Out Of The Woods escrita por Guess The Riddle


Capítulo 1
Are we out of the woods?




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Ela o perdeu

 Depois de 7 anos esse era o fim. Elizabeth estava enfim se formando e podendo seguir seus sonhos antes tão distantes. Queria conhecer o mundo, experimentar novas culturas, novas pessoas. E foi em uma dessas viagens que o conheceu.

 Olhando no todo agora, parecia tudo tão simples de se enxergar. Ele era o garoto bonito que todos conheciam, James Sirius Potter, o filho do famoso Harry Potter, auror e salvador do mundo bruxo e da ex jogadora de Quadribol, Gina Weasley. Ela era só queria paz e ele era exatamente o contrário disso.

 Ele mostrou a ela o mundo, descobriram juntos que o resto do mundo era preto e branco enquanto os dois gritavam em cores. A paixão era imensa, e os lados negativos também mostravam pontos positivos no fim, e então essa explosão dava impulso para continuarem sempre tentando. 

 E em um momento de descuido ela se viu presa em uma floresta, dores que ambos não conseguiam evitar. Um acúmulo de galhos que machucam, de espinhos que espetam, de perigos ainda não desvendados por eles, porque sempre havia novos problemas, novas decepções.

 É um meio labiríntico e repleto de obstáculos, difícil de sair. Isso era o que eles viviam em tempo integral, mesmo quando pareciam estar em paz, porque a floresta perseguia, ainda que somente na mente. E ambos não conseguiam viver sem se questionar por um segundo.

 Viviam mais turbulências do que paz, e os raios nunca deixaram de ali existir.

 Ela tentava enxergar em meio a escuridão o que aquilo havia se tornado. Mas haviam muitos pontos a serem esclarecidos, sempre meio turvos, sempre confusos, nunca limpados de uma maneira satisfatória a ponto de não virarem novas interrogações.

 E sempre quando ela pensava que tinha conseguido deixar certas coisas claras, quando ela começa a sentir um certo alívio, ela se via presa na floresta novamente. Como se fosse pouquíssimo tempo para reparar que nada estava ou esteve claro. Era um ciclo vicioso de tentativa de chegar aos esclarecimentos, às verdades, sem sucesso. Voltando sempre aos pontos de partidas, ainda mais agonizantes, ainda mais desgastantes.

 Mas ambos continuaram tentando. E em um frio dezembro ele a pediu em casamento, ela sorriu, nunca disse sim, mas James também nunca ouviu o não. Eles tinham a capacidade, juntos, nos momentos intensos, de fazer parecer que mais uma tentativa poderia ajudar, que valeria a pena mais uma chance, que a esperança de tentar tornar aquilo forte era maior que tudo.

 Elizabeth não usava um anel de noivado como as outras mulheres, James disse que um colar seria único, seria especial, como ela era para ele, como os dois eram juntos.

 Ambos resolveram tirar os móveis da frente para que pudessem dançar, e eles estariam tentando ainda limpar tudo isso, esclarecer as coisas, dar mais chances, ir mais além.

 Eram como dois aviões de papel voando.

 Mas, aviões de papel estão destinados a cair. Podem parecer leves e tranquilos em algum momento, mas não aguentam tempestades, não são fortes o suficiente, por não terem uma real construção, uma base firme, um esforço elaborado por trás com detalhes que formulem estabilidades.

 Eles tentaram criar asas reais que nunca ficavam firmes.

 Um ano depois ela resolveu que não dava mais, o colar jogado no chão cedo demais. Ela o libertou dizendo "então vá, viva fora de nós dois, mas vá de vez, porque ou eu te liberto para ir ou você mostra que liberdade, para você, é estar".

 Ouve o choro mútuo, dores em comum que eles sentiam, que não conseguiam "esconder" um do outro, as dores que aquele relacionamento causava simultaneamente em ambos.

 Foi quando o sol apareceu e os monstros acabaram por ser apenas árvores.

 James não conseguia mais segura-la, ela se levantou e se ergueu para ir embora, disse a si mesmo que forças e fraquezas sempre estão inclusas umas nas outras, e teria que se permitir os dois lados de cada moeda.

 Elizabeth abandonou o relacionamento para ir de encontra com o seu antigo “eu” a partir dali aquelas duas virarão uma só, agora ela encontrou mais de si, evoluiu, porque permitiu evoluir a ele também, porque permitiu tentar até se afogar, porque ela não desistiu nos primeiros galhos

 A história dos dois seria relida, mas não mais escrita.

 Que bom.

Ela o perdeu. Mas encontrou a si mesma. E de alguma maneira, isso era tudo.


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