Enquanto atravessa o corredor em direção à sala de jantar, observo os quadros expostos na parede. Neles mostravam os antecessores da família Real. Reis e rainhas, príncipes e princesas.  Nobres que já estiveram no poder.

Estranhamente nenhum deles parecia sequer com Nataniel, que era loiro.

Achei estranho, porém preferi guardar aquele pensamento comigo mesma.  

Na sala de jantar, avistei uma rodinha de Selecinadas e no meio da roda jazia a pomposa rainha Valerie. 

— Depois do café teremos uma aula para  aquelas que se sentem perdidas ou talvez confusas em relação ao castelo e o Reino. - Eu a escutei dizer. 

De repente, todas  elas olhavam para mim, até mesmo a rainha que me lançou uma leve e gostosa piscadela através de seus grossos cílios curvados. 

Retribui a carícia com um sorriso tímido. Cada vez mais a rainha ia me conquistando, cativando e se tornando querida. Para mim ela era um exemplo maior, pois além de inteligente e autêntica suportava um casamento fracassado pelo próprio filho e pela felicidade de uma nação. Ela era guerreira, forte. 

Tomei café da manhã em silêncio, embora relutasse para não comentar algo com Daphne, que coxixava sobre a noite anterior abertamente. Cassandra estava encolhida num canto, parecia tão envergonhada. Veio em mim uma pontada pontada  de pena que foi logo esquecida quando me lembrei que ela tentará incriminar minha amiga.

Depois de satisfeitas, acompanhei todas as outras garotas em direção ao salão das mulheres, onde a rainha Valerie já nos esperava. 

Ela começou fazendo um discurso básico e dando uma puxãozinho de orelha em relação à entrevista da noite anterior; - Reparei que estavam muito nervosas e algumas se perderam em relação ás perguntas. Disse que hoje teriam folga, mas é necessário prática para se aprimorarem. 

Cassandra e Juniper se encolhiam, envergonhadas pelo fracasso anterior. Elas eram, mais que qualquer outra, as que mais fizeram feio.

— Para começar, gostaria de comentar sobre alguns monarcas respeitados por suas ideias revolucionárias. Quem dentre  vocês conhece a rainha Faye Rachel Elisabeth Lancaster? - Perguntou Valerie.

Essa pergunta eu conceteza saberia responder,  pois dentre os rostos famosos na monarquia ela era a minha favorita por ser mulher e guerreira, mas Júniper  foi ainda mais rápida e autêntica, respondendo enquanto eu ainda pensava no que dizer. 

— Ela era rainha consorte, depois da morte do marido o substituiu e a sua biografia é no mínimo inspiradora. Rachel criou a primeira escola onde garotas poderiam participar da aula, isso em uma época machista e opressora. - Ponderou a ruiva sabiamente.

Valerie abriu um sorriso. - Extamente e as suas palavras foram as mais lindas! Agora, quem poderia me responder o que tem na relação sanguínea com os Lancasters désde antes do reinado da familia?

Daphne levantou a mão e respondeu prontamente; - Certo dia ouvi dizer que a estrela é a marca que liga todos os que são da família real. É uma pequena marca herdada de geração enm geração. Costuma ser na coxa ou no pulso, isso é verídico?

Valerie acenou em concordância. 

As "aulas" prosseguiram normalmente, porém havia ficado presa na parte da estrela. Os pensamentos me levavam as piores conclusões. Eu tinha uma estrela, Nataniel também deveria ter a sua. Aquele era uma caso incomum, raríssimo... Poderia eu ser filha de sangue do rei? Fiquei chocada!