Iminente destino escrita por AsgardianSoul


Capítulo 3
Capítulo 2 — Mergulhando


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, pessoal. Minhas férias foram maiores do que eu esperava ehehehee
Porém, não deixei de pensar em vocês e trouxe mais um capítulo fresquinho!
Boa leitura!



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So how you like me now
How you like me now
How you like me now
How you like me now

https://youtu.be/sVzvRsl4rEM

O lugar era o mesmo que ela vislumbrou em sua visão. As ruas ainda estavam úmidas e as pessoas andavam nas calçadas encolhidas pelo vento frio do final da tarde. Voltou-se para a direita para encarar o armazém; parecia mesmo abandonado, com direito a vidraças estilhaçadas e tintura descascadas. Se fosse uma fugitiva não seria o primeiro lugar que escolheria, mas também não era dos piores. Lea enfiou as mãos dentro do moletom com ansiedade, atenta a todas as direções. Mesmo em estado de alerta não deixou de pensar em Bob. Havia fugido da casa da pessoa que mais a ajudou em muito tempo. Cada vez que pesava o ato, mais culpada se sentia. Jurou escrever uma carta a ele mais tarde.

Na direção oposta, um homem vestido de roupas maltrapilhas chamou sua atenção. Em questão de segundos percebeu que ele estava idêntico ao homem da sua visão. Tinha encontrado Steve Rogers. O supersoldado usava boné e caminhava de cabeça baixa, mantendo sempre as mãos nos bolsos, aparentemente tranquilo. A única vez que ele levantou a cabeça foi para olhar na direção da porta de entrada do armazém. O que ele queria ali, ela não sabia, só tinha certeza de que o seguiria.

Tentou caminhar com despretensão até chegar em frente à antiga instalação. Olhou ao redor para se assegurar de que não estava sendo seguida, só por precaução, antes de adentrar o ambiente. A luz diurna já não iluminava adiante da larga porta. Levou um tempo para que seus olhos se acostumassem a baixa luminosidade. Diminuiu o ritmo, tomando muito cuidado antes de dar o próximo passo. O interior do armazém era enorme e desoladoramente vazio. O único barulho ouvido ali era o das goteiras que despencavam devagar do perfurado por balas. A escuridão pareceu ganhar vida e querer envolver seu corpo. Deu um passo para trás e soltou o ar pela boca. Começava a se arrepender da ideia de estar ali.

— Não devia seguir estranhos até um local como esse, senhorita — ecoou uma voz firme pelo ambiente. — Está precisando de ajuda?

A voz de Steve mantinha-se firme e ao mesmo tempo cordial. Ele poderia tê-la atacado, afinal, era uma desconhecida que seguia um foragido. Tecnicamente, ele estaria agindo para se proteger. Mesmo assim, ele não parecia na defensiva.

— Desculpe por te seguir — começou ela, se esforçando para não tropeçar nas palavras. — E eu não estou precisando de ajuda, pelo contrário, vim para te ajudar.

Um momento de tensão se seguiu antes que a voz masculina voltasse a ressoar pelo ambiente.

— Não sei o que está querendo dizer, senhorita, mas aconselho a sair daqui. Acho que não tem ideia no que está querendo se meter.

Passos foram ouvidos. Pelo som pareciam se distanciar. Lea precisava tomar uma atitude antes que perdesse de vez a oportunidade.

— Eu sei quem você é — afirmou, elevando a voz. — Seu nome é Steve Rogers, você é o Capitão América, e eu estou aqui para impedir que se junte à Hidra.

* * *

A Agência de Combate ao Terrorismo americana lidava com inúmeras ameaças diariamente. Contava com milhares de agentes espalhados pelo mundo. No momento, a pedra no sapato da agência atendia pelo nome de Hidra, uma organização maligna com objetivo de dominação mundial, que não parava de arrebanhar seguidores. Tal sucesso se dava ao fato de que a organização tinha o poder de se adaptar as dificuldades de cada tempo, portanto, sabiam exatamente onde e como apelar. Para tentar frear o avanço desta ameaça o agente Everett Ross reuniu dois nomes de peso: Sharon Carter, uma das melhores agentes da CIA, e Tony Stark, o Homem de Ferro. Os dois incumbidos de investigar a fundo o modus operandi da Hidra moderna mantinham seus olhares em pontos fixos distantes, meio que se evitando. Para Ross estava evidente que os dois se detestavam.

— Você chamou a pessoa errada para esse trabalho — sentenciou Stark, o encarando, impaciente. Queria estar em todos os lugares, menos ali. — Não sou um dos seus agentes, sou um homem de ação. Não espere que eu me torne um vigilante.

— Eu sei muito bem disso, Stark — retrucou Ross, irritado. — Você não consegue se coçar sem chamar a atenção de meio mundo, tenho plena certeza disso.

— Nós estamos obtendo resultados positivos, senhor — interveio Carter —, mas o número de adeptos da Hidra vem aumentando desde o sumiço do...

— Agente Carter, se tocar nesse assunto novamente, vou ceder ao meu desejo irresistível de mandar vocês dois para o inferno e me mandar daqui. — Stark endireitou-se na cadeira desconfortável, sentindo o calor do olhar ferrenho da mulher.

Tony Stark se auto intitulava como gênio, bilionário e filantropo, mas no momento se parecia mais com um fantasma do homem que fora outrora. Não se lembrava de quando foi sua última noite de sono decente. Tudo que podia ouvir quando fechava os olhos eram os gritos de socorro de seus pais. E o esquema de lembranças se desenrolava em sua cabeça, despertando sentimentos que não podia mais suportar. Nos raros momentos de sono despertava sempre com a mesma afirmação. Eu sabia.

— Eu sou um Vingador e meu lugar é ao lado da minha equipe, combatendo supervilões e salvando vidas. — Levantou-se e se dirigiu a saída.

— Ou o que sobrou dela — alfinetou Ross, enquanto ele passava ao seu lado.

A atmosfera tensa agora tornou-se palpável. Carter entrou em alerta, pronta para interferir. Por alguns segundos, quando Stark interrompeu o passo, jurou que o mesmo pularia nas costas de Ross e o destroçaria com as próprias mãos. Felizmente, o bilionário apenas cerrou os punhos e continuou a andar.

* * *

Demorou um momento para que a visão de Lea se acostumasse à luz que se acendeu acima dela. Apesar da parca luminosidade, distinguiu a silhueta masculina entrando no círculo luminoso. Steve carregava uma expressão penetrante, do tipo que poucos homens conseguiam sustentar sem parecer um tirano prestes a aniquilar sua vítima.

— Quem é você?

— É uma longa história. Podemos ir para um local mais seguro para conversarmos melhor?

— Este é um local seguro — retrucou, sem demonstrar insegurança.

Passos foram ouvidos vindos da entrada. Pareciam duas pessoas entrando, uma caminhando como se estivesse sendo empurrado, outro somente apressado. Sem demora, um garoto, quase aos tropeços, foi empurrado para dentro do círculo luminoso, seguido por um homem negro de estatura mediana, com cara de poucos amigos.

— Encontrei esse garoto estranho rondando o armazém — informou Sam Wilson, depois encarou a garota, tornando a olhar para Steve novamente, num questionamento silencioso.

Lea perdeu alguns segundos encarando o recém-chegado de pé ao seu lado. Não conseguia digerir ao todo toda a situação em que se encontrava. Estava na presença de dois super-heróis, o incrível Falcão e o lendário Capitão América. Sem jeito, desviou o olhar para o outro recém-chegado. O garoto também a encarou, num misto de ansiedade e constrangimento. O reconhecimento foi automático, assim como o sobressalto.

— Bob?! O que está fazendo aqui? — adiantou-se Lea, possessa.

Bob começou a escolher as palavras, porém Steve foi mais rápido.

— Ele está com você? — perguntou, em tom de receio e suspeita.

— Não! — exclamou ela.

— Sim! — exclamou ele, ao mesmo tempo.

Steve e Sam trocaram olhares desconfiados. O negro soltou um suspiro exasperado.

— Não é nada disso que vocês estão pensando, ele não está comigo — ela começou a se explicar, dividindo-se a olhar furiosamente para Bob e em súplica para os outros dois. — Bob, como chegou aqui?

— Eu rastreei você pelo GPS que coloquei na sua mochila — confessou. Ela reagiu com desapontamento.

— Por quê?

— Para que não fizesse nenhuma besteira, começando por fugir da minha casa e agora isso. — Apontou ao redor.

— E a situação só piora... — resmungou Sam. — Rogers, essa sua ideia de nos escondermos no Brooklin conseguiu ser pior do que a do Fusca. Devemos estar muito expostos, porque até civis conseguiram nos localizar.

— Tem alguma coisa errada aqui, Sam — argumentou Steve, mirando a garota.

— Não há nada de errado com o esconderijo de vocês — rebateu Lea. — Eu os localizei através de uma visão.

Os dois franziram as sobrancelhas.

— Sim, ela tem visões — confirmou Bob.

— Como saberemos que você está dizendo a verdade? — perguntou Steve.

— Você sabia do assassinato dos pais de Tony Stark e não o contou, por isso lutaram na Sibéria. — A revelação desencadeou em Steve uma torrente de lembranças desagradáveis. — E a decisão de James Barnes...

— Já chega, é o suficiente — interferiu ele.

— Eu previ tudo isso. Eu vi os três lutando na Sibéria, partilhei da angústia que sentiram, mágoa, e isso me fez sentir desesperadamente impotente a ponto de não ignorar a visão seguinte.

As palavras de Lea saíram carregadas de tormento. Parecia realmente que ela esteve lá. Steve sentiu uma conexão com ela, como se subitamente fossem amigos de longa data. O peso em seus ombros pareceu diminuir um pouco de intensidade. Sam era um ótimo amigo, mas ela pareceu ler sua alma. Os olhos castanhos dela pareciam enxergar além de sua figura, através do escudo e do uniforme. Naquele momento ela enxergava não a lenda, mas o homem por trás dela.

— O que faremos agora? — inquiriu Sam, o trazendo para a realidade.

O barulho brusco de carros freando chamou a atenção deles. Vinha da entrada. Em seguida, luzes potentes iluminaram o interior do armazém e helicópteros começaram a sobrevoar a área. Lea e Bob se entreolharam em pânico, depois desviaram a atenção para os dois super-heróis, que adotaram uma posição de defesa. Uma voz ensurdecedora gritou do teto:

— Aqui é a Divisão de Busca do Governo. Rendam-se e preparem-se para serem presos.

Num movimento rápido, Sam sacou seus óculos especiais e olhou ao redor.

— Estamos cercados por muitos agentes — informou. — A maioria equipados com tranquilizantes, só que têm armas potentes nos helicópteros.

— Como eles nos descobriram? — perguntou Lea, com os olhos petrificados de medo.

— Não há tempo para conversa — gritou Steve, para que fosse ouvido acima do som ensurdecedor dos helicópteros. Tomou a dianteira, seguindo rumo aos fundos. — Vamos escapar pela tubulação de esgoto.

— Não acha que eles já previram isso? — interveio Sam.

— Pouquíssimas pessoas sabem que há uma entrada para os esgotos. Acredite em mim, eu costumava brincar aqui quando criança — respondeu.

— Não dá tempo! — avisou Bob, correndo na direção de Steve. — Rápido, me dê sua jaqueta e boné.

— O que vai fazer, garoto? — perguntou Steve.

— Bob, não faça isso — implorou Lea, o segurando pela camisa. Ele a afastou.

— Cuide bem dela — pediu a Steve, cujo ainda relutava em obedecê-lo. — Eles estão procurando o Capitão América, eu os darei um Capitão América. — Piscou.

Steve passou a jaqueta e o boné para Bob. A peça de roupa ficou folgada em seu corpo, no entanto, nada que a situação de tensão não encobrisse o detalhe. Usou o boné com a aba para trás, afim de esconder os fios castanhos claro que lhe alcançavam a nuca. Olhou uma última vez para Lea, que chorava em silêncio. Recebeu um aperto de mão do Capitão América e então começou a se afastar, de costas. Chegando próximo à entrada do armazém, pôs as mãos para cima, em sinal de rendição.


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Notas finais do capítulo

E ainda houve boatos de que minha fanfic só tinha música triste... #brinks. Música só para descontrair, ppl. Afinal, quem não se joga nesse som? XD (O Bob, por exemplo, deve ouvir muito)
Este capítulo foi um pouco maior do que o anterior. Conforme o andamento da história e suas necessidades eles seguirão essa tendência.
O que acharam? Deixem a opinião ou sugestão de vocês para eu saber como estou me saindo, ok? Vlw flw!