Não Planejado escrita por RakBlack


Capítulo 1
Não Planejado


Notas iniciais do capítulo

Encontrei essa fanfic no meu pc... Deve ter ANOS que ela está jogada aqui e eu nunca publiquei O_O
Espero que gostem ^^


EDIT: FANFIC REVISADA E ATUALIZADA DIA 09/01/2023



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 - Eu não acredito! Como pude deixar isso acontecer? – a voz de Draco estava bem acima do tom habitual, fazendo Harry se perguntar qual seria a melhor forma de acalmá-lo.

— Calma, meu amor... Nós vamos encontrar uma solução! – disse, se aproximando, mas logo se arrependeu ao receber um olhar atravessado.

— Calma o caramba! E é Malfoy pra você. – Draco o empurrou do caminho, começando a andar de um lado para o outro. – Por que eu fui te escutar? Eu sabia que ia dar merda...

— Draco, para de ser dramático, não é tão ruim assim... – Harry se arrependia logo em seguida cada vez que tentava falar alguma coisa. Não se importava com os gritos ou as palavras ferinas do namorado temperamental, mas o olhar frio que recebeu o fez engolir seco.

— Não? Você tem certeza que não? Mas é claro que pro Harry-idiota-Potter não é problema. Passou a vida na capa dos jornais, não é? Tenho uma novidade pra você, Santo Potter: meus pais leem esse droga. Como acha que eles vão reagir quando descobrirem? - Draco jogou um jornal entre eles onde havia uma foto dos dois se beijando em frente ao Caldeirão Furado.

Draco passou as mãos nervosamente pelos sedosos fios loiros. Havia concordado em passar a tarde anterior com Harry depois de muita insistência dele. Como era dia dos namorados e eles não passavam muito tempo juntos desde o término da escola, não viu problema em de se encontrarem.

Não viu problemas, também, quando Harry o beijara na Londres trouxa, pois pensara não haver perigo algum de algum conhecido os ver.

Mas isso se provara um erro.

Alguém - e ele sabia muito bem quem - fotografara os dois e agora estavam estampando, nada menos que, seis páginas do Profeta Diário, incluindo a capa.

Harry se aproximou novamente, com receio, mas dessa vez não foi repelido. Abraçou Draco e acariciou o rosto alvo com delicadeza. Draco afundou o rosto no pescoço alheio e o puxou para mais perto.

— Eu tô com medo. – Draco sussurrou - Medo do que possa acontecer por descobrirem sobre a gente.

Harry deu um passo para trás e segurou o rosto de Draco, fazendo-o encará-lo:

— Eu sei o que quer dizer. - disse Harry - Também tenho medo do que podem dizer ou fazer contra nós, e sabe que só por isso que aceitei manter o que temos em segredo por tanto tempo. Tenho medo do seu pai te mandar pra longe ou de algum louco tentar algo pensando que eu fui enfeitiçado pelo Comensal da Morte malvado. – Draco riu de leve da última parte. – Tenho perder você. Mas, por outro lado, não tenho vergonha do que sinto e acho que, mesmo dessa forma nada discreta, está na hora de assumir o nosso namoro.

Draco suspirou, ainda nos braços de Harry, tentando encontrar palavras para definir o que estava sentindo sem gritar e brigar com o namorado mais uma vez.

— Acha que eu não quero enfrentar tudo e todos por nós? Eu quero, mas não sei se tenho força ou coragem pra isso. Você é o grifinório aqui, não eu. – com a voz embargada, voltou a esconder o rosto no pescoço de Harry e controlou as emoções antes de continuar. – Tenho medo do que meu pai pode fazer, medo dele me forçar a casar com uma garota sangue-puro qualquer e nos distanciar. Você o conhece... Lucius Malfoy é capaz de qualquer coisa.

Nunca tinha se arrependido tanto de ter feito a vontade de Draco e deixado aquele homem fora de Azkaban. Mesmo não sendo mais o temível Comensal que um dia fora, Lucius ainda tinha influência demais, principalmente na vida do filho.

— Eu sei, amor, posso parecer um completo idiota que não pensa nas consequências das coisas, mas saiba que, desde que você me beijou pela primeira vez eu penso em como seria quando todos soubessem. Eu conheço o seu pai, sei o quanto ele é perigoso, mas se for pra enfrentá-lo eu o farei. Por você eu farei - e dizendo isso puxou Draco pelo pescoço e o beijou profundamente.

Draco correspondeu ao beijo no mesmo instante e empurrou Harry contra a primeira parede que encontrou, podendo assim encaixar-se nos braços dele enquanto saboreava os lábios macios e quentes, e enveredava seus dedos nos fios negros e macios que, há alguns anos desprezava e chamava de "ninho de fadas".

Lembrava-se como vencera seus próprios medos e preconceitos para ficar com Harry e, naquele momento, decidiu que poderia fazer aquilo de novo.

Eles mereciam ficar juntos.

— Eu te amo. - disse Draco partindo o beijo e encarando as esmeraldas que tanto o enfeitiçava - Eu te amo e vou lutar por nós... Você me ajuda?

— Claro que te ajudo, eu amo você demais.

Eles voltaram a se beijar, mas Draco se afastou.

— Eu preciso ir agora, quanto antes eu resolver essa situação, melhor. - ele suspirou e acariciou o rosto de Harry que fechou os olhos para sentir o carinho. - Vejo você amanhã, ok?

— Tudo bem... Nos vemos amanhã - e, com um selinho, se despediram.

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Draco estava há alguns minutos em frente à mansão Malfoy. Não sabia se entrava ou não, tinha dúvidas se poderia enfrentar seu pai. Mas prometera a Harry e tentaria, por isso atravessou os portões e juntou toda coragem que tinha para passar pelas pesadas portas duplas de mogno.

O hall de entrada, assim como a sala de estar, estava vazio. Pelo horário, Draco sabia que Lucius e Narcisa deveriam estar almoçando.

Pensar na comida dos elfos fez seu estômago reclamar por ter saído tão cedo e sem café-da-manhã. Ignorou esse detalhe e adentrou a sala de jantar.

Lucuius estava sentado em seu lugar habitual tendo Narcisa ao seu lado. O jornal da manhã estava enrolado ao lado de seu prato que, ao que parecia, não havia sido tocado. O rosto sem expressão e os olhos frios encarando a mulher, que comia normalmente.

— Mãe, pai... – Draco anunciou a sua presença educadamente e aproximou-se da mesa.

— Draco, querido, junte-se a nós. – disse Narcisa com um sorriso – Vou mandar Blind colocar um prato para você.

— Obrigado. Estou mesmo com fome, saí sem tomar café. – a afetuosidade de sua mãe o fez esquecer de qualquer problema por um instante.

— Ah, meu filho, já disse que precisa se alimentar direito. Do jeito que não come vai acabar tendo uma anemia. – reclamou ela, já providenciando outro lugar à mesa.

Draco abriu um singelo sorriso antes de dizer uma frase que nunca deveria ter saído dos seus lábios:

— Para mãe, você sabe que eu me cuido. Também, se não me alimento, além de te escutar ainda tenho que ouvir o Harry reclamando que... – o silêncio caiu, constrangedor e pesado e, somente naquele momento, Draco percebera o que dissera.

Abaixou a cabeça e encarou o prato diante de si.

— Então é verdade? – soou a voz fria de Lucius pela primeira vez. – O meu filho está de caso com o Potter? – ninguém parecia respirar naquele silêncio. - Responde Draco, e olha pra mim enquanto falo com você.

— Não, pai. – respondeu, finalmente, encarando os olhos do pai.

— Não? E essas fotos são o que? – perguntou Lucius, jogando o jornal na direção do filho. – Vai me dizer que é alguém muito parecido com vocês dois?

— Não, sou eu mesmo. Mas digo mais uma vez que eu não “estou de caso” com ninguém. – ele se levantou ainda encarando Lucius. – Eu e o Harry estamos namorando. A gente se gosta de verdade e não tem nada que o senhor possa fazer para acabar com isso.

— Vocês se amam? Que comovente... Diga-me Draco, desde quando você e Potter estão juntos? Desde a semana passada?

— Não pai, na verdade amanhã completam exatos dois anos que estamos juntos – Draco sorriu com a lembrança da data.

— Dois anos? Dois anos? Então você deixou de matar aquele velhote do Dumbledore e quase causou a nossa morte pra não magoar aquele moleque? – Lucius, lívido de raiva, levantou-se e deu alguns passou na direção do filho, que não se mexeu. O sorriso sumindo aos poucos do rosto do mais novo ao se lembrar da missão quase suicida que tivera que executar.

— Não, eu nunca faria isso! – sentiu-se verdadeiramente ultrajado por aquela pergunta. Quase morrera para garantir a segurança dos pais e Lucius tinha coragem de duvidar de sua lealdade? - Na verdade eu tinha rompido com ele alguns dias antes, mas ele descobriu o que eu teria que fazer e me disse que, no meu lugar, ele iria com o plano até o fim. Ele não se importou se eu teria que matar o mentor dele para salvar meus pais. E me disse que, a partir daquele momento, ele não me abandonaria, pois sabia que, assim como ele, eu não tinha realmente uma escolha. Foi nesse momento que eu vi nos olhos dele o que nunca pude ver no seu. Eu vi amor... Eu entendi que ele me amava e que nem o Voldemort nem uma corja de Comensais da Morte poderiam romper com o que ele sentia por mim. E também vi que o que eu sentia por ele não era somente desejo, não era nem mesmo paixão... Eu comecei a sentir o que fui ensinado a não sentir. Naquele momento eu amei Harry Potter e nada mudou nesses dois anos. E nada vai mudar.

Draco virou as costas e deixou a sala de jantar indo direto ao seu quarto, onde se jogou na cama de lençóis negros, torcendo para que Lucius não o seguisse e que pudesse ficar sozinho.

Sentia-se orgulhoso de tudo que tinha dito, e sabia que Harry ficaria feliz por ele também.

Aquilo era a única coisa que importava.

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Não percebeu que tinha adormecido até que despertou sentindo alguém acariciar seu cabelo e chamá-lo brandamente. Era sua mãe, que se sentara ao seu lado.

— Draco, acorde. Nós precisamos conversar.

Ele abriu os olhos e sentou-se, encarando Narcisa em suas belas íris azuis.

— O que vai falar? Que estou errado em sentir o que sinto pelo Harry? Poderia mentir e dizer que a culpa não é minha e que, se pudesse, amaria outra pessoa. Mas não... Ele é... – imaginou que a mãe fosse o recriminar e colocou-se a colocar tudo que sentia em palavras. Se surpreendeu quando a viu sorrir e o calar com um olhar.

— Ele é coisa mais importante da sua vida. A sua primeira conquista. – Draco abriu a boca para retrucar, mas Narcisa não deixou. - Não digo isso como se ele fosse só mais um que você vai levar pra cama, mas ele é a primeira pessoa que você teve que lutar pra conquistar. – ela uniu suas mãos, deixando um singelo carinho ali. - Não vim até aqui para brigar. Eu entendo o que você sente e sei que é verdadeiro ou não enfrentaria seu pai como fez. Na verdade fico surpresa que não tenha acontecido antes. – ela sorriu compreensiva – Todos podiam acreditar que o que sentiam um pelo outro era somente desprezo ou que você tinha inveja de toda a fama dele, mas se fosse só isso eu não teria visto o que vi nos olhos dos dois na Copa Mundial de Quadribol. Foi um brilho diferente de todos os que eu já vi em minha vida.

Draco olhava para ela assombrado, pois naquela época ele acabara de descobrir que o que sentia por Potter era muito mais que uma grande rivalidade... Ele sentia-se atraído de uma maneira única.

Narcisa continuou seu discurso sem notar o olhar desfocado do filho.

— E quando eu perguntei pra ele, na floresta, se você estava bem e vivo, ele pareceu extremamente aliviado em dizer que sim. Ele te amava e você a ele em igual.

— Foi por isso que a senhora não disse nada quando cheguei? Não se espantou nem um pouco com o jornal porque já sabia de tudo. Mas como? Eu poderia amá-lo como a senhora notou, mas como sabia que estávamos juntos?

— Você esquece a minha principal missão nessa família. Eu sou sua mãe Draco e, por mais que seu pai tenha te ensinado a arte de esconder as coisas das pessoas, eu sempre sei. Você dizia que chegaria mais tarde do escritório, mas no outro dia estava radiante e seus sorrisos eram sinceros. Eu te conheço melhor que ninguém, filho.

Draco sorriu e abraçou a mãe com delicadeza.

— Eu sei que pode parecer egoísmo da minha parte, mas estou feliz que, dessa vez, esteja ao meu lado. Sei que não sou o filho perfeito ou, ao menos um de quem você possa se orgulhar, mas estou feliz por ter seu apoio.

— Você é o meu bem mais precioso Draco. Eu me orgulho apenas com o fato de que consegui transformá-lo em um homem feliz. – ela deu um beijo em sua testa e levantou-se – Agora quero que levante dessa cama e vá atrás da sua felicidade. Convide Potter para jantar conosco essa noite e diga que o aceitamos como seu namorado.

— Mas, e o papai? Ele...

— Ele vai ter que engolir um pouco daquele orgulho. Pode deixar que dele cuido eu. Não foi por acaso que fui escolhida para ser a Sra. Malfoy, e nem à toa que nosso casamento dura há tanto tempo. – com um aceno ela deixou o cômodo.

Sorrindo, Draco levantou-se decidido. Tomou um banho demorado, se arrumou e aparatou na porta do apartamento de Harry, que se mostrou surpreso.

— Aconteceu algo? Você disse que só nos veríamos amanhã. – Harry estava realmente preocupado, principalmente por perceber o nervosismo de Draco. – Fala alguma coisa Draco, você tá me assustando.

— Minha mãe quer que você jante em casa essa noite.

— Você está tentando me dizer que, além dos seus pais terem aceitado normalmente o fato de você estar namorando comigo, eles ainda me convidaram pra jantar?

— Não, eu estou tentando te dizer que meu pai ficou uma fera comigo por ter afrontado ele, mas que minha mãe entendeu tudo o que eu sinto por você e disse que vai acalmá-lo para podermos ser felizes. – falou tudo aquilo enquanto dava um sorriso ladino para o namorado, mostrando que estava bem mais tranquilo do que algumas horas antes. - E pediu que eu te chamasse para jantar conosco essa noite. Você vem?

Harry ouviu tudo com uma expressão de incredulidade no rosto. Queria ter forças pra dizer não, para mostrar a Draco que era loucura tentar esfregar o relacionamento deles na cara de Lucius Malfoy. Mas nunca conseguia resistir aos sorrisos do loiro. Ele, então o abraçou.

— Se você acha seguro, iremos. - sussurrou ao pé do ouvido de Draco enquanto acariciava os fios platinados.

— Minha mãe disse que iria acalmar meu pai... Eu confio nela.

— Espero que esteja certo, meu amor. - Harry deu um beijo na testa de Draco, um no rosto e, por fim, iniciou um beijo lento e profundo, fazendo o loiro suspirar.

— Eu adoro isso, sabia? - perguntou o sonserino mordiscando o pescoço de Harry bem lentamente.

— Meus beijos? - perguntou curioso, o moreno que arfava com os carinhos.

— Também, mas estava me referindo a quando me chama de "meu amor". Eu sei que parece puro romantismo tosco Lufo, mas é que eu me sinto verdadeiramente amado. - ele parou o que estava fazendo e encarou Harry novamente

— Mas você é verdadeiramente amado.

— Eu sei, e é por isso que eu gosto de ouvir. Pois sei que você ama a mim, Draco, independente do sobrenome que eu tenha. E eu também te amo, mas como você sabe da minha dificuldade em demonstrar com palavras, vou demonstrar lá na sua cama, pode ser?

Harry nem precisou responder, pois logo estava sendo beijado ousadamente enquanto era levado para seu quarto. A tarde foi maravilhosa, regada a muitas demonstrações de amor.

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Draco e Harry chegaram a Mansão Malfoy por volta das seis horas da tarde, pois o jantar era servido, religiosamente, às sete, e seus pais odiavam atrasos.

Eles adentraram a sala de visitas onde Narcisa os aguardava.

— Seja bem vindo, Potter. É um prazer revê-lo. - disse ela levantando-se e apertando sua mão.

— Também é um prazer revê-la, Sra. Malfoy. Espero não estar incomodando.

— Nunca. Alguém que faz meu Draco sorrir como sorri quando fala de você nunca incomoda.

— Mãe! - repreendeu Draco, ficando completamente sem graça com o comentário e revirando os olhos para tentar disfarçar.

— Sentem-se, o jantar logo será servido. - ela se acomodou na poltrona que ocupava antes deles entrarem e os observou sentar no sofá que ficava em frente.

Harry estava nervoso, não sabia que reação esperar dos Malfoy ou qual ter com eles. Draco percebeu seu nervosismo e segurou sua mão.

— Me conte, Draco, você tinha dito que amanhã fazem dois anos de namoro. Pensam em comemorar? - Narcisa os olhava com um brilho divertido nos olhos, principalmente ao contatar uma coisa quase inédita: Draco estava corando.

— Ano passado fizemos um piquenique no Green Park. Draco estava um pouco estressado por conta do trabalho, então foi algo bom pra relaxar.

— Um piquenique? - perguntou ela descrente.

— Sim, mas esse ano Draco insistiu que prepararia tudo, e a gente até tinha reservas em um restaurante, mas essa tarde ele disse que mudou os planos, mas que eu só vou poder saber amanhã, porque é algum tipo de surpresa. Já tentei de todas as maneiras fazer com que ele me contasse, mas ele prefere me deixar na curiosidade. - Harry fuzilou o loiro com o olhar, mostrando que odiava ficar curioso.

— Não me olhe assim, surpresa é surpresa, não teria a menor graça se eu te contasse. Pense pelo lado positivo, faltam poucas horas agora. - Draco sorriu enviesado.

— Se sobrevivermos ao seu pai, você quer dizer.

— Já disse ao meu filho que não precisam se preocupar com isso. Eu já cuidei de tudo. - ela encarou o genro com um sorriso zombeteiro nos lábios.

O elfo veio avisar que o jantar estava servido, então os três foram para a sala de jantar. Quando terminavam de se acomodar Lucius juntou-se a eles. Tinha no rosto uma expressão de poucos amigos que não passou despercebida por Harry, mas não fez comentário algum enquanto ocupava seu lugar à mesa.

— Não vai desejar boa noite ao nosso convidado Lucius? Onde está a sua educação?

Ele a fuzilou com o olhar antes de dizer, contrariado:

— Boa noite, Sr. Potter.

— Boa noite, Sr. Malfoy.

O silêncio se instalou enquanto comiam. Nada foi dito até a hora da sobremesa.

— Então, Sr. Potter... - começou Narcisa

— Harry, por favor, me chame de Harry.

— Claro, Harry. É verdade que está pretendendo deixar os Aurores?

— Não, isso é tudo boato. Apenas estou me dedicando a outras coisas também, então o Profeta logo inventou que eu queria deixar o departamento.

— Outras coisas? Como o que?

— Educação infantil. Estou ajudando minha amiga a identificar crianças nascidas trouxas que tem chances de serem bruxas e iniciando uma educação pré-Hogwarts, para que elas sintam-se menos intimidadas quando a carta chegar.

— Com você ficou... – zombou, Draco.

— É lógico, eu nunca tinha ouvido falar do mundo bruxo antes, queria o quê?

— É verdade, eu me lembro...

— É um belo trabalho, Harry.

Ele sorriu e segurou a mão do Draco, que estava muito feliz por Narcisa ter aceitado tão bem os dois, e por Lúcio não ter dito nada.

— Vamos, então? Tenho que terminar de revisar o relatório que deixei no seu apartamento ontem.

— Claro. Muito obrigado pela hospitalidade Sra. Malfoy. O jantar estava delicioso.

— Fique à vontade para voltar o dia que quiser.

Ela os acompanhou até a porta, de onde desaparataram.

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Chegaram por volta das nove no apartamento do moreno. Este estava realmente aliviado com tudo que acontecera.

— Quer um chá? Um café?

— Quero você aqui comigo nesse sofá, agora, Harry.

— Uau, que agressividade. - ele sorriu e sentou-se ao lado do loiro.

— Eu só quero dizer que estou feliz pelo que vi hoje na mansão. O jeito que tratou minha mãe, e até mesmo o meu pai. Eu pude ver que o que eu vou fazer agora - porque devo admitir não consigo esperar até amanhã - é o que eu deveria ter feito muito antes.

Harry não estava entendendo nada, apenas ouvia o que o namorado falava. Até que o viu pegar uma caixinha de veludo do bolso e prendeu a respiração em expectativa.

— Harry, eu só quero dizer que, se você achar precipitado não vai me magoar, apenas me diga a verdade. - ele abriu a caixinha e mostrou o conteúdo, um par de alianças douradas com dois fios prateados e entrelaçados rodeando cada uma delas. - Daqui a algumas horas farão dois anos que eu me apaixonei pela pessoa mais improvável que poderia existir e não me arrependo disso. Eu amo você, e eu gostaria de saber se você aceita se casar comigo? Casar, morar junto, construir uma família. E saiba que eu só não fiz isso antes porque sentia nosso relacionamento incompleto por conta de meus pais não saberem. Mas agora tudo está claro o suficiente para mim. Casa comigo Harry?

— É claro que sim! - os olhos do moreno estavam marejados de tanta felicidade. Eles se beijaram e continuaram a comemorar durante o resto da noite e o dia seguinte.

E eles se casaram sim. Lucius apenas se conformou quando viu o neto (um garotinho lindo de olhos verdes e rebeldes madeixas loiras). Mas como tudo aconteceu? Bem, essa é outra história.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? Me deixem saber ^^



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