Hawk Moth akumatizou uma pessoa e quando dei por mim, estava presa como Marinette ao lado de Chat Noir que já tinha usado o seu Cataclysm. E o pior é que estávamos presos em uma caixa que estava diminuindo de tamanho e não tinha como sair a menos que eu me transformasse e usasse o Lucky Charm.

—Marinette, você precisa se transformar!

— Mas como eu vou fazer isso com Chat Noir aqui, Tikki?

—O que você disse? –Chat Noir perguntou enquanto usava seu bastão para tentar conter a caixa que ficava cada vez menor.

—Nada não, só estou pensando.

—Marinette, você tem que parar de pensar e começar a agir. Você confia no Chat Noir pra salvar a sua vida, por que não pode confiar pra guardar um segredo?

—... Você tem razão... Chat Noir, por favor, guarde com você o que verá agora.

—???

—Tikki, me transforme!

Eu me transformei em Ladybug. Chat Noir ficou pasmo, de boca aberta. Parecia não acreditar no que estava vendo. Por alguma razão, eu estava envergonhada de mais para dizer qualquer coisa. Usei meu Lucky Charm e felizmente conseguimos sair.

—Vamos logo derrotar aquele akuma... Chat Noir?

—Hã? Ah! Sim, claro!!

Pouco tempo depois, conseguimos derrotar e purificar o pequeno akuma. Quando olhei Chat Noir para cumprimenta-lo, ele estava me olhando sorrindo de braços cruzados, como se estivesse... Aliviado...?

—O que foi?

—Então era você esse tempo todo?

—... Pois é, né? –Sorri fraco.

—Isso é ótimo!!!

—Como?

—Não, nada... É só que... Eu... –Antes de ele completar o que ia dizer, a última luzinha das patinhas de seu anel começou a piscar.

—É melhor você ir!

—Mas por quê? Que diferença faz, eu ficar ou não? Você confiou em mim sobre quem você é e eu confio em você também.

—Obrigada, mas você pode dizer o mesmo de toda Paris? –Disse-lhe apontando para todos os repórteres que estavam vindo em nossa direção.

—Ahhhh droga!! Eu te vejo depois, my lady!!—Dito isso, ele se foi.

Eu também voltei pra casa e Tikki me disse para não me preocupar com aquilo tudo e que Chat Noir é de confiança. Eu concordei com ela e fui fazer a minha lição. Voltei para a escola no dia seguinte e claro, fiquei admirando Adrien de longe com Alya me dizendo pra tomar alguma atitude, como de costume, mas havia algo diferente. Todas as vezes que eu olhava para o Adrien, ele já estava me olhando e desviava o olhar quando percebia que eu o observava.

—O que foi que você fez amiga?

—E-eu não fiz nada!!

—Então por que o Adrien está te olhando tanto assim? Até parece que trocaram de corpo!! Será que ele... Nããããoooo.... Será?

—Será o quê, Alya?

—O Adrien se apaixonou por você amiga!!!!!

—HÃ? Você acha?

—É claro!! Olha como ele está te olhando e sorrindo a toda hora. Ouso dizer que ele até parece estar corado.

—Kyaaaaahh!! M-mas o que eu faço agora?

—Dã! Vai lá falar com ele!!

—Assim? Do nada?

—Só dê um “oi”. Tenho certeza de isso você consegue fazer!

—É! Sim! Tem razão! Eu vou lá!

—Isso amiga! Você é forte! Você consegue!

Por mais incrível que pareça, eu realmente ia ir. Eu estava decidida a ir, mas quando me virei, me deparei com a Chloé e um bando de meninas com fotos do Adrien em suas camisetas.

—Aonde pensa que vai?

—Desde quando se interessa pelo que eu faço da minha vida, Chloé?

—Desde que o Adrien começou a te olhar daquele jeito! –Ela apontou para ele e ele tinha acabado de se virar para nós. Fez uma cara de ‘o que está acontecendo?’

—Isso não é da sua conta, rainha do universo! –Alya a encarou furiosa.

—Não é mesmo, Chloé! Se tiver algum problema com os olhos do Adrien, então resolva com ele. Eu não tenho tempo para sua realeza.

—Há há há meu problema é o simples fato de você existir, mas quer saber? Acho que não preciso me preocupar. Adrien JAMAIS se apaixonaria por uma qualquer feito você, não é mesmo meninas? –As garotas riam com desdém. Alya estava com um olhar assassino, mas eu toquei o seu ombro, sinalizando para deixar pra lá. De qualquer forma, elas têm razão. O que o Adrien veria em mim para criar o mínimo interesse? O que eu tinha a oferecer? Eu sou a Ladybug, mas ele não sabe disso e eu não posso contar... Já basta o Chat Noir.

A aula já havia acabado, estava entardecendo e eu não precisava ficar lá sendo insultada. Eu estava prestes a ir embora pra casa quando senti uma doce mão tocar o meu ombro.

—Adrien? –Ele sorriu pra mim, se pôs em minha frente e encarou Chloé e as garotas fanáticas.

—Chuchuuuu ♥♥ ♥ -Ele não deixou que ela o abraçasse. Pelo contrário. Segurou-a pelos punhos e a olhou nos olhos.

—Ela não é uma “qualquer”. Ela é minha namorada!

Eu o olhei, surpresa e com o coração a mil. Então ele me olhou por cima do ombro sorrindo, pegou a minha mão e me tirou dali.

—Vamos.

Eu não resisti. Apenas obedeci. Pude ouvir as reclamações e sentir o ódio das meninas que ficaram para trás e de Chloé. Também ouvi Alya tirando sarro delas.

Ele me guiou sem dizer uma única palavra. Ambos ficamos em silencio até chegarmos a uma fonte. Era linda, branca, iluminada e cheia de flores. Ele parou e se virou pra mim, ainda segurando a minha mão.

—Desculpe por ter passado por isso... ~[Clique aqui com o botão direito, abra uma nova guia e deixe a música rolar :3]~

—Tudo bem... Eu agradeço por ter me defendido. Foi muito gentil de a sua parte mentir daquele jeito pra me ajudar – Disse-lhe sem olhar em seus olhos.

Ele me olhou e suspirou como se estivesse decepcionado com o que eu disse.

—Marinette?

—Sim?

—Eu preciso te confessar uma coisa... - “Pronto. Meu coração acelerou de novo.” –Eu sei que você é a Ladybug.

Eu fiquei paralisada. Não sabia o que fazer. Adrien me encarava com aqueles olhos verdes tão profundos que eu realmente fiquei sem reação. “O que eu faço? Confesso? Nego? Invento uma desculpa e saio correndo? Essa última até que é uma boa... Não. O melhor a se fazer é ser evasiva. Talvez ele apenas esteja confuso”.

—Há há há de onde você tirou essa ideia? Eu? Ladybug? Como isso é possível?

Ele sorriu e beijou gentilmente a minha mão.

—Você se revelou pra mim, my lady!

—Não... Não pode ser... Você é o...?

—Chat Noir, as suas ordens, my lady!—Disse fazendo uma reverência.

—E-então... Todas aquelas vezes em que eu... Eu estava... Meu Deus, que vergonha!! –Cobri meu rosto com as mãos. Senti minha face queimar como nunca. “Eu dispensei o Adrien um monte de vezes...”.

—???

Adrien pegou as minhas mãos e as tirou do meu rosto. Permaneceu segurando-as enquanto sorria pra mim.

—Chat Noir sempre foi apaixonado pela Ladybug. Você sabe, não é? –Assenti. –Pois bem, sinceramente, me sinto muito aliviado em saber que a minha tão amada Ladybug é você, Marinette.

—... Mesmo?

—É claro. Sempre admirei você. Desde que nos conhecemos. Sua força, seu senso de justiça, sua amizade e disposição pra ajudar e defender quem precisa. E isso sem contar a aparência. Mesmos cabelos negros, mesmos olhos azuis como o céu, mesma altura, mesma voz... Sinto-me um tremendo idiota por não ter percebido que era você logo de cara.

—Eh? N-não! O que é isso? Que exagero! Você nunca seria um idiota! Você é maravilhoso! Espetacular! Digo... Qualquer idiota poderia se enganar. Nem a Alya sabe que eu sou a Ladybug... NÃO QUE VOCÊ E ELA SEJAM IDIOTAS é que... Ahhh caramba...

Adrien caiu na gargalhada.

—Você mesmo é incrível. Se não se importa, eu gostaria de lhe pedir uma coisa. Posso?

—Ah! Claro...

—Marinette... Eu... te amo e não por você ser a Ladybug, mas sim por Ladybug ser você. Eu quero que você seja a minha namorada, de verdade. Você aceita?

A fonte iluminada ao nosso lado, fez com que os olhos do Adrien ficassem com um verde brilhante. Ele me olhava nervoso, tímido, corado. Tão fofo, tão lindo. O brilho de seus olhos me fez lembrar o seu outro lado. Chat Noir. Brincalhão, piadista, galanteador, irritante, totalmente diferente do Adrien que eu conhecia. Na verdade, diferente do Adrien que todo mundo conhecia. Eu fui a primeira pessoa a conhecer o outro lado dele. O lado que mesmo me irritando, estava sempre ali pra mim. Me ajudando, protegendo e encorajando. Eu fui a primeira a conhecer Adrien por completo, e ele a mim.

Sua pergunta me deixou tão feliz que eu acho que estava rindo como uma idiota.

—Posso considerar isso como um sim? –Ele também estava sorrindo e sorriu mais ainda quando eu assenti. Ele me abraçou erguendo-me do chão e me rodopiou.

Lentamente, ele me colocou no chão, ainda com os braços envoltos em minha cintura e olhando em meus olhos. Eu estava com as mãos em seus ombros. Ficamos assim por um tempo (não sei quanto) até uma de suas mãos, tocar meu rosto e seus dedos segurarem delicadamente o meu queixo. Ele levantou meu rosto e aproximou seus lábios dos meus. “Por favor, que ninguém me acorde agora”. Foi quando ouvimos uma explosão e um telão de um prédio começou a transmitir a notícia de que alguém havia sido akumatizado e que Paris precisava urgentemente de Ladybug e Chat Noir. Nós nos olhamos e soltamos um suspiro de frustração.

—O dever chama...

—Pois é...

Pela primeira vez, não tentamos despistar um ao outro. Fomos ambos nos esconder para o mesmo lado. Tikki saiu de minha bolsa e o Kwami de Adrien saiu de sua camisa branca.

—Plagg!! –Tikki disse empolgada.

—Tikki!! –Ambos se abraçaram como grandes amigos que não se viam há muito tempo.

—Parece que não precisam ser apresentados, não é?

—Não mesmo, Marinette. Plagg e eu nos conhecemos há muuuuuito tempo, não é?

—Pois é! Mas você ainda não me conhece, não é senhorita? Eu sou Plagg, kwami do bobão apaixonado aqui!!

—PLAGG!! –Adrien o repreendeu, envergonhado. Eu sorri e disse que tínhamos trabalho a fazer. Todos concordaram e Adrien e eu dissemos juntos:

—Tikki...

—Plagg...

=... Nos transformem!!

Chat Noir e eu fomos em direção ao problema correndo e saltando pelos prédios de Paris.

—Posso fazer uma pergunta, my lady?

—Sim.

—Você ainda vai me afastar quando eu quiser beija-la?

—... Veremos. –Sorri dando-lhe uma piscadela. Ele parece ter ficado feliz, porque não parou de sorrir em nenhum minuto.

Derrotamos o akuma e Chat Noir fez questão de acenar para todas as câmeras da imprensa e gritar que agora éramos namorados. Apesar de estar muito envergonhada, eu também estava muito feliz.

Daí você me pergunta: mas e o beijo? Bem... Eu queria que tivesse sido sem plateia, mas minha amiga Alya surgiu do meio dos repórteres e pediu “uma prova” do nosso namoro. Chat Noir não pensou duas vezes antes de me puxar e me beijar como a V-J Day in Times Square (uma famosa fotografia de um marinheiro e uma enfermeira que se beijaram com o anúncio do fim da segunda guerra mundial), que é claro, Alya fez questão de registrar também.

Agora, Chat Noir e eu estamos mais unidos do que nunca e ao que parece, mesmo se um dia não formos mais Chat Noir e Ladybug, ainda seremos sempre Adrien e Marinette. Juntos. Para sempre.