apenas ferir, não matar. Ele parecia ter vista algo ao fundo e quase que imediatamente gritou algo, correndo para o local. Mas, antes que eu pudesse ver do que se tratava, a visão voltou para o começo.

No portal norte as imagens era ainda piores que as primeiras. Leo estava inconsciente – ou morto – em um chão arenoso como o de uma caverna. Uma espécie de nuvem negra o cercou, cercando os outros semideuses também. Ela teve a impressão de que aquilo poderia mata-los, mas antes que suas crenças fossem confirmadas a imagem voltou ao começo.

No portal leste, havia a imagem de uma garota. Seu rosto não era visível, mas eu sabia quem era. Seus cabelos platinados eram inconfundíveis. Ela estava amarrada à uma cadeira, gritando. Parecia estar sofrendo o pior tipo de tortura, porém não havia ninguém ali. De repente, ela parou. Puxou o braço direito, fazendo com que as correntes que a seguravam estourassem. E então, como uma passe de magica, a imagem voltou.

— Escolhas – disse Hécate. – Você está em uma encruzilhada, filha de Plutão. Eu sou a deusa das encruzilhadas.

O chão pareceu tremular aos meus pés. Quando olhei para baixo, vi milhares de antigos denários romanos irrompendo a superfície ao meu redor. Estava tão nervosa por causa das visões que devo ter invocado toda prata da terra.

— Isso... não pode ser real – consegui balbuciar.

— É real, Hazel Levesque – disse Hécate. – Então, o que você escolhe?

— Todas são ruins.

— Todas são reais. – retrucou a deusa. – Escolha uma e cancele as outras duas. Mas, qual delas é o seu objetivo?

— Meu objetivo? Nenhuma dessas visões.

O cão negro rosnou.

— Você poderia voltar a Roma, mas as forças de Gaia já esperam por isso – disse Hécate. – Nenhum de vocês sobreviverá.

Engulo em seco, sentindo minha garganta cada vez mais seca.

— O que você sugere?

Hécate sorriu, como se esperasse ansiosamente para que eu fizesse aquela pergunta. Ela sacodiu a mão direita, fazendo com que a névoa se intensificasse até que formasse um mapa em relevo Itália.

— Você poderia ir para oeste – opinou ela, caminhando ao redor o mapa. – Volte à América com a estátua. Os gregos e romanos estão à beira de guerra. Volte agora e talvez salve muitas vidas.

— Mas Gaia deve acordar na Grécia. É lá que os gigante estão se reunindo.

— De fato. Gaia escolheu o dia primeiro de agosto, a Festa de Spes, a deusa da esperança, para despertar de seu sono. No Dia da Esperança, Gaia promete que irá destruir toda a esperança do mundo. Mesmo que vocês consigam chegar à Grécia a tempo, conseguirão detê-la? – Hécate correu o dedo ao longo dos Apeninos enevoados. – Você pode ir para leste, atravessando as montanhas, mas Gaia fará de tudo para impedi-los de cruzar a Itália. Ela lançou os deuses da montanha contra vocês.

— Percebemos – falei, lembrando-me da noite em que ficamos a noite toda desviando de pedras até que Leo conseguiu desviar das montanhas.

— Qualquer tentativa de atravessar os Apeninos resultará na destruição do seu navio. Ironicamente, esta pode vir a ser a opção mais segura para a sua tripulação. Eu prevejo que todos vocês conseguirão sobreviver à explosão. É improvável, embora possível, que vocês ainda podem chegar ao Épiro e fechar as Portas da Morte. Você poderia encontrar Gaia e impedir sua ascensão. Mas, a essa altura, ambos os acampamentos serão destruídos. – Hécate sorriu. – Sem mencionar que, provavelmente, a destruição do seu navio os deixaria presos nas montanhas. Isso significaria o fim de sua missão, mas pouparia você e seus amigos de muita dor e sofrimento que enfrentarão.

Uma pequena e culpada parte de mim achou a idéia tentadora. Sempre quis ser uma garota normal, sem precisar me preocupar com maldiçoes e guerras a todo instante. Não queria mais nenhum sofrimento tanto para mim quanto para meus amigos. Já havíamos sofrido tanto...

Olhei para o último portal, atrás de Hécate. Vi Hayley gritando e se contorcendo. Era tão difícil de assistir que desviei o olhar em menos de cinco segundos.

— O que... está acontecendo com ela? – indaguei.

Hécate olhou para o portal.

— Está passando pela transformação— disse ela. – Suas emoções estão sendo apagadas.

Meus olhos se arregalaram.

— Não...

— O que foi? Pensava que ela conseguiria escapar? Hayley Bennet ativou a maldição e, naturalmente, passará por ela. É óbvio.

— Não podemos fazer nada para impedir?

Hécate deu de ombros.

— Oeste, leste, ou norte... ela transformará. Não há o que fazer quanto à isso.

Não— falei. – Ela não vai. Acharemos um jeito.

— Receio que há nada conhecido que possa quebrar a maldição. – disse Hécate. – Agora, escolha.

Olhei para os painéis. Todos emitiam imagens terríveis. Se eu escolhesse o primeiro, talvez meus amigos não morreriam, mas os acampamentos entrariam em guerra e milhares de semideuses sofreriam por nada. Se escolhesse o segundo, essa guerra não aconteceria, mas toda a tripulação do Argo II morreria. E não importava qual painel que eu escolhesse, Hayley teria o mesmo fim.

Era uma escolha muito difícil, da qual eu não queria fazer. Não queria ter essa responsabilidade.

Olhei longamente para o painel de Hayley. Era doloroso vê-la daquele jeito, mais doloroso ainda pensar que aquilo poderia vir a se concretizar.

Não.  Aquilo não iria acontecer. Nada daquilo.

Poderíamos achar um jeito de salvar os acampamentos e a tripulação. Já havíamos passado por tanta coisa... conseguiríamos passar por isso também.

E Hayley é forte. É a pessoa mais forte que conheço, ela conseguiria resistir. Precisa haver um jeito de reverter a maldição, e nós encontraríamos.

Não vou deixar que meus amigos morram.

Custe o que custar.  

*****

Hayley Bennet

Haviam duas coisas que eu mais odiava no mundo: minha mãe e calor. O que me fez criar um desgosto enorme pelo verão. Lembro-me de como era sobreviver o verão quente de Veneza com casacos, sendo que eu tinha que andar alguns quilômetros embaixo do sol quente para ir para escola. Como sempre, lembrar da minha infância era algo doloroso, então tentei ao máximo afastar as lembranças. 

É claro que o clima abafado do Tártaro não ajudava nem um pouco nisso, no qual me fazia sentir como se estivesse em um forno. Minha garganta ficava seca muito rápido o que ocasionava em algumas crises de tosse que não melhoravam em nada minha raiva. Nico pareceu perceber isso, o que o fez ficar mais quieto do que o normal enquanto andávamos. Ás vezes ele tentava puxar algum assunto remetido à resistência, ou ao meu tempo na superfície, embora eu tenha percebido que ele apenas estava tentando me ajudar a pensar em outra coisa. Abri um pequeno sorriso quando o pensamento passou pela minha cabeça.

Art andava com passos lentos à nossa frente, olhando atentamente para os lados, alerta. Percebi que ele parara de lançar olhares desconfiados para Nico e rosnar toda vez em que o garoto passava por ele. Curioso.

— Por aqui – Nico interrompeu meus pensamentos ao virar à direita. Como ele sabia exatamente qual direção virar eu ainda não sabia, por mais que ele já estivesse lá antes, todas aquelas rochas pareciam as mesmas para mim. E sem falar que ele estava tão fraco que nem deveria ser capaz de andar. Mas mesmo assim o fez.

Uma parcela de mim sentia culpa por estar com tanta raiva de Nico enquanto ele estava à beira da morte no Tártaro. Enquanto o resto de mim reconhecia o quão idiota e arrogante ele foi quando decidiu que conseguiria ir atrás das Portas da Morte sozinho. O pior é que eu não estava nem um pouco surpresa.

— A Lindsay estava com você quando saiu do Mundo Inferior? – Nico perguntou de repente.

Suspirei. Foi um erro, o ar seco entrou pela minha garganta, fazendo-me tossir.

— Não. Saí sozinha. - Mesmo sem olhar para ele eu sabia que suas sobrancelhas estavam arqueadas. - Mas Freddie disse que ela saiu também.

— E como ele sabe?

— Ele criou uma espécie de lugar com barreiras magicas que confunde Tânatos do paradeiro das almas. Passamos os últimos nove meses procurando quem também fugiu para mantermos em segurança. Nós as rastreamos e depois vamos procurá-las onde quer que estejam.

— Então é como uma Resistencia em terra firme.

— Exatamente. – falei, lembrando-me da nova Sede.

Os filhos de Hefesto e Hécate se juntaram para construir uma Sede melhor ainda que a primeira. Freddie compartilhou sua ideia comigo de usar aparelhos eletrônicos nas salas de controle – sua mais nova paixão. Tudo que ele fez foi bloquear a interferência que o sangue divino causa nos computadores com alguns feitiços e pronto. De qualquer jeito as barreiras os protegem de monstros então nenhum seria atraído de fato, e, caso fosse, não conseguiria entrar.

Ele também comentou em fazer a Sede móvel, pois assim seria mais fácil se esgueirar do deus da morte. Não duvido que ele consiga – aprendi há muito tempo que você nunca deve subestimar Freddie Lewis -, mas vai ser muito difícil.     

Nico fez mais algumas perguntas sobre a nova Sede, querendo saber de tudo. Eu sabia que ele era apaixonado pela Resistencia. Ele havia dito várias vezes que aquela era sua casa, não importa o que aconteça. Por algum tempo depois que ele sumira e foi considerado um espião, eu acreditei que ele havia mentido. Mas agora eu sei que não.

—Aparelhos eletrônicos? – indagou Nico, soltando uma risada incrédula. – Dei essa idéia há dois anos.

— É eu sei, mas parece que Freddie criou uma espécie de fascinação por esse tipo de coisa. – falei. – Ele tem de tudo. Eu mal sei o que se faz com aquilo, o que dirá usar um.

— Ah, você aprende rápido. – disse Nico com a sombra de um sorriso no rosto.

Sorri.

— Golpes de luta livre, sim. Coisas que piscam e estão além do meu tempo, nem tanto.

Nico franziu a testa, porém seus olhos brilhavam em divertimento.

— Coisas que piscam?

— É, aqueles tijolos que acendem.

— Celulares.

— Isso aí. Percy disse que não podemos usá-los. Atraem monstros.

— Bem ele está certo – disse Nico. – Mas parece que seu amiguinho ilusionista achou um jeito de contornar isso, pelo visto.

Rolei os olhos. Ele percebeu.

— Que foi? Estou errado, por acaso? – indagou, embora não parecesse exatamente irritado.

Era difícil saber quando ele estava irritado ou não.

Dei de ombros.

— Não. – falei sincera. – Na verdade, é só um simples feitiço para bloquear interferência. Não sei como ninguém pensou nisso antes.

— Filhos de Hécate não são exatamente gênios.

Nem todos os filhos de Hécate são exatamente gênios. – corrigi. Foi a vez de Nico rolar os olhos.

Ele abriu a boca, mas não teve a chance de me brindar com algum comentário sarcástico, pois o rosnado de Art o interrompeu. Logo percebemos o que acontecia. Três criaturas apareceram vindo me nossa direção do fundo da caverna, de longe pareciam ser morcegos enormes. Não consegui distinguir sua forma, pois Nico já havia me puxado e começamos a correr.

— Podemos lutar contra eles! – gritei para que ele me escutasse.

— Não podemos, não! São arai! Toda vez em que atacarmos uma delas, seremos atingidos por maldições! Não há como vencer!

Art bufava e rosnava para as arai, porém continuava correndo. Ponderei por alguns segundos se talvez ele sabia quem eram.

Uma voz esganiçada ecoou pelas paredes de rocha, berrando:

Filho de Hades!

Arqueei as sobrancelhas e olhei para Nico.

— Elas não gostam muito de mim. É uma longa história.

Rolei os olhos, mas continuei correndo.

Elas estavam em nosso encalço, cada vez mais perto. Pensei em todas as maldiçoes que já devo ter recebido em minha vida nem tão curta. É, tenho certeza de que se eu fosse atingida, estaria bem ferrada. Eu precisava cuidar por onde pisava, pois tropeçar não seria uma coisa muito boa no momento. E eu também tinha a lembrança de Chris dizendo “não há clichê maior que tropeçar ao correr do assassino”. Mas, neste caso não era um assassino, mas sim três arai, das quais se nos defendermos, estaremos mortos.

Decidi naquele momento que odiava arai.

Eu e Nico corríamos no mesmo ritmo, um ao lado do outro. Ele era um dos poucos que conseguia me acompanhar, tanto que sempre apostávamos corrida para saber quem era o mais rápido. Nunca conseguimos chegar à uma resposta exata. Embora seja claro que eu sou a mais rápida, mas isso não vem ao caso agora.

Estávamos prontos para virar uma curva quando Nico desapareceu do meu lado. No lugar onde ele estivera, encontrava-se uma adaga dourada recém arremessada. Uma das arai berrou de raiva ao perceber que sua presa escapou-lhe. Logo depois, localizei Nico a uns três metros de distância de onde estava antes. As arai foram direto atrás dele, mas antes que tivessem a chance de pegá-lo, ele já havia desaparecido novamente. Quando reapareceu, olhou diretamente para mim e formou a palavra “vá” sem produzir nenhum som.

Lancei um olhar incrédulo para ele, que rolou os olhos e desapareceu novamente. Senti sua aproximação antes mesmo que perceber onde ele estava. Sua mão segurou meu pulso firmemente, então tudo pareceu evaporar em uma nuvem negra. Uma forte tontura assolou-me, desnorteando-me por alguns segundos. Olhei a minha volta: estávamos em uma parte distante de onde estávamos antes, como uma minúscula gruta da qual a saída era uma fenda quase que imperceptível. Nico ainda segurava meu pulso, suavemente.

— Por que não fez isso antes? – indaguei, meio tonta.

— No momento em que as arai perceberam que estou vivo, elas não iriam desistir até que finalmente me matassem. Por mais que pudéssemos despistá-las, elas iriam nos achar.

— E o que você quer fazer agora?

— Vou tentar levá-las para o mais longe possível para que assim nos dessem tempo para ir às Portas da Morte sem preocupação. Enquanto isso é melhor que você e Art sigam sozinhos.

— Mas isso iria requerer centenas de saltos nas sombras. Isso minaria sua energia, Nick.

Ele fechou os olhos ao ouvir o apelido.

— Você precisa continuar sem mim. Terminar a missão.

— Você também é parte disso.

— Eu sou apenas o guia.

— Então me guie!

— Art sabe o caminho, um ser das sombras é atraído pela maior concentração de trevas e energia negativa.

Di Imortalles! Para o Tártaro com a energia negativa, você não vai se separar de nós. – e para enfatizar, agarrei seu braço. – Aqui embaixo, não nos separaremos.

Nico olhou para minha mão firme em seu braço. Depois me encarou.

— Você realmente vai correr o risco de colocar tudo a perder por algo que nem é tão importante? – indagou ele, como se sua vida não fosse nada.

Se houvesse qualquer encanamento por perto, estaria estourado no momento.  

— Você pode não se importar se está vivo ou morto, mas eu me importo. – Falei com raiva. – Então se houver qualquer chance de eu conseguir te fazer esquecer essa idéia suicida, você não vai a lugar algum. Entendeu?

Nico me encarou por algum tempo. Sua testa franziu um pouco, então ele suspirou pesadamente.

— Tudo bem, mas precisaremos de um plano.

Suspirei.

— Vai ser perigoso – alertei.

Nico revirou os olhos.

— E quando não é?

 


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Notas finais do capítulo

Entããããããoooo, espero que tenham gostado e que me perdoem, sério eu espero muito que me perdoem por ficar tantos meses sem postar!
É isso, até o próximo cap!
Beijinhos da tia Wondy!



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