Deixe-me Entrar escrita por Contadora de Histórias


Capítulo 2
Mikaelson


Notas iniciais do capítulo

Ninguém comentou :/
Vou postar mais um, se não tiver comentários vou desativar a fic :(((((



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Pov Niklaus

 

Abri a porta da mansão com as duas mãos, irritado. Meu telefone não parava de tocar, meu irmão estava conseguindo me tirar do sério com esse assunto de reunião em família. Provavelmente eu o mataria, com certeza todos se reuniriam para fingir tristeza em seu caixão. E provavelmente, ele continuaria com aquele rosto gélido, mesmo sem vida. Isso me irritaria também.

— Rebekah! - Gritei, fazendo eco pela casa inteira. 

Ela havia me tirado do sério, e não era a primeira vez. Por isso odeio vir pra nossa casa aqui na Virginia, sempre aparece um parasita. Pensei que ela não apareceria, já que era para minha irmã caçula estar estudando na Austrália, que a propósito era isso que eu queria saber. 

Nunca fomos o tipo de família amorosa. Apenas imagem, de uma família estruturada, perfeita e todos com uma beleza fora do normal. Era assim que as pessoas nos enxergavam: Os poderosos Mikaelson. 

De poderoso não tinha nada, era um desastre. Atirariam um nas costas do outro se tivesse a chance, e devo dizer, a coragem.

Me servi com uma dose de uísque e parei ao lado da escada, assim que ouvi os passos de salto alto da Rebekah. 

Ela apareceu no topo da escada, com os braços cruzados e com aquele costume semblante de: Não enche Nik.

Seus cabelos loiros deslizavam pela jaqueta de couro preta, destacando os cachos dourados. 

— Posso saber por qual motivo está aqui? Suponho que não era o horário do recreio. - Beberiquei um gole ralho, e ela virou os olhos.

— Aqui também é minha casa, caso você não saiba. - Retrucou. - Quer paz? Faz como a Freya e o Finn, some do mapa. 

— Se você quiser paz, é melhor ir embora agora. 

— Não tenho paz desde que me entendo por gente, Nik. - Fingiu estar pensativa. - Há quanto tempo não tenho paz? Você sabe a minha idade? 

— Onze? - Sorri irônico e ela suspirou nervosa.

Começou a descer os degraus lentamente.

— Faz vinte três anos que eu não tenho. 

— Essa melancolia herdou da nossa mãe?

— E essa frieza, herdou do nosso pai?

Parou na minha frente, com as duas mãos na cintura e sorriu.

— Senti sua falta. - Ela falou.

— Eu também!

Sorriu jogando os braços em meus ombros e a abracei de volta. 

Rebekah era a única irmã que eu acobertava. A única que eu protegia e defendia. Os outros não precisavam de um protetor, pra ser sincero, nem ela precisava. Quando queria, era tão ruim quanto o próprio diabo. 

— Soube que alguém está de procurando. - Passou por mim, sentando-se no sofá.

— Estou sabendo. - Dei o último gole, largando o copo na mesa e sentando-me ao sofá da frente. - Por isso, estou indo embora nesta tarde. Admiro você ter chego hoje, e já saber.

— Dei uma paradinha num bar antes. Rever antigos amigos.

— Marcellus Gerard. - Virei os olhos. - Ele é um porco.

— Um porco que foi seu melhor amigo.

— Até traçar minha irmã. - Sorri irritado, sem mostrar os dentes.

— Ele disse que uma garota universitária foi essa tarde pedir seu número. Graças a sua bondade com as pessoas, ele não passou. 

— Viu? Antes do respeito vem o medo. 

— Mas, eu fiquei curiosa...

— Rebekah. - Repreendi.

— Fui saber quem era...Davina Claire. Conhece?

— Nunca ouvi falar.

— Talvez deve conhecer a amiga dela. Camille O' Connell.

— Não. - Balancei a cabeça e ela sorriu.

— Marcel afirmou que saíram bem animados. 

Meu semblante mudou, e percebi isso pelo rosto da Rebekah.

Lembro-me daquela garota. Loira, olhos claros e mais bebida do que deveria. Mas, por qual motivo ela estaria me procurando?

— O que sabe dela? - Apoiei meus cotovelos nos joelhos, para prestar mais atenção.

— Não muito. Cursa psicologia, tem vinte e quatro anos e aqui não é sua cidade natal. Soube que é uma pessoa bem decidida. E se quer um conselho...

— Não quero.

— Mulheres decididas não vão atrás de homens. 

— Disse que não quero conselhos.

— A não ser, que realmente precise. Como sou uma irmã legal. - Tirou um pequeno papel do seu bolso da jaqueta.  

Rebekah esticou o braço, com o papel entre os dedos e sorriu.

— É o endereço e o número dela.

— Desculpa irmã, mas não ligo para mulheres no dia seguinte.

— Pelo o que eu sei, hoje não é o dia seguinte. Talvez, por causa de algo que ela não tomou no dia seguinte, esteja te procurando depois de três semanas. Repensa.

Estremeci. Senti uma corrente de ar fria passar por todo meu corpo, e fiquei travado, olhando sério para a minha irmã que tinha um sorriso maléfico no rosto.

— Vamos lá, Nik. Foi uma brincadeira. Só estou curiosa.

Peguei o papel em sua mão, mas ainda não conseguia dizer nada.

O que eu mais amaldiçoava era ter filhos. Agora, ter filhos com uma universitária já era demais. Tenho vinte e sete anos, estou longe de querer ter que aturar outra pessoa que já não seja os que aturo diariamente.

Meu celular tocou, e eu peguei o mesmo vendo que um número desconhecido chamava. Olhei ameaçador para a Rebekah.

— Você...

— Ops! - Fingiu surpresa. Poderíamos fazer uma aposta. - Riu debochada.

— Eu aposto que ela quer status. 

— Se você perder, quem sai da casa é você.

— Vice e versa.

— Fechou! - Encostou-se no sofá. 

Apertei atender e coloquei o celular no ouvido, esperando uma voz na outra linha.

— Alô? - A voz saiu fraca, parecia mais um sussurro.

— Se for rápida, eu agradeço. - Avisei sério.

— Estou grávida!

Paralisei meus olhos na minha irmã, que não parecia nada surpresa com o minha reação. 

Desliguei o telefone no mesmo instante e levantei do sofá inquieto.

Aquilo não poderia estar acontecendo, não comigo. 

— Você. - Apontei pra Rebekah, em um grito ensurdecedor. - Você sabia o tempo todo! 

— Eu vim por isso. - Levantou-se. - Marcel avisou que tinha uma garota esperando um filho seu. Disse que apenas uma amiga e ele sabem. 

— Ela vai me ameaçar com esse negócio.

— Negócio? Nik, é um bebê.

— Cala boca. - Gritei novamente, descontrolado. - Da um jeito nisso, já que veio, sirva para alguma coisa e tire esse negócio do meu caminho. 

— Ela quer tirar. - Falou decepcionada.

— Rebekah, qual o verdadeiro motivo de você aparecer aqui? - Aproximei da minha irmã, falando olhando nos seus olhos.

Eu poderia estar soltando espuma branca pela boca, de tanta raiva que eu sentia naquele instante. Mas eu entendi, acabava de entender porque minha irmã caçula sonhadora, veio fazer aqui.

— Ah, não. - Eu ri debochando dela, mas seu rosto permaneceu levantado. Eu não intimidava a Rebekah. Ninguém intimidava, exceto Mikael. - Achou mesmo que eu iria querer um filho?

— Se eles descobrirem, vão matá-lo Nik. 

— Pra mim, ele já está morto. Aproveitando que ela não quer, vou agora mesmo fazer isso por ela. Entenda e não se envolva: Eu não quero esse feto, Rebekah.

 

 


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