Heart on Fire in Her Hands (Hiatus Indeterminado) escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 4
Capítulo 3: Jogos de azar (e amor) I


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!
Como vocês estão?

Como perceberam, esse capítulo demorou um pouquinho em relação aos outros... O problema foi o feedback menor e, também, a minha correria para atualizar as outras fanfics em aberto. Peço desculpas e espero que isso não volte a acontecer ;)

Esse capítulo foi dividido em duas partes porque ele ficou maior do que o esperado. Essa primeira parte pode parecer mais maçante, mas é essencial para o andamento da fanfic e, principalmente, de Faberry.

Para esse capítulo, indico "Stutter" do Maroon 5.

Boa leitura!



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Quinn até conseguiu dormir, uma noite de sono sem sonhos, motivada muito mais pelo cansaço da viagem do que por qualquer outra coisa. Por isso, ela não teve tempo para pensar em Rachel e o seu subconsciente estava tão esgotado que nem teve fôlego para lhe pregar peças. Portanto, ela acordou tarde, mas, estava completamente renovada.

E distante da intensidade castanha e de toda a luz do sorriso elétrico, ela conseguia pensar com racionalidade.

O que foi um alívio, visto que Quinn acordara sozinha no apartamento com Kurt a observando atentamente de sua cama. Aparentemente, Santana e Brittany tinham saído para providenciarem o almoço do quarteto. Kurt tinha aquela expressão aguçada, de concentração e determinação. Quinn mal o olhara uma segunda vez e já sabia que ele tinha percebido algo no luau.

E que ele ia tirar satisfações do que desconfiara.

Quinn o cumprimentou com um sorriso de caloroso bom dia, depois, optou por ir ao banheiro, escovar os dentes e lavar o rosto. Precisava estar na sua melhor forma para enfrentar a inteligência emocional de Kurt Hummel, ele podia descobrir o que quisesse, mesmo se ela o negasse veemente. Kurt era ainda mais observador que a própria Quinn.

Quando Quinn voltou ao quarto, devidamente vestida e acordada, Kurt estava sentado na mesma posição e a olhava com afinco. A loira fingiu não perceber a atenção dele voltada para si e optou por arrumar sua cama. Kurt pigarreou uma vez e, imediatamente, o coração de Quinn acelerou. Em seguida, ele respirou fundo e perguntou:

— Você quer conversar sobre o que aconteceu ontem, no luau?

— O que aconteceu? Eu não acho que tenha ocorrido algo que mereça uma conversa entre nós. - Quinn tentou disfarçar o nervosismo em sua voz, mesmo sabendo que Kurt perceberia qualquer nuance em seu tom, o rapaz era esperto demais quando se tratava de suas amigas. E ainda mais esperto quando se tratava de Quinn.

Kurt revirou os olhos e Quinn entendeu que sua falsa desatenção não o enganara, resolveu mudar a tática e adotou um sorriso gentil, do tipo que podia conquistar qualquer coisa. Kurt também era praticamente imune a essa arma, embora suas feições tivessem assumido uma expressão mais leve, o garoto suspirou e disse severo:

— Não se faça de boba, Q. Você pode ser bastante tímida, mas, é mais inteligente do que qualquer um de nós quando se trata de sentimentos... Você viu, antes de mim que, supostamente, tenho um gaydar, que Santana gostava de Brittany!

— Na verdade, eu vi porque sou bastante observadora e você, na época, estava morrendo de amores por aquele quaterback babaca! - O sorriso de Quinn adquiriu um ar mais malvado e, até mesmo, irônico. Se ela não pudesse defender-se de Kurt, talvez, o ideal fosse atacá-lo. O rapaz franziu a testa para o comportamento dela, desconfiado. - No mais, o que isso tem a ver com a noite de ontem?

— Se você é tão esperta em relação às emoções e tão observadora, deve ter percebido o clima que rolou no luau... - Kurt não fez questão de deixar evidente que toda aquela conversa era sobre Quinn, ele queria que a loira assumisse o que acontecera. Era o primeiro passo para ela se permitir viver aquilo, Quinn era muito insegura com o que sentia e não era a primeira vez que Kurt a via daquela forma, ainda que fosse a primeira vez que resolvia intervir. Foi a vez de Quinn revirar os olhos para o amigo e perguntar agressiva:

— Qual clima? Entre a sua amiga e a dona do restaurante?

— Primeira coisa, não se trata das duas. - Kurt bronqueou extremamente impaciente com aquela atitude distante de Quinn, a loira arqueou a sobrancelha direita para ele e se sentou na cama de Kurt, de frente para ele. O rapaz alcançou as mãos dela e as massageou, depois, abriu um sorriso reconciliador. - Segunda coisa, você sabe que não é a primeira vez que isso acontece e também sabe que estamos falando da Rachel.

Quinn engoliu em seco enquanto olhava os olhos claros de Kurt, ela não sabia o que responder para o amigo porque não sabia o que sentia. A menção à existência de Rachel já fez com que, imediatamente, os olhos castanhos fogosos e o sorriso potente chegassem a sua cabeça. E, estando em seus pensamentos, eles desencadearam os batidos acelerados de seu coração e o ofegar discreto de sua respiração. Quinn poderia negar muitas coisas, mas, jamais, poderia negar a intensidade do que sentia.

A atração era inquestionável, entretanto, existia algo além? Um sentimento...?

A loira não sabia. Contudo, Kurt podia ter uma ideia. Ele e Santana passaram por aquilo e não era de hoje que desconfiavam de Quinn. A loira podia tentar esconder-se do mundo, mas, jamais, conseguiria esconder-se de seus melhores amigos e, por mais que Kurt e Santana parecessem fofoqueiros, eles também eram observadores e protetores. E Kurt estava muito preocupado com o que vira na noite anterior, ele conhecia Rachel e sabia de quase tudo relacionado à personalidade, livre e despreocupada, dela.

— Você não precisa saber, de cara, o que está acontecendo. Nenhum de nós soube. - Kurt disse leve, o sorriso compreensivo em seus lábios representou segurança para Quinn e ela, corando, sorriu de volta. Sempre se sentia mais segura com Santana, Brittany e Kurt do que com sua própria família. Somente seus três amigos sabiam o muito que ela tinha para mostrar ao mundo. Kurt apertou suas mãos carinhosamente, chamando sua atenção. - Só tome cuidado. Rachel é uma boa pessoa, porém, isso não se estende aos seus relacionamentos. A fama dela em Julliard não é das melhores.

— Fama...? - Quinn estava mais incrédula do que confusa. A sua primeira impressão de Rachel fora justamente a de uma garota que não se preocupava muito com algo além da atração física, a cantada dela no restaurante deixara isso evidente. Contudo, era difícil ter aquilo comprovado quando seus sentimentos estavam encaminhando-se para um desconhecido nível de intensidade. Kurt suspirou, ele parecia pesaroso em responder àquela pergunta, ainda assim, o fez da forma mais delicada possível:

— Ela não dá muito valor para sentimentos... Está mais preocupada em se divertir e se esse for o seu objetivo, se entregue de cabeça. Mas, caso seja algo além, não se machuque. Por favor.

— Eu não vou me envolver demais, isso é, caso eu me envolva. - Quinn respondeu firme, a cabeça estava no lugar ainda que o corpo estivesse mais envolvido com seus batimentos cardíacos do que com seus pensamentos. - E outra, duas pessoas podem jogar esse jogo se ela resolver brincar comigo.

Kurt arregalou os olhos e depois, gargalhou. Era bom escutar Quinn tão leve e disposta a se entregar a novas experiências, talvez, a faculdade estivesse mudando todos eles. Quinn tinha um sorriso obstinado e a sobrancelha arqueada, feições que provocavam arrepios em Kurt. Quinn podia não saber o poder que tinha, mas, ele sabia.

Quinn podia ser irresistível caso quisesse ser.

— Então, você não vai fugir dessa vez? - Kurt perguntou baixinho, aproximando-se de Quinn como se contasse um segredo a ela. A loira piscou para ele, cheia de ansiedade e, animada, respondeu:

— Eu fugi de Connecticut e dos meus pais. Aqui, eu estou disposta a qualquer coisa.

— Gostei de ver, Fabray! - Kurt respondeu tão animado quanto ela, jogando-se nos braços da amiga. Os dois caíram na cama e gargalharam.

Kurt estava feliz pela amiga e Quinn estava pensativa, estranhamente mais segura e disposta. Ela conhecia onde estava pisando e agora, podia analisar a situação como um todo. E não precisou de muito para compreender que, talvez, valesse à pena.

Ela poderia estar fugindo de muitas coisas, mas, um descompromissado amor de verão não era uma delas.

# # # # #

Rachel teve uma noite sem pesadelos e sem sonhos, estava tão cansada que quase dormira com as roupas do luau. Porém, ela tinha Marley Rose como companheira de quarto e sua amiga quase a chutou para dentro do banheiro para um banho e troca de roupa. Depois disso, a morena desabou na cama.

Estranhamente, a primeira coisa que veio a sua cabeça naquela manhã foi um par de olhos verdes. Estes que, iluminados pelas chamas da fogueira, escureciam e a tiravam do sério.

A morena conseguia lembrar-se, até mesmo, de como existiam pequeninos pontos dourados na imensidão verde. O tom exato de verde era desconhecido, mas, o que eles faziam, não. Rachel sentiu seu coração se acelerar e ela praticamente não conseguia parar de sorrir quando pensava na amiga de Kurt.

Quinn.

Uma garota completamente diferente das que costumavam atrair Rachel. Quinn parecia ser cheia de segredos, com muito a ser descoberto. A ausência de palavras dela enlouquecia Rachel, a morena queria saber sobre ela, ao mesmo tempo em que sabia ser perigoso... Se ela estava interessada quando nem sabia sobre Quinn, o que a aguardava à frente?

Porém, isso também era algo que injetava ainda mais adrenalina em suas veias. Rachel queria aproximar-se, queria tocar e, principalmente, queria conhecer.

Ela acordara elétrica e em uma casa silenciosa. Os meninos roncavam - Puck em seu quarto, Sam e Finn em colchões na sala - Marley ressonava silenciosamente na cama ao lado da sua. Por isso, Rachel levantara e trocara de roupa, fizera sua higiene e correra para a garagem. Lá, apanhou a velha bicicleta de Puck e entregou-se às ruas e ao sol da Califórnia.

Seus cabelos escuros brincavam nas correntes de vento de Santa Monica e o sol beijava sua pele morena. Os óculos de sol escureciam a sua visão, mas, não o brilho do seu sorriso. E ela pedalava satisfeita por estar viva, por estar em Santa Monica e, também, por aquele desconhecido que provocava mudanças em seu corpo.

A noite anterior fora nostálgica. Só que esse dia era de recomeço, de sol, de calor... De vida.

Rachel chegou à orla e não demorou muito para chegar ao “Jewelry of the Coast”. Mal passara o cadeado na bicicleta quando seus olhos castanhos encontraram os olhos azuis. Ruby sorria para ela da varanda do restaurante e Rachel correu para ela.

Muitas memórias vieram à mente de Rachel... Afinal, a bicicleta era algo que lembrava suas fugas para encontrar Ruby. E as lembranças dessas fugas eram especiais, ainda que não provocassem nada em Rachel. Assim como o sorriso de Ruby era especial, porque era o sorriso de alguém que a conhecia e a entendia, era o sorriso de alguém que fora e ainda era especial.

A morena, jamais, poderia explicar o que Ruby Clearwood significava para ela. Somente ela e Ruby entendiam o que tinham. Era uma conexão das mais fortes, das mais intensas e das mais carinhosas.

— Não teve o bastante de mim ontem à noite, Berry? - Ruby perguntou charmosa, sorrindo enquanto deixava a bandeja sobre a mesa que arrumava e colocava a mão na cintura. Rachel mostrou a língua para ela e gargalhou, depois, respondeu sincera:

— Você sabe que uma dose diária de você nunca é o bastante, Clearwood.

Ruby gargalhou roucamente e abriu os braços, fazendo sinais com as mãos para que Rachel se aproximasse. E a morena jogou-se nos braços dela, Ruby a ergueu e girou com Rachel em seus braços enquanto a morena ria alto, completamente feliz e preenchida. A loira finalmente a afastou e a olhou nos olhos, Rachel abaixou a cabeça rapidamente, mas, Ruby a conhecia bem demais. A californiana suspirou e perguntou preocupada:

— Como foi o resto da noite? Conseguiu dormir?

Rachel acenou afirmativamente com a cabeça e apanhou a bandeja, entregando-a para Ruby. A loira franziu a testa para sua atitude, mas, não a forçou. Ruby, assim como Puck, a conhecia o bastante para saber que aquele assunto era abordado somente quando Rachel queria. E, naquele momento, Rachel não queria retornar ao frio e à solidão de suas lembranças. Ela queria o calor e a companhia do seu presente na Califórnia.

A californiana caminhou para dentro do restaurante e sussurrou para que um dos garçons assumisse suas tarefas, também pediu o que ela e Rachel sempre comiam e bebiam quando se encontravam. Rachel já rumara para a mesa na varanda, àquela que ficava de frente para o mar. A morena estava sentada em uma cadeira com as pernas esticadas e apoiada em outra. Ruby bateu nas coxas morenas e Rachel riu silenciosa ao tirá-las da cadeira, a loira sentou-se e a morena comentou:

— Não tivemos muito tempo para nos falarmos ontem.

— Claro! Você estava muito ocupada encarando a loirinha, amiga de Santana. - Ruby comentou brincalhona, rindo, em seguida. Rachel tirou os óculos de sol e olhou de lado para a loira, seus lábios tinham um sorriso dos mais canastrões. Ela não se orgulhava nem um pouco de suas atitudes, mas, isso não queria dizer que não gostava de ser como era. Rachel suspirou e comentou irônica:

— E você também estava bem disposta a chamar a atenção de Marley. O lance da camiseta molhada... Jura, Ruby?

— Sua amiga é bonita e muito tímida, Rach... Eu não pude evitar. - Ruby respondeu rapidamente, sorrindo da mesma forma que Rachel. Porém, o discreto rubor na pele bronzeada fez a morena se ajeitar na cadeira e olhar desconfiada. O rubor desapareceu tão rápido quando apareceu, o sorriso de Ruby tornou-se sedutor. - E esse lance da camiseta molhada funcionou com você.

— Porque eu era jovem e inocente! - Rachel resmungou indignada, provocando risos descontrolados em Ruby. A californiana olhava vitoriosa e com uma risada pronta nos lábios para uma morena corada e envergonhada. Rachel bateu nas mãos de Ruby que estavam em cima da mesa, mas, nem isso fez Ruby parar de rir. Quando, depois de uns bons segundos, a californiana tomou ar, Rachel sorriu para ela. - É bom estar de volta.

— É bom ter você de volta, sabe que faz falta, não é? - Ruby estava séria e seus olhos azuis brilhavam como a água do mar iluminada pela luz do sol, ela estava verdadeiramente feliz por ter Rachel bem e feliz. E a morena estava sentindo-se renovada, livre e viva, novamente.

As duas sabiam que tecnologia e redes sociais não substituíam a presença física e os sentimentos que vinham quando estavam juntas. Para Rachel, estar de volta significava recomeçar, do zero e da melhor forma enquanto, para Ruby, era voltar ao familiar, ao que ela conhecia e gostava. Ambas eram o porto seguro uma da outra.

O cheiro de ricota e acelga cozidos chegou ao olfato de Rachel. Ela respirou satisfeita e, imediatamente, com fome. O prato de Malfatti foi posto a sua frente e sua boca encheu de água enquanto observava os bolinhos cozidos. Ruby sorria para sua reação e comentou:

— Sabia que você sentia falta das minhas receitas.

— Mais delas do que de você, para falar a verdade. - Rachel comentou maldosa, apenas provocando um revirar de olhos em Ruby. A morena observou o outro prato de aperitivo, Crab Rangoon, e o prato de Tex Mex serem colocados em sua mesa. Ruby a mimava tanto... Isso era algo que não mudara com o término delas.

A californiana tirou uma garrafa de cerveja do balde de gelo deixado na mesa, abriu-a e tomou um longo gole, satisfeita. Seus olhos se voltaram para o mar tocando a areia enquanto escutava o mastigar de Rachel ao seu lado. Pelo canto dos olhos, viu a morena servir-se de um pouco de cada. Jamais diria a Rachel, mas, ela parecia uma criança comendo. Ruby tomou um gole longo de sua cerveja.

O mar azul tinha a mesma cor dos olhos de Marley. Os olhos que surpreenderam Ruby na noite anterior, quando se mostraram mais intensos e charmosos do que o convencional. Pensar na nova-iorquina fazia sorriso brotar nos lábios de Ruby, um sorriso que ela perdera desde que terminara com Rachel.

Um sorriso perigoso porque Ruby sabia o que ele significava. Assim como sabia o que o rubor em suas bochechas demonstrava. Aquela brincadeira tinha enormes chances de ir longe demais... Mas, nem essa ameaça parecia enfraquecer o que Ruby sentia. Ela queria estar mais perto de Marley, o máximo e enquanto pudesse.

— Os meninos querem vir à praia no final da tarde... Sam e sua mania de mar e pôr-do-sol. - Rachel comentou entre mastigadas, atraindo a atenção de Ruby. A californiana surpreendeu-se ao perceber que quase metade das porções já fora consumida pela morena. Rachel terminou de mastigar e engolir e tomou um gole de sua cerveja. - Você vai estar livre hoje? Puck não para de falar que precisa de você para provar a uns caras quem é que manda em Santa Monica.

— Diga ao Puck que eu não vou ficar e nem fingir ficar com ele... - Ruby comentou entre risadas, provocando um arregalar de olhos em Rachel. A morena quase se engasgou com a comida e Ruby riu ainda mais. - Mas, eu acho que ele estava falando de uns caras que mexeram comigo nesses últimos dias e que nos desafiaram para uma partida na praia.

— Então, é óbvio que você vai arrumar um jeito de nos encontrar. Você e Puck detestam perder e você não vai deixar de se exibir para Marley. - Rachel respondeu entediada, revirando os olhos para o aceno positivo de cabeça de Ruby. A californiana terminou sua garrafa de cerveja e levantou-se, jogou os cabelos para longe dos olhos e disse charmosa:

— Sabe como é, Rach... Eu não deixo certas oportunidades passarem!

Rachel riu do flerte e Ruby piscou para ela, acenando antes de entrar no restaurante.

A morena olhou para o mar e escutou o som das ondas. Diferentemente do que acontecia com Ruby, eles não a lembravam de ninguém. Na verdade, a natureza do mar lhe lembrava alguém.

A agressividade da superfície escondia a calmaria do fundo. Dois opostos, dois lados de uma mesma moeda, duas naturezas diferentes para uma mesma coisa... Rachel se achava na agressividade e nas ondas que levavam tudo que encontravam. E se surpreendeu ao encontrar, na calmaria e no silêncio do fundo do oceano, Quinn.

# # # # #

— Amor, nós precisamos encontrar algumas frutas, sabe como o Kurt é enjoado para comer! - Santana grunhiu impaciente, empurrando o carrinho de supermercado com força porque a lista feita por Brittany parecia nunca acabar. A loira revezava o olhar atento do pedaço de papel para as prateleiras do local. Estavam na seção de frios e Brittany jogara presunto e queixo para dentro do carrinho. Brittany parou para observar os iogurtes e respondeu:

— Eu sei, eu também preciso das frutas. Mas, vamos seguir a ordem da lista ou vamos nos perder.

— Mas, acabamos de passar pela seção de frutas, o que custa pegar o que queremos? - Santana perguntou mal humorada, olhando para a namorada agachada em frente aos refrigeradores. Brittany virou-se para ela, séria por ter sido interrompida em seus estudos dos rótulos e Santana sorriu amarelo. Era sempre assim, a latina até se envergonhava por ser tão dependente da namorada, mas, não conseguia evitar. Brittany simplesmente merecia o melhor que poderia dar a ela. Portanto, Santana se calou e esperou pacientemente.

Brittany parecia sonhadora e desatenta, mas, ela era extremamente organizada quando se tratava de assuntos de casa. Santana descobriu isso no terceiro dia das duas em Santa Monica, uma semana antes de Kurt e Quinn chegarem. Brittany chegara ao apartamento alugado e começara a trabalhar, forrando as camas, limpando a cozinha e preparando o estoque de compras. Era algo inerente a personalidade dela. Brittany também se provara uma excelente cozinheira e Santana teve que se cuidar para manter seu corpo do verão.

— Acha que Quinnie vai ficar chateada se levarmos essa marca? - Brittany perguntou levemente chateada, segurando dois frascos de iogurte. Santana deu de ombros e os apanhou, colocando-os no carrinho. A loira fez beicinho para o comportamento dela e Santana ocupou-se em beijá-lo. - Eu quero que ela aproveite e se sinta em casa, quero tudo perfeito nesse Verão. Não somente para ela, como para o Kurt também.

— Britt-Britt, eu acho que eles não vão se importar tanto com comida... Viu como eles estavam felizes ontem? - Santana abandonara a carranca impaciente e, agora, tinha um sorriso e uma expressão devota no rosto. Ela brincou com uma mecha solta do coque da namorada e a loira sorriu para ela, Santana beijou-lhe a ponta do nariz. - Esse Verão já está sendo especial para os dois e se algo ousar destruir isso que começamos ontem, eu prometo que nós duas resolveremos!

O tom de voz de Santana, intimidador e veredicto, provocou risadas em Brittany. A loira se jogou nos braços da namorada que não se importou em abraçá-la, apertado. Soltaram-se minutos depois e Brittany decidiu pegar mais leve e ir à seção de frutas que ficava ali perto. As duas discutiam sobre o que poderiam levar com o dinheiro que tinham quando bateram o carrinho em alguma coisa.

Santana levantou os olhos, pronta para brigar, quando escutou risadas masculinas e, infelizmente, conhecidas. Em frente a elas, Sam empurrava um carrinho com Puck lhe dando cascudos na cabeça. Finn colocava uma melancia dentro do carrinho e sorria caloroso para elas. O grandalhão terminou o que fazia e cumprimentou:

— Olá garotas, que coincidência encontrá-las aqui!

— Bela coincidência! - Puck disse brincalhão, o sorriso canalha nos lábios que, como de costume, provocou um revirar de olhos em Santana. Brittany já se afastara da namorada e cumprimentava os garotos com beijinhos no rosto. Santana quase quebrou os dedos de Puck quando o viu apertar a cintura de sua namorada. Ela bufou e resmungou:

— Péssima coincidência!

— Ah, não fique assim, S! - Sam adiantou-se com um sorriso, desvencilhando dos cascudos de Puck e abraçando a latina contra a vontade dela. Santana se remexeu nos braços dele, mas, ele parecia extremamente forte e ria em seu ouvido. O loiro se afastou e manteve o braço sobre os seus ombros, Santana recebeu um olhar severo de Brittany e optou por relaxar. - Foi bom termos nos encontrado. Nós estamos planejando ir à praia hoje... Puck arrumou uma pequena confusão com uns caras e nós estamos indo para prevenir mais confusão. Garanto que, pelo menos, será engraçado. Vocês podiam vir com a gente! 

Santana e Brittany trocaram um olhar, tinham planejado ir à praia naquela tarde mesmo, mas, sozinhos. Porém, o luau na noite anterior fora extremamente divertido e, talvez, valesse a pena ser acompanhada, novamente, por aqueles estranhos. A latina estava um pouco receosa porque, querendo ou não, ainda queria passar mais tempo sozinha com Brittany, Kurt e Quinn. Já Brittany, essa queria diversão e se divertira demais na noite anterior.

— Claro que aparecemos por lá! - Brittany respondeu animada antes que Santana pudesse formular uma desculpa para não ir. A latina encolheu os ombros, derrotada e Sam a chacoalhou. Santana o empurrou depois disso. - No mesmo lugar de ontem?

— Sim, estaremos lá mais tarde... Vai ser divertido! Provavelmente, Puck e Ruby levarão uma surra hoje e não é todo o dia que isso acontece! - Finn respondeu brincalhão e levou uma cotovelada nas costelas de Puck. O grandão resmungou de dor e Puck disse arrogante:

— Vocês terão que pagar meu porre essa noite porque eu e Ruby vamos arrasar aqueles babacas!

Finn e Sam trocaram um olhar desacreditado antes de rirem. Brittany riu da interação dos três e Santana também abriu um sorriso discreto, mais pela namorada do que pelos meninos. Os três se despediram, tão barulhentos quanto chegaram e o casal se entreolhou, Brittany percebeu a expressão desanimada da namorada e a beijou na bochecha antes de sussurrar:

— Foi você quem disse para nos focarmos na felicidade de Quinn e Kurt...

— Eu sei, amor... E você está certa. - Santana concordou chateada porque sabia que a namorada estava certa. Ela precisava pensar na felicidade dos dois amigos e, naquele momento, ela estava com aquele bando de loucos da noite anterior e não com ela mesma. Brittany - que a conhecia melhor do que ninguém - roubou-lhe um beijo e a olhou intensamente.

Santana se perdeu naquele olhar e assumiu sua derrota. Teria que passar mais uma tarde e mais uma noite com aquele bando de doidos. Jamais admitira, mas, talvez, não era somente Quinn, Kurt e Brittany que estavam felizes na companhia do outro grupo... Talvez, até ela mesma se divertira com eles.

É, Santana não admitiria. A verdade era a de que estava aproveitando aquele Verão de uma forma que não esperava.

# # # # #

— Sam, você pode, por favor, me explicar de novo por que o Puck arrumou confusão com aqueles dois? - Marley perguntou entre risadas enquanto apontava para dois homens altos, bronzeados e musculosos que ajeitavam uma rede de vôlei na areia da praia. Sam olhou para onde ela apontava e, imediatamente, acompanhou -anas risadas. O loiro jogou a bola de futebol americano para Finn e abraçou os ombros de Marley, ela segurou o pulso dele, carinhosamente. Sam caminhou com ela até a areia e respondeu:

— Eu sei que é difícil acreditar, mas, Puck resolveu defender a honra de uma donzela em perigo.

— Como ele quer fazer isso apostando, justamente, o telefone da tal donzela em perigo? - Marley voltou a perguntar, sem entender a lógica da aposta de Puck. Pelo pouco que compreendera, Puck pegara os dois homens dando em cima de uma amiga dele e os chamara para a briga, mas, a amiga dele resolver intervir e no fim, tudo aparentemente seria resolvido em uma partida de vôlei. O prêmio de Puck seria a sua amiga deixada em paz e dos homens era o telefone da amiga dele.

Sério, qual era o sentido disso? Marley começava a desconfiar que Puckerman não batia bem das ideias.

— Puck não é um cara para ser entendido e sim, um espécime para ser observado e estudado, Marls. - Finn respondeu em uma imitação de um cientista, o que provocou mais risos em Sam e Marley. Ele jogou a bola de futebol americano de volta para Sam que a apanhou habilmente. - Sam o conhece há mais tempo do que eu e já me disse para desistir de entendê-lo. Então, você que o conheceu ontem, nem tente. Ele não faz sentido.

— Tudo bem, mas... Ele não parece preocupado. - Marley voltou seu olhar para Puck, dando às costas aos meninos. O bad boy acabara de jogar a bola de vôlei em Rachel e a morena, agora, estava subida em suas costas, o esmurrando. Marley acostumara-se a abrir um sorriso quando via a interação entre Rachel e Puck, os dois pareciam duas crianças e, especialmente, pareciam dois irmãos.

A nova-iorquina escutou o amassar dos grãos de areia as suas costas, provavelmente, Kurt chegara com suas amigas. Os meninos tinham comentado, durante o almoço, que encontraram Santana e Brittany no supermercado e todos viriam na garantia de ver Puck se ferrar. Aparentemente, todos queriam ver Puck quebrar a cara. Porém, de todas as pessoas que esperava encontrar, Marley não esperava ver a dona da voz que chegou aos seus ouvidos:

— Ele nem deve se preocupar. Afinal, eu sou a dupla dele nessa aposta ridícula.

Marley girou em torno de seu próprio eixo mais rápido do que queria. Por isso, a visão de Ruby Clearwood em pé a sua frente a atingiu por completo e intensamente. A californiana sorria, com as duas mãos na cintura. Ela usava shorts curtos pretos e uma camisa branca que revelava os contornos do biquíni azul marinho. Ela sorria, o sorriso charmoso que fez um sorriso envergonhado brotar, imediatamente, nos lábios de Marley. A nova-iorquina caminhou em direção a ela e Ruby arqueou a sobrancelha para sua atitude corajosa e completou:

— Na verdade, eu sou a dupla e maior interessada nessa aposta. Não quero dois brutamontes possuindo meu número de telefone, muito obrigada.

— Ah, então, você é a donzela em perigo? - Marley perguntou com um sorriso sarcástico, cruzando os braços na altura dos seios, a expressão desafiadora brincando em suas feições. Ruby sorriu para a mudança de atitude enquanto Marley tentava se manter no controle, a noite anterior lhe dera um novo fôlego para lidar com Ruby, mas, isso não queria dizer que lhe dera imunidade ao charme dela. A californiana aproximou-se, ficando a cerca de um palmo de Marley e sussurrou:

— Achei que já me conhecesse bem para saber que eu não faço esse tipo... Se eu tenho algo a ver com o perigo, posso garantir que eu gosto e muito dele.

Marley olhava, hipnotizada, para os lábios de Ruby que, lentamente, desenhavam as palavras. A californiana ainda mordera o lábio inferior ao terminar a frase e Marley engoliu em seco, totalmente desarmada de sua força anterior. Seus olhos, então, subiram para os olhos de Ruby e não se surpreendeu ao encontrar pupilas dilatadas, tanto de Ruby como de seu reflexo nos olhos dela.

Os batimentos de Marley ensurdeciam a sua audição e ela quase não escutou uma voz masculina e desconhecida gritar as suas costas:

— Acho que também vou querer o telefone da sua amiguinha, Clearwood! Você para o meu amigo e ela para mim... O que acha?

— Ela não tem nada a ver com isso, Adrian! - Ruby gritou por cima do ombro de Marley, bastante irritada. Puck já se aproximara com a expressão dura e Rachel, atrás dele, esbarrara em Adrian. Ele rira alto da atitude de Rachel, duvidando que ela pudesse fazer algo com o pouco tamanho que tinha, e voltara a amarrar a rede. Ruby voltou os olhos para Marley e ela estava muito incomodada. - É justamente por isso que eu não preciso desses caras enchendo o meu saco.

— Não sou unanimidade entre os pobres mortais, mas, ninguém merece um troglodita em seu pé! - Marley grunhiu, incomodada, os olhos semicerrados observando Adrian e seu companheiro jogarem a bola de vôlei de um para o outro. A nova-iorquina voltou os olhos para Ruby que a observava com uma expressão de divertimento, abandonando totalmente o incômodo que antes atrapalhara as duas. Marley encolheu os ombros e corou. - O que foi?

— Acho que eu não gostaria se você fosse essa unanimidade toda a qual você se referiu... Ia me dar muito trabalho. - Ruby respondeu com uma piscadela e um sorriso avassalador, antes de passar por Marley e desabotoar a blusa. A californiana a retirou, revelando os braços delineados e as costas desenhadas, mais interessantes agora que estavam iluminados pelo sol e não escondidos pelas sombras da fogueira. Marley suspirou, hipnotizada e Ruby estendeu a camisa para ela. - Cuida para mim enquanto eu chuto as bolas daqueles babacas?

— C-claro. - Foi a única coisa que Marley conseguiu responder. Ruby deu às costas a ela e caminhou em direção a Puck, ela o xingava enquanto amarrava os cabelos em um rabo de cavalo. O bad boy correu para apanhar a bola de vôlei e a dupla começou a trocar toques, aquecendo-se.

Rachel observava o comportamento da amiga com um sorriso preocupado, claro que estava divertindo-se com aquela situação... Marley precisava sair de sua zona de conforto. Mas, conhecia Ruby Clearwood muito bem e temia pelo que ela poderia fazer com Marley. Se a própria Rachel era considerada uma galanteadora, Ruby não ficava muito atrás dela. Talvez, Ruby até merecesse mais o título. Rachel caminhou até Marley e lhe deu um cutucão na cintura, para tirá-la de seus devaneios, antes de puxá-la para a areia.

Marley tinha as bochechas coradas e Rachel não ia forçá-la a falar algo, não estando tão envergonhada. A morena estava preocupada, mas, não estava disposta a intervir. Pelo menos, não naquele instante. Rachel daria o voto de confiança a Ruby e esperava, pelo bem de Marley, que a sua ex não pisoteasse no que confiava a ela.

Por isso, a morena inclinou o rosto e o corpo em direção ao sol. Os raios solares tocavam a sua pele morena e ela suspirava, satisfeita pela sensação quente que começava a se espalhar em seu corpo. Rachel retirou os óculos de sol para ajeitar os cabelos quando seus olhos castanhos encontraram o grupo que chegara a areia e que se aproximara com Sam e Finn.

O olhar verde imediatamente atingiu Rachel. A morena parou tudo que fazia e apoiou as mãos na saída de praia, o olhar verde não se desligava do seu. Mais do que o calor, Rachel escutava seu coração se acelerar assim como o sentia debater-se em seu peito. O órgão queria sair de seu peito e se perder dentro de Quinn. Nunca se sentia daquela forma, nem mesmo quando estava com Ruby.

Conforme eles se aproximavam, Rachel sentia o caos se apossar de seu interior. Ela não sabia se ainda tinha certezas a respeito de todas as suas crenças sobre um relacionamento. Rachel não sabia mais se queria aproveitar o Verão como estabelecera antes de chegar a Santa Monica, antes de conhecer Quinn... E essas incertezas e descrenças assustavam Rachel.

Não se lembrava de caminhar naquele campo de seus sentimentos.

— Que bom que vocês aceitaram o convite dos meninos! - A voz da Marley a despertou, apenas por breves segundos, Rachel se levantou para recepcionar os recém-chegados. A morena voltou a colocar os óculos e, ainda assim, seus olhos foram para Quinn. A loira observava Kurt e Marley se abraçarem com um sorriso no rosto, sequer parecia que trocara olhares com Rachel durante todo o percurso do calçadão à praia. A voz de Kurt soou distante ao dizer, animada:

— Não podíamos perder de reencontrá-los, ainda mais depois da noite de ontem!

— Eu mesma detesto admitir, mas, foi divertida! - Santana completou contrariada, sendo beliscada carinhosamente na bochecha por Brittany, não demorou muito para a latina acompanhar todos nas risadas. Rachel permanecia calada, estranhamente paralisada. Os olhos castanhos estavam aguçados e curiosos, observando o sorriso discreto e verdadeiro dado por Quinn.

Quinn não enxergava os olhos castanhos, porém, ela sentia o calor fumegar em sua pele e essa sensação era a prova de que, mesmo escondidos, aqueles orbes a observavam. A loira não conseguia determinar o que eles queriam ao certo, só que não poderia negar que eles estavam dispostos a ter o que desejavam. Quinn mordeu o lábio e suspirou, acompanhando a movimentação dos outros para se acomodarem. Sentou-se entre Santana e Kurt, o rapaz estava ao lado de Marley que tinha Rachel fechando o círculo, Brittany estava agarrada a namorada e já observava as duplas que se aqueciam na quadra em frente a eles.

— Acho que eu vou cair na água... - Rachel se levantara tão rápido que Quinn se perguntava se ela, de fato, sentara na areia. A morena descalçou os chinelos e tirou os óculos, colocando-os sobre os calçados. Depois, desabotoou os primeiros botões de sua camiseta e ajeitou os cabelos de lado no pescoço. - Algum de vocês está interessado?

Quinn não era tão ingênua e manteve o olhar, rápido e incisivo, que Rachel lançara a ela. Suas mãos suaram e sua respiração perdeu-se em um ofegar, os olhos verdes não conseguiam desviar-se do pescoço moreno. A loira lambeu os lábios, completamente inquieta, ainda que estivesse parada. Não sabia o que fazer.

— O jogo vai começar daqui a pouco, Rach! - Marley bronqueou com um olhar severo, mas, Rachel apenas sorriu desafiadora para ela. A nova-iorquina revirou os olhos e voltou a conversar com Kurt e o casal.

Dessa forma, Quinn sentiu que ela e Rachel tinham um pouco de privacidade ainda que estivessem cercadas por conhecidos.

Rachel puxou um longo cordão de prata sobre a cabeça, cujo pingente era uma estrela. Depois, desabotoou os shorts jeans e os retirou, lentamente. Pernas bem torneadas e longas foram reveladas, assim como um pedacinho do abdômen. Depois, a morena puxou a camiseta pela cabeça e Quinn engoliu em seco.

O corpo de Rachel era escultural e proporcional nas medidas certas e divinas. As curvas eram acentuadas e bem modeladas, os músculos eram desenvolvidos e bem distribuídos. A barriga era parcialmente definida e marcada e o tom de pele dele parecia mais moreno do que Quinn apreendera... Rachel parecia ter sido feita para o sol da Califórnia.

A morena sentiu os olhos verdes sobre si e não pode deixar de sorrir, satisfeita. Em seguida, agachou-se de costas para Quinn, de forma que ela pudesse ter muito que ver daquele ângulo. E Quinn viu, seus olhos percorreram do pescoço que a hipnotizara para as costas bem desenhadas, depois, desceram pela coluna vertebral e pelas costas até chegarem na base das costas, do lado esquerdo, um pouco acima da cintura.

Existia uma tatuagem desenhada sobre a pele morena. Quinn estava sem seus óculos e não conseguiu determinar o que era, mas, aparentemente, era uma constelação de nove estrelas dispostas em forma de cruz. A loira franziu a testa para a tatuagem que ainda possuía um segundo componente, palavras desenhadas entre as estrelas, as quais Quinn não conseguiu ler.

Rachel se virou e Quinn engoliu em seco. A morena sorriu de forma sedutora e misteriosa antes de caminhar em direção as ondas.

E, quanto mais ela se afastava, mais Quinn conseguia retomar o controle de seu corpo ainda que não conseguisse tirar os olhos de Rachel. A morena mergulhou nas águas e emergiu, torcendo os cabelos castanhos e respirando satisfeita. O sorriso se desenhou nos lábios dela e Quinn se viu, mais uma vez, entorpecida por tudo que aquela morena estava começando a representar em sua vida.

Rachel voltou, molhada e renovada. A morena não sentou em seu lugar de origem e sim, parou próxima a Quinn. A loira sentiu-se corar e estremeceu quando o corpo frio de Rachel aproximou-se do seu, a morena agachara-se a sua frente e, próxima ao seu rosto, sussurrou sedutora:

— Você não sabe o que está perdendo.

Claro que existia um duplo sentido naquela frase e Quinn chocou-se com ele. Rachel não estava mais deixando olhares duvidosos e sim, lhe entregava palavras e atos certeiros que miravam e acertavam, exclusivamente, o seu bom senso.

Quinn lembrou-se das palavras de Kurt e a única coisa que conseguia pensar era que, naquele jogo que jogavam, Rachel era muito mais habilidosa do que ela e a morena não jogava justo.

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Notas finais do capítulo

Esse foi um capítulo com as percepções de Rach e Ruby a respeito de Quinn e Marley e, também, o que a própria Quinn pensa de toda essa confusão... Sei que parece que estou focando muito em Ruby/Marley, mas, eu pretendo fazer algo diferente com Faberry, por isso a demora.

Bem, ficaram curiosos para saber o que vem depois? Tem tanta coisa na próxima parte... Comentem e dê o seu feedback que o capítulo logo vem Hahaha *-*

Para quem gosta de Faberry, "Signal Fire" foi atualizada há algum tempo! Dê uma passadinha lá também.

Aguardo as opiniões de vocês, nos vemos na próxima... Beijos e até! :)