Hysteria escrita por Shin Damian


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da fic. Escrevi por quase nunca encontrar nada desse casal, que é um dos meus favoritos.

Rafaela Kido, você me fez amar o Misty, agora como faço pra desshippar esse lindo de um mundo de personagens? Especialmente você, espero que goste.

Música Hysteria - Def Leppard (https://youtu.be/jaiaaar88EM)



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80’s

Ele era mesmo um desafio. Alguém que tem seu próprio umbigo colocado em um pedestal e a autoestima mais elevada que o universo, não é simples de se conquistar e Asterion sabia muito bem disso. Esse fato se mostrava um pouco mais complicado quando isso se tratava de seu amigo bem próximo, Misty.

O loiro tem cabelos longos e ondulados que faziam um volume involuntário e harmonioso. Seus olhos sempre tinham um azul intenso nos dias de sol e refletiam a tempestade nos dias de chuva. Sua pele sempre foi muito branca e isso destacava os lábios rosados. Rosto delicado, corpo perfeitamente esculpido.

Não tinha como não acha-lo lindo. Vestia uma calça justa azul bebê e uma camiseta branca bem larga. Os tênis eram surrados, all stars cor de jeans que no fundo era cinza. Independente disso, aquele loiro deixava qualquer um boquiaberto, não apenas pela beleza, mas por sua atmosfera altiva e sempre com uma boa resposta na ponta da língua.

Dançava, naquela noite, uma baladinha de rockabilly na boate da cidade enquanto o amigo apenas observava suas formas e o jeito com que graciosamente ia de um lado para o outro com outras pessoas, mulheres belíssimas. Quando o som foi mudando, a bela paisagem humana fora se aproximando e se encostou também na parede com um meio sorriso no rosto.

— Tem um cigarro? – perguntou brincando, porque sabia bem o que o amigo pensava sobre isso. – Estou brincando, não quero ficar com catinga de fumo. – sorriu.

— Vamos embora? Você já mostrou seu brilho. – Asterion tinha um tom enciumado, algo que sempre foi comum na relação dos dois, na amizade dos dois. Desde que o loiro contara sobre sua sexualidade, naquela época, não muito óbvia, acabaram em uma amizade regada a superproteção.

— Vamos. – ele concordou.

Não havia problema nenhum naquilo. Ninguém sabia de nada, ninguém precisava saber. Asterion nutria muitas fantasias em relação ao amigo, muitos sentimentos também, coisa que aflorava com o tempo e a cada dia se sentia mais próximo ao mesmo que longe de dizer tudo o que queria, porque aquilo seria um caminho direto ao inferno e levaria o outro junto.

Os estilos eram diferentes, o moreno tinha os cabelos tingidos levemente de verde, algo discreto, usava camisa preta, colete jeans e calças bem pesadas, de um jeans rasgado com as botas. Ao contrário do outro, curtia bandas de rock em ascensão e a bagunça que elas causavam em pequenos festivais. Eram bem diferentes.

O caminho até a casa era movimentado, moravam no mesmo condomínio, mas as casas eram em lugares diferentes, o loiro no segundo bloco e o moreno no sexto, o que o faria andar um pouco depois de deixá-lo por lá.

Viu as luzes acesas e a movimentação na casa do francês, que suspirou e segurou firmemente o pulso, arrastando-o pra mais duas casas a frente com uma expressão tensa.

— O que foi? Não quer ir embora?

— Quero, mas não agora, meus pais estão acordados ainda e não quero causar mais confusão. – o loiro olhou pra trás e sorriu torto. – Sei que seus pais estão viajando, por que não vamos pra sua casa e tomamos alguma coisa, oui?

— Misty...

— Por favor. Eu explico quando chegarmos lá. – não parava de puxar o moreno e não o soltou até mesmo quando chegaram na casa dele.

Misty podia ficar ali? Podia. Os pais dele concordavam que o fizesse por conta do tempo de amizade e também por não brigarem quando se juntavam. Agora isso poderia mudar se o loiro percebesse o modo com que mexia com o amigo ou talvez provocasse ainda mais.

Asterion o deixou à vontade, pegando dois colchões e estendendo na sala. Ainda tinham dezessete anos, e ainda estavam para ver o mundo. Tiraram os sapatos, desabotoaram as roupas e se deitaram, vestidos, porém confortáveis.

— Vai me dizer agora o porquê de não querer ir pra casa? – insistiu, sabendo que o outro iria enrolar. Virou para ele e tentou não encarar muito quando fizera o mesmo.

— Eu contei pra eles que sou gay e agora acham que tenho algo mais errado que isso, tipo AIDS. Então meu pai quer me enfiar em um suposto tratamento. É isso.

— AIDS? Mas isso não é transmitido pelo sexo?

— Acho que sim... Mas eles acham que pega assim, em aperto de mão. Separaram minhas coisas das deles, tenho toalha, banheiro, quarto, talheres e panelas separados. Tenho que limpar por onde piso e... Enfim, não está mais tão agradável. – sorriu amarelo. – Não tem problemas eu ficar aqui por alguns dias, não é?

— Como se eles não soubessem que está aqui, Misty. Acho que sou seu único amigo que está tocando o foda-se pra esse negócio de gay.

— Claro que está nem aí, você não se cansa de me olhar. Acho que até está começando a vir pro meu lado da vida, hunm? – levou um dos dedos aos cabelos levemente esverdeados e enrolou, depois soltando.

— Você é bonito. Difícil não olhar, Misty. Você gosta de provocar os outros, depois fica reclamando.

— Não reclamo. – desceu os dedos em seu pescoço. – Tem medo de estar gostando de mim?

— Não tenho medo de nada, menos ainda de você... – olhou bem naqueles orbes azuis e mordeu internamente o lábio interior. – E menos ainda de gostar de você... Que merda, Misty! – afastou-se dele e se sentou.

— O que há? Por que se afastou? – o francês fez um pequeno bico. – Está com medo de querer me beijar?

— Não. Tenho é medo de beijar você e nossa amizade ir pro inferno! – não era bem o jeito certo de falar, mas foi o que o dinamarquês conseguiu. Não estava certo se queria mesmo aquilo, se queria beijar o outro e realizar suas fantasias com aquele beijo.

O loiro riu daquilo. Era uma reação realmente engraçada pra alguém como Asterion, que apesar de sempre sincero, vivia escondendo o que sentia em uma máscara de distração. Deu de ombros e se levantou, indo até o aparelho de som e colocando uma fita. Não era o maior fã de rock pesado, mas gostava de algumas bandas, como Def Leppard, que tinha a trilha sonora perfeita para aquele momento.

Precisava de calma? Sim, mas não era seu ponto forte. Misty voltou pra perto do amigo, que ainda estava pensando seriamente no que disse. Sorriu com um ar travesso e tocou seu rosto, fazendo-o retornar à terra.

— Hey! É só um beijo. Não vai te matar, ou tem medo de pegar alguma coisa?

— Eu...

— Está curioso? Quer saber como é beijar um cara, posso sanar sua dúvida, mas tem que ter coragem. Prometo não contar nada pra ninguém. – e enquanto falava, já estava se aproximando e roçando os lábios aos dele, que não resistiram ao toque, arrepiando pelo por pelo do corpo dele, depois aprofundando e sentindo o calor ir mais fundo.

Os lábios do loiro são macios enquanto os do moreno são finos e um pouco secos, nunca se importou com isso. Levou as mãos aos fios dourados e afagou, sentindo, pela primeira vez, a textura deles enquanto as línguas se uniam e brincavam uma com a outra. Sentiu os dedos dele descerem por seu corpo arrepiado, parando na cintura, depois irem para o chão a seu lado.

Cessou o contato para observar os olhos azuis, ficando surpresos pelo infinito de cores refletidos neles. Desceu os dedos a seu rosto delicado e o puxou novamente para um beijo mais intenso, como em seus sonhos e sentiu o peso em seu colo. Cessou novamente o contato ao sentir que seu corpo ia passar dos limites.

— O que foi? – Misty franziu o cenho.

— Tenho uma pergunta pra te fazer.

— E eu já sei qual é. – suspirou. – Eu sou virgem, ok? Não tenho nenhuma AIDS não.

— Não era isso... Era só se você queria mesmo continuar. Porque seu beijo é bom, Misty. – acariciou as laterais do corpo dele. Agora sabia que havia agradado o loiro, apenas pelo leve rubor em seu rosto e o jeito com que sorriu.

— Quero. Vamos ver onde até onde a gente vai com isso.

Provavelmente mais longe do que imaginavam. As luzes estavam acesas, cortinas e portas fechadas enquanto trocavam mais e mais beijos, que seguiam devagar ao pescoço, as mãos seguiam sob as camisas e por fim, os arrepios despertavam mais que sensações bobas, mas algo que tornava tudo mais carnal.

Primeiro o loiro ficou com o peitoral descoberto, desnudando também o moreno para que ficassem iguais. Os elogios à pele extra clara de Misty o levava ao céu e os beijos e mordiscadas de Asterion o traziam de volta e o atiravam no fogo, não do inferno, mas de seu próprio ser.

Abusadamente, levou as unhas aos ombros dele e tornou a beijar seus lábios. Os corações iam tão rápido que pareciam sair do peito e a cada toque isso iniciava uma combustão ainda maior nos dois adolescentes que não se aguentavam mais e aquilo era apenas o começo daquela noite.

.

.

.

A madrugada estava fria e a brisa não era algo incomum. As cortinas balançavam e a luz do poste era um pouco fraca, mas o suficiente para que iluminasse a silhueta dos dois suados e agarrados no meio da sala.

Asterion estava acordado, observando as costas bem delineadas e marcadas de Misty, que parecia dormir tranquilamente, parecia. Queria não se importar com o dia seguinte e mais ainda, queria não se importar com o que aconteceria dali pra frente, mas era difícil. Seu coração voltava a acelerar ao pensar em que fim aquilo tudo poderia ter.

Sentiu um arrepio ao ver os dedos do loiro em sua pele morena, subindo para seu peito, uma carícia ousada e perigosa. Ele ainda estava um pouco torpe por conta dos orgasmos anteriores.

— Você parece pensativo. Tenho algo a ver com isso? – o loiro fazia esse tipo de pergunta propositalmente.

— Sim. Pensando no que vai acontecer. Agora eu sou oficialmente gay também.

— Ah! Parabéns. – riu baixo. – Para de pensar nessas coisas.

— Amanhã... – antes de falar algo, o moreno teve os lábios selados e se calou.

— Deixe o amanhã pra amanhã. Quero aproveitar o que estamos sentindo agora.

O que sentiam naquele momento? Muitas coisas e nenhuma delas era parecia com sono, estavam começando a se agitar novamente, entrando em um estado repetitivo de êxtase e ansiedade ao toque. Asterion tinha ainda suas dúvidas sobre o que fazer depois daquilo, mas havia apenas uma certeza, Misty era o causador de toda aquela histeria interna e o loiro se orgulhava disso.


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Notas finais do capítulo

É isso aí. Espero que tenham gostado e desculpem qualquer erro. -.-"



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