Iminente destino escrita por AsgardianSoul


Capítulo 16
Capítulo 15 — Mascarados devem morrer


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amantes de fanfics de todo Brasil!
Primeiramente, desculpe a demora. O de sempre... **cries in uni language**
Segundamente, hoje tem capítulo novo! AEEEE!
**SPOILERS PARA QUEM CHEGOU AGORA**
Recapitulando, Nat e Bob foram emboscados em uma missão na base russa, justo na qual Belova estava. Muito azar! Agora veremos o desenrolar da situação.
Boa leitura!



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Não sabia o que lhe aplicaram para melhorar tão rápido, no entanto, não reclamou. Bob caminhava bastante rápido pelas ruas de Moscou. O único sinal que denunciava ter sofrido um acidente era estar mancando de uma perna. As pegadas irregulares deixadas na fina camada de neve eram seguidas de perto por homens do Leviatã. Não olhou para trás em nenhum momento. Sentia que desabaria se encarasse seus perseguidores. A única coisa que lhe deram antes de atirá-lo em um beco sujo foi um agasalho. Não sentia fome alguma, apesar do longo jejum. Belova destilou veneno por horas ao lado do seu leito. Quanto mais as palavras penetravam em sua mente, menos sono sentia.

— Nós fomos criadas para enganar. Romanova não é uma exceção.

Durante muito tempo ela explicou nos mínimos detalhes o que foi a Sala Vermelha e como as meninas eram treinadas. Horror e choque ainda faziam seus nervos beliscarem. As coisas ao que elas foram submetidas haviam sido desumanas. As atrocidades que elas fizeram ainda rondavam sua mente. Belova não censurou nenhuma parte do passado. A todo momento Bob tentou se convencer de que não era Natasha, a Nat que ele conhecia, que aquela mulher estava sob efeito de lavagem cerebral. Mesmo sabendo disso, ainda custava a acreditar. Algo dentro dele havia sido explorado e forçado ao limite.

— Uma Viúva Negra sempre está preparada para destruir, sem exceção.

Esbarrou em um pedestre e quase caiu. Aprumou-se novamente e continuou andando. Era só o que restou a fazer. Caminhar não precisava de memória. Como me meti nisso? Droga! Olhou para trás. Notou pelo menos três homens suspeitos. Na esquina, avistou uma banca de jornal. Poucas pessoas paravam para olhar os jornais, entretidos demais nas telas dos seus celulares. Quase ninguém mais comprava jornais, a não ser Natasha. Lembrou-se do hábito dela, que lia as manchetes todas as manhãs. Uma das poucas lembranças que tenho do meu pai é dele lendo jornal enquanto tomava café, disse ela, ao ser perguntada.

Bob se aproximou timidamente da banca para se proteger dos insistentes flocos de neve. Esfregou as mãos enluvadas, nervoso. Lembrava-se também que ela sempre comprava os jornais pela manhã, bem cedo. Olhou para o céu cinzento e pela primeira vez se deu conta de que não fazia ideia de que horas eram. Praguejou mentalmente. Sozinho, em um país desconhecido. Perguntava-se como terminaria. Bom, ainda posso procurar abrigo na embaixada americana. Olhou de relance para trás. Os homens continuavam lá. Bem, se eu conseguir sair vivo daqui.

Pegou o jornal mais próximo e começou a ler. Suas mãos tremiam de frio e ansiedade. O dono da banca levantou o rosto de seu livro e o encarou com um olhar feio, ao que Bob fingiu que não viu. Virou-se de lado e continuou lendo. Leu por longos minutos ou horas, não soube ao certo. Perdeu totalmente o senso de tempo com a baixa luminosidade. Gritos distantes despertaram sua atenção quando estava prestes a pegar uma revista. Encarou as pessoas que começavam a correr na direção oposta, aterrorizadas. Uma van em chamas desceu a rua em alta velocidade e só parou ao se chocar com o chafariz congelado da praça. Mais gritos foram ouvidos quando as chamas aumentaram.

O caos foi instantâneo. Bob olhou novamente na direção onde estavam os homens e só viu a multidão correndo em disparada, deixando bolsas e mochilas para trás. As portas dos estabelecimentos se escancararam e as pessoas se espremiam para fugir. Aproveitando-se do momento, começou a correr também. Dobrou a esquina a toda velocidade, ignorando a pontada na perna. Quando começou a acelerar novamente, uma mão agarrou seu pulso e o puxou para fora da calçada. A ação foi rápida, de forma que o deixou sem reação. Estava paralisado de choque. Tomou coragem e se virou para encarar o rosto do seu sequestrador debaixo do chapéu bege escuro. Um par de olhos verdes o encararam de volta, com urgência.

— Entre logo nesse carro, Huggins — exclamou Natasha, num misto de raiva e urgência. — Pelo amor de Deus, pensei que nunca mais fosse tirar o pé do chão.

Ele não conseguiu reagir, totalmente pasmo, só deixou o corpo ser empurrado para dentro do veículo. Ela assumiu o volante e acelerou, fazendo os pneus cantarem sobre a pista escorregadia. O trânsito estava caótico e desorganizado. Foi serpenteando por entre os carros, sem qualquer preocupação.

— Há um avião esperando por nós numa pista de pouso próxima daqui — informou ela, olhando rapidamente para trás. — Nosso trabalho aqui acabou.

A voz dela chegava em ecos até os ouvidos dele. Ainda estava em choque com tudo. Ela armou tudo aquilo? Podia ter machucado alguém, se não machucou! A voz de Belova retornou como um tiro em sua mente. Bob, não perca a razão. Desde o início você sabia sobre ela. Você leu os arquivos vazados. Uma guerra entre seu racional e as palavras de Belova estava sendo travada dentro dele.

— Diga alguma coisa para eu saber que está tudo bem — pediu ela, preocupada.

— Eu não estou me sentindo bem — comentou, piscando com força e ofegando. — Acho que vou apagar.

— Não durma, Huggins! — gritou, por cima do som das buzinas. — Fique comigo! Estamos chegando!

Natasha dividia a atenção entre a direção e a expressão doente do jovem. Apreensão passou por seu olhar. Ele parecia exausto e febril.

— Aguente firme, nós estamos indo para casa — acrescentou, dessa vez olhando para a estrada, mais como uma promessa do que aviso.

* * *

As ruas do Harlem causavam uma estranha nostalgia em Luke Cage. Caminhava pelos arredores sempre que podia, e todas as vezes o sentimento só crescia em seu peito, como se sua natureza se modificasse um pouco a cada passada. O bairro continuava sendo sua casa. Os moradores ainda eram conhecidos. Mas havia algo sobre a atmosfera daquele lugar que não o satisfazia mais como antigamente. Estancou ao ouvir sons depois da esquina. Deu mais alguns passos e espiou. Alguns garotos pichavam o muro recém pintado. Sirenes de polícia soaram distantes. Eles correram em fuga, deixando algumas latas para trás. A viatura passou no outro quarteirão e continuou se distanciando. Ele puxou ainda mais o capuz e dobrou a esquina. A tinta ainda estava fresca e escorria da última letra da mensagem.

MASCARADOS DEVEM MORRER

Respirou fundo e encarou o chão úmido. A poça d’água próxima de seus pés começou a formar pequeninas ondulações. Chuviscava. Levantou o olhar e releu a mensagem. Seu coração pesava a cada sílaba. É para isso que estou lutando?, perguntou a si mesmo.

— Adolescentes são idiotas — disse uma voz grave ao lado dele. — Mantenha a discrição, estou do lado de vocês.

Discretamente, Cage abaixou um pouco o capuz e vislumbrou a figura troncuda recém-chegada. O homem branco de um pouco mais de um e setenta encarava a pichação com maxilar tenso. Devagar, puxou um lado do sobretudo, o suficiente para deixar escapar um vislumbre da caveira branca rudimentar. O homem impenetrável olhou na direção oposta, praguejando mentalmente. Puxou novamente o capuz, enraivado, e saiu andando a passos largos. Não queria papo, muito menos com o Justiceiro. Havia ouvido histórias sobre ele, sussurros transbordantes de terror que escapavam da boca de traficantes locais. Ele agia nas ruas como júri e juiz, tudo o que Cage não queria próximo.

— Tenho informações importantes. Devia pelo menos me dar uma chance — aconselhou Castle, seguindo-o a bons passos de distância.

— Informações de gente como você não me interessam — retrucou, resoluto. Caminhou até uma esquina entupida de tambores de lixo e percebeu que continuava sendo seguido. — Cai fora, cara.

— Nem mesmo se for sobre Laura Hunter?

As palavras ecoaram timidamente pelas paredes escurecidas pela umidade. Cage estancou. Maneou a cabeça duas vezes, de olhos e punhos cerrados. Aqueles bastardos levaram Lea para Deus sabe onde. Seu sangue começou a fluir com mais intensidade. A pulsação acelerou. E se ele estiver dizendo a verdade? Virou-se devagar e aguardou.

— Só falarei na presença do Capitão Rogers — decretou.

— Você perdeu o juízo. Dê meia volta antes que eu me irrite.

— Se eu fosse você, não faria isso.

Cage franziu o cenho, começando a perder o controle. Aquela conversa não ia levar a nada.

— Então me fale o que tem e eu vejo o que posso fazer — considerou. Usou de toda sua paciência para proferir essa sentença.

— O que eu tenho é grande demais para você — respondeu Castle, insistente. — Deixa de besteira e me leve até o Capitão. Esse assunto da garota envolve coisas maiores do que um simples sequestro.

As sirenes voltaram a soar nos arredores. Cage olhou ao redor, apreensivo. Deu um passo adiante e fez sinal com a cabeça para que o seguisse. Saíram da esquina e caminharam por uma rua menos movimentada, aos fundos de uma quadra não frequentada.

— Quem me garante que no momento em que pôr os olhos nele não o matará? — questionou Cage, emburrado.

— Ele parece o tipo de pessoa que eu mato? — O outro ficou em silêncio. — Só me coloque frente a frente com ele que respondo todas as suas perguntas.

— Pode começar fazendo isso agora: por que tem tanto interesse em nos ajudar com Lea?

— Não posso responder.

— Deixa eu adivinhar, só falará na presença dele? — sugeriu Cage, irônico.

— Não, por outros motivos. É um assunto que envolve outros assuntos. Muita coisa para uma conversa casual — explicou, cuspindo os restos do palito que trazia entre os dentes. Cage bufou.

— Conversa casual? Nós estamos tendo uma conversa casual? — Bufou novamente, com mais ênfase. — Você é muito doido, chapa.


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Notas finais do capítulo

SURPRISE! Justiceiro, bitches! Agora chegou o bichão memo.
E agora? Castle e Steve vão se encontrar? Como será essa relação?
Nos vemos nos próximos.
Beijinhos invernais!



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